Sabendo dos desafios do ensino nos dias atuais e da importância de
apresentar aos alunos as diversidades de gêneros textuais, o presente artigo
procura dar ênfase à utilidade da Literatura de Cordel para os alunos dos anos finais
do ensino fundamental. O propósito primeiro é evidenciar que o trabalho com o
gênero textual Cordel é dinâmico e capaz de despertar a criatividade dos alunos
incentivando-os na tarefa de ler, recitar e escrever folhetos.
Considerando que a Literatura de Cordel já fez parte das nossas
tradições, antes da chegada das mídias que nos trouxe um mundo de inovações de
novidades, que nos atrai e faz com que deixemos de lado nossas próprias origens
culturais, a Literatura de Cordel é de suma importância nesse resgate de nossas
raízes culturais. Ela dá ênfase tanto à riqueza, quanto à expressividade da nossa
cultura. Portanto, é uma maneira de despertar o senso crítico, econômico, político e
histórico dessa manifestação popular.
Pensando assim, levar a Literatura de Cordel até à escola significa
motivar o aluno a conhecer mais da formação cultural de nosso povo, pois o Cordel
em sua temática não narra apenas ficção, mas também fatos acontecidos que
retratam o cotidiano e a realidade vivida por esses cordelistas. Além do mais, pode
ser utilizado como um importante instrumento no processo de incentivo à leitura com
foco na oralidade, já que são fáceis de memorizá-los. Sendo o Cordel uma das mais expressivas formas da cultural nordestinas, e nós como descendentes dessa cultura
não podíamos deixar essa tradição desaparecer.
Acreditando que a Literatura de Cordel é um ótimo gênero textual, visto
que é dinâmico e com certeza irá promover encantamento e envolvimento dos
alunos, a escola deve abrir as portas para esta experiência e conhecimento com a
literatura popular como um todo, é uma conquista de maior importância.
UM POUCO DA LITERATURA DE CORDEL
O Cordel iniciou-se na Europa no século XVII e por ter uma forma editorial
de baixo custo que atingia várias classes tornando-se acessível à grande parte da
população. Era vendido em feiras e ainda é no Brasil, e seus autores o cantavam ou
declamavam tornando o folheto mais atrativo. Os textos podiam ser em verso ou
prosa, não sendo invulgar trata-se de peças de teatro, e versavam sobre os mais
variados temas. Encontram-se farsas, historietas, contos fantásticos, escritos de
fundo histórico moralizantes etc. O Cordel se desenvolveu em outras partes do
mundo, tornando-se assim uma literatura articulada de formas diferentes. Na França
este fenômeno é denominado de “Litterature de Colportage” que eram carregadas
nas mochilas entre outras coisas, tais como jornais, enfeites femininos, entre outros
sendo uma literatura volante de forma dirigida ao meio rural. “Já nos meios urbanos
os franceses divulgavam essa literatura nos Jornais de Sátira, populares ou
denominados “Canard”. Em outras regiões como Inglaterra, Holanda e Alemanha, o
Cordel era semelhante àqueles nordestinos, eram também iguais na forma literária
escrita na visual e suas capas traziam xilogravuras que fixavam aspectos do tema
tratado.
No Brasil, a Literatura de Cordel chegou com os portugueses e
permanece até a presente data no nordeste brasileiro e em outras regiões do país,
tomando a forma de uma literatura confeccionada pelo povo e para o povo, com
características próprias, possuindo seus próprios clássicos e mestres. Ela começa a
traçar caminhos até se firmar na luta pela resistência e formação da identidade
cultural do povo sertanejo e brasileiro. São vários os ciclos que esta literatura popular percorreu até a sua chegada no Brasil. Inicialmente introduzida como
literatura colonial, trazia um retrato da metrópole portuguesa com temas europeus,
que narravam epopeias de bravuras e conquistas. Posteriormente passou a ter
influência das etnias existentes no Brasil, indígena e africana, com grande tradição
na oralidade. Posteriormente, foi identificada com o cancioneiro nordestino que
também fazia uso da tradição oral e expressava a sua poética nas emboladas, hoje
conhecido como repente.
Com a chegada da tipografia no Brasil e posteriormente com a sua
popularização, a literatura de cordel passou a ser produzida em uma escala
considerável, pois no final do século XIX ocorreram algumas práticas de editoras
localizadas, principalmente, nas regiões norte e nordeste. As referidas editoras se
especializaram na produção de publicações populares direcionadas para o público
de baixo poder aquisitivo, aumentando a sua tiragem e consequentemente a sua
circulação.
Essa produção preservou as características originais impressa em
folhetos e com harmonização poética, porém com conteúdo regional, onde passou a
abordar fatos do cotidiano nordestino. Assim, dá-se início a um novo ciclo da
literatura de cordel, agora como crônica poética de fatos cotidianos. O processo
musical e poético que ocorre nas estrofes de cordel e os desafios caracterizados por
textos declamados rapidamente sobre notas repetidas indica a busca por uma
identidade.
O Cordel apresenta diferentes temas, assim como as produções da esfera
literária em verso. No entanto, podem-se destacar algumas temáticas:
Cordéis cômicos ou satíricos – abordam questões da vida humana na forma
de denúncia social, religiosa ou fatos do cotidiano;
Cordéis que tratam de temas políticos, comentando ações do governo em
geral;
Cordéis que falam de amor e fidelidade, com destaque para os amores
proibidos ou maridos bem-sucedidos e enganados; nota-se que são cordéis
marcados pelo heroísmo masculino e pela traição;
Cordéis que recontam histórias da literatura universal ou apresentam lendas
folclóricas, assim como bichos com características humanas;
Cordéis que apontam para a questão religiosa, discutindo a ideias do castigo
divino, do corretivo do desvio de conduta, da violência e da descrença em
Deus; há forte presença dos elementos religiosos na Literatura de Cordel.
Cordéis do ciclo social – trazem como tema central a organização da
sociedade patriarcal, o cangaço, as injustiças que favorecem o banditismo
social, as secas periódicas em algumas regiões do Nordeste; o foco temático
é o drama humano e social;
Enfim, no Brasil, Cordel é sinônimo de poesia popular em verso. As
histórias de batalhas, amores, sofrimentos, crimes, fatos políticos e sociais do país e
do mundo, as famosas disputas entre cantadores, fazem parte de diversos tipos de
textos em versos denominados Literatura de Cordel. Como toda produção cultural, o
Cordel vive períodos de fartura e de escassez. Hoje existem poetas populares
espalhados por todo país, vivendo em diferentes situações, compartilhando
experiências distintas. Portanto a Literatura de Cordel é de inestimável relevância na
manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo
para a perpetuação do folclore brasileiro.
LITERATURA DE CORDEL – TRADIÇÃO ORAL E ESCRITA
A literatura de Cordel também conhecida no Brasil como folheto é um
gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originada em
relatos orais e depois impresso em folhetos. O folheto é o principal suporte de
circulação, sempre com número de páginas múltiplos de quatro e em pequeno
formato. Circula por várias cidades do Nordeste por meio de vendedores
ambulantes, nas feiras e nas ruas do comércio. É possível encontrar coletâneas de
cordéis em livros e em sítios especializados.
O gênero Cordel configura-se por trabalhar a oralidade do aluno visto que
esta habilidade é aperfeiçoada na escola, muito embora o aluno já chegue à escola
sabendo se comunicar, mas é necessário desenvolver no mesmo atividades que
favoreçam o gosto por textos em que se exercita a oralidade. Segundo Porto (2009)
[...] No processo de ensino-aprendizagem da língua, o professor deve
promover situações que incentivem os alunos a falar, a expor e debater
suas ideias, percebendo, nos diferentes discursos, diferentes intenções.
Deve promover ainda atividades que possibilitem ao aluno tornar-se um
falante cada vez mais ativo e competente. [...] o professor deve planejar e
desenvolver um trabalho com a oralidade[...] (p. 22).
A leitura oral pode representar de início uma dificuldade tanto para o
professor quanto para os alunos. No entanto, a Literatura de Cordel facilita a
desenvoltura e o aprendizado dessa modalidade devido seu ritmo e da aproximação
da poesia popular com os acontecimentos reais e por ser de uma linguagem próxima
do cotidiano do aluno. Além do mais, a leitura oral de Cordéis possibilita também
que os alunos percebam a beleza da cultura popular através da experiência concreta
de leitura das mais variadas obras em vez de se apegar a modelos teóricos que
futuramente são facilmente confrontados com outros estudos.
Vale salientar que o próprio gênero Cordel surgiu da modalidade oral. Ele
possui um caráter fortemente oral tanto na composição quanto na transmissão. Na
década de 1920, os contadores em geral se agrupavam nas casas-grandes ou em
residências urbanas organizando festejos para participarem de desafios
(denominados peleja) ou contar versos próprios ou alheios.
O folheto impresso demorou a surgir porque esses poetas escreviam suas
composições em tiras de papel ou em cadernos, mas não tinham a intenção de
publicá-los como folhetos. No entanto, por volta de 1930 a publicação de folhetos
passou a ganhar grande relevância. Muitos desses poetas após conseguirem editar
e vender seus folhetos, passaram a se dedicar mais à produção de seus versos e
assim se organizaram os Cordéis que hoje temos acesso nos mais variados temas.
Analisando essas modalidades orais da poesia popular e aproveitando os
tão diferentes temas que são tratados nos folhetos, o Cordel deve ser uma das
opções de leitura na sala de aula. Para isso, é preciso ressaltar que do mesmo modo que os Cordéis nasceram na oralidade, necessitam também ter uma
realização oral adequada. Restringir o folheto à leitura silenciosa é limitar seu poder
de comunicação e enfraquecer sua recepção e aceitação.
Para isso é preciso dar voz ao folheto de Cordel em sala de aula.
Sobre essa metodologia de leitura. (Pinheiro apud Lima, p.6) declara que:
Nossa perspectiva busca enfatizar o folheto como Literatura - e não
meramente como informação, jornalismo e outras abordagens de caráter
pragmático. Qualquer que seja a escolha, um aspecto precisa ser reforçado:
o folheto é para ser lido. Ele pede voz. A sala de aula nos parece bastante
adequada para a vivência da leitura de folhetos, uma vez que poderá ser
transformada num lugar de experimentação de diferentes modos de
realização oral. (PINHEIRO, 2007, p. 39).
Logo, a leitura oral se faz necessária na sala de aula para que os alunos
tenham contanto com os mais diversos textos literários e não apenas como
informação sobre a literatura e seus períodos, mas sobre textos de literatura popular,
que contribua assim para tornar o aluno um leitor reflexivo a partir da experiência
com as mais variadas maneiras que o homem usa para narrar seus sentimentos e
seus conflitos sociais.
Portanto, a oralidade deve ser usada, avaliada progressivamente,
devendo sempre considerar: a participação individual do aluno, a sua exposição, a
fluência de sua fala, a participação organizada, o seu desembaraço e as suas
contribuições.E ainda, de acordo com Porto (2009) “saber escutar com respeito os
mais diferentes tipos de interlocutores é fundamental. Se não houver ouvinte, a
interação não acontece”. Logo, é preciso desenvolver nos alunos a competência de
saber escutar o outro, o que favorece, inclusive, a convivência social.
Somos de tal maneira ligados à língua escrita que se torna muito difícil
imaginar a vida fora do mundo colocado no papel. Mas na antiguidade a forma que
encontravam para preservar suas histórias, suas tradições e sua cultura era a
memória e para fazer com que essas histórias chegassem até as pessoas era
através da oralidade.
Pode parecer surpreendente, mas a escrita é uma invenção recente que
data de 5.000 anos, mesmo depois de sua invenção, precisou de um tempo para que os homens se acostumassem com essa nova tecnologia. Além de tudo isso,
uma das formas mais antigas das gerações maduras passarem ensinamentos para
as gerações mais novas é pela contação de histórias, muito usual nas sociedades
sem escritas e sem escola. O Cordel surgiu, justamente dessa classe do campo que
buscava através dos trovadores maneira de retratar seus amores, seus sofrimentos
e sua ambições.
O GÊNERO TEXTUAL CORDEL NA SALA DE AULA
Uma das formas de mediação do ensino da linguagem ocorre por meio
dos gêneros textuais. De acordo com Marcuschi (2008)
Os gêneros textuais são textos que encontramos em nossa vida diária e que
apresentam padrões sociocomunicativo característicos definidos por
composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente
realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e
técnicas. (MARCUSCHI, 2008, p. 155).
Portanto, cada gênero tem suas particularidades para cumprir as suas
funções comunicativas. Assim, diante dessas vastas especificidades e utilidades dos
gêneros textuais tendo como objetivo orientar e direcionar o trabalho do professor
com a linguagem na sala de aula. Porque é na escola que o professor deve procurar
trabalhar com a diversidade de gêneros textuais tratando cada um de acordo com as
condições materiais de que o aluno dispõe fora da escola, ou seja, devem ser levado
em consideração as condições socioeconômicas do aluno. Como bem aborda os
Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p. 71), “Formar leitores é algo que requer
condições favoráveis, não só em relação aos recursos materiais disponíveis, mas,
principalmente, em relação ao uso que se faz deles nas práticas de leitura”.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais enfatiza que para formar leitores é
necessária a junção de vários recursos e, principalmente como será conduzido o
trabalho com o gênero textual em estudo, pois apenas ler e fazer interpretação não
leva o aluno a reconhecer a verdadeira importância e a função social da leitura e da
produção de diversos gêneros textuais.
Por conseguinte, é necessário o domínio dos gêneros, quanto maior for
sua competência, melhor será seu desempenho, o que lhe permite prever quadros
de sentidos e comportamentos nas diferentes situações de comunicação com que se
depara cotidianamente. Esse conhecimento possibilita de antemão a melhor escolha
de vocabulário para a ocasião e ainda a adequação de uma prática social.
No que diz respeito ao trabalho com a Literatura de Cordel na sala de
aula se dar devido a grande proporção que a cultura popular tem na sociedade, já
que a Literatura de Cordel é conhecida como patrimônio histórico e cultural do povo
nordestino e brasileiro. A utilização do Cordel no ambiente escolar deve explorar
todas as possibilidades de sentidos oriundos do texto como as vozes sociais que
tratam de vários temas.
Logo, o Cordel como gênero do discurso contribui na formação do aluno
possibilitando o domínio de outros conteúdos. O professor poderá mostrar as
variantes regionais, o conceito de moralidade e de religiosidade do povo brasileiro,
despertar nos alunos interesse pela criação de poemas, conduzi-los para que
conheçam e compreendam como é retratada a realidade nesses poemas. De acordo
com Marinho e Pinheiro (2012):
Experiências culturais fortes e determinantes de grandes obras artísticas
como o Cordel – seu valor não está apenas nisto – estão praticamente
esquecidas e a escola pode ser um espaço de divulgação destas
experiências. Sobretudo mostrando o que nelas há de vivo, de fervescente,
como ela vem sobrevivendo e adaptando-se aos novos contextos
socioculturais. Como elas têm resistindo em meio ao rolo compressor da
cultura de massa (p. 128).
Os autores deixam claro que se faz necessário procedimentos
metodológicos que orientem o trabalho com o Cordel terá que favorecer o diálogo
com a cultura da qual o aluno emana e poderá buscar novas vivências e
conhecimentos, além do mais propiciar ao mesmo conhecer a contribuição do
Cordel na formação do povo brasileiro.
Autores como Marinho e Pinheiro (2012) apresentam algumas sugestões
para o trabalho com a literatura de Cordel: atividades envolvendo toda a escola
podem ser realizadas, uma boa estratégia é a realização de uma Feira de Literatura de Cordel. A Feira pode ser realizada em uma tarde, uma amanhã, durante um dia;
por exemplo, ser uma atividade específica, mas também figurar dentro de uma
semana cultural, artísticas etc. Ela pode compreender diferentes atividades:
Folheteiros vendendo seus folhetos;
Emboladores e violeiros cantando, fazendo desafios, improvisado;
Exposição de xilogravuras e de folhetos antigos e/ou novos;
Murais com reportagens sobre cordelistas e literatura de cordel em geral;
Palestras e oficinas de criação de poemas de cordel, realizadas por poetas
locais.
A feira pode conter outras atrações. Tudo dependerá de como o trabalho
será feito, como os alunos foram estimulados e das considerações materiais para
trabalhar, assim como da própria inventividade. O mais importante de tudo isso é
que a Literatura de Cordel seja percebida como uma produção cultural de grande
valor e que precisa ser conhecida, preservada e cada vez mais integrada à
experiência de vida de nossas gerações. Portanto, muitas são as possibilidades do
trabalho com o gênero Cordel na sala de aula.
Para finalizar, o trabalho com a Literatura de Cordel na modalidade oral
segundo Gomes-Santos (2012):
[...] é importante compreender melhor a natureza da exposição oral porque,
ela assume na escola uma dupla função: é ao mesmo tempo, um
instrumento de trabalho do professor – afinal, grande parte das atividades
de ensino é organizada por meio de exposições orais – e uma tarefa escolar
importante a ser realizada pelo aluno – de transmitir aos outros os
conhecimentos aprendidos (p. 10).
Dessa maneira, é possível afirmar que o ensino e a aprendizagem da
oralidade ultrapassam os limites da sala de aula. Levando o aluno a ser sujeito ativo
no meio em que vive e a escola exercendo sua função social.
CONCLUSÃO
De acordo com o que já foi dito anteriormente, o Cordel é uma atividade
de contar histórias que vem desde a Idade Média e, no Brasil, é muito mais difundido na região nordeste do que em outras partes. Nesses textos, um narrador,
geralmente anônimo, conta suas experiências para transmitir um ensinamento
moral, uma sugestão de vida. O anonimato, no entanto, foi uma característica
histórica que ao longo do tempo foi se perdendo e hoje não é mais tão relevante.
Todavia cabe à escola trazer esse tão importante texto de volta para que os alunos
conheçam, pois para valorizar eles precisam conhecer e compreender seu valor
cultural e social.
A escola deve ampliar as experiências de trabalho com a Literatura de
Cordel e proporcionar aos alunos entrarem em contanto com essa literatura, é
justamente um alerta para o fato do multiculturalismo e não ficarem presos a formas
literárias, bem como conhecerem um pouco do seu país e de sua cultura. Além
disso, o Cordel com seu lirismo e marcas filosóficas são motivadores para se
adquirir e desenvolver o prazer que a leitura traz, com toda a tecnologia ao alcance
se faz necessário tornar a sala de aula agradável, com materiais que façam a
diferença no ensino aprendizagem.
Diante disso, o maior desafio é dar continuidade ao processo de resgate
da Literatura de Cordel que não tem um lugar tão especial na escola. Por
conseguinte levar a Literatura de Cordel para a sala de aula é contextualizar o aluno
no meio social, é confirmar que o Cordel faz parte da identidade não somente do
povo brasileiro. Assim, é sempre importante ressaltar, que a sociedade
contemporânea não valoriza a cultura popular, deixando-a a margem do processo
educativo, mascarando por vezes, sua riqueza, esta perdida no tempo e no
esquecimento.
Enfim, o Cordel se apresenta como um importante instrumento para o
aprendizado, devido a sua linguagem peculiar e as suas vozes sociais presentes
que representam uma parcela da cultura brasileira. A Literatura de Cordel possui seu
valor que pode ser comparado com a literatura considerada clássica. Pois têm
escritores consagrados, que também escreveram sobre os problemas de miséria do sertanejo e até dos cangaceiros. Além de tudo que foi dito, o trabalho com a
Literatura de Cordel na sala de aula com incentivo à leitura, em um mundo cercado
de tecnologias, fazer uso de textos considerando “extintos” se torna um grande
desafio para os professores, e ao mesmo tempo permite que o mesmo trabalhe na
sala de aula no desenvolvimento das competências leitoras dos alunos.
Acreditando que os poetas na escola se formam a partir de uma ampla e
significativa experiência de leitura e se a escola contribuir com esta formação estará
cumprindo seu papel.