POR RENATA BRAVO - PESQUISAS, TECNOLOGIA ASSISTIVA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESDE 2013
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Dilemas da Sustentabilidade frente ao consumismo

Horta e alimentação saudável

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Livro: As sete portas do mundo

AS SETE PORTAS DO MUNDO:

O TANGRAM E AS CULTURAS QUE ELE UNE

Autora: Renata Bravo 

Está obra é uma ficção. Qualquer semelhança com pessoas, fatos ou lugares reais é mera coincidência.

DEDICATÓRIA

A todas as crianças que enxergam mais mundos do que olhos podem ver.

Aos professores que acreditam que brincar é uma forma de aprender.

E às sete peças que, juntas, ensinam que diferenças não se anulam, se completam.

APRESENTAÇÃO

Este livro nasceu com um sonho simples: aproximar culturas através de um jogo ancestral.

O Tangram, brinquedo chinês composto por sete peças geométricas chamadas tans, atravessou séculos e fronteiras. Da filosofia oriental à matemática moderna, do artesanato à neurociência, ele se tornou símbolo de criatividade, lógica, imaginação e união.

Quando escolas de diversos continentes decidiram participar do Concurso Internacional As Sete Portas, algo extraordinário aconteceu: crianças começaram a contar suas histórias. Cada uma trouxe sua cultura, sua voz, seus desafios e sua sensibilidade.

E foi assim que as sete peças se transformaram em sete portas abertas para o mundo.

Este livro reúne essas histórias ficcionais, porém profundamente verdadeiras sobre como o Tangram une educação, cultura, arte e relações humanas.

CAPÍTULO 1 

A LENDA DAS SETE PEÇAS

Dizem que, na China Antiga, havia um sábio chamado Tan, guardião de um espelho mágico feito de cristal puro. Esse espelho não refletia apenas o rosto das pessoas, mas também seus sentimentos e a energia do mundo ao redor.

Um dia, durante uma travessia por uma montanha íngreme, Tan tropeçou e deixou o espelho cair. Ao tocar o chão, ele se partiu em sete fragmentos perfeitos: três triângulos, um quadrado e um paralelogramo.

Tan lamentou, mas logo percebeu algo surpreendente: ao organizar as peças sobre o solo, podia recriar tudo o que existia: pássaros, casas, barcos, pessoas, montanhas, estrelas. O mundo todo cabia naquele conjunto simples.

A lenda diz que Tan escreveu em sua tábua de bambu:

“Quem compreende as sete formas compreende infinitas possibilidades.”

Assim nasceu o Tangram, o “Quadrado da Sabedoria”.

O capítulo explica ainda:

o contexto histórico das dinastias chinesas;

o uso dos jogos geométricos como ferramentas de meditação;

como a filosofia do equilíbrio permeia a cultura oriental.

CAPÍTULO 2 

DO IMPÉRIO CHINÊS ÀS SALAS DE AULA

A história do Tangram atravessa séculos e oceanos.

Na Dinastia Song, era passatempo intelectual e desafio lógico.

No século XIX, chegou à Europa e se tornou febre entre matemáticos, artistas e escritores.

Em mansões parisienses, senhores e damas tentavam montar figuras desafiadoras.

Nos cafés de Londres, intelectuais registravam combinações inéditas.

Na Alemanha, o Tangram virou material pedagógico para o ensino da geometria.

No século XX, ganhou espaço nas escolas modernas, influenciando:

psicologia da aprendizagem;

educação infantil;

design geométrico;

alfabetização visual.

Chegou ao mundo contemporâneo como ferramenta universal, acessível a todas as idades e culturas.

CAPÍTULO 3 

O CONCURSO “AS SETE PORTAS”

A Unesco, em parceria com escolas de sete regiões do mundo, propôs um desafio:

“Mostrem como o Tangram representa sua cultura, sua identidade e seus aprendizados.”

Cada escola deveria:

criar um conto ilustrado;

explicar a relação entre Tangram e sua cultura;

propor atividades interdisciplinares;

trocar cartas com outras escolas;

produzir um vídeo com depoimentos dos alunos.

Com o tempo, as sete narrativas se transformaram em um mosaico humano.

As crianças descobriram que, apesar de viverem em países distantes, compartilhavam medos, sonhos, risadas e curiosidades muito semelhantes.

CAPÍTULO 4 

CHINA: A PORTA DA SABEDORIA

Narradora: Mei-Ling, 11 anos

Mei-Ling vive em Xangai e cresce entre lanternas vermelhas, mercados cheios de aromas e histórias contadas por sua avó. Em seu aniversário, a avó lhe dá um Tangram de madeira, esculpido por seu bisavô.

“Essas peças ensinam a ver o mundo com calma”, diz a avó.

Mei-Ling passa tardes inteiras tentando montar dragões, montanhas, fênix e carpas.

No Festival da Lua, ela descobre que a lua cheia também pode ser formada com o Tangram. A família se reúne e percebe que o jogo desperta memória afetiva, criatividade e paciência.

O capítulo explora:

lendas chinesas;

a filosofia do equilíbrio e do ciclo;

arte tradicional;

matemática das formas;

convivência familiar e respeito aos ancestrais.

CAPÍTULO 5 

BRASIL: A PORTA DA CRIATIVIDADE

Narradores: Kaique e Luana, 10 anos

No Rio de Janeiro, dois amigos participam da feira cultural da escola.

Kaique ama desenhar animais da Amazônia; Luana adora dançar e observar fantasias de escolas de samba.

Eles decidem criar:

um sambista com sete peças;

um boto-cor-de-rosa com quatro peças;

uma arara azul;

uma onça pintada;

um berimbau estilizado.

Ao mostrar seus Tangrams, percebem que cada figura conta uma história do Brasil: suas florestas, sua música, suas cores e sua diversidade cultural.

Temas ampliados:

identidade brasileira;

arte indígena e afro-brasileira;

biomas;

geometria das formas naturais;

colaboração entre colegas;

acolhimento das diferenças.

CAPÍTULO 6 

EGITO: A PORTA DOS MISTÉRIOS

Narradora: Amira, 12 anos

Amira visita o Museu do Cairo e vê padrões geométricos em papiros, templos e sarcófagos. Seus olhos brilham: “O Tangram é como as paredes do Egito!”

Ela cria pirâmides, esfinges, barcos do Nilo e olhos de Hórus usando as sete peças.

Usa o Tangram para estudar proporções, ângulos e simetrias usadas por arquitetos da Antiguidade.

A narrativa mistura:

arqueologia;

matemática egípcia;

identidade histórica;

imaginação e simbolismo.

CAPÍTULO 7 

ÍNDIA: A PORTA DAS CORES

Narrador: Ravi, 9 anos

Ravi vive em Jaipur, onde as casas parecem palácios coloridos. Ele percebe que o Tangram é parecido com os rangolis feitos nas portas durante Diwali.

Cria pavões, mandalas, elefantes, templos e flores de lótus.

Aprende sobre simetria, repetição e ritmo visual.

O capítulo trata:

festivais indianos;

padrões geométricos;

artes tradicionais;

respeito às diferenças religiosas;

emoção ao lidar com frustrações criativas.

CAPÍTULO 8 

FINLÂNDIA: A PORTA DO SILÊNCIO CRIATIVO

Narradora: Aino, 13 anos

Aino vive cercada de neve, lagos e bosques silenciosos.

Na escola finlandesa, o Tangram é usado para desenvolver foco e autocontrole.

“Quando as peças se encaixam, meu pensamento se acalma.”

Aino cria renas, flocos de neve e constelações.

Descobre que o silêncio também é forma de comunicação.

O capítulo explora:

neurociência da aprendizagem;

estratégias de concentração;

cultura finlandesa;

bem-estar emocional.

CAPÍTULO 9 

MOÇAMBIQUE: A PORTA DAS HISTÓRIAS ORAIS

Narrador: Muanza, 10 anos

Em Maputo, Muanza vive em comunidade onde histórias são contadas ao redor do fogo. Seu avô, contador de lendas, inspira suas criações no Tangram:

o leão sábio;

o macaco brincalhão;

a tartaruga paciente;

a figura do “Espírito da Floresta”.

Muanza percebe que o Tangram é uma forma de preservar sua cultura.

O capítulo aborda:

tradição oral;

identidade africana;

ancestralidade;

criatividade e geometria intuitiva.

CAPÍTULO 10 

CANADÁ: A PORTA DA CONVIVÊNCIA

Narradora: Chloé, 11 anos

Em Montreal, a escola de Chloé recebe crianças refugiadas e imigrantes de várias línguas. No início, ninguém sabe se comunicar. O professor distribui Tangrams.

Sem palavras, eles começam a montar figuras juntos.

Sorrisos surgem. Gestos surgem. Laços surgem.

O capítulo fala de:

acolhimento;

empatia;

inclusão;

comunicação não verbal;

diversidade cultural.

CAPÍTULO 11 

O TANGRAM NA INTERDISCIPLINARIDADE

Este capítulo é uma síntese pedagógica prática, apresentando:

Matemática:

área

perímetro

ângulos

transformações

simetria

Artes:

composição visual

equilíbrio

criação de formas

design

Geografia e Ciências:

formas na natureza

biomas

relevo

animais regionais

Língua Portuguesa:

narração

descrição

legendas

produção textual

Competências socioemocionais

paciência

empatia

convivência

respeito às diferenças

CAPÍTULO 12 

O PODER DAS RELAÇÕES HUMANAS

Reflexões finais sobre:

cooperação internacional

cultura de paz

a metáfora das sete peças: cada uma essencial, cada uma única

depoimentos de professores fictícios

impacto global do projeto

Frase central do capítulo:

“Quando crianças aprendem juntas, fronteiras deixam de existir.”

CAPÍTULO 13 

PROJETOS DAS ESCOLAS

Cada escola apresenta:

relatos emocionantes

produções artísticas

desafios enfrentados

atividades feitas por famílias

exposições finais

impacto na comunidade escolar

CAPÍTULO 14 

AS SETE PEÇAS, UM SÓ MUNDO (ENCERRAMENTO POÉTICO)

Representantes das sete escolas se encontram em um grande auditório. No palco, há um tapete azul imenso. Cada delegação traz sua peça gigante de Tangram.

Quando posicionam as sete peças, formam a figura de uma criança com os braços abertos.

Os alunos entendem: somos diferentes, mas nos encaixamos.

Última frase do livro:

"O mundo é um Tangram: muda de forma, mas só existe inteiro quando cada peça encontra seu lugar."

Livro: O guardião das luzes


O guardião das luzes

Autora: Renata Bravo
Está obra é uma ficção. Qualquer semelhança com pessoas, fatos ou lugares reais é mera coincidência.

Uma narrativa completa sobre Padre Elias Dar Al-Qamar, tradição, ciência e a luz que ensina.

Prólogo
O Vale que Conta

No coração do Líbano, onde os cedros guardam memórias como livros de casca grossa, havia um vale onde a luz entrava como uma voz. O mosteiro de São Charbel do Vale Solar assentava-se no ponto exato em que a montanha curva o vento e ali vivia Elias Dar-Al-Qamar, homem de oração e mãos de copista.

Quando criança, Elias aprendeu a medir o dia pelo compasso do sol nas pedras do pátio. Seu avô dizia: “A luz não mente; ela só revela quem soubemos ser.” Anos depois, Elias entenderia que a mesma luz que alumia um ícone pode também ensinar a calcular trajetórias, curvar hipóteses e compor equações que soam como cantos.

Este livro conta como um copista virou professor do mundo; como um homem de mosteiro ajudou a reescrever capítulos esquecidos da matemática e da física; e como a prosa e o salmo se tornaram instrumentos para salvar conhecimentos e pessoas.

Capítulo 1
O Códice Escondido

A descoberta aconteceu em retalhos. Numa manhã de inverno, enquanto o mosteiro inalava a névoa e os sinos pareciam notas baixas de um alaúde, Elias abriu um hinário siríaco para restaurar uma página. Entre letras de hino, uma dobra revelava um desenho geométrico: linhas, arcos e uma série de anotações em siríaco com símbolos numéricos pouco convencionais.

As anotações descreviam ângulos de incidência solar sobre o altar uma tabela que ligava tempo do dia, estação e orientação das janelas a pontos de luz sobre certos ícones. O copista entendeu logo: monges arquitetos usavam músicas e oração para codificar cálculos que preservassem tanto a liturgia quanto a higiene da luz nos interiores.

Elias passou três noites sem dormir, decifrando termos arcaicos, tentando traduzir proporções escritas como versos. Em suas mãos, a matemática antiga respirou novamente. No silêncio da biblioteca, ele começou a traçar paralelos entre aquelas proporções e relações geométricas modernas.
- “Os antigos sabiam contar sem contar,” murmurou ele, e o rosário raspou-lhe a pele como se concordasse.
Foi o primeiro passo: provar que ali havia ciência codificada em música e ritual, ciência que buscava equilibrar a luz para a oração, mas que podia servir ao estudo da ótica.

Capítulo 2
A Biblioteca Subterrânea

Ao seguir uma referência marginal no códice, Elias descobriu uma escotilha coberta por pó e musgo. A descida revelou prateleiras de pergaminhos em caixas de cedro. Entre mapas estelares e tratados de botânica, havia um conjunto de manuscritos em árabe clássico que traçavam experimentos de óptica, descrições de instrumentos e medições que lembravam, por precisão e método, práticas científicas.

Ele chamou para o mosteiro um jovem professor de Beirute, que reconheceu algumas notações como variações da obra de estudiosos medievais como Ibn al-Haytham, mas com diferenças notáveis: equações aproximadas, métodos de medição e um apanhado de experimentos práticos com lentes improvisadas.

O mais intrigante era um pequeno tratado que misturava música e matemática: diagramas em que frequências de cantos correspondiam a comprimentos, e onde o tempo de reverberação de um salão era medido e comparado com distâncias entre pilares. Elias chamou essa relação de Proporção do Silêncio.

A biblioteca subterrânea já não era só relíquia. Era laboratório. Elias passou a noite a catalogar, restaurar, desenhar e replicar e aos poucos construiu um acervo que prometia ligar a matemática antiga à física experimental.

Capítulo 3
A Viagem a Beirute

A notícia das páginas circulou. Chegou à Universidade Americana de Beirute, e o professor Farid Haddad fez o primeiro convite formal: “Venha apresentar o material.” Elias aceitou, não por vaidade, mas porque sentiu que os manuscritos precisavam de ar e de olhos científicos.

Em Beirute, circulou entre auditórios e salas de laboratório. Seus rascunhos, lidos em voz alta, tomavam corpo. Ele explicava as tabelas como se rezasse, com cadência semita que transformava equações em melodias. Os jovens pesquisadores anotavam, desapontados por não terem pensado antes que cânticos de um mosteiro pudessem esconder cálculos de refração.
Ali foi gerada a pergunta que moveria a carreira de Elias: poderia a geometria de luz dos monges oferecer novos métodos práticos para medições óticas? Era uma hipótese que misturava história, arqueologia e física experimental — mas foi aonde ele se dirigiu com o mesmo zelo de seu ofício de copista.

Capítulo 4
A Proporção do Silêncio

Elias e uma equipe de físicos estudaram o trecho que relacionava distância entre pilares, volume do salão e tempo de reverberação. Ao replicar os parâmetros em modelos modernos, descobriram que a Proporção do Silêncio não era apenas arquitetônica: ela fornecia uma aproximação para problemas de ondas estacionárias em cavidades.

A proporção permitia prever padrões de ressonância com uma fórmula prática, útil em acústica e, surpreendentemente, em certas aplicações de física de partículas experimentais onde cavidades ressonantes desempenham papel.

A partir dali, Elias ajudou a adaptar o método para projetos de salas de aula e auditórios em regiões carentes uma técnica barata para otimizar acústica sem equipamentos sofisticados. Universidades e ONGs passaram a adotar suas recomendações, que uniam cultura e ciência prática.

Capítulo 5
A Luz que Curva

Entre diagramas e observações feitas por monges que estudavam o céu noturno, havia medições de estrelas próximas ao horizonte, anotações sobre deslocamentos aparentes e um cálculo primitivo da mudança de trajetória dos raios de luz. Ao refinar as observações com métodos modernos, Elias encontrou uma descrição qualitativa do que hoje chamamos curvatura da luz por massas, uma antecipação empírica, não uma teoria completa.

Quando comparado com medições astronômicas locais, o que os antigos haviam observado fazia sentido: observações meticulosas de jeitos variados, correções sazonais, e um entendimento prático de que a luz, por vezes, parece “falhar” em seguir linhas retas próximas de grandes corpos.
A comunidade científica reagiu com fascínio: não pelo fato de terem descoberto tudo, mas porque perceberam que existia uma tradição antiga de experimentação empírica que havia sido negligenciada. Elias passou a ser consultado como ponte entre fontes antigas e técnicas modernas.

Capítulo 6
O Sismógrafo de Água

Durante uma chuva forte, o mosteiro sofreu pequenos tremores; uma das velhas caixas virou, e Elias encontrou um desenho detalhado de um aparelho composto de vasos ligados por cordas e recipientes d’água. O princípio era simples: mudanças na pressão e pequenas deslocações provocavam variações na coluna de água, que podiam ser medidas por padrões visuais no vidro.

Elias reconstruiu o aparelho com materiais locais e instalou-o no pátio. Quando o mosteiro registrou um tremor, os padrões foram analisados e convertidos em séries temporais rudimentares. Com métodos de Fourier básicos que ele ensinou aos jovens voluntários, eles puderam decompor o sinal e identificar frequências dominantes.

A invenção virou referência: uma solução de baixo custo para monitoramento sísmico comunitário em regiões de poucos recursos. Instituições de engenharia civil reconheceram o mérito de combinar observação tradicional com análise matemática contemporânea.

Capítulo 7
Alianças e Conflitos

O reconhecimento trouxe benefícios e tensões. Havia quem desejasse acadêmicos prédios e honrarias; outros, proteções e patentes. Elias, homem do mosteiro, resistiu às pressões mercantis. Para ele, o conhecimento devia servir à comunidade.
Nem todos aceitaram suas ideias com generosidade. Grupos de traficantes de relíquias tentaram apropriá-los. Políticos locais queriam vincular as descobertas a narrativas nacionais. Elias navegou entre propostas, recusas e acordos, sempre tentando preservar o acervo e, sobretudo, a integridade das descobertas.
- “A ciência não pode ser mercadoria do ego,” dizia. E entre frases e rezas, assinava convênios que garantiam acesso livre aos manuscritos para fins de pesquisa e educação.

Capítulo 8
O Livro “A Luz Que Respira”

Convencido de que precisava deixar o material de forma acessível e bela, Elias escreveu um livro que misturava poemas, tratados e instruções práticas. “A Luz Que Respira” se tornou uma obra híbrida: capítulos que descreviam experimentos, intercalados por cânticos e histórias do vale.

O livro explicava, em linguagem clara, a geometria da luz, a Proporção do Silêncio e o sismógrafo de água, com ilustrações que ele mesmo redesenhara dos pergaminhos. Universidades adotaram o texto em cursos de história da ciência e de física aplicada; escolas técnicas utilizaram peças práticas sugeridas no apêndice.

Sua escrita emocionava: trazia a cadência litúrgica ao serviço da clareza científica. Muitos jovens, ao ler, foram inspirados a estudar física e matemática, e mais ainda: a perceberem que conhecimento pode nascer da memória coletiva.

Capítulo 9
Ensino e Oficinas

Elias criou um programa de oficinas itinerantes: levava réplicas dos instrumentos a vilarejos, escolas e centros comunitários. Ensinava princípios básicos de óptica com vidros, sombras e melodias; explicava ressonância com panelas e cordas; mostrava como a observação do dia a dia pode virar metodologia científica.

Crianças aprendiam medindo sombras e fazendo graficos; jovens calculavam frequências ouvindo cantos; professores ganhavam métodos baratos para melhorar salas de aula. A pedagogia de Elias incorporava poesia: fórmulas eram memorizadas em versos, e experimentos, em cantos.

Esse trabalho multiplicou o impacto científico de suas descobertas: não ficou restrito a papers acadêmicos; virou saber útil, transmitido e adaptado.

Capítulo 10
A Controvérsia e a Renovação

Houve quem questionasse a historicidade de algumas conclusões, se de fato havia “descobertas” ou apenas práticas locais. Debates acalorados tomaram revistas científicas. Elias, sempre calmo, incentivou a reprodutibilidade: convidou equipes internacionais a replicar experimentos no mosteiro.

Os resultados foram claros: algumas relações eram aproximadas, outras excepcionais; o valor real estava na prática interdisciplinar que unia observação, matemática empírica e técnica artesanal. A ciência moderna ganhou com a diversidade de fontes; a historiografia teve que ajustar cronologias e hipóteses.

E, o mais importante, um novo campo de estudo emergiu: a arqueociência experimental, que valoriza técnicas tradicionais como pontos de partida para descobertas científicas.

Capítulo 11
O Legado Global

A influência de Elias tomou formas inesperadas. Arquitetos redescobriram a Geometria da Luz para projetar escolas econômicas em regiões tropicais; engenheiros testaram variações do sismógrafo de água em comunidades costeiras; músicos e físicos realizaram estudos sobre a Proporção do Silêncio em salas de concerto.

Acadêmicos cunharam o termo Parâmetro Dar-Al-Qamar para referir constantes empíricas encontradas nos manuscritos, um reconhecimento solene que, ainda assim, não agradou Elias. Ele preferia que se lembrassem da lição prática: conhecimento é um bem coletivo.

No mosteiro, foi criada uma escola que unia liturgia, restauração e física aplicada, um espaço onde monjas, monges e jovens pesquisadores aprendessem juntos.

Capítulo 12
A Última Aula

Na velhice, Elias dava aulas simples no pátio, contando histórias: do sol que traça um compasso, da corda que canta, do vidro que curva a verdade. Mostrava como uma equação pode nascer de um cântico, e como uma oração pode ser um método de observação.

Numa tarde amena, quando as sombras alongaram como notas baixas, ele escreveu a última página de seu caderno: um diagrama simples, uma equação breve e uma linha de poesia. Depois, acendeu uma vela e deixou que a luz fizesse o resto.

As gerações seguintes continuaram a ensinar sua obra. Sua escola produziu pesquisadores, professores e artesãos, todos inspirados por uma vida que fundiu a fé e a ciência sem contradição.

Epílogo
A Luz Continua Respirando

Os cedros do vale seguem vigília. O mosteiro ainda guarda pergaminhos, instrumentos e vozes. A biblioteca subterrânea se transformou num centro de aprendizado. E a voz de Elias, registrada em fitas e livros, continua a entrar nas salas de aula como um hino.

O que ele fez ao conhecimento matemático e à física não foi um salto isolado nem uma invenção singular: foi um convite para olhar o que sempre esteve diante de nós com olhos atentos, e para transformar rotina em método.

A luz que ele ajudou a decifrar seguiu respirando: nos auditórios com melhor acústica, nas salas de aula mais claras, nos sismógrafos comunitários que salvam vidas, nos versos que agora ajudam estudantes a memorizar funções trigonométricas.

Padre Elias Dar-Al-Qamar partiu, mas deixou um legado: que ciência e liturgia podem ser parceiros, que tradição não é sinônimo de estagnação, e que todo conhecimento, quando compartilhado, ilumina muitos mais caminhos do que se imagina.



Contato com a autora: renatarjbravo@gmail.com

Essa “ponte espiral” realmente existe, e é parte integrante de um sistema engenhoso de infra-estrutura histórica

A ponte ou mais precisamente um tipo de ponte é uma das chamadas roving bridge (em português, “ponte de transposição” ou “ponte-roving”). 

No contexto do Macclesfield Canal, essas pontes também são conhecidas coloquialmente como Snake Bridge ou “snake bridges”. 

A função da ponte era permitir que o cavalo que puxava uma barcaça pelo canal passasse de um lado do canal para o outro sem que fosse necessário desengatar a corda de reboque. Dessa forma, o trajeto era contínuo, facilitando o transporte. 

Histórico e contexto:

O Macclesfield Canal foi projetado no início do século XIX. A rota foi planejada por Thomas Telford e construída por William Crosley. 

O canal foi oficialmente aberto em 9 de novembro de 1831, após aprovação de lei em 1826. 

Originalmente, seu propósito era servir às indústrias da época (moinhos, minas, pedreiras etc.), ligando áreas industriais entre Manchester, as Midlands e a região da cerâmica (“Potteries”). 

Com a chegada e expansão das ferrovias, o canal perdeu importância para transporte comercial, mas voltou a ter relevância com o uso recreativo de barcos (lazer/cruzeiros), o que ocorre até hoje. 

A engenharia por trás da “Snake Bridge”:

As roving bridges “snake bridges” foram projetadas com rampas curvas (às vezes em espiral) para que o cavalo percorresse um trajeto arqueado que o levava de um lado para o outro do canal. Desta forma, a corda de reboque nunca precisava ser desengatada, economizando tempo e esforço. 

Esse tipo de ponte era especialmente útil nas partes do canal onde o “towpath” (caminho por onde o cavalo caminhava) precisava alternar de margem por exemplo, para contornar obstruções, muros de propriedade, docas, armazéns etc. 

No Macclesfield Canal existem seis dessas pontes (ou “snake/roving bridges”). 

As pontes e outras estruturas do canal são em muitos casos protegidas como patrimônio: são classificadas como “Grade II listed structures” (edificações de importância histórica). 

Importância histórica e patrimonial:

As “snake bridges” representam a engenhosidade da Revolução Industrial uma solução direta a um problema prático de transporte, que respeitava as limitações técnicas e logísticas da época.

Hoje, o canal e suas pontes não servem mais ao transporte comercial como no século XIX, mas passaram a integrar um ambiente de lazer, turismo e preservação histórica. O canal ainda é navegável e muitas de suas estruturas estão preservadas. 

Para os admiradores de engenharia histórica, arquitetura industrial e história dos transportes, as “snake / roving bridges” do Macclesfield Canal são exemplos clássicos de adaptação eficiente a desafios de mobilidade na era pré-máquinas motorizadas.

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

O Pequeno Príncipe em papel machê

Autoria: Renata Bravo 

Entre o papel e o infinito

Nasce um planeta.

Não daqueles perfeitos, desenhados com régua,

mas um mundo de crateras, poros,

onde as imperfeições respiram poesia.


Esse planeta é feito de restos.

Retalhos de jornal, memórias impressas,

palavras que talvez um dia alguém leu,

e agora se transformam em matéria do universo.


Sobre ele, repousa uma pequena figura,

frágil como as perguntas das crianças,

leve como a esperança.

Feita de papel… mas movida por estrelas.


O papel machê molda o corpo,

mas é o afeto que molda a alma.

Cada camada é silêncio,

cada dobra é coragem.

Porque criar também é cuidar.

E cuidar é um ato de resistência.


No planeta pequeno, há espaço para grandes coisas:

para a saudade, para a curiosidade,

para o espanto diante de um pôr do sol.

Porque, como escreveu um aviador-poeta,

o essencial é invisível aos olhos

mas aqui,

neste pequeno mundo feito de papel,

faz-se visível no gesto, na textura, no olhar.


E assim, entre recortes e sonhos,

o artista reconstrói universos.

Com as mãos sujas de cola e poesia,

ele nos lembra que

cada planeta que criamos fora

revela o planeta que habitamos dentro.

Se a vida fosse uma escultura, talvez fosse de papel machê:

leve, reciclável, frágil… e eternamente recomeçável.

O Pequeno Príncipe em Papel Machê: arte, valores humanos e sustentabilidade

INTRODUÇÃO:

O presente trabalho apresenta uma proposta interdisciplinar de prática artística baseada na construção de uma escultura em papel machê inspirada na obra literária O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry. A atividade envolve a criação de um planeta e da figura do protagonista utilizando materiais recicláveis, promovendo reflexões sobre sustentabilidade, valores humanos, expressão artística e interpretação literária.

A escolha dessa obra se justifica pela profundidade de seus ensinamentos simbólicos, que abordam temas como amizade, empatia, essência, solidão e responsabilidade afetiva. A técnica do papel machê, por sua vez, possibilita aos participantes trabalhar conceitos de arte sustentável, reaproveitamento de materiais e construção tridimensional.

A proposta é direcionada a contextos escolares, oficinas culturais, práticas terapêuticas e atividades do movimento escoteiro, com potencial de envolver participantes de diferentes faixas etárias, especialmente crianças e adolescentes. O objetivo é proporcionar uma experiência estética, filosófica e ambiental, promovendo o desenvolvimento cognitivo, socioemocional e criativo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

- O Pequeno Príncipe como obra pedagógica

Publicado em 1943, O Pequeno Príncipe é reconhecido mundialmente como uma obra que ultrapassa a literatura infantil, apresentando reflexões filosóficas sobre o ser humano. Frases como “O essencial é invisível aos olhos” e “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” destacam a profundidade de seus ensinamentos. No contexto educacional, a obra é um recurso para o trabalho com valores, empatia e pensamento crítico.

- A arte como linguagem expressiva e interdisciplinar

Segundo Barbosa (2010), a arte contribui para a formação do sujeito por meio da expressão e da percepção estética. A escultura em papel machê desenvolve coordenação motora, pensamento espacial e estímulo criativo. Quando associada à literatura, expande a compreensão leitora por meio da materialização simbólica.

- Papel machê e sustentabilidade

O papel machê é uma técnica artesanal que reutiliza papel e cola, sendo altamente sustentável. Trabalhar com materiais recicláveis promove a conscientização ambiental, proposta importante para projetos vinculados à educação ambiental e ao movimento escoteiro, alinhado com o princípio “deixar o mundo melhor do que encontramos”.

- Interdisciplinaridade na prática pedagógica

A utilização de uma obra literária como base para uma criação escultórica permite integração entre arte, língua portuguesa, filosofia, ciências e matemática. Essa abordagem interdisciplinar favorece a aprendizagem significativa (Ausubel, 2003), integrando conhecimento teórico à prática artística.

OBJETIVOS:

- Geral

Desenvolver uma experiência artística interdisciplinar utilizando a técnica do papel machê inspirada na obra O Pequeno Príncipe, promovendo reflexão sobre valores humanos e sustentabilidade.

- Específicos

Construir uma escultura representando o planeta e o personagem utilizando papel machê e materiais recicláveis;

Compreender e interpretar simbolicamente trechos da obra literária;

Trabalhar princípios de arte, sustentabilidade e expressão emocional;

Estimular a criatividade, o raciocínio espacial e a coordenação motora;

Promover valores como responsabilidade, empatia e sensibilidade;

Desenvolver atividade expositiva para compartilhamento da produção com a comunidade.

METODOLOGIA / DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:

A atividade pode ser desenvolvida individualmente ou em grupo, em aulas de arte, literatura, oficinas culturais ou ações escoteiras. Recomenda-se um período de 3 a 5 encontros.

Etapas propostas

1- Leitura e conversa inicial

Leitura de trechos selecionados;

Discussão sobre os conceitos de planeta, essência, cuidado e valores.

2- Planejamento artístico

Esboço da escultura;

Definição de materiais.

3- Construção do planeta (base da escultura)

Moldagem em papel machê sobre estrutura circular;

Inserção de crateras e relevos.

4- Construção da figura do Pequeno Príncipe

Estrutura com arame ou papel enrolado;

Camadas em jornal e papel machê;

Definição de postura e movimento.

5- Secagem natural + Pintura e detalhes

Escolha de cores simbólicas;

Inserção de elementos como flor ou estrela.

6- Exposição e reflexão

Apresentação da escultura;

Roda de conversa: “Qual é o essencial do meu planeta?”

INTERDISCIPLINARIDADE:

Arte - Escultura, tridimensionalidade, textura

Literatura - Interpretação da obra

Filosofia - Valores humanos, reflexão

Ciê. Naturais - Sustentabilidade, planeta, ciclo da matéria

Matemática - Forma esférica, proporção

Educação ambiental - Reutilização de materiais

Psicomotricidade - Moldagem, coordenação motora

Educação escoteira - Cuidado com o planeta, empatia e responsabilidade

AVALIAÇÃO:

A avaliação deve ser contínua, observando:

Engajamento nas discussões;

Criatividade e adequação técnica;

Compreensão conceitual da obra;

Participação na construção coletiva;

Capacidade reflexiva e argumentativa;

Autonomia e cooperação.

Pode também incluir autoavaliação: “o que aprendi com o planeta que construí?”

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A atividade proposta revelou-se uma possibilidade significativa de integração entre arte, literatura e valores humanos, oferecendo aos participantes a oportunidade de refletir sobre a própria existência através de uma experiência estética. A produção artística em papel machê permitiu a representação simbólica de um planeta único, onde o essencial se revela pela textura, pelo gesto e pela intenção de quem cria.

Ao trabalhar O Pequeno Príncipe, compreende-se que a arte pode ser ponte entre mundos internos e externos, promovendo a expressão emocional e a consciência ambiental. A técnica sustentável reforça a mensagem de cuidado com o planeta e com as relações humanas.

Dessa maneira, a escultura torna-se não apenas objeto artístico, mas também veículo pedagógico, terapêutico e cultural.

REFERÊNCIAS:

BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2010.

AUSUBEL, David. A Aprendizagem Significativa. São Paulo: Moraes, 2003.

SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O Pequeno Príncipe. Diversas edições.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. MEC, 2017.

ESCOTEIROS DO BRASIL. Projeto Educativo do Movimento Escoteiro, 2019.


O Corpo que Dança em Alumínio


Autoria: Renata Bravo 

O movimento nasce antes do gesto.

Nasce no sopro que desperta o corpo,

no desejo que faz o músculo vibrar,

no pensamento que inicia a dança silenciosa.


Aqui,

cada escultura é um instante capturado.

Corpos feitos de alumínio,

leveza metálica que desenha a alma

no exato segundo em que ela se revela.


Cada dobra reflete esforço, equilíbrio, entrega.

Cada contorno guarda a tensão do salto,

a fluidez de um giro,

o silêncio de uma respiração.

Não há imobilidade:

há memória de movimento.


Sobre a base colorida,

expandem-se ondas que anunciam energia,

como se o corpo tocasse o chão

e o chão respondesse com arte.

É o traço da vibração,

o eco da presença,

a poesia que nasce quando o corpo se torna forma.


Porque movimento é linguagem,

escultura é permanência,

e arte é o encontro entre o que se sente e o que se vê.


Nesta exposição,

os corpos não estão parados.

Estão em pausa.

No exato instante antes da próxima dança.



O corpo desenha no espaço o que a palavra ainda não aprendeu a dizer.

A escultura, então, fala por ele.

O Corpo em Movimento: Escultura e Expressão Artística

- Introdução:

Este trabalho apresenta uma proposta interdisciplinar de atividade prática envolvendo os componentes curriculares de Artes, Educação Física, Ciências e Matemática, por meio da criação de uma escultura de figura humana em movimento utilizando papel alumínio e sua projeção sobre uma base artística colorida. A atividade promove a compreensão da anatomia humana e do movimento corporal, estimula a expressão artística, desenvolve noções matemáticas como proporção e simetria, além de incentivar a observação e a criatividade.

- Justificativa:

Os movimentos corporais expressam emoções, intenções e histórias, sendo uma forma de comunicação não verbal. Trabalhar o corpo em movimento por meio da escultura permite ao estudante visualizar e compreender a mecânica corporal, ao mesmo tempo em que explora a arte como linguagem. A técnica com papel alumínio favorece a prática segura, acessível e envolvente, além de permitir ajustes rápidos de postura. A atividade estimula a coordenação motora, a percepção espacial, o planejamento criativo e a interdisciplinaridade.

- Objetivos:

- Geral

Criar uma escultura representando o corpo humano em movimento, relacionando aspectos artísticos, anatômicos e físicos.

- Específicos:

Identificar partes do corpo humano envolvidas no movimento.

Experimentar e representar poses corporais.

Aprender noções de proporção, equilíbrio e centro de gravidade.

Desenvolver a coordenação motora fina.

Explorar linhas expressivas e padrões visuais na base artística.

Relacionar arte ao movimento corporal humano.

- Fundamentação Teórica (resumo por áreas):

Artes

A escultura como expressão tridimensional. Linhas, formas e volume. Arte cinética e representação de movimento na escultura.

Educação Física

Movimento corporal, postura, equilíbrio, coordenação e expressão corporal. A ligação entre arte e corpo (dança, teatro, performance).

Ciências / Anatomia

Esqueletos, articulações, músculos. Posições de extensão, flexão e equilíbrio. Importância da coluna vertebral e do controle corporal.

Matemática

Proporções do corpo (regra da cabeça), simetria e equilíbrio. Cálculo de sustentação da escultura.

- Metodologia (atividade prática):

- Aquecimento corporal: os estudantes reproduzem poses de equilíbrio e movimento (ex: dançarino, atleta, gesto livre).

- Observação da anatomia básica:

Cabeça, tronco, membros.

Identificação de articulações: joelho, cotovelo, ombro.

- Modelagem da escultura:

Utilizar papel alumínio.

Criar estrutura básica (cabeça-tronco e membros).

Posicionar em gesto de movimento.

- Criação da base artística:

Papel cartão desenhado com linhas concêntricas ou geometria para representar energia/movimento.

Possibilidade de projetar sombra e colorir.

- Interpretação final e exposição:

Cada aluno apresenta seu movimento representado.

Explica a articulação envolvida.

Relaciona com expressão artística.

- Avaliação:

Observação de:

Criatividade na pose.

Coerência Anatômica.

Técnica de escultura.

Participação ativa.

Relação com outras áreas (oral ou em ficha escrita).

- Interdisciplinaridade:

Área Aplicação

Artes Escultura, cor, forma, volume
Educação Física Expressão corporal, equilíbrio
Ciências Anatomia, articulações
Matemática Proporção, simetria
Português Relato da experiência, interpretação

- Considerações Finais:

A atividade proporcionou aos estudantes uma vivência integrada entre arte e ciência, destacando o corpo como instrumento de expressão e conhecimento. A escultura evidenciou o movimento humano, promovendo compreensão sobre anatomia e equilíbrio, além de estimular a criatividade. A interdisciplinaridade fortaleceu o aprendizado significativo e contribuiu para uma experiência estética, educativa e sensorial.

- Referências:

BRASIL. BNCC – Base Nacional Comum Curricular.

LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. Desenvolvimento da Criatividade na Arte Infantil.

LABAN, Rudolf. A Arte do Movimento.

DA VINCI, Leonardo. Estudo de Anatomia Humana.

ESCOTEIROS DO BRASIL. Proposta Educativa.


 

A Terra que Germina Vida

 A Terra que Germina Vida

Autoria: Renata Bravo 

- Introdução:

O presente trabalho tem como objetivo apresentar um projeto pedagógico inovador que utiliza a representação da Terra com materiais recicláveis e sementes germinativas, estimulando a aprendizagem interdisciplinar e a consciência ambiental. A atividade, representada na imagem que inspira esta monografia, propõe a construção de um “planeta vivo”, unindo ciência, geografia, artes e valores interculturais.

A oficina, denominada “A Terra que Germina Vida”, desenvolve aprendizagens significativas ao favorecer a observação real do ciclo da vida, associada à diversidade cultural e à responsabilidade socioambiental. Baseia-se em metodologias ativas, aprendizado por projetos e educação humanizadora, dialogando ainda com os princípios do Movimento Escoteiro: respeito, cooperação, sustentabilidade e protagonismo juvenil.

- Justificativa:

Vivemos em um contexto de urgência ambiental e crescente intolerância cultural. As crianças, desde os primeiros anos, precisam aprender através de experiências práticas que conectem conhecimento, emoção e ação.

- A atividade proposta:

estimula a reflexão sobre a ocupação dos continentes e sua vegetação;

fortalece o respeito à diversidade cultural;

fomenta o cuidado com o planeta como espaço comum;

promove o contato com elementos naturais e práticas ecológicas.

A imagem trabalhada evidencia crianças manipulando sementes, representando continentes em meio aos oceanos. O crescimento das plantas simboliza a vida que floresce quando bem cuidada.

- Objetivos:

- Objetivo Geral

Propor uma oficina interdisciplinar que promova o conhecimento científico, o respeito intercultural e a conscientização ambiental por meio de atividade prática de germinação de sementes, representando os continentes do planeta Terra.

- Objetivos Específicos:

Identificar continentes e oceanos de forma lúdica.

Observar o processo de germinação das sementes.

Relacionar diferentes culturas com seus hábitos alimentares e vegetação típica.

Desenvolver coordenação motora fina e trabalho em equipe.

Estabelecer vínculo afetivo com o meio ambiente.

Estimular inclusão e participação cooperativa.

Referencial Teórico

- A proposta fundamenta-se em:

Autor/Referência Conceito:

Paulo Freire Educação transformadora, diálogo cultural.

Loris Malaguzzi (Reggio Emilia) Criança como protagonista, educação por projetos.

Jean Piaget Aprendizagem por interação com o meio.

Maria Montessori Experiências sensoriais e autonomia.

Howard Gardner Inteligências múltiplas (naturalista, espacial e interpessoal).

BNCC (2018) Campos de Experiência, interdisciplinaridade e sustentabilidade.

Escotismo Educação pelo exemplo, ação e serviço.

- Metodologia:

Abordagem:

Exploração sensorial (tátil e visual).

Aprendizagem baseada em projetos (ABP).

Experimentação científica (germinação).

Roda de conversa intercultural.

Registro contínuo das observações (desenho, fala ou escrita).

Etapas:

1- Mostra da imagem do planeta e conversa inicial.

2- Pintura da bandeja (oceano).

3- Posicionamento de algodão (continentes).

4- Plantio de sementes por região.

5- Regar diariamente e observar.

6- Associar cada continente a culturas e costumes.

7- Construção de painel final ou exposição.

8- Avaliação e reflexão coletiva.Projeto Pedagógico

- Público-alvo:

Educação Infantil (4 a 6 anos);

Ensino Fundamental I (6 a 10 anos);

Grupo Escoteiro (Filhotes e Lobinhos).

- Duração:

Cerimônia inicial (1 dia) + acompanhamento do crescimento (5 a 10 dias) + apresentação final.

- Planejamento Interdisciplinar:

Área e Desenvolvimento:

Ciências- Germinação, ciclo da vida, cuidado ambiental.

Geografia - Continentes, oceanos, povos.

História/Cultura - Costumes, alimentos típicos, celebrações.

Artes - Construção visual do planeta.

Matemática - Contagem de sementes e medidas de crescimento.

Português - Relatos e registros.

Valores Humanos/Escotismo - Cooperação, empatia, sustentabilidade.

- Recursos;

Bandeja ou forma redonda de metal/plástico.

Tinta azul (água).

Algodão (continentes).

Sementes de crescimento rápido (alpiste, trigo, lentilha).

Borrifador com água.

Imagens de diferentes povos e culturas.

Música internacional para roda intercultural.

- Avaliação:

Avaliação processual e qualitativa:

- Participação na construção do planeta

- Compreensão dos ciclos da natureza

- Interessse por outras culturas

- Cuidado com as sementes

- Registros (fala, desenho ou escrita)

- Cooperação e empatia em grupo

- Resultados Esperados:

As crianças serão capazes de:

entender que todas as culturas ocupam o planeta e dependem da natureza;

identificar que a vida se desenvolve onde há cuidado;

respeitar valores culturais distintos;

praticar atitudes sustentáveis;

perceber-se como agentes responsáveis pela vida na Terra.

- Considerações Finais:

A oficina “A Terra que Germina Vida” propõe um caminho integrador entre conteúdo acadêmico, vivência emocional e consciência socioambiental. A imagem trabalhada simboliza que não há vida possível sem cuidado; e que diversidade e colaboração são fundamentais para o florescimento humano.

Ao germinar sementes nos continentes, as crianças compreendem, de forma concreta e emocional, que somos parte da Terra e corresponsáveis por seu equilíbrio. O projeto contribui não apenas para a aprendizagem escolar, mas também para a formação cidadã, solidária e ambientalmente consciente.

- Referências Bibliográficas:

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. MEC, 2018.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

MALAGUZZI, Loris. As Cem Linguagens da Criança. Reggio Emilia.

PIAGET, Jean. A Linguagem e o Pensamento da Criança.

MONTESSORI, Maria. A Mente Absorvente da Criança.

GARDNER, Howard. Estruturas da Mente.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO MOVIMENTO ESCOTEIRO. Método Escoteiro.

UNESCO. Educação para Desenvolvimento Sustentável.