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quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Fábula: O Boto Cor-de-Rosa e a Preguiça das Águas

Autora: Renata Bravo 

Nas margens tranquilas de um grande rio da Amazônia, vivia Arumi, um boto cor-de-rosa conhecido por sua alegria e vontade de ajudar. Ele nadava rápido, fazia piruetas e tinha sempre uma história nova para contar.

Perto dali, em um galho quase tocando a água, vivia Solombra, uma preguiça-de-três-dedos, calma, quieta e muito observadora. Ela não gostava de pressa; para Solombra, o tempo tinha o ritmo das folhas balançando ao vento.

Certa manhã, Arumi saltou fora d’água, espirrando gotinhas brilhantes para todos os lados.

- Solombra, venha ver! O rio está cheio de peixinhos prateados. É dia de festa! - disse o boto, animado.

A preguiça abriu um olho… depois o outro… e sorriu devagar.

- Arumi, eu adoraria… mas me leva um tempo para me mover.

O boto deu uma risadinha.

- Tempo? Mas a vida é tão rápida!

Solombra balançou a cabeça:

- Nem tudo precisa ser rápido. Às vezes, quem corre demais perde o que o rio quer mostrar.

Arumi achou aquilo estranho, mas não disse nada e saiu nadando em disparada para aproveitar a festa dos peixes. De tão apressado, não percebeu que uma rede de pesca abandonada estava presa entre dois troncos submersos.

Num segundo, ficou preso.

- Socorro! Alguém me ajuda! - gritou Arumi, se debatendo.

Do galho, Solombra ouviu o chamado. Com calma, muito calma, começou a descer. Cada movimento parecia uma eternidade, mas era firme e preciso. Ela mergulhou apenas o suficiente para alcançar a rede com suas garras longas e, com gestos lentos e cuidadosos, foi desfazendo os nós.

Arumi, aliviado, nadou para a superfície.

- Solombra! Você me salvou!

A preguiça sorriu:

- Viu, Arumi? Às vezes, devagar se enxerga melhor.

O boto abaixou a cabeça, envergonhado.

- Eu sempre achei que velocidade era o que importava… Mas hoje aprendi que sua calma é tão forte quanto minha agilidade.

E desde aquele dia, Arumi passou a prestar mais atenção ao caminho, e Solombra passou a participar, no seu ritmo, das aventuras do amigo no rio.

Moral: A pressa pode nos cegar; a calma revela caminhos que salvam.

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