Estudos recentes têm constatado a necessidade de intervir e auxiliar a prática
pedagógica dos profissionais envolvidos no processo de inclusão de alunos com
deficiências. Essa iniciativa se justifica pela sua importância e relevância
tanto na formação de profissionais de educação com uma visão diferenciada da
inclusão, quanto na atualização constante dos conceitos de tecnologia assistiva para os
profissionais da rede de ensino que atuam com deficientes visuais. O professor precisa, também, ser preparado para trabalhar em equipe,
desenvolvendo atitudes de ação e de recepção, de comunicação, de produção de
conhecimento e de divulgação e socialização de suas descobertas, de seu
conhecimento e de seus saberes.
Construir e criar Tecnologia Assistiva no ambiente escolar
é o mesmo que buscar, com criatividade, uma alternativa para que a criança realize o
que deseja ou necessita. Significa encontrar uma estratégia para que ele possa “fazer”
de outro jeito, valorizando o seu jeito de fazer e aumentando suas capacidades de ação
e interação, a partir de suas capacidades. Representa também inovação na
comunicação, escrita, mobilidade, leitura, brincadeiras e artes, com a utilização de
materiais escolares e pedagógicos especiais. A criança pode também lançar mão do
computador como alternativa de escrita, fala e acesso ao texto, assim, provendo meios
para que o aluno possa desafiar-se a experimentar e conhecer, permitindo que construa
individual e coletivamente novos conhecimentos.
Educar na diversidade é o mesmo que ensinar em um contexto educacional no
qual as diferenças individuais e entre todos os membros do grupo (classe) são
destacadas e aproveitadas para enriquecer e flexibilizar o conteúdo curricular previsto no processo ensino-aprendizagem. Ao realizar a flexibilização e o enriquecimento do
currículo, com a ativa participação dos seus estudantes, o docente oferece
oportunidades variadas para o desenvolvimento acadêmico, pessoal e social de cada
aluno.
Foto1
O sentido do tato começa com a atenção prestada a texturas, temperaturas, superfícies vibráteis e diferentes consistências. Pelo movimento das mãos, as crianças com deficiência visual ou privada da vista, se dão conta das texturas, da presença de materiais, e das inconsistências das substâncias. Também, através do movimento das mãos, as crianças cegas podem apreender os contornos, tamanhos e pesos. Essas informações são recebidas sucessivamente, passando dos movimentos manuais grossos à exploração mais detalhada dos objetos. Pesquisas comprovaram que a reflexão da criança com deficiência visual surge da sua experiência de habitar o mundo por meio de sua manipulação tátil, em que explora o objeto de forma mais próxima do que se o fizesse com o olhar. A velocidade e a direção de suas mãos é que a farão sentir as diferentes texturas, temperaturas ou movimentações do ar a sua volta. Essas sensações ao tatear, que ocorrem com seus movimentos de mãos e dedos, de sua comunicação com o ambiente em sua volta e de sua locomoção no espaço encontram-se unidas no seu corpo, no mundo, e compreendidas pela reflexão sobre cada uma dessas experiências.

Foto1:Amarelinha
Foto2: dominó com elementos tridimensionais representando
conceitos de figuras geométricas. Atividades que auxiliam a memória
Os recursos didáticos adaptados às necessidades educacionais de crianças com
deficiências têm sido mais e mais utilizados por profissionais interessados na promoção
do desenvolvimento de seus alunos. Considerar a inclusão escolar um processo
irreversível impõe aos professores buscar conhecimentos e informações importantes
para o processo.
Pretende-se auxiliar os profissionais que educam
crianças deficientes visuais na busca por melhores alternativas de ensino e de
aprendizagem. Dessa forma, conhecer seus alunos deficientes, planejar recursos de
tecnologia assistiva, acompanhar sua utilização e avaliar seus efeitos sobre o processo
de aprendizagem pode significar um desafio constante e recompensador.
O planejamento das atividades deve acontecer preferencialmente a partir do
conhecimento e da avaliação das potencialidades e das dificuldades de cada criança,
para que a utilização dos recursos seja produtiva e torne-se um elemento efetivo no seu
processo de desenvolvimento integral.
O envolvimento das famílias também pode constituir-se num importante fator de
desenvolvimento e facilitar de maneira considerável a eficiência da utilização da
tecnologia assistiva por parte das crianças.