POR RENATA BRAVO - PESQUISAS, TECNOLOGIA ASSISTIVA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESDE 2013

Acontecimento que originou o blog Brincadeira Sustentável por Renata Bravo
EMAIL: RENATARJBRAVO@GMAIL.COM

Dilemas da Sustentabilidade frente ao consumismo

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Barreira inversa

Ainda nos anos 90, Zetti foi o precursor da barreira inversa. Ela nada mais é que a barreira formada a partir do poste inverso ao que está mais próximo da bola. Esta técnica ainda é pouco utilizada pelos goleiros, apesar de confundir bastante os atacantes.

Como o goleiro se coloca na bissetriz do ângulo, ele fica na posição mais correta para defender o chute. Assim, ele diminui o ângulo do batedor ao ficar na bissetriz e ao colocar a barreira ao seu lado para ajudá-lo. Experimente comparar a barreira inversa com a normal e veja que de um lado, a barreira normal cobre um pouco do gol e de outro a inversa, com o mesmo número de jogadores fecha muito mais o ângulo.

Apesar disso, é importante o goleiro se posicionar bem ao armar a barreira inversa. Ontem, Castillo do Uruguai usou esta técnica, mas ficou muito para o meio do gol e acabou levando o gol do seu lado. É muito importante, quando se armar essa barreira, ficar sempre na bissetriz do ângulo e não no meio do gol.

Acompanhe no desenho abaixo como armar a barreira inversa e sua comparação com a barreira normal.

A linha vermelha representa a bissetriz onde o goleiro deve se posicionar para minimizar o ângulo do atacante. As linhas amarelas representam o ângulo do batedor. A linha azul refere-se à visão do goleiro no momento da batida. Repare que na barreira inversa o goleiro está enxergando a bola, posicionado na bissetriz e colocando 1 homem e meio cobrindo o ângulo direito do batedor. Vale lembrar que sempre é necessário colocar 1 homem além da linha amarela devido ao efeito que o batedor possa imprimir no chute.

                                           

Já na barreira normal, o goleiro tem de se posicionar muito longe da bissetriz, deixando um ângulo completamente aberto. Além disso, para ver a bola, repare que ele tem de se posicionar quase no limite do ângulo direito do batedor. A barreira também conta com apenas um homem inteiro excedendo o ângulo esquerdo do batedor. Não há a mesma segurança que na barreira inversa.

Portanto, insisto que esta técnica deva ser treinada com teu time. Experimente usá-la em um treino para ver se te acostumas e depois tente usá-la em uma partida. Eu estou usando e até agora não levei gol.



Transferidor

O transferidor é usado para medir ou desenhar ângulos. É geralmente feito de plástico, madeira ou metal. A sua origem remonta aos Árabes quando estes dividiram um ângulo recto em 180 partes. Mais tarde outros seguiriam este exemplo e, consequentemente, seria criado o transferidor.

O transferidor semicircular ou circular é comummente usado em Matemática. O transferidor semicircular é um semi-círculo que mede de 0 a 180 graus. Quando não existiam ferramentas de medição electrónica ou logicial de desenho de computador, a régua, a régua triangular e compasso, além do transferidor, eram os instrumentos necessários para medir e desenhar.

Medição de Ângulos

Coloque o transferidor sobre o ângulo. Alinhe o vértice do ângulo com a origem (ponto central) do transferidor. Gire o transferidor para que um dos lados do ângulo caia na linha de base (linha que se projecta para o início da escala) do transferidor. Siga o lado oposto do ângulo até às medidas no arco do transferidor. O número que esse lado passa é a medida do ângulo em graus.

Desenho de Ângulos

Desenhe uma linha recta. Coloque a origem do transferidor em uma extremidade da linha. Este ponto será o vértice do ângulo. Alinhe a linha com a linha de base do transferidor. Encontre o grau do ângulo que você deseja desenhar na escala apropriada do transferidor e, em seguida, marque o grau com um ponto. Conecte o vértice com o grau marcado usando uma régua. Esta segunda linha completa seu ângulo.

Sugestão de atividade lúdica
Sabemos que cada ângulo interno de um hexágono regular mede 120°. A cadeira exposta na galeria de exposições tem o mesmo ângulo de 120°.

Saiba que?
Se você cortar um bolo circular três vezes em seis partes iguais, cada fatia terá um ângulo de 60°. Se você compartilhar todas as seis fatias entre três crianças, cada um terá duas fatias. Estas duas fatias juntas equivalem a 120° do bolo.



quinta-feira, 1 de maio de 2025

Transforme um Caixote em uma Horta Incrível com Esse Adubo Caseiro Poderoso


Ingredientes:

Casca de ovos triturada (rica em cálcio)

Borra de café usada (rica em nitrogênio)

Cascas de frutas e verduras (banana, maçã, cenoura, etc.)

Restos de legumes cozidos (sem óleo ou tempero)

1 litro de água

Um pouco de terra comum

Materiais:

Um balde ou pote com tampa

Colher ou pá pequena

Liquidificador (opcional, para acelerar)

Modo de Preparo:

1. Triture os Materiais Secos: 01 -> Quebre as cascas de ovos até ficarem bem pequenas.

02 -> Deixe a borra de café secar um pouco para evitar mofo.

03 -> Pique as cascas de frutas e verduras em pedaços pequenos.

2. Misture Tudo: 04 -> Em um balde, coloque:

1 xícara de casca de ovo triturada

1 xícara de borra de café

2 xícaras de cascas de frutas/verduras picadas

2 xícaras de terra comum

3. Umedeça: 05 -> Adicione meio litro de água para umedecer bem a mistura.

06 -> Misture tudo com uma colher ou pá.

4. Deixe Fermentar: 07 -> Tampe o balde e deixe repousar por 3 a 5 dias em local fresco e sombreado.

08 -> Mexa a mistura uma vez ao dia.

5. Pronto para Usar: 09 -> Depois da fermentação, seu adubo estará cheiroso (como terra úmida) e nutritivo.

10 -> Use uma camada fina na superfície da terra dos caixotes ou misture com a terra nova antes de plantar.

Dicas Extras:

Evite colocar restos de carne, gordura ou alimentos temperados!

Repita a adubação a cada 20 dias para manter a horta sempre forte.

Pode usar também nas plantas que já estão crescendo (é só espalhar e regar depois).

Agora é só cuidar da sua horta e ver suas plantas crescerem saudáveis e felizes! 



A trigonometria pode ser explorada de forma prática e criativa utilizando materiais reciclados, como garrafas PET, papelão, e outros materiais reutilizáveis, para construir modelos de ângulos, triângulos, e relações trigonométricas.

Este método pode tornar o aprendizado mais envolvente e demonstrar a aplicação da trigonometria em situações do cotidiano.

Como aplicar a trigonometria com materiais reciclados:
1. Modelos de ângulos:
Garrafas PET podem ser usadas para criar modelos de diferentes ângulos, como ângulos retos, agudos, obtusos, e retos.
2. Construção de triângulos:
Papelão pode ser usado para construir triângulos, permitindo a identificação de lados e ângulos, e a aplicação de razões trigonométricas como seno, cosseno e tangente.
3. Cálculo de distâncias e alturas:
Utilize materiais como barbante ou fita métrica para medir distâncias e alturas, e então utilize a trigonometria para calcular ângulos e relações entre lados de triângulos, como na resolução de problemas de engenharia e topografia.
4. Círculo trigonométrico:
Uma prancha de MDF ou papelão pode ser usada para desenhar um círculo trigonométrico, e objetos como tampas de garrafa ou pedaços de cartão podem ser usados para marcar pontos e representar ângulos.

Benefícios de utilizar materiais reciclados na trigonometria:

Aprendizagem prática:

A manipulação de materiais concretos facilita a compreensão dos conceitos teóricos, tornando o aprendizado mais intuitivo e menos abstrato.

Desenvolvimento de habilidades:

O uso de materiais reciclados incentiva a criatividade, a resolução de problemas e a habilidade de construir e manipular objetos.

Promoção da sustentabilidade:

A utilização de materiais reciclados promove a conscientização sobre a importância da reutilização e do descarte correto de resíduos.

Engajamento do aluno:

A abordagem prática e criativa torna o aprendizado mais interessante e envolvente, aumentando o interesse do aluno pela matéria.

Exemplos de atividades:

Construção de uma réplica de um monumento usando ângulos e medidas trigonométricas:

Os alunos podem utilizar materiais reciclados para criar um modelo de um monumento famoso, como a Estátua da Liberdade, e aplicar a trigonometria para calcular os ângulos e medidas necessárias.

Cálculo da altura de uma árvore utilizando a trigonometria e materiais reciclados:

Os alunos podem medir o ângulo de elevação do topo da árvore e a distância do observador até a base da árvore, e então utilizar a trigonometria para calcular a altura da árvore.

Construção de um jogo de tabuleiro com problemas de trigonometria:

Os alunos podem criar um jogo de tabuleiro onde as questões são relacionadas à trigonometria, e os jogadores podem utilizar materiais reciclados para resolver os problemas e progredir no jogo.




Última casa (uma variante do Nim)

Consiste em um tabuleiro composto por dezesseis casas e botões de duas cores diferentes. São necessários dois participantes que se alternam colocando um, dois ou três botões na bandeja. O raciocínio lógico do jogador é estimulado a medida em que ele busca uma maneira de fazer com que o colega coloque a última peça tornando, assim, o perdedor. Este jogo requer um estudo da estratégia para saber qual a melhor jogada a fim de obter a vitória.


O jogo Nim, também conhecido como jogo de palitos, é uma ferramenta matemática lúdica que pode ser usada para ensinar conceitos matemáticos, como lógica, operações aritméticas e estratégias de jogo. Ele envolve a remoção de objetos de montes, e a estratégia vencedora baseia-se na compreensão do sistema binário e na capacidade de calcular a quantidade de objetos que podem ser removidos para garantir a vitória.

Como o Nim relaciona-se com a matemática:

Lógica e estratégia:

O Nim exige que os jogadores analisem a situação atual do jogo, previnam as possíveis jogadas do adversário e planejem suas próprias jogadas para alcançar a vitória.

Operações aritméticas:

A contagem das peças e a identificação da quantidade que deve ser removida para garantir a vitória envolvem operações de adição e subtração.

Sistema binário:

A estratégia vencedora no Nim é baseada no sistema binário, que utiliza apenas os números 0 e 1. Ao representar o número de peças em cada monte como um número binário, é possível determinar a jogada ideal para deixar o adversário em uma situação perdedora.

Raciocínio matemático:

O jogo estimula o desenvolvimento do raciocínio lógico e do pensamento estratégico, habilidades importantes na aprendizagem da matemática.

Exemplo de como a estratégia binária funciona:

Considere um jogo de Nim com três montes de peças, contendo 5, 6 e 7 peças, respectivamente. Para determinar a jogada ideal, podemos converter esses números para o sistema binário: 5 = 101 (binário), 6 = 110 (binário), 7 = 111 (binário).
Para garantir a vitória, o jogador deve deixar os montes em uma situação onde a soma dos valores binários seja zero. Nesse caso, a soma dos valores binários é 101 + 110 + 111 = 1001. Para deixar a soma em zero, o jogador deve remover 1 peça do monte com 7 peças (que no binário é 111).
Ao remover essa peça, o monte fica com 6 peças (110 em binário), e a soma dos valores binários torna-se 101 + 110 + 110 = 000. Assim, o jogador que remover a peça garantirá a vitória.

O Nim como ferramenta pedagógica:
O Nim é um jogo versátil que pode ser utilizado em diferentes contextos pedagógicos:

Ensino de operações básicas:

O jogo pode ser usado para ensinar operações de adição e subtração, especialmente no contexto de contagem de peças.

Introdução ao sistema binário:

O Nim pode ser usado como uma forma lúdica de introduzir o sistema binário, que é fundamental na informática e em diversas áreas da matemática.

Desenvolvimento do raciocínio lógico:

O jogo estimula o desenvolvimento do raciocínio lógico, da capacidade de análise e da tomada de decisões estratégicas, habilidades importantes em diversas áreas do conhecimento.

Aprendizagem por meio da prática:

O Nim permite que os alunos aprendam de forma prática, explorando a lógica e a estratégia do jogo e identificando padrões que os levam à vitória.

Operações de polinômios com materiais concretos

Reconhecendo potencialidades e limitações do uso de um material concreto acessível para o ensino de operações com polinômios em uma turma regular com estudantes cegos inseridos.

Para introduzir a temática apresentam-se considerações sobre a inclusão na legislação; a linguagem dos deficientes visuais; o papel do professor em relação ao ensino destes estudantes; o uso de materiais manipuláveis e concepções de álgebra e educação algébrica.

Metodologicamente, a pesquisa se concretiza com a elaboração de um material acessível aos alunos cegos para o ensino de operações com polinômios.

Como potencialidades observa-se que o uso do material possibilita a inclusão do estudante com deficiência visual além de motivar e propiciar a aprendizagem sobre a representação e a operação com polinômios para todos os estudantes da turma.

Destaca-se como limitações a necessidade de montar o material, o que pode ser feito por professores e estudantes; e o erro conceitual matemático em relação à representação possível de monômios dadas as características do material utilizado.

Sobre a legislação e inclusão de pessoas com deficiência

No Brasil, é com a Constituição Federal que a Educação Inclusiva ganha destaque, incorporando em seu artigo 208, o dever do estado ao atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1988).

Porém, o papel da escola vai muito além de simplesmente colocar um aluno em sala de aula. Para Mantoan[1] “Não adianta, contudo, admitir o acesso de todos às escolas, sem garantir o prosseguimento da escolaridade até o nível que cada aluno for capaz de atingir. Ao contrário do que alguns ainda pensam, não há inclusão, quando a inserção de um aluno é condicionada à matrícula em uma escola ou classe especial”. (MANTOAN, 2003 apud REIS, 2010, p.50).

A partir da década de 90, percebeu-se grande empenho em inserir os estudantes com deficiência na rede regular de ensino. Entende-se que não é o estudante com deficiência que deve se adequar ao sistema de ensino, mas sim, o sistema de ensino é que deve se adequar às necessidades dos estudantes, surgindo assim, a concepção de inclusão onde não basta apenas inserir a criança no meio escolar, mas também integrá-la, aceitando e valorizando suas diferenças (REIS, 2010).

Em 1998 foi redigido o documento Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares (PCN-AC), onde são propostas adequações curriculares como: alterações nos objetivos, no tratamento e desenvolvimento de conteúdos, no processo avaliativo e no tempo e organização dispensada aos conteúdos, cuja finalidade é subsidiar a prática docente e auxiliar na aprendizagem dos estudantes. O documento ressalta ainda que “O acesso à escola extrapola o ato da matrícula e implica apropriação do saber e das oportunidades educacionais oferecidas à totalidade dos alunos com vistas a atingir as finalidades da educação, a despeito da diversidade na população escolar” (BRASIL, 1998, p.15).

As adaptações propostas no documento levam em consideração as qualidades, capacidades e potenciais da criança, e não se baseiam mais, como até então ocorria, em suas limitações e deficiências. Além disso se caracterizam como medidas pedagógicas a serem adotadas na sala de aula e não só para um aluno individualmente (BRASIL, 1998).

Para Vygotsky os indivíduos cegos possuem desenvolvimento cognitivo normal, e a falta de experiências visuais pode ser suprida com o uso de representações concretas. Vygotsky (1997) ressalta ainda que, não se pode tratar a cegueira apenas como uma deficiência, mas, em certo ponto, como uma Fonte de manifestação de suas capacidades. Sendo assim, faz-se tarefa do professor, buscar estímulos e instrumentos adequados, a fim de que os estudantes possam ter acesso ao conhecimento a partir de intervenções e interações.

Entende-se que a escola inclusiva é aquela em que todos estão em sala de aula regular, recebendo oportunidades e apoio necessários, e deve-se levar em consideração a diversidade no sentido de que também uma criança sem qualquer deficiência se difere das demais. Deste modo, a escola inclusiva vê cada educando como um ser único, dando meios para que o mesmo desenvolva suas potencialidades individuais. Não há em nossa sociedade um estudante padrão (REIS, 2010), logo, não pode existir um professor padrão, uma sala de aula padrão, um sistema de ensino padrão, assim, as aulas deverão ser únicas, para educandos únicos.

Sobre o uso de materiais manipuláveis para o ensino de matemática

Uma das possibilidades de aproximar o estudante vidente e cego do conhecimento matemático se dá pela utilização de materiais manipuláveis. Lorenzato (2006) refere-se a estes materiais como sendo aqueles em que o estudante pode: tocar, sentir e manejar, classificando-os em dinâmicos e estáticos. Os dinâmicos são aqueles em que há transformação, como por exemplo, a utilização de palitos de churrasco interligados com garrotes, que permitem a construção de várias formas geométricas, ou ainda, o Multiplano, que possibilita ao estudante realizar várias construções e transformações a partir de pinos e elásticos, já os materiais estáticos são aqueles cuja estrutura não pode ser modificada pelo estudante, sendo, por exemplo, jogos, sólidos geométricos, escala cuisenaire e blocos lógicos.

Apesar de existirem no mercado, muitos materiais manipuláveis comercializáveis para a utilização em aula, nem sempre estes estão em formato acessível a alunos cegos, sendo necessário que o professor realize uma adaptação do material. Batista, Miranda e Mocrosky (2016) reforçam a necessidade de utilização destes materiais ao afirmar que,

Na escola, a vida acadêmica passa pela organização disciplinar dos conteúdos a serem estudados e as disciplinas apresentadas em sala de aula utilizam muito a visualização de números, gráficos, letras, símbolos e imagens. Assim, alunos com cegueira ou baixa visão necessitam de reorganização na estrutura escolar, com recursos didáticos, tecnológicos e com o auxílio de materiais voltados para ajudar na compreensão do conteúdo, além de contar com educadores que saibam utilizar tais recursos e que entendam as dificuldades enfrentadas pelos deficientes visuais. (BATISTA, MIRANDA, MOCROSKY, 2016, p.116).

O processo de adaptação de materiais para o ensino de matemática a deficientes visuais pode ser realizado de maneira simples, sem a necessidade de grandes ideias que dispensem alto valor financeiro. É necessário utilizar materiais que possam ser tocados, sentidos ou ouvidos, a fim de aguçar os outros sentidos (BATISTA, MIRANDA E MOCROSKY, 2016), como reforçam Sá, Campos e Silva (2007)

[...] algumas atividades predominantemente visuais devem ser adaptadas com antecedência e outras durante sua execução por meio de descrição, informação tátil, auditiva, olfativa e qualquer outra referência que favoreça a compreensão do ambiente [...] os esquemas, símbolos e diagramas presentes devem ser descritos oralmente. Os desenhos, gráficos e ilustrações devem ser adaptados e representados em relevo. (SÁ; CAMPOS; SILVA, p. 25, 2007).

Nesse sentido, a criatividade do professor é fundamental no sentido de usar os recursos disponíveis adaptando-os conforme o objetivo da aula. É importante que os materiais criados tenham tamanhos e texturas diferenciados para facilitar a percepção tátil do estudante

O relevo deve ser facilmente percebido pelo tato e, sempre que possível, constituir-se de diferentes texturas para melhor destacar as partes componentes do todo. Contrastes do tipo liso/áspero, fino/espesso, permitem distinções adequadas. O material não deve provocar rejeição ao manuseio e ser resistente que não se estrague com facilidade e resida à exploração tátil e ao manuseio constante. (SÁ; CAMPOS; SILVA, p. 27, 2007).

Para Sá, Campos e Silva (2007), o ato de se utilizar recursos metodológicos que contemplem a deficiência visual, implica em melhor rendimento do estudante, que demonstra maior compreensão dos conceitos a partir da sensação tátil. Quando o professor cria recursos que auxiliem no aprendizado de estudantes com necessidades educacionais especiais, acaba também por beneficiar o ensino dos demais, facilitando a compreensão de todos (SÁ, CAMPOS, SILVA, 2007).

É importante ressaltar que o professor pode incentivar a participação dos estudantes na confecção de materiais, usando este momento para também ensinar conceitos matemáticos. Além disso, os materiais manipuláveis não podem ser restritos aos estudantes cegos, pois auxiliam também no ensino aos demais, e ao compartilharem a mesma metodologia e material de ensino, toda a classe é beneficiada e cria-se um ambiente mais inclusivo.

Uma possibilidade para o ensino de polinômios

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná (DCE) (PARANÁ, 2008), a matemática não se restringe apenas à contagem e aplicação prática, mas se desenvolve através do pensamento abstrato, avançando em relação ao controle de quantidades e superando a operacionalização aritmética, de modo a surgir um novo ramo dentro da ciência matemática, denominado por álgebra: “A álgebra é um campo do conhecimento matemático que se formou sob contribuições de diversas culturas. Pode-se mencionar a álgebra egípcia, babilônica, grega, chinesa, hindu, arábica e da cultura europeia renascentista. Cada uma evidenciou elementos característicos que expressam o pensamento algébrico de cada cultura” (PARANÁ, 2008, p.51).

Educadores matemáticos e psicólogos, afirmam que o desenvolvimento do pensamento e da linguagem algébrica contribui na formação das funções psicológicas mais desenvolvidas do ser humano (SOUSA, PANOSSIAN, CEDRO, 2014). Mas afinal, o que é a álgebra? Este é um questionamento para o qual existem várias respostas, podendo ser uma ferramenta, uma linguagem, um modo de pensar, entre outras.

Sendo um tema que divide opiniões, Usiskin (1995) destaca quatro concepções sobre a álgebra de acordo com o significado que se dá às variáveis, são elas:


· Álgebra como aritmética generalizada, onde as letras são vistas como generalizações de padrões e modelos;

· Álgebra como estudo dos métodos para resolver certos problemas concretos (por exemplo, equações), onde as letras são consideradas como incógnitas a serem determinadas;

· Álgebra como estudo de relações entre grandezas (por exemplo, funções), onde as letras são vistas como variáveis dependentes e independentes;

· Álgebra como estrutura, onde as letras, vistas como símbolos abstratos, representam entes pertencentes às estruturas algébricas, por exemplo, corpos, anéis, grupos, etc.

Apesar das diferentes classificações e concepções em torno da álgebra, adota-se nesta pesquisa a concepção da educação algébrica, denominada, segundo Lins e Gimenez (1997) como concepção letrista facilitadora, na qual a utilização de material manipulativo e situações concretas têm como função auxiliar na formalização de estruturas.

O motivo desta escolha se deve ao fato de que se trata de um trabalho com estudantes deficientes visuais e, portanto, têm o tato (entre outros sentidos), como porta de entrada para novos aprendizados, além de considerar que os materiais concretos auxiliam, não apenas o aprendizado de estudantes com deficiência visual, como também o de videntes (LORENZATO, 2006).

A confecção do material utilizado na situação de ensino proposta foi pautada sob a perspectiva do Desenho Universal, que considera que o material deve ser pensado e construído de modo a contemplar todos os tipos de pessoas, com algum tipo de deficiência ou não, sem que haja a necessidade de adaptações.

A expressão Universal Design (Desenho Universal) foi usada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 1985, pelo arquiteto Ron Mace, que influenciou a mudança de paradigma no desenvolvimento de projetos urbanos, de arquitetura e design, inclusive de produtos. [...] o Desenho Universal aplicado a um projeto consiste na criação de ambientes e produtos que possam ser usados por todas as pessoas, na sua máxima extensão possíveis. (SÃO PAULO, 2010, p.14).

A proposta de ensino usada nesta pesquisa foi baseada na monografia intitulada “Estudo Básico de Polinômios na Educação de Cegos” (DIAS, SOUZA, 2007), porém com diversas adaptações, tanto na confecção do material quanto no desenvolvimento metodológico.



Representação geométrica do polinômio x2 + x + 1 utilizando o multiplano


Uma alternativa que parece mais aceitável, de acordo com os conceitos algébricos e geométricos de polinômios, é a utilização do Multiplano, pois a partir deste se consegue chegar o mais próximo possível da representação geométrica de um polinômio, como pode ser observado acima.

Com o Multiplano, é possível minimizar o problema referente às dimensões já discutidas anteriormente, além da possibilidade de variação das medidas, tornando o significado de grandezas variáveis de x e y mais fidedigno a tal conceito. Entretanto, o motivo pelo qual não foi utilizado o Multiplano durante a situação de ensino, se deve ao fato de que atualmente poucas escolas possuem este material em seu acervo, as que o possuem, apresentam pouca quantidade do mesmo, não sendo possível a utilização por todos os estudantes.

Dentre os principais erros cometidos está a má compreensão da regra de sinais, na subtração de polinômios, e/ou confusão no momento da representação solicitada.

Quebra-cabeça torre de hanói

Para conseguir a atenção dos alunos vemos que muitas vezes é necessário esquecer a postura tradicional na qual, em determinado momento o conteúdo apresentado no quadro para em seguida serem sedimentados por meios de exercícios.

Transformar as aulas de Matemática em momentos estimulantes onde alunos e professores possam interagir num ambiente propicio à discursões que facilite na tomada de decisões e resoluções em diversas situações-problema, exigem um conhecimento das condições socioculturais, as expectativas e o nível de conhecimento dos alunos. Faz-se necessásrio mostrar os conteúdos com aplicações em seu cotidiano, abrindo espaço para que a classe traga as suas experienências e apartir delas fazer uma contextualização dos conteudos a serem apresentados.

---

Torre de Hanói é um jogo de matemática inventado pelo matemático francês Edouard Lucas, em 1883. Diz-se ter sido inspirado por uma lenda relacionada com o Templo Kashi Vishwanath, situado no centro do Universo. Segundo a lenda, havia três colunas de madeira no templo indiano. No cimo de uma das colunas, estavam empilhados 64 discos de ouro, de acordo com o seu tamanho, do mais pequeno no topo ao maior na base. Sacerdotes brâmanes, seguindo uma antiga profecia, tinham de mover estes discos de acordo com as instruções precisas de Brahma. Apenas um disco podia ser movido de cada vez, e nenhum disco maior podia ser colocado por cima de um disco menor. Se todos os passos executados fossem os correctos, os sacerdotes completariam a sua missão movendo os discos 264 -1 vezes.

Jogo Interativo
Experimente o jogo de simulação da Torre de Hanói. Enquanto joga, lembre-se de seguir as regras: os discos menores devem ser colocados em cima dos discos maiores e apenas um disco pode ser movido de cada vez.

Sabia que?
Se os sacerdotes fossem capazes de mover os discos ao ritmo de um por segundo, eles precisariam de 584.9 mil milhões de anos para mover o total de 64 discos. Todavia, o nosso universo tem apenas 13.8 biliões de anos.

Material:

Isopor, aquele do eletrodoméstico;
Estilete;
Tinta guache e pincel;
Palitos de churrasco.

Modo de Fazer: Geoplano com tampinhas e Torre de Hanoi com sucatas


Primeiro passo:

Faça uma base com o isopor.Depois faça quadrados de tamanhos diferentes com isopor.Pinte a base e os quadrados com cores diferentes.

Como Fazer: Geoplano com tampinhas e Torre de Hanoi com sucatas


Segundo passo:

Meça com o quadrado maior os locais onde irá firmar os palitos para formar três torres - importante: lixe a ponta dos palitos.

Como Fazer: Geoplano com tampinhas e Torre de Hanoi com sucatas


A torre de Hanói é um jogo de estratégia que consiste em passar as peças da torre 1 até a 3 com a menor quantidade de movimentos.Detalhe: durante os movimentos a peça maior não pode ficar sobre uma peça menor.

Começando com quantidades menores de peças (1,2,3 por exemplo) e montando tabelas , chega-se a uma função que relaciona os movimentos com a quantidade de peças.


A Torre de Hanói é um quebra-cabeça que consiste em transferir uma pilha de discos de um pino para outro, seguindo regras específicas. O objetivo é mover todos os discos para um pino diferente, usando um pino auxiliar, sem que um disco maior seja colocado sobre um menor.

Origem e Lenda:

O jogo foi inventado em 1883 pelo matemático francês Edouard Lucas.
A lenda original associa o jogo a uma torre de ouro com 64 discos, que os monges de um templo em Benares teriam que transferir para outro pino, levando o mundo ao fim.

Regras do Jogo:

Movimento de um disco de cada vez: Só pode ser movido um disco por vez.
Sem discos maiores em cima de menores: Um disco maior nunca pode ser colocado sobre um disco menor.
Uso de três pinos: O jogo envolve três pinos, sendo que os discos são inicialmente colocados em um dos pinos e o objetivo é transferi-los para outro pino, utilizando o terceiro pino como auxiliar.

Importância e Aplicações:

A Torre de Hanói é um jogo educativo popular no ensino de matemática, especialmente para crianças.
O jogo é usado para desenvolver habilidades de raciocínio lógico, planejamento e solução de problemas.
É também utilizado em alguns testes psicológicos para avaliar habilidades de planejamento e funções executivas.

Curiosidades:

O número mínimo de movimentos para resolver a Torre de Hanói com n discos é dado por 2n - 1.
A solução da Torre de Hanói com 64 discos, de acordo com a lenda, levaria milhões de anos se um disco fosse movido por segundo.

Em resumo, a Torre de Hanói é um jogo que combina diversão e desafios, estimulando o raciocínio lógico e a capacidade de planejamento