Desde que tive contato com o cinema iraniano, me apaixonei. Não são chatos , apenas longos e intensos de assistir, porque falam sobre a vida, nos levando a uma reflexão em questões sobre a nossa existência a partir de situações simples. E na conjuntura mundial atual, diante da efervecência da Primavera Árabe, que está promovendo uma transformação no Oriente Médio, é importante olhar para o cinema iraniano, pois ele revela as angústias de um povo que está se rebelando contra as estruturas e suas formas de governo. O modo de filmar escolhido pela maioria dos cineastas, que borram a fronteira entre etnografia e ficção, é uma opção e é um tema que vem sendo muito explorado pela antropologia pós-moderna.
O filme Filhos do Paraíso (Children of heaven/ Bacheha-Ye Aseman), é uma produção iraniana, com direção e roteiro de Majid Majidi 1997).
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- Retrata o amor, a ternura, a solidariedade, a bondade e a fé de um povo lindo e sofrido, mas cheios de esperança.
- Um filme que deveria ser passado nos colégios.
- Também deveria ser visto por pais e filhos. Para perceberem quais são os verdadeiros valores.
- A cena com torrões de açúcar, alguns políticos também poderiam ver essa parte, pelo menos.
- Um filme inesquecível, que você não pode deixar de ver e rever.
Um menino humilde de 9 anos leva os sapatos de sua irmã para o reparo, mas os perde. Por não terem recursos para comprar outro par, decidem esconder dos pais e professores, revezando o sapato do menino, até que surge uma competição de corrida na mesma escola, onde o terceiro prêmio é um par de tênis. O garoto treina e, para a sua decepção acaba tirando o primeiro lugar. Singelo e comovente, um dos primeiros filmes iranianos a conquistar o mundo, sendo indicado ao Oscar (concorreu na categoria de melhor filme estrangeiro, ao lado do vencedor "A vida é bela" e "Central do Brasil").
A emocionante corrida
Aplausos também ao diretor, mais um a mostrar que uma bela história, não precisa ter grandes efeitos especiais.
A cor do Paraíso
Também produzido por Majid Majidi, esse filme transcendeu qualquer expectativa. É antes de tudo uma história do melhor dos sentimentos do homem "o amor". Amor pela vida, pela natureza, pela família, pelo conhecimento, ... Um enredo excepcional, um filme simples, mas que alcança a alma!
O filme narra a comovente história de um garoto deficiente visual, orfão de mãe, e com um pai muito rude. Mas, é um garoto muito vivo, que tem uma enorme sensibilidade , um jeito simples de "ver" a vida, o sentido e o tato das coisas, a linguagem dos sons, e tem uma avó também muito comovente. O filme não precisa de muitas palavras.
As reflexões do garoto, são de uma delicadeza incrível, ele fala sobre coisas que se pode sentir na alma, mesmo que não a vejamos, e se reporta à fé e em Allah.
Seu jeito simples de "ver" o mundo é uma lição de vida para todos nós.
O final é sensacional!