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No mundo globalizado, nos deparamos com um consumismo exagerado na aquisição de bens de consumo por parte de todas as populações e, com isso, acabamos produzindo uma quantidade enorme de lixo por habitante, cujo destino final nem sempre é o adequado pelos governos e políticas de saúde dos países. Estudos revelam que 30% do lixo produzido no Brasil, são jogados nas ruas sem nenhuma preocupação por parte da população, isto acaba ocasionando problemas sérios e graves ao meio ambiente que afetam a todos nos grandes centros urbanos. Problemas como: entupimento de bueiros e galerias pluviais pode causar doenças transmitidas pela água contaminada que tem dificuldade de escoar, propiciando doenças como: cólera, hepatites, leptospirose, dengue entre outras. A contaminação do solo também é um indicativo importante para surgimento de outras doenças na população, cuja transmissão ocorre predominantemente por animais sinantrópicos como: roedores, insetos, aranhas entre outros. É importante que tenhamos uma responsabilidade ambiental no sentido de mudar paradigmas, nos cerceando de conscientização coletiva, para mudança de hábitos nas pessoas, para que possamos melhorar a nossa qualidade de vida com atitudes como:
-Realizar coleta seletiva de lixo em: indústrias, residências, serviços de saúde, restaurantes e Instituição de longa permanência para idosos entre outros; -Utilizar materiais recicláveis na construção civil; -Estimular o surgimento de cooperativas com inclusão de catadores de materiais recicláveis; -Preservar e recuperar áreas verdes; -Estimular a agricultura urbana; -Usar copos individuais nos locais de trabalho.
Com estas atitudes individuais, conseguiremos alcançar o objetivo de um meio ambiente mais saudável e agradável para futuras gerações, isentando-as de acometimento por doenças e complicações destas, que podem evoluir para mortes, decorrentes do desrespeito ao solo urbano e rural , no qual estamos vivenciando atualmente.
VAMOS SUPERAR A ERA DO DESPERDÍCIO E TRANSFORMAR O LIXO EM RECURSO?

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Através da perspectiva de berçaristas, fatores que interferem no processo inclusivo de bebês com deficiência física em turmas de berçário

  A inserção das crianças de zero a 18 meses em creches poderá estimular o seu desenvolvimento

motor e perceptocognitivo, podendo essa fase ser considerada a primeira da educação inclusiva.

Objetivou-se verificar as concepções das profissionais do berçário relativas à inserção da criança

com necessidades especiais na rotina de atividades desenvolvidas. Foram entrevistadas sete

berçaristas de várias creches. Os dados, organizados segundo categorias analíticas: conceitos

 relativos ao processo de inclusão, benefícios para a criança e diferenças entre as crianças nessa faixa

 etária, foram submetidos à análise qualitativa. 

Os resultados mostraram que a inclusão de crianças com necessidades especiais é vista com

reservas, explicitando ideias preconcebidas sobre a deficiência. Eles se justificam pela falta de

conhecimento do desenvolvimento infantil e dos fatores que o envolvem, bem como pelo fato de

os profissionais vincularem suas atividades às experiências pessoais. 


A Educação Infantil passa por um momento de análise de seus componentes ideológicos e organizacionais, devendo-se considerar a educação para a diversidade como um fato a ser incorporado em sua história atual, abrangendo a inclusão1 da criança com necessidades especiais. 

O Brasil tem uma importante legislação sobre o direito de toda pessoa à educação, conforme pode ser observado no Artigo 4º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB. Essa mesma legislação dirige-se de forma particular ao direito à educação das pessoas com necessidades especiais, nos artigos 58, 59 e 60, que tratam da educação especial como modalidade escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, devendo estar presente desde a Educação Infantil. 

Apesar de a lei assegurar que a oferta de Educação Especial tenha início na faixa etária de zero a 6 anos, vários problemas podem ser reconhecidos. O primeiro é referente à utilização da palavra oferta, que não significa assegurar a existência da Educação Especial, e o segundo relaciona-se à imprecisão quanto à faixa etária, ou seja, permite entender que a Educação Especial oferecida pelo Estado pode estar presente em qualquer momento dentro da faixa etária de zero a 6 anos. 

Em um trabalho sobre as políticas regionais de Educação Especial, foi feita uma análise dos documentos de referência de todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, três estados do Norte e seis do Nordeste e revelam dados interessantes acerca da organização de serviços de Educação Especial nas diferentes regiões do Brasil. Esses documentos são unânimes em considerar que a oferta deveria ocorrer na Educação básica, incluindo a Educação Infantil, mas somente o Rio de Janeiro estabelecia orientações relativas à organização curricular e pedagógica diferenciada para os distintos níveis de ensino, destacando a importância da Educação Infantil para o processo de desenvolvimento e a possibilidade de menor rejeição ao processo inclusivo. Esses dados mostram que a Educação Especial e a inclusiva estão em processo de organização no Brasil, sendo ainda necessária a regulamentação dos serviços oferecidos para a criança menor de 3 anos, esclarecendo como ocorrerá a oferta para aqueles que apresentem deficiências. 

Os resultados do censo de 2006 oferecem dados gerais sobre as matrículas nas diferentes modalidades de ensino. Em relação à Educação Especial, restringem-se ao número total de matriculados (375.488), permitindo constatar uma variação negativa de 0,7% em relação a 2005. Não há informações disponíveis sobre a inserção das crianças com necessidades especiais nas classes comuns das escolas regulares, tampouco é possível distingui-las pelo nível de formação: creche, pré-escola, ensino fundamental etc. 

Na Educação Infantil os dados gerais sobre o número de matrículas: 7.016.095 indicam uma variação negativa de 2,7% em relação a 2005, sendo 1.427.942 na creche (aumento de 1% em relação ao ano anterior)2 . Não há também no censo escolar descrição sobre a população matriculada e indicações de demanda de crianças com necessidades especiais nessa faixa etária. 

Esses dados mostram o quão incompletas são as informações disponíveis sobre Educação Especial na Educação Infantil. Se observam diferentes indicadores e críticas referentes à organização dos sistemas de Educação Especial e inclusiva, mas pouco é discutido a respeito de sua implementação na faixa etária relativa à creche, principalmente no berçário. A creche, com o tempo, poder-seia transformar no espaço privilegiado para a identificação da criança com atraso e, com base nessa constatação, seria possível encaminhá-la, se necessário, para serviços específicos de diagnóstico e tratamento. Segundo a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação – Seesp/MEC–, os sistemas educacionais públicos deverão proceder a “identificação das necessidades educacionais especiais e a estimulação do desenvolvimento integral do aluno, bem como a intervenção para atenuar possibilidades de atraso no desenvolvimento, decorrentes ou não de fatores genéticos, orgânicos e/ou ambientais” .

O documento Educação e Cuidado na Primeira Infância – ECPI –, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – OCDE (2002), mostra que a inserção de crianças com necessidades educativas especiais (associadas a deficiências físicas, mentais ou motoras, a dificuldades de assimilação ou a fatores socioeconômicos, linguísticos e culturais), nos programas de primeira infância, é um importante objetivo para todos os países que participaram do estudo. Ressalta que um atendimento eficaz a todas as crianças exige mudanças estruturais nos sistemas de ECPI e um trabalho individualizado, sendo que, com as menores, esse atendimento possibilitará uma intervenção precoce, visando a fortalecer o desenvolvimento global, e preventiva, que incremente as oportunidades educacionais das crianças que correm risco de exclusão social, particularmente aquelas oriundas de famílias pobres ou de origem imigrante. 

A inserção da criança deficiente no ambiente escolar regular pode favorecer a experimentação de uma diversidade maior de atividades. Essas promovem o desenvolvimento global da criança, o aprimoramento de habilidades e capacidades, a superação de dificuldades e a descoberta de que ela é parte integrante e atuante de uma sociedade. Sua inserção também possibilita à criança aprender que o ambiente social é constituído de diferentes pessoas, com diferentes características e que essas diferenças devem ser respeitadas, ou seja, que sociedade é sinônimo de diversidade. 

Faltam, contudo, estudos sobre a inserção da criança deficiente no berçário. Os poucos dados disponíveis se referem a relatos de experiências que não permitem avaliar as atuais condições da educação inclusiva. 

Um estudo desenvolvido com o objetivo de levantar o número de crianças com necessidades educacionais especiais inseridas em creches municipais verificou que, dentre essas crianças identificadas, apenas 14,7% foram definidas como deficientes, sendo que a maioria (46,1%) se enquadrou na categoria “crianças de risco”, risco este associado tanto a fatores biológicos como ambientais. Ao ser descrito uma experiência de inclusão em creches municipaiso, foi relatado o fato de algumas crianças matriculadas evidenciarem características de sua deficiência após terem frequentado a creche e de terem formado vínculos, como um dos aspectos que favoreceram o programa de inserção. Ou seja, as crianças ao serem matriculadas quando bebês eram “iguais” aos outros, passando progressivamente a apresentar características próprias de desenvolvimento influenciado por fatores de risco. 

Esses dados corroboram a ideia de que todas as crianças inseridas no berçário podem ser consideradas como tendo necessidades particulares. Nessa faixa etária, as diferenças individuais já existem pela própria trajetória do desenvolvimento e as crianças têm diferentes habilidades adquiridas a cada dia. Existem atividades que são próprias de cada fase de desenvolvimento e que permitem aprendizagens apropriadas às suas características e necessidades particulares. 

Assim, a Educação Infantil é importante não só para atender a inclusão da criança que já apresenta uma deficiência comprovada, mas também para a prevenção de déficits no desenvolvimento daquelas que se apresentam em ambiente de risco, ou seja, que não têm suas capacidades e habilidades estimuladas no ambiente familiar. Nestes casos, a escola pode complementar essa formação, na medida em que tem a responsabilidade de promover o desenvolvimento integral das crianças. 

A Educação Infantil, especialmente o berçário, parece ser o estágio cuja perspectiva inclusiva pode ocorrer de forma mais natural, tanto pelas características particulares inerentes a essa etapa do processo educacional, quanto pelos aspectos desenvolvimentais dessa faixa etária. 

Um estudioso, ao se referir ao trabalho educacional na infância e sua relação com a diversidade na educação infantil, bem fala:

 ...a incorporação deste mesmo conceito de “infância heterogênea”, indicado a partir da sociologia e da antropologia, passa a integrar mais recentemente, no Brasil, as diferentes áreas de conhecimento que se referem à infância, cada qual em seu âmbito, incluindo elementos relativos à diferença e à influência de contextos específicos na construção da diversidade, como afirmação positiva e contrária ao estabelecimento de padrões de normalidade. O horizonte da heterogeneidade de constituição dos sujeitos humanos começa a permear todo o discurso referente à infância presente nos diferentes níveis de análise deste objeto e passa a sustentar a definição de uma “Pedagogia da Infância”, ao mesmo tempo em que afirma a insuficiência e o limite das orientações pautadas na padronização.

A análise de documentos oficiais sobre o assunto, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Plano Nacional de Educação – PNE – e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI –, permitiu verificar que há grande dificuldade na implementação de uma proposta de qualidade para a Educação Infantil que contemple a educação para todos, uma vez que existe um grande espectro de fatores interferindo para que se fundamente uma prática. Às dificuldades do processo de inclusão na creche somam-se outras, relativas a essa fase da Educação Infantil e à instituição propriamente dita, tais como objetivos e conteúdos, financiamento, formação dos profissionais que nela atuam, dentre outros. É, portanto, importante que se conheçam os conceitos das profissionais do berçário sobre a inclusão de crianças com deficiências nas instituições de Educação Infantil. 

Assim sendo, este trabalho teve por objetivo verificar as concepções das profissionais do berçário relativas à inserção da criança com necessidades especiais na rotina de atividades por elas desenvolvidas. 

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 

Este estudo foi realizado com sete funcionárias que atuavam, nos berçários de duas escolas de Educação Infantil – creches municipais. A escolha dessas instituições deveu-se ao fato de preencherem as exigências da LDB, ou seja, já faziam parte da Secretaria de Educação. O número de participantes da pesquisa foi restrito devido à metodologia escolhida e aos objetivos da pesquisa. Na prática da pesquisa convencional, a representatividade dos grupos por critérios qualitativos costuma recorrer a “amostras intencionais”, isto é, pequeno número de sujeitos escolhidos intencionalmente devido a sua relevância para determinado assunto. Acrescenta que “o princípio de intencionalidade é adequado no contexto da pesquisa social com ênfase nos aspectos qualitativos, onde todas as unidades não são consideradas como equivalentes, ou de relevância igual” .

Os dados coletados por meio do protocolo de informações pessoais e profissionais permitiram delinear o perfil das profissionais participantes, conforme o quadro 1. 

QUADRO 1 

CARACTERIZAÇÃO DAS PROFISSIONAIS QUANTO A IDADE, ESCOLARIDADE, TEMPO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E TEMPO DE BERÇÁRIO 

No berçário da creche A, trabalhavam três auxiliares de creche, contratadas por uma empresa terceirizada, sendo que uma pediu para ficar nesse setor e as outras foram designadas, e uma inspetora de alunos contratada pela SME que, por motivos de saúde, foi “reaproveitada” na creche. 

No berçário da creche B, eram duas auxiliares de creche da empresa terceirizada, ambas indicadas para o berçário pela diretora da creche (quando a SME assumiu), e uma estagiária, também contratada pela Sebes, que trabalhava com um sistema, destinado a estudantes, de estágio remunerado, que não permitia, no entanto, atender às crianças nos momentos de higiene e alimentação. Vale ressaltar que, apesar da regra, a estagiária sempre que necessário auxiliava as profissionais nessas atividades, por uma questão óbvia: falta de mão de obra. O número de profissionais dos berçários dessas instituições, em primeira análise, parece ser condizente com a literatura, que recomenda um adulto para cada seis ou oito crianças, na faixa etária de 3 a 24 meses (com, no mínimo, dois adultos por turma). Uma análise mais minuciosa, no entanto, deve levar em consideração que essas profissionais atendiam, na função de auxiliar de creche, a todas as necessidades do berçário, além de contribuir com possíveis demandas externas. Os serviços gerais, como limpeza, alimentação e cuidados às crianças, eram realizados por todas em esquema de revezamento. A atribuição de cozinheira (lactarista) ficava, na maior parte das vezes, com apenas uma delas. 

Após autorização da SME e das diretoras das duas instituições, os profissionais foram informados sobre o projeto, seus objetivos e procedimentos e convidados a participar da pesquisa. O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética, sendo posteriormente aprovado em reunião.

A entrevista semiestruturada, por relacionar pontos de interesse, que o entrevistador vai explorando ao longo de seu curso, sem a imposição de uma ordem rígida, foi a técnica escolhida. Entre todas as técnicas de interrogação, é a que apresenta maior flexibilidade. Ela visa apreender o ponto de vista dos sujeitos. A entrevista, como instrumento de coleta de informações para as ciências sociais, possibilita que a fala revele condições estruturais, sistemas de valores, normas e símbolos, ao mesmo tempo em que transmite as representações de grupos determinados, em condições históricas, socioeconômicas e culturais específicas. 

O roteiro foi preparado consoante o objetivo da pesquisa e o referencial bibliográfico da área, versando sobre os temas: possibilidade de inclusão de crianças deficientes no berçário, benefícios para a criança com deficiência quando inserida no berçário e diferenças entre a criança considerada normal e a com deficiência nessa faixa etária. 

Para que a coleta de dados ocorresse sem problemas, a entrevistadora foi a própria pesquisadora, , quanto aos cuidados a serem tomados nas entrevistas. Estas foram individuais e ocorreram na própria creche, em horário previamente combinado. Foram gravadas e transcritas em arquivos eletrônicos. 

O material de cada participante foi ordenado, lido e organizado em quadros compostos por duas colunas, uma destinada à questão feita pelo entrevistador e outra à resposta do entrevistado, facilitando a marcação dos temas abordados. Em seguida, os dados foram reorganizados por temas, recortados nos registros das entrevistas, permitindo a releitura do material. A análise final permitiu confrontar os resultados do material empírico e o teórico, ou seja, com as categorias analíticas estabelecidas como balizas da investigação; buscaram-se as relações dialéticas entre ambas as categorias.

RESULTADOS

As funcionárias do berçário mostraram insegurança nas respostas quanto à possibilidade de inclusão da criança deficiente no berçário, refletindo principalmente a falta de conhecimento sobre as deficiências. Também observou-se que a experiência prévia de cada entrevistada com indivíduos deficientes influenciou as respostas, nas quais se pôde identificar diversas contradições:

- Agora eu nunca tive contato, mas deve ser muito triste você trabalhar com uma criança que é um bebê, mas que fica ali, do jeito que você põe, ali ele não apresenta nada de novo.

- A [criança] cega eu já não sei te responder porque eu nunca trabalhei, não tenho experiência neste campo. [...] então a criança de um ano e meio para a criança normal, não faz quase nada, tenta, mas não consegue. Emite grunhidos, não consegue falar. Vai falar bem mais tarde, algumas têm movimentos, algumas não. Algumas conseguem ficar de pé, mas não conseguem se locomover, algumas conseguem, depende do grau de deficiência... Eu comecei a fazer auxiliar de enfermagem para esta área...

- O deficiente, ele cabe em qualquer lugar, eu tenho na minha casa como experiência própria, não tinha nada de diferente para ele, e o que foi desenvolvido para ele foi o quê? Foi o coração, foi amor, foi carinho, então ele cabe em qualquer lugar.

Uma das participantes tinha na família um indivíduo adulto com deficiência física e mental, mostrando-se inteiramente a favor da inclusão e colocando o deficiente como igual ao indivíduo normal. No entanto, acabou por apresentar  uma série de contradições, principalmente ao apontar as dificuldades da inclusão, dizendo, ao mesmo tempo, que elas seriam vencidas com o “coração”, o “carinho”. Conseguiu descrever dificuldades mais específicas ao falar das deficiências sensoriais, pois com essas não tinha experiência, havendo, segundo a profissional, necessidade de conhecer um método para lidar melhor com essas pessoas:

Eu sou feia, você é bonita, a outra é bonita, a outra é feia, mas é nosso jeito, então eles também são iguaizinhos, eles não têm diferença nenhuma. Agora assim, para trabalhar com um cego e um surdo, também eles não são diferentes, mas só que a gente... com carinho eu sei que a gente vai conseguir, mas a gente teria que ter assim algum, acho, método, alguma coisa para conseguir dialogar, eu tenho certeza que isso vem, vem de dentro de você, espontâneo ele vem, se chegar a vir aqui, vem, porque ele é visto igualzinho, como os outros.

Algumas respostas se mostraram, de início, resistentes à ideia da inclusão, permeadas por exemplos ligados à agressividade do deficiente, à não evolução no desenvolvimento, à necessidade de atenção exclusiva. Em algumas respostas, componentes emocionais tais como sentimentos de compaixão e medo da morte eminente das crianças apareceram. Dificuldades ou preconceitos explícitos (fortemente relacionados à experiência pessoal) puderam ser identificados. Sobre o deficiente mental, estabeleceram relação com comportamentos agressivos e não incluíram na categoria a criança com Síndrome de Down (categoria distinta de deficiência). A dificuldade de entendimento e comunicação apresentada pelo deficiente auditivo e pelo deficiente mental foi o fator mais citado como limitador para o trabalho educativo, sendo que, ao pensar nas crianças de berçário, as profissionais acreditam que deficiências físicas e sensoriais comprometeriam mais o trabalho do que a deficiência mental.

 Os conceitos apresentados nas respostas parecem apontar a necessidade de um trabalho mais específico para facilitar a reflexão sobre inclusão nessa faixa etária. Essa necessidade foi salientada pelas profissionais juntamente com a de aumentar o número de profissionais e de mudanças físicas e estruturais para que o atendimento tenha qualidade.

Se tivesse, como fala?..., não um especialista, uma pessoa acima que podia ajudar, estar ali todo dia [...] uma preparação... se uma funcionária tivesse um preparo maior, um curso maior.

Com o pessoal que está ali dentro, eu acho que não (não é possível a inclusão). Não, porque é como eu disse para você, a gente faz ali o que aprendeu, a gente faz porque fez com os filhos, a gente não tem preparo nenhum, como na parte da criança perfeita; agora uma criança assim, com qualquer outra deficiência, já era mais complicado e, eu acho que teria que ter um preparo.

Mas a escola tem que ter estrutura para você trabalhar. Porque você põe uma criança que é deficiente, que chuta, que morde, com dois funcionários, para você cuidar não tem como, entendeu? Então a escola tem que ter estrutura. Eu não tenho discriminação, eu acho que ela pode estar, mas desde que tenha estrutura, no sentido de funcionário, de estar atento. [...] E se é deficiente físico, também tem que ter espaço para você andar com a cadeira de rodas. Não tem como, tem que ter os materiais adequados para você estar trabalhando com ele.

Em relação aos benefícios proporcionados pela inclusão à criança com deficiência, novamente apareceram contradições, mas em todas as repostas, com pequenas variações, a criança se beneficiaria, principalmente por ter contato com outras crianças, fato que possibilitaria seu desenvolvimento.

...com esse negócio de inclusão, seria excelente ela vir porque..., mas eu não sei até que ponto, acho que precisava você, em primeiro lugar, conhecer as circunstâncias que ela vive em casa. Agora, de um modo geral, eu acho que seria bom sim, viu, participar, porque a criança desenvolve mais, lógico, evidente, e eu acho que seria muito bom a criança com problemas participar da creche, mas dentro de um lugar que tivesse pessoal especializado em, não tão assim, não tipo Apae, mas um pessoal que tivesse condição, porque a gente, eu não sei como a gente seria, porque aí, sei lá, se teria que ter um cuidado especial, porque se for para tratar como uma criança normal, assim a gente... Agora se tiver algum problema assim, não sei como seria.

...ela ia se desenvolver e ao passo que, e eu acho que, assim, ela tem que conviver com outras crianças normais, porque se ele só ficar no meio de crianças como ela, ela não vai, isso não vai provocar o desenvolvimento dela.

Eu acho melhor ela vir meio período para o berçário e o resto da tarde ela ficar com o pai e mãe. Ela vai estar com as outras crianças, mesmo no caso da dificuldade dela, ela está no meio das crianças, pode não estar enxergando, mas está brincando, pode não estar escutando, mas pode estar outra criança ali perto, que é aquele convívio social.

 No discurso das profissionais, existem diferenças entre as crianças ditas normais e as que são consideradas portadoras de deficiência, sendo que essa se manifesta, principalmente, quando a criança se comunica ou já possui independência suficiente para agredir outras crianças, ou ainda quando “não é capaz” de aprender conceitos formais como cores. Alguns exemplos sobre as dificuldades na inclusão e diferenças entre normais e deficientes referiam-se a indivíduos adultos ou crianças mais velhas, não sendo aplicáveis para a faixa etária em questão. Ou seja, foi possível observar claramente que essas não são características do berçário: no período em que a criança o frequenta, sua comunicação não ocorre por meio de palavras, possui pouca independência para ir e vir ou para agressões físicas ou verbais, e os conceitos formais não são objetivos de aprendizagem, como se constatou na descrição feita pelas profissionais das atividades oferecidas durante a rotina. As próprias profissionais deixavam isso claro quando convidadas a pensar nas diferenças entre as crianças normais e deficientes nessa idade, diziam que não havia muitas. Relataram haver diferenças no repertório de habilidades das crianças que frequentavam o berçário e, nesses casos, apresentavam visões e opiniões diferentes quanto à percepção dos atrasos e formas de promover o desenvolvimento das crianças. No entanto, durante o período de contato com a pesquisadora solicitavam constantemente auxílio para a realização de atividades que possibilitassem o progresso no desenvolvimento das crianças.

DISCUSSÃO

As concepções que as profissionais têm da deficiência e o atendimento educacional às pessoas com necessidades especiais são importantes fatores que interferem no processo de inclusão. 

As profissionais conseguem descrever e lidar com as diferenças existentes entre as crianças do berçário, mas os dados permitiram verificar que existe alguma dificuldade em visualizar o atendimento daquela com necessidades especiais, imperando nessa resistência conceitos prévios, nem sempre reais quando se focaliza a criança de zero a 18 meses. Esses conceitos refletem estereótipos, exacerbando as dificuldades individuais verificadas na comparação entre pessoas deficientes e normais. Ou seja, a declaração explícita da deficiência da criança é um empecilho que surge pelo estigma que lhe é posto. 

O olhar médico sobre o deficiente sobrepõe o pedagógico, fazendo que a deficiência seja sempre encarada a partir de uma comparação com o modelo de normalidade, assim como com o processo de desenvolvimento da criança normal. Precismos prestar a atenção para esse rótulo que se baseia nas características orgânicas das deficiências e que acaba por encobrir as habilidades, potencialidades e capacidades dessas crianças e comprometem as ações educacionais que poderiam beneficiá-las. 

A percepção de uma criança com atraso no desenvolvimento gera, desde a sua inserção no berçário, desconfortos entre as profissionais quanto à prática das atividades de cuidados e a necessidade de estimulação. Essa criança acaba por tornar-se alvo de preocupações, devido à falta de conhecimentos sobre seu desenvolvimento, aspectos que o influenciam e atividades que o estimulam. Mais preocupante ainda é o fato de essa criança acabar por ficar no berçário mais tempo que as outras por não ter adquirido comportamentos de independência necessários para que seja inserida entre as demais crianças de sua idade, criando uma situação estigmatizante e de difícil solução. Assim, o berçário, que deveria ser por natureza inclusivo, uma vez que a criança apresenta diferenças próprias da idade, se torna, nesse sistema, um fator de exclusão, gerando sérias contradições nos discursos e na prática dirigida à infância.

Essas ideias preconcebidas sobre as dificuldades de lidar com a criança portadora de necessidades especiais refletem uma grande insegurança sobre os procedimentos que devem ser adotados com a criança do berçário. Prova disso está nas dificuldades apontadas para lidar com crianças deficientes: ou as justificativas eram referentes a crianças mais velhas ou adultos, ampliando graus de incapacidade, dificilmente encontrados no bebê que apresenta deficiência, passível de ser inserido no berçário, ou as incapacidades de aprendizagem definidas para essas crianças eram irreais para as atividades desenvolvidas atualmente nos berçários. Resumindo, em relação à criança deficiente, a função do berçário difere no discurso e passa do assistencialismo (função definida pelas participantes para as crianças classificadas como normais) para a estimulação do desenvolvimento, o que mostra a dicotomia referente à função do berçário. 

A análise dos documentos atuais (PNE e RCNEI) permitiu verificar vários pontos de incongruência a esse respeito, traduzidos principalmente no direito de todas as crianças, desde o nascimento, a cuidados e educação de qualidade. É nessa etapa que se estabelecem as bases do desenvolvimento integral satisfatório e que se poderia contrapor à insuficiente oferta de vagas para atender a demanda social e à falta de prioridade nas metas estabelecidas para a Educação Infantil e a especial. Daí a permanência dos desvios relacionados à função das instituições designadas para atender a esse público. Esses problemas se refletem diretamente na atuação dos profissionais da educação infantil, pois as concepções da instituição, permeadas por suas próprias ideias sobre educação, cuidados, família e sociedade, serão determinantes para o planejamento e execução de sua atividade com a criança. 

A mudança na forma de conceber a deficiência requer debates voltados às concepções dos que estão na prática, para que se desmistifiquem conceitos relativos às necessidades especiais das crianças por eles atendidas. 

Faltam estudos sobre a inserção da criança deficiente no berçário e o mesmo ocorre em relação aos outros níveis de ensino, sendo que os poucos dados disponíveis referem-se a relatos de experiências que não permitem avaliar as atuais condições da educação inclusiva brasileira.

Ao analisar as expectativas com relação à inclusão escolar do ponto de vista do educador, expõe a inclusão responsável, na qual devem ser discutidas e analisadas as formas possíveis para que isso ocorra em benefício da criança deficiente, mediante projetos educacionais que considerem a dialética teoria-prática. Para isso, é necessário que cada um reflita, com base no conhecimento de seus limites pessoais e de formação, como pode contribuir para a inclusão e que se verifiquem as reais condições de as escolas receberem essa clientela. 

A inclusão da criança com necessidades especiais na escola regular deve acontecer a partir de uma profunda mudança no sistema educacional como um todo, já que sua ineficiência incide tanto sobre o ensino regular como sobre o especial. 

Esse entendimento vai ao encontro da proposta de educação para todos, que amplia a visão sobre o conceito de necessidades educacionais especiais e passa a contemplar o conjunto de indivíduos que se encontram à margem das oportunidades oferecidas pelo atual contexto socioeducacional, contemplando também crianças que vivem na rua, hospitalizadas, que vivem em condições de extrema pobreza, de famílias nômades, minorias linguísticas, étnicas ou culturais ,dentre outras. Ressaltamos que, 

...do ponto de vista do sistema educacional, lutar contra a exclusão social é ajudar a criança a ampliar, desde cedo, sua relação com o saber, a dominar diferentes linguagens, valores culturais, padrões estéticos e éticos e formas de trabalho baseadas em preceitos científicos, além de propiciar-lhe o conhecimento de algumas das tecnologias presentes em sua cultura. Nesse processo, cada criança se constitui como sujeito único.

Desse modo, a criança com necessidades especiais pode participar das atividades do berçário, uma vez que suas necessidades são iguais às das outras crianças: atenção e atividades que possibilitem o desenvolvimento de capacidades e habilidades de acordo com o ritmo próprio. 

Ao referirmos à inclusão da criança de zero a 3 anos, é preciso destacar que suas necessidades não são diferentes das outras crianças. No entanto, quando as atividades são feitas sem uma proposição de objetivos, sem conhecimento de suas partes constituintes e sua implicação para o desenvolvimento motor, perceptocognitivo e socioemocional, é garantido o mínimo para o desenvolvimento de qualquer criança. Esse mínimo não é suficiente para as crianças com necessidades especiais, mas também não o é para as outras crianças de zero a 18 meses. Os aspectos para os quais se deve atentar, nas atividades definidas como cuidados na rotina do berçário, causarão prejuízos e/ou benefícios a qualquer criança ali inserida, na medida em que todas estão em processo de acelerado desenvolvimento. 

Repensar as atividades de rotina, que devem ser programadas para ser também educativas e as variações que podem ser introduzidas nesses momentos, deve ser prática considerada para a inserção da criança com necessidades especiais, assim como para o desenvolvimento das que já são atendidas, considerando inclusive as indicações contidas no segundo volume do RCNEI, que trata das atividades de cuidados essenciais, priorizando o atendimento individual, de acordo com as características de cada criança.

Devem ser observados outros fatores que interferem na qualidade do trabalho educacional oferecido à criança no berçário, entre eles as expectativas e diretrizes fixadas pelos governantes que influenciam a disposição de recursos materiais, físicos e humanos. A forma de pensar a criança nessa faixa etária, suas necessidades e as obrigações da família e da sociedade em relação ao seu desenvolvimento pleno norteiam a definição do papel das instituições e a oferta de vagas, que podem ou não contemplar todas as crianças. Os sujeitos participantes desta pesquisa referiram-se a esses aspectos e os reafirmaram como obstáculos no processo de inclusão. Reiteramos em estudos esses achados e destacam a falta de apoio pedagógico e de formação específica.

Os resultados desta pesquisa possibilitaram verificar as concepções das profissionais do berçário relativas à inserção da criança com necessidades especiais na rotina de atividades por elas desenvolvidas. No contexto atual, em que a rotina se restringe a cuidados de alimentação, higiene e repouso, a inserção de crianças com necessidades especiais não é tratada de forma igualitária, seja pelos documentos, seja pelas instituições investigadas. As profissionais resgatam conhecimentos provenientes da experiência prévia com deficientes e reiteram conceitos formulados de uma comparação entre crianças e o que é esperado normalmente para o seu desenvolvimento. Estabelece-se uma ideia equivocada sobre a criança com necessidades especiais, a qual dificulta a proposição de um trabalho que respeite a diversidade característica dessa fase e estimule as capacidades e habilidades de todas as crianças. 

A formação do profissional para atuar com a diversidade de crianças inseridas no sistema educacional, é, portanto, uma questão prioritária. Deve conjugar as ideias de cuidado e educação em um atendimento que respeite a individualidade de cada criança, seu ritmo de desenvolvimento, suas características biológicas e socioculturais, mediante a proposição de atividades que sejam significativas no sentido de atender às necessidades pertinentes à idade, mas que também estimulem sua evolução como sujeito que influencia e é influenciado pelo meio em que se insere.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

O esporte é, talvez, a melhor forma de inclusão social que existe

 O representante do Quênia estava apenas a alguns metros da linha de meta, mas confundiu-se com sinalização e parou pensando que já tinha concluído a corrida. 


O atleta espanhol, Iván Fernandez, estava logo atrás dele e ao perceber o que estava acontecendo, começou a gritar com o queniano para que continuará correndo; mas Mutai não sabia espanhol e não entendeu.


Então o espanhol empurrou-o para a vitória.

Um jornalista perguntou ao Ivan:" Por que você fez isso?"

Ivan respondeu..."Meu sonho é que um dia possamos ter uma espécie de vida comunitária".


- O jornalista insistiu, mas por que você deixou o Quênia vencer?

Ivan respondeu a ele - Eu não deixei ele ganhar, ele ia ganhar ".

- O jornalista voltou a insistir ′′ Mas você poderia ter vencido!"

- Ivan olhou para ele e respondeu.. Mas qual seria o mérito da minha vitória? Qual seria a honra dessa medalha? O que minha mãe pensaria disso?"


Os VALORES são transmitidos de geração em geração


quinta-feira, 18 de abril de 2024

O ser sustentável no caminho da felicidade!



Existe uma necessidade de mudanças urgentes, pois estamos vivendo em uma sociedade consumista, egocentrista, que passa por crises de todos os âmbitos: econômica, política, social e ambiental. Será que é tão difícil perceber que esse modelo está esgotado em todos os sentidos? Não é possível achar normal o que o homem está causando a si (como espécie) e ao planeta.

É possível olhar o mundo na perspectiva da destruição, da violência, da escassez, da corrupção, das doenças. Claro que tudo isso existe, mas ainda bem que essa não é a única perspectiva. Esse é apenas um lado da moeda.

Nas minhas observações, sempre digo que tem muita gente fazendo coisas boas, colaborando para a construção de uma consciência coletiva, transformando o aqui e agora, pensando no bem comum, fazendo mudanças interiores, empreendendo projetos sociais e/ou ambientais, abraçando causas e conectando pessoas com essa mesma sinergia.

O que me faz acreditar nisso? O foco! Tudo é uma questão de olhar!

Através do projeto do Blog, tenho me conectado com pessoas incríveis, sensíveis e preocupadas com o que fazer para “ser a mudança que desejam ver no mundo”, como tão lindamente afirmou Mahatma Gandhi.
Pessoas que estão buscando o autoconhecimento, seu propósito de vida, que estão fazendo a diferença em suas profissões, em seu lar, na sociedade.  Pessoas que enxergaram que a vida é um fluxo, uma grande teia, uma rede de conexões. Esses seres humanos amorosos, cidadãos conscientes, optaram por viver além do paradigma do consumismo. Decidiram reinventar suas trajetórias de vida. Lançaram o olhar para o que realmente importa. Optaram pela liberdade de ser feliz num mundo complexo e paradoxal.
E como não dá para ser feliz sozinho, elas arregaçaram as mangas, reuniram o que tem de melhor e estão lutando, criando, compartilhando, colaborando para a construção de um mundo mais justo e sustentável.

Eu acredito que esse movimento de valores essenciais como o amor, a generosidade, a compaixão, a justiça e a felicidade crescerá mais e mais, ampliando a consciência coletiva e promovendo mudanças significativas para a humanidade e para o planeta.

Você também pode fazer parte dessa mudança histórica, basta transformar o seu desejo de felicidade coletiva em uma ação!  Eu acredito e estou fazendo a minha parte também! E você? 

Como as plantas podem ser importantes para o desenvolvimento infantil, e como elas podem promover o bem-estar e a saúde do seu filho.

Vantagens do contato das crianças e os pais com a natureza, dentro e fora de casa.:

-as plantas são capazes de remover as toxinas responsáveis pela poluição do ar em ambientes fechados.

-as plantas auxiliam em até 20% a redução do acúmulo de poeira do ar nas residências. 

-as plantas em casa influenciam o humor das crianças para melhorevitando o estresse e aumentando o nível de felicidade dos moradores. 

Com isso, já podemos perceber que ter um toque verde em casa vai muito além do que uma tendência de decoração. Mas também melhorar a convivência entre os pais e filhos, a qualidade de vida e também a saúde mental.



Confira a seguir como o impacto positivo das plantas para as crianças, e como elas podem beneficiar em seu desenvolvimento pessoal.

  • Vantagens de ter plantas em casa
  • Benefícios das plantas para as crianças
  • Plantas ideais para crianças
  • Principais cuidados com as plantas
  • Quais plantas não escolher para o seu filho?

 

Vantagens de ter plantas em casa

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura, mesmo com a crise mundial causada pela pandemia do coronavírus, o setor da floricultura no Brasil encerrou o ano de 2020 com um crescimento de 10% em sua economia.

Com isso, podemos perceber que nem mesmo uma enorme pandemia conseguiu evitar a percepção das pessoas em relação à importância das plantinhas dentro de suas residências. 

Isso porque, por promoverem o bem-estar e outros benefícios maravilhosos para a saúde mental e física, as plantas podem causar um certo alívio nos dias de home office e isolamento social.

Ademais, a prática do cultivo de plantas também é considerada uma atividade terapêutica, reduzindo os sintomas ligados à depressão e outros transtornos psicológicos, segundo uma pesquisa divulgada pelo ScienceDirect

Veja abaixo as principais vantagens de ter plantas dentro da sua casa:

1. Purificam o ar

Algumas plantas como a hera, lírio-da-paz e crisântemo, podem absorver melhorar alguns poluentes como a amônia, o tolueno e o formaldeído, que são extremamente prejudiciais à saúde. É o que afirma a NASA, em pesquisa realizada na década de 1980. 

Entre essas espécies, algumas outras também podem ajudar na absorção de compostos poluentes, como: a espada-de-são-jorge, aloe vera, jiboia, areca-bambu, entre outras.

2. Ajudam a relaxar

Além de proporcionar um ambiente mais relaxante em casa, o cultivo de plantas também é considerado terapêutico para você relaxar a sua mente e se distrair.

As plantas possuem um aroma natural para deixar a residência com mais perfumada e agradável. Aposte em flores como a gardênia e a lavanda, que possuem um perfume característico. 

3. Minimizam a dor e a ansiedade

Sociedade Americana de Ciências da Horticultura realizou um estudo em 90 pacientes recém-operados. E o resultado foi incrível: todos os que receberam arranjos de flores e folhagens em seus quartos, tiveram uma melhora significativa, com uma frequência cardíaca mais regulada, menores índices de ansiedade e fadiga e menor pressão arterial.

4. Estimulam a criatividade 

Você sabia que plantas mais coloridas auxiliam na sua criatividade

É isso mesmo! Um especialista da Costa Farms sugere que pessoas que sofrem com bloqueio criativo vão para um ambiente mais florido, já que elas ajudam a energizar o ambiente e gerar inspiração para facilitar o processo criativo.

5. Servem como umidificadores naturais

As plantas podem ser ótimas para hidratar o ambiente com suas gotículas de água geradas durante a transpiração. Por isso, tente substituir o seu umidificador convencional por plantas, como samambaias, por exemplo.

6. Ajudam na concentração

Um estudo elaborado pela Universidade Royal College of Agriculture revelou que os estudantes que tiveram contato com um ambiente mais verde, apresentaram 70% a mais de atenção durante as aulas.

7. Apresentam poderes curativos

Há milhares de anos que algumas espécies de plantas são utilizadas para curar diversas doenças, como a babosa, que ainda é muito utilizada em espécie de gel para o tratamento de queimaduras e outras feridas.

8. Reduzem crises alérgicas

Você sofre com crises alérgicas, como a rinite? Uma sugestão é contar com clorofitos em casa. Eles são capazes de absorver partículas alergênicas, como a poeira, e reduzir suas crises de alergia.

9. Acalmam a visão

Uma paisagem verde pode aliviar a tensão da sua vista. Por esse motivo, tente colocar plantas mais próximas à mesa do trabalho que tenha o seu computador ou perto do seu local de leitura. Essa pode ser uma ótima opção para não cansar a sua visão.

Com esses itens você já compreendeu como as plantas podem agregar para a sua saúde. Inclusive, já produzimos um conteúdo sobre as plantas ideais para você cultivar na sua casa. Clique aqui e confira!

 

Benefícios das plantas para as crianças

Quando falamos de plantas, estamos tratando de seres vivos, e não simplesmente de objetos decorativos. Certo? Por esse motivo, é fundamental cuidar o máximo possível da saúde da sua plantinha com regas e podas frequentes.

Inclusive, a prática do cultivo de plantas, pode ser uma ótima oportunidade para os pais ensinarem os seus filhos a respeitarem e cuidarem da natureza. Além disso, essa também pode ser uma atividade excelente para ser feita em família, criando e fortalecendo os vínculos afetivos entre os pais de filhos.

Vale destacar que as plantas auxiliam as crianças em questões relacionadas ao desenvolvimento pessoal, como as habilidades motoras, através do contato com os cheiros, cores e texturas da natureza.

Outro aprendizado que os pequenos terão será sobre a responsabilidade, já que a sobrevivência das plantas dependerá 100% de seus cuidados.

Veja outros benefícios das plantas para as crianças:

Desenvolvimento dos sentidos:

Quando o seu filho passa a ter mais proximidade com a natureza, ele começa desenvolver mais o seus sentidos cognitivos, como o olfato, através das ervas aromáticas, o paladar, ao provar os frutos, o tato, ao sentir as diferentes texturas de folhas e flores e a visão, ao observar os diferentes cores e formatos das plantas.

Organização:

Com um contato mais frequente com o meio ambiente fica muito mais fácil para os pequenos aprenderem as diferentes espécies de plantas através das suas cores, folhagens e estrutura. Com isso, elas também poderão exercitar sua organização pessoal, classificando as plantinhas em categorias, entre as que dão ou não dão frutos, as que são aromáticas, as que podem ser utilizadas como temperos, as que servem para fazer chás e óleos e também as medicinais.

Maior aceitação da diferença:

responsabilidade nos cuidados com as plantas também fará com que as crianças percebam que cada espécie possui suas diferentes necessidades e particularidades, assim como os seres humanos. E assim, eles aprenderão a respeitar as diferenças alheias.

Aprendem sobre o ciclo da vida:

Existem algumas plantas frutíferas que podem ser utilizadas para as crianças acompanharem um ciclo de vida mais completo, cultivando com frutos, flores, sementes e folhas. O cultivo pode ser feito com amoras, mexericas, jabuticabas, limões e romãs em pequenos vasos.

Maior respeito à natureza:

Sabemos que está cada vez mais difícil agregar a ideia da importância da sustentabilidade na vida dos adultos… E fica ainda mais complicado quando se trata de crianças. Porém, se o seu filho tem a presença das plantas durante a rotina, ficará mais fácil ensinar como a poda irregular das árvores pode impactar na camada de ozônio, como as plantas são essenciais para ajudar a limpar o ar, entre outros fatores. Com isso, elas podem se tornar mais conscientes com o meio ambiente.

Aprendem a cuidar dos seres vivos

Um exercício interessante que você pode utilizar para ensinar o seu filho a ter mais cuidado com os seres vivos é explicar os motivos que levam a planta a dependerem de certos cuidados para que elas tenham uma ideia mais humanizada sobre as verdinhas.

Mais responsabilidade:

Assim como os pets, as plantas são seres vivos que necessitam da responsabilidade dos seus donos. Por isso, é importante ressaltar que não pode arrancar ou machucar as folhas, e também é necessário regá-las e cuidá-las periodicamente. Depois de um tempo, você pode incentivar o seu filho a regar e cuidar das plantas sozinho. O que acha?

Melhora na alimentação:

Como as crianças estão super habituadas a verem os alimentos já prontos, elas acabam não entendendo de onde vieram e como foram produzidos. Tente mostrar como funciona o ciclo de crescimento das frutas, verduras e legumes. Assim eles terão uma maior ideia e entendimento sobre o que estão consumindo, talvez até despertando um maior interesse pela nutrição.

Foi descoberto por uma pesquisa feita pela Universidade da Flórida (EUA), que as pessoas que tinham um maior contato com a natureza e a jardinagem durante sua infância, consomem 15% a mais de legumes e frutas em relação àqueles que não tinham.

Exercita a paciência:

Como a criança tem a oportunidade de acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento das plantas desde a primeira semente, ela acaba aprendendo a exercitar a paciência, já que é preciso esperar até chegar o amadurecimento do fruto ou o desabrochar das flores.

Em resumo, mesmo que pareça uma atividade super simples, a prática do cultivo de plantas pode causar um enorme impacto na saúde, formação e educação das crianças, já que a ideia da importância e necessidade do cuidado com o meio ambiente está cada vez mais presente nas nossas vidas.

Sendo assim, o incentivo ao contato das crianças com as plantas faz com que elas desenvolvam uma maior sensibilidade em relação ao ecossistema.

Plantas ideais para crianças

Se você está em busca de plantas mais seguras, que podem ser divertidas e educativas para os pequenos, aí vai uma dica: evite espécies que sejam tóxicas. Além de prejudicar a saúde do seu filho, também pode prejudicar o seu bichinho de estimação.

Vale ressaltar que você deve escolher plantas que tenham um tamanho adequado para o seu filho e também seja mais fácil de cultivar. Ok?

Também converse com o seu pequeno para entender quais são os seus interesses, para optar por plantinhas que chame mais a atenção dele.

Veja algumas plantas que são mais adequadas para crianças:

Petúnia Roxa

Com opções de flores roxas e brancas, as petúnias roxas são perfeitas para crianças que gostam de praticar jardinagem ao ar livre. Elas podem ser super divertidas, por atraírem beija-flores e borboletas para o seu jardim.

Girassol

Essa também é uma planta que atrai muitos passarinhos e oferece néctar para as borboletas. Por ser inofensiva a crianças, o cultivo deve ser feito ao ar livre, em dias ensolarados, de preferência.

Suculentas

Por serem super fáceis de fazer manutenção e por possuírem muita textura, as suculentas são ótimas para as crianças explorarem as diferentes formas, padrões e tamanhos das folhas. Além disso, elas não machucam e não são venenosas

Amor-perfeito

Essas flores contam com uma grande diversidade de cores em suas pétalas, sendo um dos motivos por serem mais comuns no paisagismo. Além de terem um rápido crescimento, elas podem ser cultivadas em vasos, jardins ou canteiros.

Dálias vermelhas e amarelas

Um dos principais atrativos dessa espécie é a coloração das pétalas, que podem ser laranjas, amarelas e vermelhas. Além disso, elas também são conhecidas por atrair borboletas para o seu jardim.

Capuchinha

Apresentando lindos tons de vermelho, amarelo, rosa, laranja e creme, a capuchinha apresenta um visual exótico, com plantas seguras e também comestíveis, sendo utilizados para remédios naturais.

Filodendro-brasil

Com baixa manutenção, não apresenta riscos para as crianças e possui rápido crescimento. São super fáceis de cuidar, e também adaptáveis para jardins e decorações criativas.

Trevo Roxo

Trevo Roxo é considerado uma planta super dinâmica e divertida, já que suas folhas roxas se abrem e se fecham em resposta à luz do sol ou à luz baixa. 

Begônia

Se desenvolve melhor em clima quente, essa plantinha é super fácil de cuidar e não deve estar exposta em lugares que possuem muito vento. 

Quais plantas não escolher para o seu filho?

Agora que você já conhece algumas plantas que podem ser ideais para criança, queremos te alertar sobre plantas que devem ser evitadas, pois podem causar alergias e oferecer perigo por conta de seus espinhos, como: azaléias, mamonas, bicos-de-papagaio, comigo-ninguém-pode, copos-de-leite, entre outros.

Principais cuidados com as plantas

Ensine o seu filho sobre os principais cuidados para cultivar as plantas em casa:

  • Mantenha as plantas próximas de janelas ou varandas para que tenham maior contato com a luz, já que elas sobrevivem à base de fotossíntese.
  • Deixe a sua planta em ambientes que tenham janela com o máximo possível de circulação de ar. Evite deixá-las em lugares fechados, pois isso pode acabar prejudicando a saúde das plantas e aumentando as chances de uma proliferação de fungos.
  • Cada planta possui seu devido procedimento em relação à rega. Existem algumas que precisam ser regadas apenas uma vez na semana, e outras espécies exigem, pelo menos, três vezes na semana. Por isso, na hora de comprar a sua planta, pergunte como deve ser a periodicidade da rega.
  • Aplique adubo a cada três meses para favorecer o crescimento das plantas.


Conclusão

Durante esse texto você aprendeu quais são as vantagens de cultivar plantas em casa, como elas beneficiam a sua saúde e do seu filho, como elas ajudam no desenvolvimento pessoal das crianças, quais plantas são as mais ideais, quais plantas não escolher e quais são os principais cuidados.

A natureza na Educação Infantil, em uma era em que as crianças crescem cercadas de tecnologia e em grandes metrópoles, se tornou fundamental para seu desenvolvimento.

Interagir com o meio ambiente, tocando, cheirando ou ouvindo, além de trabalhar os sentidos, ajuda a criança a criar empatia pelos seres vivos e consciência ecológica.

Auxilie as crianças a explorar seus sentidos de tato, paladar e visão, com plantas nas aulas de Natureza e Sociedade.


- Sentir a grama fazer cócegas nos pés.

- Os cabelos balançando ao vento.

- O cheiro das flores.

- As diferentes texturas dos troncos das árvores.

Todas essas e muitas outras sensações são experimentadas pelos pequenos quando suas famílias estimulam o contato com a natureza na infância.

Os adultos, certamente guardam lembranças especiais de viagens para a praia, passeios pelo parque e momentos repletos de diversão junto à natureza.

Nas últimas décadas, os avanços da tecnologia transformaram a maneira como as pessoas vivem e se relacionam, o que modificou profundamente o contato entre as crianças e o meio ambiente. Essa mudança, que impactou o mundo todo, também chegou até os pequenos, formando a Geração Alpha.

As crianças nascidas a partir de 2012 e que integram essa nova geração, já crescem conectadas com diferentes dispositivos como tablets, celulares e computadores, além de conviverem com diversos estímulos.

Transtorno do Déficit de Natureza

O jornalista americano e especialista em Advocacy na infância, Richard Louv, alerta que tanto as famílias quanto os professores precisam monitorar o contato das crianças com a tecnologia e seus estímulos dentro e fora da sala de aula.

Pais e educadores que mantém os pequenos somente em casa ou dentro da sala de aula cercados de estímulos que ativam apenas alguns de seus sentidos, sem deixá-los interagir com o meio ambiente, estão não só privando as crianças do contato com a natureza na infância, como também contribuindo para o que ele chama de Transtorno do Déficit de Natureza.

Por que estimular o contato com a natureza na infância é importante?

Estimula a valorização da natureza

Brincar ao ar livre, explorar o meio ambiente, conhecer diferentes espécies e entrar em contato com a natureza na infância é fundamental para que as crianças valorizem a biodiversidade que as cerca.

Além disso, o convívio com o meio ambiente associado ao aprendizado de práticas sustentáveis também são muito importantes para que os pequenos se tornem protagonistas nos cuidados com o planeta no futuro. Afinal, é preciso conhecer para preservar.

Incentiva a imaginação e criatividade

O contato com a natureza na infância desperta a imaginação e criatividade dos pequenos para encontrarem novas formas de se divertir ao passear em um parque ou uma praça com familiares e amigos.

Dessa forma, os pequenos criam novas memórias, expandem seu repertório, se divertem e aprendem a conviver consigo, com os outros e com o meio ambiente.

Fortalece o sistema imunológico

Um dos grandes benefícios do contato com a natureza na infância é o fortalecimento do sistema imunológico dos pequenos e a prevenção da obesidade infantil.

Além disso, brincar ao ar livre e interagir com o meio ambiente também contribui para que as crianças aperfeiçoem suas habilidades psicomotoras, estimulando diretamente o desenvolvimento integral dos pequenos.

Melhora a qualidade do sono

Explorar o meio ambiente por meio de brincadeiras e atividades proporciona uma grande sensação de bem-estar e relaxamento nas crianças, o que melhora significativamente a qualidade do sono dos pequenos.

Vale lembrar ainda que os sintomas da ansiedade nas crianças também são reduzidos a partir do contato com a natureza na infância.

Desenvolve os cinco sentidos

- Ouvir o som dos pássaros

- Tocar a grama

- Sentir o vento no rosto

- Cheirar as flores 

- Provar uma fruta direto do pé

São apenas algumas das experiências que as crianças podem vivenciar ao entrar em contato com a natureza na infância.

Dessa forma, os pequenos estimulam e desenvolvem os cinco sentidos enquanto se divertem explorando os espaços dos parques, praças e praias.

Como estimular o contato com a natureza na infância

1) Histórias lúdicas

As histórias tem o poder único de apresentar novas perspectivas aos pequenos por meio da imaginação. Por essa razão, livros infantis sobre a natureza são recursos excelentes para estimular as crianças a conhecerem, respeitarem e cuidarem do meio ambiente.

2) Passeios e atividades ao ar livre

Que tal um piquenique no parque, uma viagem para um destino cercado pela natureza, uma tarde de atividades na pracinha do bairro ou um convite para acampar? Essas são algumas entre tantas possibilidades que envolvem o contato com a natureza na infância e constroem lembranças especiais, além de proporcionar tempo de qualidade em família.

3) Mini horta em casa

Quer estimular o contato diário dos pequenos com a terra e as plantas? Fazer uma mini horta em casa é a melhor solução, além de proporcionar benefícios como a educação alimentar e a responsabilidade.
4) Controle da tecnologia

Controlar o acesso das crianças à tecnologia é um dever fundamental dos pais e cuidadores que desejam estimular a relação dos filhos com a natureza. É desafiador e extremamente importante monitorar o tempo de exposição dos pequenos às telas.

Aprender a esperar - paciência se aprende

O mundo de hoje é repleto de recompensas instantâneas e as crianças quase nunca precisam esperar. Isso torna muito mais difícil ensiná-las a ter paciência. Ainda assim, há momentos em que será  preciso ser paciente, como na sala de espera do médico ou enquanto espera sua vez em um jogo.

Por isso, ensinar as crianças a serem pacientes é muito importante e não deve ser subestimado. Além, dos benefícios imediatos, isso poupará o seu filho de muita frustração no futuro.

Como ensinar a criança a ser mais paciente?

A capacidade de esperar tem a ver com autocontrole, uma habilidade que é difícil para as crianças. Isso porque, na infânica, o cérebro ainda está em desenvolvimento. Mesmo que eles não consigam desenvolver isso sozinho, você pode ajudar.

Primeiramente, seja claro sobre a razão de precisar ter paciência em alguma situação. Depois, tenha calma:  no geral, as crianças apresentam maior autorregulação à medida que crescem. Além disso, não esqueça de dar o exemplo, afinal, se você quer que o seu filho seja paciente, é preciso agir com tranquilidade diante dos desafios.

Quais os benefícios de ensinar paciência para as crianças?

Uma pesquisa realizada em 2008 pela Universidade da Califórnia sugere que as crianças que crescem com adultos pacientes têm melhor saúde física e mental. Outros benefícios incluem maior habilidades de relacionamento e mais capacidade de atingir os seus objetivos.

É importante lembrar de usar palavras positivas para ensinar as crianças a terem paciência, e não punir. Por isso, valorize quando ela espera por algo, isso demonstra que você confia nas suas capacidades.

Os pais têm fundamental importância no desenvolvimento da confiança, pois é neles que elas se espelham e confiam.


Confira alguns passos para ensinar paciência às crianças:

1- Ensine desde pequeno

A melhor maneira de ensinar paciência é desde que a criança é pequena. Por isso, da próxima vez que o seu filho pedir um lanche, prepare com calma e não se apresse somente para evitar reclamações. Deixe que ele veja que o seu pedido está sendo atendido, mesmo que não seja tão rápido quanto ele esperava.

Quando você finalmente der ao seu filho o que ele pediu, elogie-o por ter tido paciência para esperar. Esta é uma maneira simples e eficaz de ensinar as crianças pequenas a praticar a paciência.

2. Evite a gratificação instantânea

Seguindo o primeiro passo, você não precisa atender o seu filho instantaneamente em tudo. Claro que em algumas situações, isso será necessário, mas não em tudo. Quando ela pedir pra jogar bola, por exemplo, diga que antes precisa terminar algo que está fazendo. Depois, honre o pedido.

As crianças pequenas que têm menos noção de tempo podem ter dificuldades com isso no início. Mas elas irão aprender a praticar a paciência, desde que você sempre cumpra o pedido depois. Novamente, agradeça à criança por esperar, valorizando essa habilidade. 

3. Reconheça que esperar pode ser difícil

Todos nos sentimos impacientes às vezes, e com as crianças não é diferente. Por isso é importante reconhecer que esperar na sala do médico não é divertido. Então, da próxima vez que seu filho estiver chateado porque teve que esperar mais do que queria, respire fundo. 

Lembre-se de se abaixar, olhar nos olhos dele e dar um abraço. Abraços reduzem os níveis de estresse e, consequentemente, de impaciência. Converse com seu filho. Diga que esperar é difícil e você entende como ele se sente. Reforce que o admira por estar esperando.

4. Ensine o autocontrole

Para as crianças, aprender a ter paciência inclui entender que elas podem tentar controlar suas ações. Por exemplo, se houver apenas um controle de videogame e seu filho estiver reclamando que é a vez dele, ajude-o a se acalmar para atender. Isso ajudará a incutir a ideia de que agir com impaciência não é a maneira de conseguir algo.

5. Pratique a paciência com jogos

Jogos de revezamento são ótimos para praticar a paciência. Por isso, invista em momentos divertidos brincando de jogo da memória e amarelinha, por exemplo. Enquanto estiver jogando, diga coisas como: “Você não pode mexer nessa peça agora, mas você terá uma chance se esperar” e “Vê como todos precisam esperar sua vez também?”

6. Seja o modelo de paciência 

As crianças aprendem muito por meio da observação. Ou seja, não é somente o que você fala que conta, mas também a forma que age. Se você perde o controle em situações difíceis, pode apostar que seu filho vai perceber esse comportamento. 

A boa notícia é que é possível aprender a ter paciência em qualquer idade. Será positivo para o seu filho ver você aprender e praticar uma paciência. Fale sobre como é difícil para você esperar, assim como para ele. Assim, podem aprender e praticar juntos.

7. Plante

Plante uma muda de sua preferência, em um vaso. Acompanhe com a criança, o processo de desenvolvimento e fixação das raízes. É também uma forma de estimular o desenvolvimento da observação e paciência .