POR RENATA BRAVO - PESQUISAS, TECNOLOGIA ASSISTIVA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESDE 2013

Acontecimento que originou o blog Brincadeira Sustentável por Renata Bravo
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Dilemas da Sustentabilidade frente ao consumismo

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ararinhas de garrafa pet, guache e cola

Faça uma mistura de guache com cola e coloque no interior das garrafinhas, para que as crianças possam sacudir, fixando a mistura.
Depois é só enfeitar com penas, olhinhos e triângulos para o bico.

Transformando a garrafa pet em um macaco e uma coruja


A Arte se configura como uma ferramenta educativa porque desempenha a função de social, e também psíquica, para o desenvolvimento das Funções Psíquicas Superiores das crianças. 
A arte pode ser desenvolvida como uma ação educativa com intencionalidade, sendo assim, assume-se como mediadora do processo de formação humana das crianças. 


Sobre o macaco:

Participam da cadeia alimentar e ajudam a manter as florestas saudáveis.

Papel na cadeia alimentar
Os macacos se alimentam de frutos, sementes, flores, raízes, folhas, insetos, ovos e pequenos vertebrados.
Eles também atuam como agentes dispersores de sementes, contribuindo para a restauração das florestas.

Papel na manutenção das florestas
Os macacos modificam o habitat ao quebrarem galhos, cavarem o solo e removerem cascas de árvores.
Essas atividades criam microhabitats que beneficiam outras espécies, promovendo a diversidade de organismos na floresta.

Para ajudar a proteger os macacos e o equilíbrio ecológico, é possível:
Denunciar o tráfico de animais silvestres
Promover a educação ambiental
Apoiar projetos de pesquisa que visem a preservação do meio ambiente
Não alimentar os macacos em seu habitat natural.

Sobre a coruja:

Ajudam a controlar a população de roedores e insetos, que podem ser nocivos ao homem.

Como as corujas contribuem para o equilíbrio ecológico?
As corujas são predadoras eficientes, que ajudam a manter o equilíbrio ecológico.
A presença de corujas em uma área pode indicar que o ambiente é saudável e equilibrado.
As corujas ajudam a prevenir infestações de roedores e insetos, que podem prejudicar as plantações e outras espécies de plantas.
As corujas ajudam a diminuir a transmissão de doenças de roedores para os humanos.

O que as corujas comem?
As corujas comem pequenos roedores, lagartos, sapos, cobras, peixes, coelhos, pássaros, esquilos e insetos.

Como as corujas se abrigam?
A maioria das corujas se abriga em cavernas, galhos de árvores, buracos e tocas cavadas no chão, torres de igrejas, telhados e forros de casas velhas.

Arte na Educação Infantil e o desenvolvimento das funções psíquicas superiores


O espontaneísmo das vivências artísticas e a utilização da Arte são um suporte para outras áreas de conhecimento consideradas mais importantes em nossa sociedade.


Uma educação para a Arte deve promover o desenvolvimento de Funções Psíquicas Superiores em seus mais elevados graus de consciência para, assim, promover igualmente a objetivação das aprendizagens de todas as crianças, sem distinção.

Habilidades mentais complexas que se desenvolvem com a interação social e cultural, e que envolvem o uso de linguagem, símbolos e ferramentas. Exemplos: memória, consciência, percepção, atenção, fala, pensamento, vontade, formação de conceitos, emoção.

As FPS se organizam em sistemas funcionais que têm como objetivo organizar a vida mental de um indivíduo no seu meio.

Segundo Vygotsky, as FPS se desnvolvem gradualmente a partir das funções mentais inferiores, como a percepção, a memória e a atenção. A formação das FPS são resultados da internalização mediada pela cultura. A aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados, e a atuação de outros membros do grupo social é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo.

O uso de garrafas pet como forma de preservação ambiental e viabilidade econômica

Um dos problemas mais alarmantes que atingem o meio ambiente hoje é a grande quantidade de resíduos que é descartada de forma completamente errônea e desordenada na natureza, acarretando o aumento da poluição, a emissão de gases de efeito estufa, a proliferação de vetores causadores de doenças, o entupimento de bueiros, ocasionando as enchentes em épocas de chuvas, que por sua vez destroem bens e até mesmo a vida de inúmeras pessoas. 

Estes problemas ocorrem conseqüentemente, por falta de consciência da própria população, que na maioria das vezes preocupa-se apenas em consumir, usar produtos industrializados, comidas semi-prontas, entre outros e estes produtos vão acumulando-se numa infinidade de embalagens que se mal gerenciadas acabam acarretando esta série de problemas citados acima. 

Pode-se afirmar que o aumento gradativo do consumismo e consequentemente da geração dos resíduos sólidos, é fruto do aumento desenfreado e desordenado da população , bem como o aumento da urbanização, que se desencadeou após a Revolução Industrial. 

Os problemas que o meio ambiente vem sofrendo em conseqüência das ações do homem estão cada vez mais alarmantes e evidentes, uma das alternativas para tentar amenizar esta situação, deve partir de cada cidadão, a começar pelo simples gesto de separar os resíduos sólidos gerados nas residências dando valor ao que antes era apenas descartado, fazendo com que eles, possam vir a ser reciclados futuramente, trazendo benefícios ao meio ambiente e ao mesmo tempo para o próprio homem, que será o grande beneficiado, vivendo num meio ambiente mais saudável, sustentável, além de poder desfrutar de uma nova fonte de renda. 

O plástico, por exemplo, vem ganhando um grande espaço, na sociedade moderna, devido a suas vantagens e propriedades, onde se pode destacar a leveza, resistência, moldabilidade, além de seu preço ser menos elevado que o de outros materiais. 

Quando descartados na natureza eles acarretam uma série de problemas, devido a sua pouca degradabilidade e baixa densidade, deste modo ocupam vastos espaços no ambiente por um longo tempo. O uso deste material tem-se tornado cada vez mais crescente, principalmente no que diz respeito à área de embalagens, e seu descarte é também muito maior e mais rápido que o de outros produtos, trazendo problemas e agravamentos das condições dos locais de destinação do lixo, além de na maioria das vezes serem descartados nas ruas e em terrenos vazios. 

As reciclagens das garrafas Pets surgem como soluções de extrema importância a serem executadas, visto que o Politereftalato de Etileno é um dos plásticos mais encontrados na composição dos lixos, devido aos hábitos de consumo da população. Sua reciclagem promove benefícios como à limpeza e valorização tanto do bairro como da cidade, a diminuição da poluição do ar, da água e do solo, bem como prolonga a vida útil dos aterros sanitários, melhora a produção de compostos orgânicos, dentre outros. 

Cabe lembrar também que uma execução de projeto de gestão do uso de garrafas Pet, contribuirá no que diz respeito à melhor qualidade de vida da população, a prevenção contra doenças ocasionadas pela má disposição do lixo, a geração de emprego e renda para as classes menos favorecidas e não qualificadas, trazendo ao mesmo tempo sua inclusão na sociedade. 

O que se pode perceber, é que a população está cada vez mais consciente dos problemas que os resíduos mal gerenciados podem trazer ao meio ambiente, visto que estão cada vez mais claros e mais alarmantes os grandes desastres ambientais, vividos em diversas regiões do país. Há também um grande interesse da população em participar e apoiar projetos que promovam a sustentabilidade e valorização do meio ambiente. 

Diante dos fatos mencionados, surge a importância de se executar projetos de reciclagem de garrafas Pet, os bairros precisam ser bem servidos de projetos que promovam a destinação correta dos resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos, a exemplos tem-se cooperativas de compostagem e de costureiras que utilizem a fibra do Pet para fazer enchimentos de almofadas, artesanatos, etc. 

A população precisa possuir uma noção de reaproveitamento de resíduos bem como sua valorização. Como forma de incentivo os projetos podem propôr a troca de quantidades de garrafas pet com valor equivalente a um litro de leite, etc, idéia esta que por sua vez será bem aceita pela população. O material fornecido pela população local será prensado por máquina, para distribuição as empresas de reciclagem do bairro ou da cidade. 





sábado, 8 de março de 2014

Paraboloide Hiperbólica e Tendas

Denominamos tenso-estruturas ou estruturas tensionadas aquelas coberturas cujo elemento principal é a própria cobertura, que permanecendo sob constante estado de tracionamento, em oposição aos elementos metálicos comprimidos, promove o equilíbrio geral do sistema. Diferentemente das coberturas normais em telhas metálicas, a tenso-estrutura tem no tecido que a forma, a intrínseca capacidade de resistência aos esforços externos. 
Esta resistência é maior ou menor de acordo com a geometria assumida, sempre em dupla curvatura, e com o material do tecido da membrana.
Tomando-se como exemplo o parabolóide hiperbólico (base retangular ou quadrada com dois vértices fixos em nível inferior e dois em pontos superiores), as fibras do tecido que convergem para os pontos superiores resistem caracteristicamente às cargas que agem de cima para baixo – pressões do vento ou peso da neve; enquanto que as fibras que convergem para os pontos inferiores resistirão aos esforços de baixo para cima – vento na sucção. Quanto maior a diferença de cota entre os dois níveis, maior a eficiência no combate a estas cargas.


Materiais utilizados

Os componentes básicos de tensoestruturas são as mantas sintéticas, as cordoalhas de aço, as estruturas de suporte e os elementos de ancoragem e fundação. As mantas são o principal material utilizado para a confecção das tensoestruturas.

Paraboloide Hiperbólica

Em matemática, um paraboloide é uma superfície quádrica de tipo especial. Existem dois tipos de paraboloides: elípticas e hiperbólicas.
O paraboloide hiperbólico (não deve ser confundido com um hiperboloide) é uma superfície duplamente determinada em forma de sela. Em um sistema de coordenadas apropriado, um paraboloide hiperbólico pode ser representado pela equação:

Por c>0, isto é um paraboloide hiperbólico que se abre para baixo ao longo do eixo X e ao longo do eixo dos y (ou seja, a parábola no plano x=0 é aberta para cima e a parábola no plano y=0 abre-se para baixo).
Um exemplo do quotidiano de um paraboloide hiperbólico é o formado de uma batata Pringles. O paraboloide hiperbólico é uma superfície duplamente regrada, ou seja, por cada ponto da superfície passam duas retas totalmente contidas na superfície.



Scotiabank Saddledome 


 O Scotiabank Saddledome é um estádio polidesportivo em Calgary, Alberta, Canadá e situa-se a este do local do famoso rodeo Calgary Stampede. É também conhecido por "The Saddledome" ou ainda "The Dome". Abriu em 15 de Outubro de 1983 com o nome de Olympic Saddledome. É a sede dos Calgary Flames, dos Calgary Roughnecks e dos Calgary Hitmen.
O estádio pode receber 20.100 espectadores, e inclui 76 suítes de luxo, 2 super suítes e 6 restaurantes e bares.



A chamativa cúpula em forma de sela (saddle dome), que dá o seu nome à estrutura, é um parabolóide hiperbólico invertido. Pensa-se que o original desenho deste estádio ainda detém o título mundial de maior cúpula de cimento em forma de parabolóide hiperbólico. O Saddledome constitui um círculo com um raio de 67.7 m. Construído usando painéis de cimento, o telhado tem um vão de 122 metros que cobre 12.000 metros quadrados, mas tem uma grossura de apenas 60 centímetros.


A instalação foi projetada por Graham McCourt Architects. O telhado do edifício foi projetado para ser um parabolóide hiperbólico reverso, permitindo uma vista livre de pilar em todos os assentos e reduzindo o volume interior em até um terço enquanto comparado com arenas tradicionais, resultando em valores reduzidos em aquecimento, iluminação e custos de manutenção, além do teto flutuante capaz de flexionar para compensar as variações de temperatura freqüentes da cidade. Quando o projeto foi apresentado, o telhado foi imediatamente comparado a uma de sela. Dos 1.270 sugestões para em um concurso para nomear a arena, 735 envolveu a palavra Saddle (sela em inglês). O nome vencedor do concurso foi Saddledome Olímpico.


Os designers ganharam vários prêmios de arquitetura e engenharia com o seu trabalho no Saddledome, e foram homenageados pelo Real Architectural Institute of Canadaem em sua celebração do milênio da arquitetura em 2000. A partir de 2008, o Saddledome ainda foi relatado como o titular do recorde mundial para o vão mais longo abrangendo parabolóide hiperbólico em concha de concreto. O Saddledome foi destaque na capa da revista Time em 27 de Setembro de 1987, para um artigo sobre a cidade de Calgary e os próximos Jogos Olímpicos de 1988.

Tendas


Em termos de funções arquitetônicas a origem das estruturas de membrana tensionadas se encontra nas tendas e nos toldos tradicionais. Reconhece-se por meio de representações e descrições arquitetônicas muitos teatros e anfiteatros romanos que eram feitos de velaria produzida a partir de linhas de tecido.

As tendas feitas de peles de animais ou materiais tramados foram usadas ao longo da história e têm sido utilizadas pelo mundo inteiro, particularmente em sociedades nômades que necessitam de coberturas portáteis. Exemplos de tendas passadas incluem as tribos nativas americanas, os abrigos mongóis, a "black tent" utilizada pelos povos nômades no Saara, Arábia e Irã.




Hoje, os tecidos são materiais compostos de fibras naturais ou artificiais, entrelaçadas nas duas direções perpendiculares entre si, de forma a atingirem um grau de resistência, translucidez ou impermeabilidade desejados. Os tecidos estruturais artificiais, alem das fibras, recebem varias camadas de revestimentos, em ambas as faces, que lhes conferem características adicionais e valiosas tais como: resistência aos raios UV, resistência aos fungos, não propagação de chamas, maior ou menor translucidez ou refletividade, etc.

Para a confecção das coberturas tensionadas são utilizados dois tipos básicos de tecidos estruturais: os tecidos em fibras de poliéster e revestidos de PVC (também denominados de PVC-PES), e os de PTFE – fibras de vidro revestidos com um polímero à base de flúor. Poli-Tetra-Flúor-Etileno.
Os tecidos do tipo PVC-PES são os mais comuns, mais fáceis de trabalhar em fábrica e no campo, mais baratos e tem a durabilidade media em torno dos 10 anos, para os bons produtos. Estes tipos de tecido podem ainda receber um acabamento superior de PVDF, aumentando suas qualidades de aparência e durabilidade para até 20 anos.
Por outro lado, os tecidos em fibra de vidro revestidos de PTFE, são mais sofisticados, têm maior durabilidade (no mínimo 15 anos até 25 ou 30 anos de garantia), oferecem maior resistência à intempérie e aos esforços externos. Entretanto, a fabricação e o manuseio destes tecidos requerem maior delicadeza, conseqüentemente mão de obra especializada, pois as fibras componentes são quebradiças. Cuidado todo especial deve ser tomado no  transporte e na montagem. 

         



Estádio Único Ciudad de La Plata


O Estadio Único Ciudad de La Plata, que ganhou o primeiro lugar num concurso nacional, projeta tanto através de seu nome, como em sua concepção formal, o seu papel de um estádio que é compartilhado pelos dois principais clubes de futebol de La Plata.
A qualidade das paisagens e ambientes urbanos possui uma influência direta na qualidade de vida dos cidadãos que são impactados pela arquitetura e o desenho da cidade.  Este é o motivo pelo qual o projeto Estadio Ciudad de La Plata está em sintonia com o tema da Biennal: “Architecture for All: Building Citizenship.” (Arquitetura para Todos: Construindo a Cidadania).
Se nesta edição a prioridade é “destacar os cidadãos que vivem, criam, têm famílias, estudam, trabalham, produzem, andam, sentem e experimentam emoções onde a arquitetura e o urbanismo são uma presença constante” pode-se dizer que o Estádio é um fórum coletivo que permite aos cidadãos se encontrarem num equipamento, cujas dimensões refletem e convirjam com sua cidade e região.
A forma do estádio é determinada pela intersecção de duas circunferências, criando dois centro/setores simbolizando os dois clubes que utilizam o espaço sem perder suas identidades visuais. Aterrado e compactado com solo do próprio local, apoio das arquibancadas em concreto branco.                       



O projeto solicita uma cobertura e um sistema de gramado portátil, comprometida com um equipamento multifuncional que permitirá a realização de eventos e competições sob qualquer condição meteorológica.
Cobertura: 240 m de comprimento e 180 m de largura; Barras de metais suspensas por uma rede triangular protendida de cabos de aço; Cobertas por uma membrana translúcida - malha de fibra de vidro com cobertura de Teflon; Anel de compressão com treliça de tubos de aço conectados a terra por 46 suspensórios.




A arquibancada para 40000 espectadores, loca diferentes categorias de assentos e áreas restritas para a imprensa e autoridades.
Os estandes ficam em aterros que exploram o solo onde o estádio está localizado, como suas fundações. Isto produz uma mudança na topografia, criando um novo tipo de desenho no qual a horizontalidade dá lugar a uma série de ondulações que, se estendem para cima, moldando as rotas de acesso do estádio.



O projeto inteiro é integrado num amplo Parque Urbano, incluindo áreas de estacionamento encontradas em grandes áreas arborizadas, que fazem parte de toda a instalação. As zonas de estacionamentos para ônibus e helicópteros garantem acessibilidade para todas as pessoas.






quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Chaplin e a florista

Vivenciar, sentir ou entender o que aqueles que enxergam com o coração vivem todos os dias não é tão simples quanto parece. Como alguém que pode apreciar a beleza de um pôr do sol laranja e vermelho, ou de uma borboleta poderia representar o que é abrir os olhos e não conseguir enxergar mais que escuridão?

Foi na época onde o cinema mudo perdia sua força que Charles Chaplin, ator e diretor americano reconhecido por seus filmes cõmicos e críticos às elites, deixou de lado um pouco seu estilo de filme tradicional. Ele se adaptou às novas ondas do cinema e  escreveu, dirigiu e atuou no que seria nomeado como o seu melhor filme: Luzes da Cidade.

Com estreia em 1831, este filme aclamado não só nos brinda uma mistura única de comédia e drama, mas também traz à luz questões profundas. O longa analisa a relação que a sociedade da época tinha com as pessoas com deficiência (PCDs) ou demais desvantagens sociais, desafiando-nos a repensarmos nossos próprios preconceitos.

O melhor filme de Chaplin

A história de Luzes da Cidade gira em torno do vagabundo, interpretado por Chaplin, um personagem carismático e bem-intencionado que se apaixona por uma florista com deficiência visual. 

No decorrer da trama, vemos como o vagabundo se esforça para ajudar a florista, que está lutando para sobreviver na cidade grande, enquanto ele mesmo vai enfrentando desafios e situações engraçadas ao longo do caminho. 

Uma das cenas da obra mais aclamadas pela crítica foi a do “Encontro”, o momento em que o protagonista conhece a florista. É uma cena simples, mas profunda. É atuada de modo tão natural que, por um momento, parece que as falas entre os dois existem. Esquece-se que este é um filme mudo – sua mente cria o diálogo. A atriz Virginia Cherrill, a florista, narra que passaram semanas rodando essa só essa cena, devido a sua complexidade tanto técnica como emocional.

Continuando com a história, uma reviravolta na vida do vagabundo ocorre quando um milionário se torna seu amigo quando está bêbado, mas não o reconhece quando está sóbrio, criando uma série de situações cômicas e inesperadas.

Voltando à parte romântica da história, após seu encontro, a florista pensa que o vagabundo é alguém da classe alta porque deixou que ela fique com o troco. Paralelo a isso, em vários momentos o vagabundo ganhava dinheiro e pegou emprestado o carro do seu amigo bêbado milionário, itens que permitiam que, durante as saídas com a florista, ele conseguisse aparentar ter dinheiro, assim como ajudá-la a pagar certas coisas.

A florista com deficiência visual, mas capaz

Para entender a representação das pessoas cegas na obra, é essencial considerar o contexto histórico e social da década de 1930. Naquela época, as atitudes em relação às deficiências eram frequentemente marcadas por estereótipos e preconceitos. As pessoas cegas eram muitas vezes vistas como incapazes, dependentes e até mesmo como seres inferiores ou até marcados como “inúteis”, atitudes claramente representadas no começo do filme. 

Por outro lado, vemos a atitude do vagabundo. No início, ele não percebe que a florista era cega, e, ao perceber, demonstra compaixão, e solidariedade, ajudando-a com o pouco dinheiro que tinha. Assim, a obra mostra como o acesso à educação e oportunidades de emprego para pessoas com deficiência visual era extremamente limitado, em especial para mulheres. 

Chaplin retrata a cegueira com sensibilidade durante o decorrer do filme, reconhecendo e deixando em claro a incapacidade da pessoa cega de ver o mundo ao seu redor, e como isso afeta o seu dia a dia, mas sem colocar a florista como uma pessoa sem valor ou capacidade. No filme, ela não vive de esmolas, mas procura sair junto com sua avó vendendo flores, trabalhando, “dando um jeito” para que seu pequeno negócio não seja atrapalhado por sua falta de visão. Ela consegue definir quando o cliente precisa de troco. 

Além disso, sua interação com o Vagabundo desempenha um papel crucial na transformação de ambos os personagens, pois, afinal, é ela quem dá sentido e propósito à jornada do vagabundo. Porém, quando ela recobra a vista graças ao vagabundo, ela percebe ter tido um conceito errado do mundo.

Até um certo ponto, a florista parece acreditar e ver os homens ricos como heróis, mas percebe que nenhum deles teve a atitude bondosa do homem que de fato a ajudou.

Dessa forma, Luzes da Cidade é sátira e uma crítica aos homens da classe alta da época, taxando-os como aqueles que têm as condições econômicas de ajudar aos outros, mas que preferem gastar em festas sem sentido, bebidas, mulheres. Quem tem menos dinheiro, no filme, tem mais empatia pelo próximo.

Os recursos e a deficiência visual

A influência da posição e os recursos econômicos fazem uma grande diferença na prevenção da cegueira e da deficiência visual. De acordo com uma pesquisa da Organizaçõ Pan-Americana da Saúde, aproximadamente 80% dos casos de cegueira tratados com antecipação poderiam ser evitados.  Além disso, esta condição é significativamente mais prevalente entre pessoas de baixa renda e com pouca instrução que residem em regiões periféricas e rurais, em comparação com os habitantes de áreas mais abastadas. 

Para combater esse problema, é fundamental ampliar a disponibilidade de serviços oftalmológicos, especialmente nas áreas menos favorecidas de cada nação, fortalecendo os recursos públicos. O acesso aos cuidados visuais pode desempenhar um papel fundamental na redução da deficiência visual e na correção de problemas refrativos ao longo da vida.

Muitas luzes

É curioso como o título do filme representa claramente o que Chaplin queria expor. Por exemplo, Luzes da Cidade faz referência à atmosfera urbana e vibrante que serve como plano de fundo para a história, retratando a cidade como um local cheio de movimento, energia e, é claro, luzes brilhantes. Essas luzes representam não apenas a agitação e a atividade da vida nas grandes cidades, mas também simbolizam esperança, sonhos e oportunidades.

Além disso, representa o contraste entre a luz da cidade e a escuridão que envolve a vida da florista cega, que terminaria se perdendo na grande cidade devido às dificuldades e limitações que essa cidade de luzes lhe impõem por sua condição física. 

Luzes da cidade traz a reflexão que, por trás da deficiência, há indivíduos com sonhos, desejos e capacidades únicas, oferecendo uma representação complexa e multifacetada das pessoas cegas, desafiando estereótipos, promovendo a empatia. Essa mensagem atemporal continua a ressoar até os dias de hoje, lembrando-nos da importância de reconhecer a humanidade e a dignidade de todas as pessoas, independentemente de suas habilidades ou limitações físicas.

Chaplin e sustentabilidade

Enquanto se discute se há aquecimento global ou não os problemas de meio ambiente se multiplicam: nas condições de vida dos seres humanos, em toda biodiversidade e ecossistemas (grego oikos (οἶκος), casa + systema (σύστημα), sistema: sistema onde se vive). Este debate sobre o aquecimento global é emblemático porque explicita a não neutralidade científica. Ao se afirmar que há aquecimento global há um apelo mundial para que as pessoas se unam em defesa do meio ambiente já.  Ao se afirmar que não há aquecimento global, retira-se este apelo sobre a urgência para que as pessoas ajam no dia a dia na solução dos conflitos ambientais porque a "ciência" é capaz de explicar todos os fenômenos ambientais como "naturais". Além de uma certa passividade há quase que uma negação da transcendência dos problemas ambientais. A forma como as religiões, por exemplo, avaliam como os seres humanos se relacionam entre si e com Deus.

A questão é que pensando-se nos seres humanos, o primeiro problema ambiental é o próprio ser humano. Somos parte do meio ambiente. Nossa interferência no mundo que nos cerca é inquestionável. Os problemas socioambientais que são gerados pelas ações humanas é um fato. Não há como negar. Mesmo aqueles que dizem que não há como mudar nada ideologicamente não são neutros. Manter os problemas ou assistirmos conflitos socioambientais se multiplicarem é uma posição ideológica. Como interferimos nas relações socioambientais vários mestres, pensadores, avatares nos fazem refletir. A abordagem dos problemas ambientais é múltipla. Possuem dimensões humanas, bem como sobre nassa relação com a ciência e com Deus. Por isto relembramos alguns destes mestres sob o ponto de vista socioambiental. A forma como os seres humanos constroem relações de produção e consumo continua presente quando procura-se construir a sustentabilidade. Uma das questões colocadas: onde está o valor humano no mundo em que vivemos ?  Todos questionamentos sobre o valor dos seres  humanos e todo o meio ambiente são reflexões que possibilitam fundamentar os caminhos para a construção da sustentabilidade. Como erguer sociedades onde haja a valorização de todos os seres humanos ? O que desde os "Tempos Modernos" retratado pelo mestre Charles Chaplin mudou ? Chaplin com certeza trouxe inúmeros questionamentos para a construção da sustentabilidade: questiona ainda hoje o próprio ser humano. Para construirmos algo novo é preciso aprender com nossos erros. As saídas para a construção de um Brasil e um mundo sustentável passa pela ação dos seres humanos.