A introdução da prática do teatro de bonecos na escola, como proposta de arte-educação, nas séries iniciais, amplia as possibilidades para o aprendizado, pois alia o ato de criar ao processo de assimilação dos saberes. Além disso, cria espaço para uma interação entre os conteúdos escolares e os diversos conhecimentos vivenciados no ato do fazer artístico e na diversidade temática que a dramatização aborda, favorecendo a relação afetiva que se estabelece entre o grupo e entre a criança e o boneco, ausente nas práticas tradicionais pedagógicas, que enfatizam o aprendizado de forma mecânica, negando emoções, sentimentos e formas diferenciadas de expressão.
"Com as mãos modelamos os bonecos e com as mãos lhes damos vida, projetando neles nossas emoções e sentimentos. (...) O primeiro boneco modelado nos dá uma sensação gratificante. Criar com as mãos é muito forte. O boneco agora é uma extensão do meu corpo, no momento em que me projeto nele, criando com retalhos de fantasias ..."
O ato de construção e criação, tanto na arte como na educação, produz uma relação de proximidade e identidade entre aquilo que se faz e aquilo que conhecemos através de livros, de discursos, de filmes ou qualquer outra forma de registro dos conhecimentos produzidos pelo ser humano. Pois o próprio ato de fazer alguma coisa faz com que o sujeito lide com vários saberes, técnicas e percepções, na prática; ou seja, possibilita a interação (tão desejada e discursada) entre teoria e prática.