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terça-feira, 25 de junho de 2024

Prática pedagógica envolvendo a educação musical

Surpreendentemente através de sapiência humana, o homem em contato com os fenômenos da natureza, começa a distinguir e a reconhecer seu sentido auditivo por intermédio dos sons que se desenvolveram pelos aspectos naturais, como ―o quebrar das ondas do mar, o som trovejante das tempestades e os diversificados sons dos animais. A música, então, é demarcada na história por aspectos místicos, que se transforma em sons, influenciados pelos indivíduos apreciadores dos campos sonoros. 

De acordo com os estudos históricos foram encontradas pinturas importantes em determinados lugares que demonstram a relação do homem com a música, para acontecimentos históricos importantes, como manifestações culturais em que a música servia como preparação para fortalecer o caçado em busca das forças da natureza, na reverência e lembrança dos mortos. A música dentro desses momentos era manifestada através da voz e do corpo, se tomando conhecimento dela na prática aos longos dos anos sobre produções sonoras. Dai por diante a música foi evoluindo, influenciando diretamente os períodos históricos.

A música chega à contemporaneidade como algo essencial para a aprendizagem, contribuindo assim para o desenvolvimento humano. 

 De uma forma mais artística e lúdica, a música contribui para que os fatores como a timidez, dicção, linguagem, corporeidade e motricidade sejam desenvolvidos e melhor explorados espontaneamente, através de adaptações musicais em situações de aprendizagem que estejam relacionados ao cotidiano educacional da criança. 

Com base nesse pressuposto, aqui se buscou pesquisar sobre O trabalho com a música na educação infantil, partindo-se de inúmeros motivos, mas, principalmente à lei nº 11.769, declamando que ―a música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular‖ (LDB, 1996, p27). Diante deste decreto surgiu o interesse pessoal de observar como a música está sendo inserida nas salas de aulas da educação infantil e como seus respectivos professores estão trabalhando em sala de aula.

Para tanto, o objetivo geral desta pesquisa é investigar que concepções os docentes possuem sobre o papel da música na educação infantil. A fim de alcançar este objetivo, foi delimitado os seguintes objetivos específicos: 1. Analisar as contribuições que a musicalidade traz para aprendizagem; 2. Destacar o papel da música dentro do desenvolvimento educacional; 3. Identificar o entendimento dos professores sobre o papel da música na educação infantil.

Para realizar este estudo, adotou-se como metodologia a pesquisa de campo exploratória, que buscou, por meio do instrumento de coleta de dados, obter informações sobre o trabalho realizado com a música na educação infantil. 

A fim de subsidiar esta pesquisa, foram retomados os estudos de Oliveira (2011), Piaget (2001), Palagana (2001), Weiz e Sanchez (2009), Brennand (2009), RCNEI (1998), Prado et al (1998), Lino (1999), Brito (2003), entre outros. Tais referências auxiliaram no desenvolvimento da interpretação e análise dos dados, conduzindo aos resultados apresentados no final deste trabalho. 

A organização da pesquisa segue os parâmetros metodológicos, sendo apresentada da seguinte forma: parte pré-textual, textual e pós-textual. Em se tratando dos capítulos, apresentamos três, assim descritos – no capítulo 1 aborda-se sobre o processo de aprendizagem infantil, retomando os estudos de Piaget (2001) sobre a gênese do desenvolvimento humano e a influência da música neste contexto. No capítulo 2 são feitas considerações a respeito do papel da escola na inserção da arte musical, tomando-se como referência a perspectiva dos parâmetros e dos referenciais curriculares nacionais para a educação infantil. Já o capítulo 3 dedica-se à pesquisa de campo, seu processo metodológico, delimitação dos sujeitos e coleta, organização e análise dos dados. Em seguida, apresentam-se as considerações finais, em que são expostos os resultados alcançados. 

Espera-se que este trabalho traga contribuições relevantes para o contexto da educação infantil, servindo como um instrumento para reflexão de docentes sobre a prática pedagógica envolvendo a educação musical.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A APRENDIZAGEM ESCOLAR ATRAVÉS DA MÚSICA

OS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E A APRENDIZAGEM ESCOLAR

O ato de conhecer e de aprender não acontece por acontecer. Assim, o aprendizado do ser humano ocorre em etapas, conforme seu desenvolvimento físico e cognitivo. 

As primeiras etapas do aprendizado ocorrem na infância. É nesta fase em que a criança precisa ser estimulada com qualidade, para adquirir conhecimento e desenvolvimento físico. 

Sobre estas etapas, os estudos de Piaget nos trazem muitos esclarecimentos. O foco de sua pesquisa trata da gênese do conhecimento humano, a qual estabelece uma ligação direta com desenvolvimento cognitivo que compreende fases de crescimento, acontecendo em estágios distintos ao mesmo tempo em que se adquirirem mudanças e novas habilidades. 

No desenvolvimento cognitivo a criança passa a refletir sobre ações pensadas. Independentemente da seqüência que faça, suas ações vão sendo adquiridas em disposição e ligação de uma atividade para outra. Através deste processo que vai fixando ainda mais o desenvolvimento cognitivo, acontecem múltiplas produções de conhecimentos, em seguimentos de evoluções biológicas, em que a criança começa a se coordenar através ações repetidas e contínuas. Acontecendo a [...] ―organização de ações no espaço e tempo, que é chamado de lógica das ações‖. (PALANGA 2001, p.21, aupd PIAGET 2001, grifo meu). 

Essa lógica das ações está relacionada tanto com a maturação física quanto cognitiva. Desse modo, as ações e reações, o que se aprende e o que ainda não é possível de compreender, dependem de estágios do desenvolvimento humano, os quais são denominados por Piaget (2001) como: sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. 

O estágio sensório–motor está ligado ao desenvolvimento humano na fase do nascimento aos 2 anos de idade. Neste período a criança não tem pensamento organizado em sua afetividade, que permita fazer identificação de pessoas e objetos sem que estejam em sua presença. Dentro de um processo construtivo, os sentidos básicos vão se formando e, na medida em que os utiliza, o sistema nervoso vai se amadurecendo através do contanto da criança com meio. Os reflexos comportamentais vão se modificando e com um mês e meio de vida a criança já é capaz de identificar objetos e pessoas, amadurecendo inicialmente suas estruturas cognitivas. As mesmas são formadas através da construção da coordenação ―sensório- motora‖ (PALAGANA, 2001, p.24). O crucial neste período é a evolução da criança na identificação estável de um objeto. Possibilitando também a formulação conjunta de estruturas cognitivas que serviram como suporte para o desenvolvimento perceptivo e intelectual subseqüentes. 

O segundo estágio de desenvolvimento se trata do pré-operatório, que ocorre de 2 a 7 anos. Sendo um período mais evoluído, neste estágio o indivíduo desenvolve suas possibilidades de diferentes formas: no sentido da atuação lingüística/comunicação oral, no processo de raciocínio e na apresentação de um comportamento substancial: é a fase em que a individualidade melhor se expressa. Neste estágio a criança possui o entendimento próprio diante a representação do meio, fazendo o reconhecimento através de seu entendimento do que é posto em sua presença, diferentemente daquilo que está ausente. ―É nele que se estrutura a função semiótica, habilidades cognitivas fundamentais para que a criança possa trabalhar com operações lógicas, passando assim para estágio seguinte‖. (PALAGANA, 2001, p. 26).

O estágio seguinte se trata das operações concretas, ocorrendo entre os 7 e 12 anos. Os processos cognitivos dentro desse estágio não são responsáveis por ações lógicas e independentes da criança. O entendimento depende de situações vividas em sua realidade. Neste período acontece a troca constante de representações mentais, ocasionando a aquisição, modificação e ampliação de informações decorrentes do processo contínuo de aprendizagem. A criança agora procura desenvolver um pensamento que seja transmitido diante uma argumentação compreendida e considerada por todos em seu meio. 

O último estágio, denominado de período das operações formais, se dá dos 12 anos em diante. Nesta fase a criança passa a ampliar as suas habilidades e capacidades adquiridas na fase anterior e já consegue raciocinar usando hipóteses e idéias abstratas. A criança adquire a capacidade de analisar e avaliar criticamente a realidade social. Segundo Piaget (2001), é o mais alto nível de desenvolvimento cognitivo. 

Deste modo, tendo-se compreensão dos níveis de desenvolvimento humano, é possível realizar um trabalho educativo voltado para as peculiaridades da criança, de acordo com seu processo cognitivo. Por isso o professor tem que ser um constante observador das ações demonstradas pelo aluno, para que novos conhecimentos aconteçam diante dos existentes. 

Considerando que a aprendizagem se constrói diante das respostas das ações dos alunos, o professor precisa construir ações em que o aluno desenvolva suas estruturas cognitivas, constantemente. Uma das inúmeras formas de proporcionar situações de aprendizagem significativa e, portanto, coerente com o nível de maturação cognitiva, é inserindo a música nas atividades escolares. É o que veremos no item a seguir.

A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA APRENDIZAGEM ESCOLAR

Desenvolver atitudes espontâneas é de importantíssimo valor para se construir uma educação rica em valores culturais. Diz Brennand que ―Rousseau defendia que a escola não deveria prepará-la para o futuro nem modelá-la para determinados fins, mas oferecerlhe a possibilidade de ser livre e espontânea, oportunizando-lhe felicidade, enquanto ainda criança".

É a partir deste entendimento que começo a falar sobre a importância da música para aprendizagem, ressaltando a importância de se oferecer possibilidades para a criança ser livre e espontânea, por meio da educação musical. Assim, interagir com o meio natural e o ritmo musical, usando sua espontaneidade a desenvolver habilidades musicais.

 Esta vivência deve ser priorizada na escola, a partir do momento em que o professor põe em prática o ensinamento de Pestalozzi, quando ele diz que o ensino deveria partir do conhecido para novo, do concreto para abstrato. Recomendando que seja essencial para a escola o ato do "aprender fazendo".

A música desenvolve o raciocínio, dando criatividade à criança e aptidões para que sejam aproveitadas nas ricas atividades dentro da sala de aula. Assim como é a música é a dança que atuam no desenvolvimento corporal através da gesticulação e movimentação, dando equilíbrio para metabolismo humano, estimulando a disposição e evitando doenças como obesidade, fadiga, problemas cardíacos, levando o aluno ao prazer e estimulação fazendo uma aprendizagem de forma saudável.

 A música e a dança proporcionam movimentos corporais, que trazem satisfação e alegria. Desenvolvendo a criança a música despertando seu interesse e criatividade, ao mesmo tempo em que estimula a sua autodisciplina, através das distinções rítmicas e estéticas. Abrindo caminho para imaginação, fazendo com que a identidade do sujeito seja construída. Este aprendizado proporcionado pela música pode ser direcionado às práticas educativas escolares, a começar pelo contexto da educação infantil, uma vez que desperta o interesse e o envolvimento da criança, ajudando-a a expressar-se e a socializar-se melhor. 

Por isso, cabe ao professor sempre proporcionar apoio às crianças, dentro do ambiente e por meio dos acervos musicais que possam ser trabalhados, despertando as crianças para conhecimento cultural diversificado, de outras cidades ou regiões, como músicas clássicas, músicas folclóricas, regionais, líricas, etc. Vale ressaltar que estas atividades que devem sempre partir do conhecimento prévio da criança, respeitando seu tempo de assimilação e aprendizagem – ou seja: trabalhar a educação musical de acordo com as possibilidades e recursos que estejam dentro das condições que professor possa disponibilizar para crianças, favorecendo, assim, o desenvolvimento cognitivo. 

Como se percebe, a música contribui para vida do ser humano e traz um bem estar a pessoas. Pensando-se no contexto escolar, o professor pode desenvolver práticas de ensino, ampliando os sentidos das crianças, principalmente o auditivo, na estimulação do ouvir.

A música estimula à prática sonora desenvolvendo o aluno a distinção dos efeitos sonoros, como timbre, altura e intensidade, fazendo com que seja distinguido cada som escutado. E aos poucos vai se ampliando o seu desenvolvimento sonoro, apreendendo-se quais gostos sonoros mais aprecia e o que não são de seu agrado, assim podendo fazer reproduções que são agradáveis ao gosto. 

Música dentro da perspectiva sonora faz com que se despertem sensações afetivas, pensamentos e ações. Portanto, estimular a socialização, interagindo musicalmente, faz a criança aprender a conviver melhor se comunicando afetivamente em harmonia na família, na escola e em meio à sociedade.

A ESCOLA E A ARTE MUSICAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DA MÚSICA NA PERSPECTIVA DOS REFERENCIAIS CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL 

O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI) é desenvolvido numa abordagem diversificada, para estímulo e organização da aprendizagem e identidade da criança. Dentre desses aspectos são inseridos vários métodos e orientações que apontam caminhos para uma melhor prática docente. 

No RCNEI (1998) se encontram várias formas de abordagem de ensino direcionado à criança. Numa dessas abordagens está à música como método de aprendizagem a ser utilizado e desenvolvido, para que trabalhem as capacidades afetivas, emocionais e sociais.

"A cultura dentro referencial curricular é entendida de forma a ampliar conteúdos dentro de seus códigos e produções simbólicas" (RCNI, 1998, pg 46). Por isso, a música proporciona, ao professor, meios que possibilitem aprendizagens e manifestações culturais das e para as crianças. 

Para que o professor se utilize adequadamente destes meios, o seu perfil deve ser amplamente diversificado, para que no planejamento de suas atividades proporcione conteúdos diversos a garantir aprendizagens em diferentes abordagens, em especial quando se trabalha com a arte musical, uma vez que "a implantação e/ou implementação de uma proposta curricular de qualidade depende, principalmente, dos professores que trabalham nas instituições". (RCNEI, 1998, p.41) 

 O RCNEI contém três volumes. O terceiro volume é relacionado ao âmbito do conhecimento de mundo, em que se desenvolve na construção de um trabalho com variadas linguagens pelas crianças, objetivando conhecimentos relacionados entre si. Dentre os conteúdos curriculares está a música, como construção de conhecimento significativo a se inserir de forma integral a métodos diversos, na promoção da aprendizagem das crianças. Assim: 

O trabalho com a música proposto por este documento se fundamenta em estudos de modo a garantir à criança possibilidades de vivenciar e refletir sobre questões musicais, num exercício sensível e expressivo que também oferece condições para o desenvolvimento de habilidades. (RCENI, 1998, p.48).

A música está presente na educação infantil, ao longo dos tempos, sendo compreendida como forma curricular contribuinte no desenvolvimento de hábitos, atividades e culturas, além de proporcionar a prática do convívio social, desempenhando estímulos à memorização e melhorando a fixação conteúdos e aprendizagens. 

Partindo-se dessas considerações, podemos dizer que o trabalho com a música está entrelaçado com práticas e referenciais interdisciplinares, já que remete a conhecimentos diversificados, ao se inserir em contextos literários e artísticos, datas comemorativas, brincadeiras, atividades desportivas, etc. 

Assim, na perspectiva das práticas curriculares da educação infantil a interdisciplinaridade é entendida como um ponto de cruzamento de disciplinas ou atividades baseadas em diferentes pressupostos que articulam os conteúdos trabalhados de forma harmoniosa. O professor de educação infantil, através de uma abordagem interdisciplinar, deve considerar a diversidade dos conteúdos disciplinares, para que haja uma articulação maior entre o que se ensina e o que se aprende. Assim, é preciso saber fazer uso de métodos interdisciplinares para melhor favorecer a aprendizagem. 

Deste modo, para educar com qualidade, as instituições precisam fazer adaptações estruturais e funcionais, para promover condições de desenvolvimento das crianças, de acordo com as orientações curriculares nacionais. 

Nas escolas o desenvolvimento infantil deve ser acessível a todos sem qualquer tipo de discriminação, em que sejam válidos e resgatados os fatores culturais da criança. Logo, o desenvolvimento curricular deve criar possibilidades diversas de aprendizagem, pois diante das metodologias adotadas estimula a criança a desenvolver sua identidade, emitindo seu reconhecimento através de várias situações envolvendo a música, o corpo, a cognição e o afeto. 

A educação escolar infantil respaldada pelo RCNEI (1998) proporciona várias situações em que as aprendizagens contribuam integramente para o desenvolvimento de habilidades como o ouvir/falar, o ler/escrever, o cantar/ dançar, entre outras. O estímulo ao desenvolvimento de diferentes habilidades, especialmente as motoras e lingüísticas, faz com que a relação entre o cuidar e o educar se estabeleça, pois a educação escolar está sendo pensada e planejada adequando-se ao cuidado não apenas físico, mas o cuidado global da criança – o que resulta na qualidade e diversidade do ensino em relação aos diferentes níveis de desenvolvimento cognitivo.

Portanto, o cuidado global da criança deve acontecer na interação de métodos interdisciplinares, através de orientações baseadas nos procedimentos curriculares que estimulem o aluno a se descobrir e desenvolver suas capacidades. Isto pode ser favorecido por meio de estímulos musicais.

------continua em breve------- 

segunda-feira, 24 de junho de 2024

Fogueira de Sao João





Dó, ré, mi, fa, sol e lá

Quem arquitetou os sons dó, ré, mi, fa, sol e lá para as notas musicais foi o monge italiano Guido d’Arezzo (992-1050).                                            Antes de sua invenção, o sistema de notação musical consistia em elementos básicos conhecidos como neumas, que nada mais eram do que marcas junto às palavras que indicavam o tipo de movimento sonoro a ser cantado; os quatro neumas fundamentais eram: punctum, virga, clivis e podactus. Um exemplo da utilização de neumas:

Para nomear as notas, Guido baseou-se em um texto sagrado em latim de um hino a São João Batista:

Ut queant laxis /Resonare fibris/ Mira gestorum/ Famuli tuorum/ Solve polluti/ Labii reatum/Sancte Ioannes

Traduzindo:                                                                                                                                                                                                                                                                                            “Para que teus servos possam ressoar claramente a maravilha dos teus feitos, limpe nossos lábios impuros ó São João.”


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Ao longo dos séculos, o sistema de Guido sofreu várias adaptações, entre elas, a troca do termo ut para do, a adição de uma sétima sílaba, o si, que transformou o sistema hexacordal em heptacordal. Foi ele também que introduziu o tetagrama na pauta musical; a música profana introduziu a outra linha, chegando ao pentagrama que utilizamos hoje.

sábado, 22 de junho de 2024

Lua de hoje

Dia marcado por um interessante fenômeno no céu:


Paralisação lunar, também chamada de lunísticio.

Tal evento ocorre quando a inclinação tanto da Lua quanto da Terra chegam ao máximo. Assim, nosso satélite natural se desloca "mais alto" no espaço e aparece por mais tempo no céu — nascendo no ponto mais a nordeste e se pondo na parte mais a noroeste do horizonte. No entanto, quem observa da superfície terrestre tem a sensação de que o astro fica "parado".

Outro ponto de destaque é que as grandes paralisações lunares acontecem a cada 18 anos e seis meses.







quinta-feira, 20 de junho de 2024

Lixão x aterro sanitário

 LIXÃO

Lixões são locais de descarte irregular do lixo, que não possuem qualquer forma de proteção do solo.

- Descarte ilegal em áreas abertas.

- Sem proteção do solo.

- Contaminação.

- Problemas ambientais e sociais.

ATERRO SANITÁRIO

Aterros sanitários são os locais de descarte correto dos resíduos, onde o solo é impermeabilizado.

- Proteção do solo.

- Chorume: coleta e tratamento.

- Separação e destinação dos materiais.

- Controle de gases (proteção da atmosfera), queima (metano) e biogás(energia).

Política Nacional de Resíduos Sólidos

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.

Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).

Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo.

Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microregional, intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Também coloca o Brasil em patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.

Além disso, os instrumentos da PNRS ajudarão o Brasil a atingir uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que é de alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20% em 2015.

FONTE: https://antigo.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/politica-nacional-de-residuos-solidos.html

TIPOS DE RESÍDUOS

- Origem X Periculosidade

- Reciclável X Não reciclável

-Biodegradável X Não biodegradável

COLETA SELETIVA

É um sistema de recolhimento de resíduos que envolve a classificação prévia dos materiais com base em sua origem e composição. Os resíduos são divididos em dois grupos principais na coleta seletiva: os recicláveis e os orgânicos. A coleta seletiva é um processo importante para a destinação final correta dos materiais dos resíduos.

Como padrão na coleta seletiva existem cores que indicam o tipo de material que pode ser descartado em cada lixeira: vermelho - plástico, verde - vidro, azul - papel, amarelo - metal, preto - madeira, marrom - lixo orgânico, roxo - lixo radioativo, cinza - materiais que não podem ser reciclados.


quarta-feira, 19 de junho de 2024

A versatilidade dos paletes e sua capacidade de serem transformados em móveis personalizados e sustentáveis.

Várias coisas podem ser criados a partir destas estruturas, proporcionando um toque rústico e eco-friendly a qualquer ambiente.

















 

Ônibus transformado em garagem


 

Sistemas agroflorestais e presevação ambiental

 

Nas últimas décadas o mundo vem sofrendo uma crise ambiental crescente. O uso frequente do solo para a produção de alimento, plantações, criação de gado, desmatamento, queimadas e construções desgovernadas geraram problemas gigantescos tanto ambientais como sociais econômicos.

A produção alimentícia na atualidade, na maioria das vezes, não é feita de maneira sustentável, ela acaba destruindo ecossistemas, gerando extinção de espécies, redução de qualidade de água, mudança de temperatura e desestabilização dos solos. Entretanto uma forma mitigatória para equilibrar preservação e produção alimentar são os sistemas agroflorestais.

Os Sistemas Agroflorestais - SAFs podem ser definidos como forma de produção agrícola com o elemento árvore, no qual se faz obrigatória a integração de um componente arbóreo perene ou anual (frutífero ou madeireiro), e podendo ou não haver a presença de animais (RIGHI, 2015). Idealmente, dá-se início a esse sistema a partir de um terreno degradado, dessa maneira, o mesmo pode ser visto como uma estratégia de recuperação de área degradada, juntamente com um meio de produção agrícola rentável. 

De amplo modo, os benefícios ecossistêmicos fornecidos pelos Sistemas Agroflorestais são de grande valor ecológico. E tais benefícios, em sua diversidade de processos ocorrentes dentro do Sistema Agroflorestal fornecem serviços ecossistêmicos que podem melhorar os cenários ambientais. Entretanto como os diversos processos que ocorrem nos Sistemas Agroflorestais fornecem serviços ecossistêmicos que podem melhorar os cenários ambientais? 

O objetivo geral desse trabalho é discorrer sobre a utilização de sistemas agroflorestais, baseado em princípios ecológicos sustentáveis, como estratégia de preservação ambiental. Para tal, os objetivos específicos são 1) estudar os tipos de serviços ecossistêmicos providos pelos Sistemas Agroflorestais; 2) analisar estratégias de preservação por meio dos Sistemas Agroflorestais; 3) avaliar a eficácia dos Sistemas Agroflorestais como plano de recuperação e preservação ambiental.

Este trabalho está dividido em três capítulos, seguindo os objetivos específicos supracitados. De forma que os objetivos específicos foram divididos em três tópicos, para uma produção textual de fácil compreensão, cada um dos capítulos abordará um objetivo e discorrerá sobre o mesmo. O primeiro capítulo aborda alguns benefícios ecossistêmicos fornecidos pelos sistemas agroflorestais, em sequência, no segundo capítulo, foi elaborado uma análise de estratégias para a utilização de agroflorestas, para então trazer, no terceiro capítulo, uma avaliação da eficácia desses sistemas como forma de recuperação ambiental, baseado em trabalhos já realizados.

SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS PROVIDOS PELOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS 

Existem diversos serviços ecossistêmicos diretamente relacionados a um sistema agroflorestal. Esses serviços fornecem benefícios ecossistêmicos globais, por misturar diferentes espécies e utilizar o que é proveniente delas (animal e vegetal). O próprio meio natural através da ciclagem de nutrientes, com a formação de serapilheiras, e melhor aproveitamento da incidência solar consegue se manter, não necessitando de adubos químicos, o que é também um benefício no ponto de vista antrópico.

Os sistemas agroflorestais são ótimos fixadores de carbono, devido a ação das culturas perenes que retiram o carbono da atmosfera para utilizarem como parte de sua composição e manutenção. Além de conterem erosões, por muito causadas pela ação dos pastos, reduzem a perda de solo e nutrientes, que podem resultar em lixiviação e assoreamentos, além que podem servir como abrigo para a fauna.

SEQUESTRO DE CARBONO 

O carbono é um dos principais gases de efeito estufa, sua concentração vem aumentando cada vez mais, sendo geradas por atividades humanas, econômicas e industriais, assim como queimadas e desmatamentos, e com isso causando alterações negativas na biosfera. 

Os Sistemas Agroflorestais - SAFs possuem um grande potencial em equilibrar o objetivo de otimizar a manutenção de estoque de carbono nos solos terrestres ao mesmo tempo que gera renda, uma vez que suas espécies vegetais anuais ou perenes, detém uma enorme capacidade de reter e assimilar CO2. 

Os SAFs servem como mecanismo para retirar CO2 da atmosfera, sendo mais eficazes quanto ao sequestro de carbono do que as florestas nativas, dependendo do seu manejo, pois esse carbono não fica apenas fixado na biomassa, (tronco, folhas e galhos), mas também com o trabalho de podas e produção folhagem no solo e cobertura de morta, dá-se o carbono humificado no solo, conforme essa cobertura morta vai se decompondo. Diante disso, por serem uma espécie de florestas otimizadas, os SAFs tornam-se grandes armazenadores de carbono. 

Como medida mitigatória para o grande acumulo de Gases de Efeito Estufa - GEE na atmosfera, em 1992, durante a Rio 92, foi estabelecido, para todas as Partes da Convenção, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (United Nations Framework Convention on Climate Change - UNFCCC). Essa convenção climática teve como objetivo propor aos países industrializados que estabilizassem as concentrações de dos GEE, de forma que conceda aos ecossistemas um prazo suficiente para que possam se adaptar naturalmente à mudança do clima, assegurando que tanto a produção de alimentos quanto o desenvolvimento econômico não sejam ameaçados, mas que sigam de maneira sustentável.

A conferência das Partes, realizada em Quioto, 1997, estabeleceu a meta de redução de 5,2% abaixo dos níveis observados na época, para gases GEE. Esse acordo ficou conhecido como Protocolo de Quioto, e criou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que pode ser usado como moeda de troca, uma vez que cada tonelada de CO2 que deixar de ser emitido poderá ser negociado, através de Certificados de Emissões Reduzidas (CER), mundialmente, criando assim uma medida compensatória, o chamado comércio de carbono.

NFLUENCIA DOS SAFS NA CONTENÇÃO DE SOLO 

Dentro de um pasto pode ocorrer uma erosão muito grande devido ao pisoteio dos animais, resultar na compactação do solo, ou até a criação de voçorocas. Esse sedimento pode vir a ser lixiviado através da ação da chuva, o que em ambiente florestal leva horas e em pasto é questão de minutos. Esses sedimentos carregados pelas chuvas, acabam parando em corpos d’água podendo levá-lo ao assoreamento agravando problemas para as populações aquáticas habitantes e as terrestres dependentes daquele corpo d’água. 

Havendo um SAF, esse processo de assoreamento pode ser evitado, pois a ação das raízes proporciona uma eficaz retenção e melhor infiltração da água no solo. A copa das árvores, assim como a camada de matéria orgânica no chão (serapilheira) servem como barreiras para a chuva diminuindo a sua intensidade e velocidade de queda, amenizando o impacto da água no chão, evitando que o solo se desprenda e seja carregado. 

De acordo com a legislação ambiental brasileira os safs podem ser utilizados como alternativa para as reservas legais, para a Área obrigatória de proteção e preservação em áreas particulares, aonde o proprietário conseguirá manter a área preservada, conforme a lei, e ainda gerar lucros individuais, o que contribuiu para uma maior proteção para rios e populações ribeirinhas.

TRAMPOLINS ECOLOGICOS 

É imprescindível que toda as matas sejam preservadas, para que se tenha uma manutenção constante de biodiversidade e de serviços ecossistêmicos, entretanto não condiz com a realidade, fazendo-se necessário a implantação de corredores biológicos. Entre os fragmentos de matas existem, em sua maioria, pastos, formando um grande mosaico nas paisagens, destarte se dá a importância da implantação de SAFs, pois podem ser utilizados como trampolins ecológicos. 

Os SAFs possuem grande semelhança com ecossistemas naturais, devido sua enorme geração e acumulo de biodiversidade e biomassa. Por conter uma enorme diversidade de vegetal, esses sistemas acabam atraindo uma grande diversidade de animais. Mediante a isso podem ser utilizados como trampolins ecológicos, funcionando como habitat, ponto de refúgio e alimentação, e facilitando o fluxo gênico de muitas espécies animais e sua dispersão entre fragmentos de mata. Com o tempo esses trampolins ecológicos vão trazendo reestruturação e conservação para fauna e flora, em alguns casos até podem evitar a extinção de uma espécie.

SISTEMAS AGROFLORESTAIS COMO ESTRATÉGIA DE PRESERVAÇÃO 

Os Sistemas Agroflorestais replicam a lógica e o funcionamento e as dinâmicas naturais do ambiente florestal de onde estão inseridos e podem ser implantados em praticamente todo ecossistema, partindo do princípio de que, exceto pelos picos das montanhas, os grandes desertos e os polos, a expressão máxima de todo ambiente, considerando o fator limitante: tempo, é florestal. Esses sistemas contribuem diretamente de forma muito eficiente na preservação e conservação de áreas que necessitam recuperação, por serem diversos e multiestratificados.

Esses sistemas são ricos em biodiversidade, por outro lado, nem todo sistema agroflorestal é orgânico. Alguns produtores que fazem o uso de sistema agroflorestais acabam utilizando de alguns defensivos químicos. Nem sempre compensa o uso de insumos orgânicos dependendo de sua origem, pois todo o esforço para obtê-lo acaba desqualificando-o como “limpo”, dessa forma, a utilização de alguns compostos químicos, controladamente, acaba se tornando mais baratos e acessíveis, e por mais que sejam químicos, o esforço pelo sistema agroflorestal acaba compensando, criando certo equilíbrio. 

Para que se alie a preservação ambiental com a produção rentável é necessária uma mudança de visão, pois há uma barreira cultural na qual o produtor possui uma enorme dificuldade em ter mais de um foco em seu sistema produtivo, por estar preso nessa mentalidade de especialização. Existe também uma grande resistência dos produtores em virtude da facilidade de manejo das monoculturas devido a demanda de maquinários. É diante disto, que esta mudança precisa ser conjunta, onde a academia da inovação, agroprodutores, a indústria e produtores de maquinas comecem a trabalhar com o mesmo foco de mudar essa sistemática produtiva.

Tem-se como conceito de área de proteção permanente - APP previsto em lei: 

Áreas protegidas, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas (BRASIL, 1965, online). 

Diante disto é necessário caminhar para criar uma estratégia que consiga manter a preservação da área conciliada com agro atividades que gerem renda aos produtores. 

Os SAFs devido a seus benefícios ecossistêmicos promovidos por sua biodiversidade são grandes preservadores ambientais utilizados como estratégia de reserva legal para produtores rurais. Tem-se como principal dificuldade de preservação das reservas legais a percepção dos produtores de que tais áreas são perdas produtivas. Destarte, devido sistema estimula a preservação ambiental por parte de tais produtores ao garantir que os mesmos não tenham perda de lucratividade com suas respectivas áreas de reserva legal.

À vista disso, os SAFs representam um modelo eficaz de utilização de terra, contribuindo com a recuperação e preservação de ecossistemas pois aliam recuperação de áreas degradadas com produção de alimentos e bens de consumo.

RECUPERAÇÃO AMBIENTAL POR MEIO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS 

Devido ao crescimento socioeconômico da população humana a demanda de áreas para urbanização, agricultura e pecuária vem aumentando exponencialmente. O resultado disso é a fragmentação florestal, onde se tem a retirada da vegetação para plantio e pastagem. Esse processo é cíclico onde a medida em que essas áreas perdem sua fertilidade, em razão da intensidade do uso das mesmas, ocasiona-se a exploração de novas áreas. 

De acordo com o ministério do meio ambiente, a recuperação de uma área degradada é o processo de manejo de ecossistema, para a intervenção no restabelecimento de um ambiente que foi destruído ou danificado, corrigindo ou adicionando no local novas espécies vegetais, de forma que o ecossistema consiga manter recursos suficientes para seu desenvolvimento sem mais auxílios, e assim, sendo considerado restaurado.

Segundo Maschio, os sistemas agroflorestais podem ser sucessionais ou temporais, na qual um conduz a regeneração natural, fazendo a seleção de espécies de que se tem preferência para a condução de seu crescimento e o outro irá trabalhar a sucessão natural como princípio, utilizando os tempos para entrada e saída de espécies. Esses sistemas podem ser eficientes maneiras de conciliar produção alimentar, recuperação de ambientes degradados e enriquecimento de fragmentos florestais. 

É ideal que a implantação de um sistema agroflorestal seja feita em ambiente degradado, uma vez que é inviável que se desmate uma área para se iniciar um SAF, dessa forma, esse tipo de sistema pode ser aplicado eficazmente em diversas formas de recuperação de áreas degradadas. O novo código florestal permite, desde que mantenham as funções ecológicas básicas e não alterando as características e cobertura vegetal da área, utilizar sistemas agroflorestais como alternativa viável para reserva legal, em propriedades familiares, assim como também um meio de recuperação ambiental. 

Estudos desenvolvidos em diferentes regiões no país mostram que os SAFs têm muito a contribuir como estratégia de manejo para a restauração de áreas degradadas. Os resultados obtidos indicam que esses sistemas podem facilitar o recrutamento de novas espécies vegetais, contribuindo para o impulsionamento da sucessão natural. Esses sistemas atuam diretamente na melhoria do solo, pois proporcionam boas condições físico-químicas para o solo, através das ciclagens de nutrientes e da formação de serapilheiras. De modo mais amplo, os SAFs podem ser trabalhados de diversas formas para recuperação, variando adequadamente de acordo com o tipo de degradação encontrada no local.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Ao longo da realização deste trabalho foi possível perceber que o tema Sistemas Agroflorestais dispõe de uma vasta bibliografia, dessa forma não houve grande dificuldade para a realização do mesmo. Entretanto a maioria dos trabalhos disponíveis tratam de experiências práticas e projetos aplicados, focando pouco em base teórica voltada para conceitos. 

Ao analisar os benefícios providos pelos SAFs tem-se a comprovação de sua eficácia por meio de projetos que obtiveram êxito por meio da retirada de carbono da atmosfera e melhoria no solo, promovendo, assim, a ciclagem de nutrientes. Funcionam, ainda, como trampolim ecológico auxiliando o fluxo gênico de diversas espécies. Por esses motivos os SAFs têm capacidade de moldar positivamente os cenários ambientais, quando utilizados para recuperar e preservar ecossistemas.

Como forma de recuperação e preservação os SAFs têm se mostrado uma estratégia eficaz e bastante visionária, pois é capaz de conciliar a rentabilidade lucrativa dos produtores familiares e a estabilidade ecológica local, entretanto não muito difundida socialmente devido à sua falta de credibilidade. Dessa forma, nota-se a necessidade de uma reforma sociocultural na qual esse sistema seja adotado como fonte primária de agrossistema. É esperado que este trabalho motive novas pesquisas voltadas para a área de sistemas agroflorestais, chamando mais atenção para esses sistemas de modo que cheguem a ser adotados, se não por todos, pela grande maioria dos produtores no País.