POR RENATA BRAVO - PESQUISAS, TECNOLOGIA ASSISTIVA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESDE 2013
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Dilemas da Sustentabilidade frente ao consumismo

Horta e alimentação saudável

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Grande Jogo: A Aventura da Patrulha Coruja

Grande Jogo

A Aventura da Patrulha Coruja

(Baseado em fatos reais)


Nota da Autora

Embora esta história se passe no Campo do Lince, é importante destacar que esse cenário é completamente fictício. Ele foi criado a partir da inspiração no Aterro do Flamengo, espaço real do Rio de Janeiro cuja paisagem encantadora, energia vibrante e convivência harmoniosa com a natureza serviram de base para imaginar o ambiente ideal das aventuras narradas aqui.

O Campo do Lince não corresponde a um lugar existente; trata-se de uma versão literária, simbólica e idealizada, construída a partir de elementos observados no Aterro, seus campos abertos, a integração com o entorno, o espírito de liberdade e o potencial de aprendizado. Dessa inspiração nasceu o cenário fictício que se tornou palco para desafios, descobertas e experiências escoteiras transformadoras.

Convido, portanto, o leitor a imaginar cada cena vivida no Campo do Lince como uma homenagem criativa ao Aterro do Flamengo. Não uma reprodução fiel, mas um reconhecimento do poder que os espaços reais têm de inspirar sonhos, histórias e jornadas inesquecíveis. Vale lembrar que o Grande Jogo, evento que reúne escoteiros de todo o estado do Rio de Janeiro, ocorre anualmente no próprio Aterro do Flamengo, reforçando ainda mais essa conexão inspiradora.


Autora: Manuela Bravo

Coautora: Renata Bravo


Dedicatória

Este livro é dedicado a todas as patrulhas escoteiras que acreditam na amizade, na coragem e na magia de viver grandes aventuras juntos.


Capítulo 1

A Corrida Começa

No Campo do Lince, um amplo espaço gramado, perfeito para corridas, provas de habilidades e desafios em equipe, a Patrulha Coruja se preparava para o tão esperado torneio: “O Grande Jogo”.

Nossa patrulha era formada por quatro escoteiros: o veterano Daniel, a recém-chegada Manu, a ex-lobinha Bia e o Gui, nosso escoteiro com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que seria essencial para o resultado final. Tínhamos um membro a menos, pois a Pam precisou fazer uma prova na escola.

Quando o apito soou, todos correram ao mesmo tempo. O campo se transformou num redemoinho de lenços coloridos, risadas e entusiasmo!

Precisávamos passar pelo maior número possível de bases, completando desafios de todos os tipos. Era um verdadeiro circuito de aventuras!

Mas, no meio da correria, esbarramos em outra patrulha… e perdemos a prancheta, onde deveríamos registrar nossa pontuação!

- Calma, a gente consegue recuperar! - disse Daniel, tentando manter o controle.

Seguimos em frente, sem deixar que o contratempo nos desanimasse. Afinal, o jogo mal tinha começado!


Capítulo 2

Bases e Confusões

Chegamos à próxima base, mas éramos apenas três - Gui ainda não havia nos alcançado.

Mesmo assim, enfrentamos as atividades com coragem e trabalho em equipe. Até que percebemos algo preocupante: a bolsa da Bia havia sumido!

Voltamos correndo para procurá-la. Quando finalmente a encontramos, lá vinha Gui, com seu sorriso tímido, como quem dizia sem palavras: “Sabia que vocês iam precisar de mim!”

Reunidos novamente, seguimos para as próximas bases: Línguas de Sinais, Astronomia e Pioneirismo.

Cada atividade era uma nova descoberta - e cada erro, uma oportunidade de recomeçar.


Capítulo 3

O Hino Surpreendente

A próxima base exigia que cantássemos o hino da modalidade. Um silêncio pesado tomou conta do grupo.

- Ai, eu não lembro a primeira parte! - confessou Bia, coçando a cabeça.

- Eu também não... - murmurou Manu.

Daniel tentou ajudar:

- Calma, deve ser “Rataplã... alguma coisa do ar...”

De repente, Gui deu um passo à frente. O vento balançava o lenço escoteiro em seu pescoço, e ele começou a cantar, com voz firme e pura:

“Rataplã, Rataplã, Rataplã,

Somos do Ar, prontos pra voar!

Entre as nuvens, o vento a chamar,

Coragem no peito, e o sonho no olhar!

Rataplã, Rataplã, Rataplã,

Com lealdade, seguimos além,

Irmãos do Céu, com alma de bem,

Escoteiros do Ar, até o fim também!”

Por um instante, ninguém disse nada. Só o som do vento e a voz de Gui preenchiam o campo.

Quando ele terminou, olhou para nós com aquele mesmo sorriso tímido.

- Eu... aprendi ouvindo o chefe na última reunião - disse baixinho.

Ficamos emocionados. Aquela música nos uniu como nunca antes.

Aquele momento, mais do que qualquer pontuação, já era nossa verdadeira conquista.


Capítulo 4

A Conexão Final

Depois de completar várias bases, chegou o momento mais esperado: a Conexão Final.

Precisávamos correr e gritar “Conexão!” para nos unir às outras patrulhas.

O campo virou uma grande festa: gritos, risadas e alegria ecoando por todo lado.

Era impossível não se contagiar com aquela energia!


Capítulo 5

A Premiação

O sol começava a se pôr sobre o Campo do Lince, tingindo o céu de laranja e rosa.

As patrulhas se reuniram em círculo, cansadas, mas radiantes, à espera do resultado.

O chefe do jogo subiu em um pequeno palco improvisado e, com um apito, chamou a atenção de todos:

- Escoteiros e escoteiras! Chegou o momento de celebrar nossa aventura! Cada patrulha se destacou de um jeito único, mostrando coragem, criatividade e trabalho em equipe!

Quando o resultado foi anunciado, mal podíamos acreditar:

A Patrulha Coruja conquistou a pontuação de prata!

Fomos a única patrulha da tropa do nosso grupo a subir ao pódio.

A Patrulha Cobra Coral, que esperava vencer, ficou um pouco triste, mas comemoramos juntos. Afinal, o mais importante era o que tínhamos vivido.


Capítulo 6

O que Aprendemos

Essa aventura nos ensinou que, mesmo quando as coisas não saem como o planejado, o que realmente importa é seguir juntos.

Aprendemos que a amizade, a colaboração e o espírito escoteiro são o verdadeiro prêmio.

E que cada tropeço pode se transformar numa grande história para contar…

principalmente quando vivida com quem faz parte da nossa patrulha!


Sempre alerta para servir o melhor possível


O lema dos escoteiros é "Sempre Alerta para Servir". Ele significa que o escoteiro deve estar preparado, de corpo e mente, para ajudar os outros e cumprir seus deveres, seguindo os valores do movimento escoteiro.


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Título: Grande Jogo : A Aventura da Patrulha Coruja

Autoras: Manuela Bravo e Renata Bravo

Gênero: Literatura infantojuvenil / Aventura / Inclusão

Público-alvo: Crianças e pré-adolescentes de 8 a 13 anos, especialmente escoteiros ou leitores que apreciam histórias de amizade, cooperação e superação.

Resumo da Obra

Durante o “Grande Jogo”, um torneio escoteiro cheio de desafios e emoções, a Patrulha Coruja enfrenta momentos de tensão, perdas e descobertas. Quando tudo parece perdido, Gui - um escoteiro autista - surpreende os amigos ao transformar o clima do grupo com sua coragem e emoção ao cantar o hino Rataplã do Ar.

Entre risadas, corridas e aprendizados, os jovens percebem que o verdadeiro troféu não é o prêmio do jogo, mas o laço de amizade e união que os une como patrulha.

A história celebra a diversidade, o trabalho em equipe e a empatia, apresentando uma aventura leve e sensível, ideal para leitores em formação.

Nota autobiográfica - Renata Bravo Renata Bravo é educadora, escritora e idealizadora do blog Brincadeira Sustentável, um espaço dedicado a compartilhar ideias criativas que unem aprendizado, natureza e consciência ambiental. Apaixonada pelo movimento escoteiro, acredita que cada atividade pode inspirar valores como amizade, respeito e cuidado com o planeta. Mãe de Manuela Bravo, sua grande companheira de aventuras, Renata encontra nas descobertas da filha a inspiração para transformar experiências simples em histórias cheias de significado. Juntas, acreditam que brincar, aprender e cuidar da natureza são formas de construir um mundo melhor.


Foto do Aterro do Flamengo/RJ 
(inspiração para o fictício Campo do Lince) por Renata Bravo

“Cada aventura é maior quando vivida em patrulha.”


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Diferenciais:

Representação positiva da neurodiversidade (protagonista autista);

Enredo ambientado no universo escoteiro, com verossimilhança e encanto;

Mensagem de inclusão e valores sem tom moralista;

Potencial para uso em projetos pedagógicos e de leitura guiada;

Visual convidativo e acessível, favorecendo a leitura independente.

Essência da obra:

Uma aventura escoteira sobre amizade, coragem e diversidade - mostrando que o maior prêmio é pertencer a uma patrulha unida.

Contato: renatarjbravo@gmail.com 

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

A vida é feita de conhecimentos matemáticos e de Física, meus amigos - Física!

Entre cálculos, trajetórias e sentimentos, este livro mostra que a Física está em tudo, inclusive no cuidado de quem acredita em nós. Mais do que falar de fórmulas, “Segue o Teu Rumo” convida famílias e educadores a enxergarem a ciência com sensibilidade. É uma história para ler com a alma/essência e refletir com a razão - ideal para escolas, projetos educativos e momentos de leitura compartilhada. Porque toda força precisa de um ponto de apoio - e o afeto é o mais forte deles.

Segue o teu rumo

Da Inércia ao Movimento

Autora: Renata Bravo

Baseado em fatos reais

Capítulo 1 - O Dia da Prova

Chegou, enfim, o dia da terceira fase da Olimpíada de Física. Manu, aluna do sétimo ano do Ensino Fundamental II, estava insegura e não queria fazer a prova.
A mãe, percebendo o medo da filha, resolveu incentivá-la.

Afinal, uma criança que havia superado duas fases e vencido a própria dúvida não podia parar agora. A mãe atuou, então, como a força externa que vence a inércia, rompendo o repouso emocional e impulsionando o movimento novamente.

Disse, com firmeza e carinho, que ainda dava tempo de chegar - bastava se arrumar logo. Chamou o motorista pelo aplicativo e, em poucos minutos, estavam a caminho.

A prova, para Manu, ainda não havia começado; mas, para a mãe, sim.
No silêncio tenso do carro, ela tentava manter o equilíbrio dinâmico de todas as forças à sua volta - a dela, a do pai, a da filha e até a do motorista.

Para distrair-se, começou a calcular mentalmente: tempo (t), distância (d), velocidade média (v)… Sabia que um pequeno erro de cálculo poderia significar uma grande diferença - afinal, na vida como na Física, um segundo pode alterar toda a trajetória.

Capítulo 2 - O Cálculo do Destino

O aplicativo indicava um tempo estimado de 35 minutos para percorrer 17,1 quilômetros.
Curiosa e metódica, a mãe resolveu calcular a velocidade média necessária e passou a observar o velocímetro com atenção.

Percebeu o olhar ansioso da filha e resolveu não comentar nada - fez os cálculos mentalmente, em silêncio, como se resolvesse uma questão de cinemática básica:

v=td

“Se o tempo é 35 minutos e a distância, 17,1 quilômetros… então a velocidade média precisa ser de aproximadamente 29 km/h.”

Olhou discretamente para o velocímetro: tudo dentro do esperado.
O resultado não era rápido - era constante, e constância era o que importava.

Não era uma corrida, era uma questão de ritmo e serenidade.
O ponteiro do relógio marcava o tempo, mas, para ela, aquele instante era também uma aula prática sobre a Primeira Lei de Newton: “Todo corpo tende a permanecer em seu estado de repouso ou de movimento retilíneo uniforme, a menos que uma força externa atue sobre ele.”

Sabia que, mesmo se chegassem atrasadas, a maior prova já estava sendo feita - a de não desistir, mesmo diante das forças contrárias.

Reflexão Física

Fórmula usada:

v=td

Onde:

  • v = velocidade média (km/h)

  • d = distância (km)

  • t = tempo (h)

Cálculo:

v=0,583317,1=29,3 km/h

Conclusão:
Para percorrer 17,1 km em 35 minutos, o carro precisa manter velocidade média de aproximadamente 29 km/h, desconsiderando acelerações e desacelerações - ou seja, movimento retilíneo uniforme (MRU).

O trânsito fluía bem. Ao avistarem os colossais edifícios da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sentiram o alívio de quem atravessa um campo gravitacional e finalmente atinge o ponto de repouso.

Aqueles prédios pareciam grandes laboratórios onde as leis da Mecânica, da Gravitação e da Termodinâmica ganham vida.

Mas o alívio durou pouco: o motorista errou o caminho.
Virou à esquerda em vez de à direita - um desvio vetorial não previsto.

A mãe, ainda calma, acionou forças internas que não se medem em newtons, mas em coragem. Calculou mentalmente o tempo perdido (Δt) e o novo deslocamento (Δs), enquanto explicava ao motorista o impacto da variação de velocidade:

v=ΔtΔs

O pai, ao fundo, refletia sobre o planejamento do movimento. “Se tivéssemos saído mais cedo, haveria mais tempo - maior Δt - e precisaríamos de menor velocidade para o mesmo deslocamento.”

Uma lição simples, mas essencial: em Física e na vida, quem planeja bem pode seguir com menor aceleração e menos esforço.

Chegaram, por fim, à porta da instituição dois minutos antes da prova.
O pai ficou para pagar a corrida, enquanto a mãe e Manu corriam rumo ao prédio - agora movidas não apenas pela Física, mas também pela energia potencial transformada em energia cinética e emoção.

Capítulo 3 - O Corredor da Prova

Foi uma verdadeira maratona entre rampas e elevadores. Cada passo envolvia forças, aceleração e gasto de energia, mas todas direcionadas ao mesmo objetivo: vencer a gravidade e alcançar o topo.

Manu, ofegante e insegura, olhava para trás a cada instante.
- Segue em frente, você está no corredor da prova! - disse a mãe, com o fôlego entrecortado. - Chegou a tempo. Segue o teu rumo!

E, num gesto simbólico, completou:
- Flecha lançada não volta.

(Um corpo em movimento tende a permanecer em movimento - Primeira Lei de Newton).

Manu avançou. Pequenos passos, deslocamento positivo, mudança de posição no espaço - o suficiente para vencer a inércia.

Assinou seu nome. O movimento cessou. O equilíbrio foi restabelecido.
A mãe chegou ao lado, trocando um sorriso cúmplice com o fiscal que achava graça da conversa entre a mãe e a filha. Era impossível não ouvir - a voz de contralto da mãe percorria o corredor como uma onda firme, encontrando as paredes e voltando em forma de eco. A cada palavra, o som parecia dançar pelo ar, como se a própria Física participasse da cena, refletindo nas superfícies e devolvendo, em suaves repetições, a força do que era dito.

Era o fim de um percurso físico e o início de uma jornada interior.

Capítulo 4 - O Elo Invisível

Enquanto Manu fazia a prova, a mãe aguardava do lado de fora, tentando controlar a ansiedade - outra forma de energia potencial prestes a se transformar em movimento.
O pai lia o celular, mas ela contava segundos. Cada minuto parecia um dilatar do tempo - quase uma aplicação do Princípio da Relatividade de Einstein, onde o tempo emocional se expande conforme a intensidade da espera.

Para chegar até ali, ela também havia sido testada:
- no cálculo da paciência,
- na constância da velocidade emocional,
- na administração das forças invisíveis do amor e da esperança.

Quando Manu saiu da sala, com os olhos brilhando, mãe e filha não sabiam o resultado, mas sabiam o essencial: tinham superado a inércia do medo.

Moral da História

A Física e a Matemática estão em tudo o que vivemos - mesmo quando não percebemos.
Desde o momento em que acordamos, caminhamos, cozinhamos ou esperamos o elevador, estamos aplicando leis de movimento, energia, força e tempo.

- A Matemática quantifica o mundo: mede distâncias, calcula trajetórias e prevê resultados.

- A Física explica o porquê: por que caímos, aceleramos, paramos, nos equilibramos e respiramos.

Assim como na vida, cada ação gera uma reação (Terceira Lei de Newton) e cada escolha altera nossa trajetória (variação vetorial do movimento).

Em resumo:

A vida é um grande experimento de Física.
Cada passo tem força, cada emoção tem energia,
e cada decisão muda o rumo do movimento.

No fim, Manu sorriu - não por resolver todas as equações, mas por entender que até o imprevisto obedece a uma lógica universal.

Porque, afinal...

A vida é feita de conhecimentos matemáticos e de Física, meus amigos - Física!



quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Simetrias, padrões e sequência de Fibonacci.

Atividade Artística: O Esquilo e os Padrões da Natureza.

Temas: Arte, Matemática, Natureza

Faixa etária: 6 a 10 anos

Duração: 1 a 2 aulas





- Objetivos de Aprendizagem:

Explorar padrões e simetrias presentes na natureza.

Conhecer e representar visualmente a sequência de Fibonacci.

Desenvolver coordenação motora, percepção visual e criatividade.

Relacionar arte e matemática por meio da observação e criação.

- Conteúdos Envolvidos:

Matemática: sequência de Fibonacci, contagem, simetria, padrões.

Arte: desenho, cores, repetição de formas, composição estética.

Ciências: observação de elementos naturais (folhas, conchas, caudas de animais).

- Materiais Necessários:

Papel sulfite ou cartolina

Lápis de cor, canetinhas, giz de cera

Tesoura e cola

Lápis e régua

Molde de animal (ex.: esquilo, borboleta, peixe etc.)

Transparência ou papel manteiga (opcional, para colar em janela)

- Passo a Passo:

1- Exploração inicial

Converse sobre padrões na natureza: conchas, girassóis, pinhas, asas de borboleta.

Mostre a sequência de Fibonacci e como ela forma espirais e proporções harmônicas.

2- Apresentação da simetria:

Dobre uma folha ao meio e desenhe apenas metade do animal (ex.: esquilo).

Corte para obter um desenho simétrico.

3- Criação artística:

Pinte o corpo do animal (como o da imagem: todo colorido).

Na cauda (ou asas, se for outro animal), desenhe padrões repetitivos ou baseados em Fibonacci:

- linhas com 1, 1, 2, 3, 5, 8 repetições de cores ou formas;

- sequência crescente de círculos, traços, letras ou símbolos;

- padrões coloridos alternando tons e espessuras.

4- Exposição luminosa:

Cole o trabalho na janela para que a luz realce as cores e mostre a beleza dos padrões, simbolizando a matemática viva na natureza.

- Extensão interdisciplinar:

Ciências: observar espirais em flores e conchas.

Português: criar um pequeno texto “O Esquilo e o Segredo dos Números da Natureza”.

Educação Ambiental: falar sobre o habitat do esquilo e a importância das árvores.

- Avaliação:

Participação e interesse durante a criação.

Capacidade de identificar e reproduzir padrões.

Criatividade e acabamento artístico.

Compreensão da ideia de simetria e sequência crescente.

- Versão poética para mural:

 “Na cauda do esquilo vivem números e cores,

que crescem como flores no jardim da natureza.”

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

O vínculo mais profundo do mar

Diferentemente dos mamíferos terrestres, as baleias não podem se agarrar às mães.

Eles não têm pernas, braços, nem sequer o abrigo de um ninho.

Apenas o mar.

Por isso, a natureza desenhou um milagre: a mãe não amamenta, mas pulveriza o seu leite diretamente na água.

Mas não é um leite comum. É espessa, branca, quase como creme ou pasta de dentes, com 50% de gordura.

Tão densa que não se dissolve no mar.

Flutua, suspensa, esperando que a pequena baleia a apanhe entre as ondas.

A mãe calcula o ângulo, a força e o momento exato.

E enquanto ambas nadam, o alimento viaja de uma vida para outra, invisível entre a espuma.

É um ato de precisão, mas também de ternura: a forma como uma mãe alimenta o seu filho no meio do caos do oceano.

Um lembrete de que mesmo nos lugares mais vastos e imprevisíveis do mundo, a vida sempre encontra um jeito de se abraçar.



quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Conservação e restauração de bens culturais

Meu principal ofício é a conservação e restauração de bens culturais, área dedicada à preservação de obras de arte, objetos históricos e patrimônios de valor artístico, histórico ou cultural.
O trabalho envolve técnicas específicas, cuidadosas e sustentáveis para recuperar, estabilizar e proteger esses bens, garantindo sua preservação para as gerações futuras de forma responsável e consciente com o meio ambiente.



LAUDO TÉCNICO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Monumento a Nossa Senhora de Fátima

Localização: Jardim de São João – Niterói, RJ
Data da intervenção: setembro/outubro de 2025
Responsável técnica: Renata Bravo
Material predominante: Bronze
Tipologia: Conjunto escultórico público em pedestal de pedra
Autor: Giandomenico de Marchis (escultor italiano)

1- Identificação e contextualização

O monumento, em bronze, representa Nossa Senhora de Fátima ladeada pelas figuras dos três pastorinhos Francisco, Jacinta e Lúcia , numa composição devocional de grande expressão plástica.

A obra foi executada em São Paulo pelo escultor italiano Giandomenico de Marchis, a pedido do então vigário da Catedral, monsenhor Antônio Macedo, para assinalar a passagem, em Niterói, da imagem original venerada no Santuário de Fátima (Portugal) e o centenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição.

O monumento foi inaugurado em 13 de junho de 1954, no Jardim de São João, com a presença do governador Amaral Peixoto, do bispo de Niterói, Dom João da Mata, e do bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Helder Câmara.

O autor, Giandomenico de Marchis, foi importante escultor italiano, radicado no Brasil desde 1947 a convite da família Matarazzo. Estudou em Nápoles, Turim e Roma, especializando-se na representação do corpo humano e seus movimentos. Assinou obras em bronze, mármore e terracota na Europa e no Brasil, incluindo esculturas públicas de destaque, como as do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

2- Diagnóstico e estado de conservação anterior à intervenção

Antes da intervenção, o grupo escultórico apresentava escurecimento acentuado da pátina, camadas espessas de sujeira aderida, e incrustações de natureza orgânica e mineral.

Foram identificados:

Depósitos de poluição atmosférica e resíduos urbanos;

Acúmulo de excrementos de aves, especialmente na área superior;

Formação de camadas esverdeadas (zinabre) e manchas de corrosão ativa;

Pequenas trincas superficiais e descolamentos pontuais da pátina;

Sinais de desgaste e microfissuras na base pétrea;

Evidência de ataque biológico pontual, com presença de larvas e insetos sob elementos de fixação e frestas.

Essas condições comprometiam a leitura estética do conjunto, além de favorecer a progressão de processos corrosivos no bronze.

3- Procedimentos técnicos executados

A intervenção foi planejada e executada de acordo com os princípios de reversibilidade, mínima intervenção e compatibilidade de materiais, adotando técnicas reconhecidas para conservação de metais expostos ao ar livre.

Etapas realizadas:

3.1. Documentação fotográfica e técnica detalhada do estado de conservação (antes, durante e após o restauro);

3.2. Limpeza mecânica inicial, com escovas de cerdas macias e espátulas plásticas para remoção de detritos e crostas superficiais;

3.3. Limpeza química controlada, com soluções neutras específicas para bronze, aplicadas por compressas;

3.4. Neutralização das áreas com corrosão ativa (zinabre);

3.5. Desinfecção e controle biológico nas áreas afetadas por larvas, com remoção total do material contaminado;

3.6. Reintegração cromática e nivelamento visual da pátina em áreas desgastadas;

3.7. Aplicação de cera microcristalina e camada protetiva final, garantindo proteção contra umidade, poluição e deposição de partículas;

3.8. Polimento final, recuperando o brilho e a uniformidade da superfície.

4- Resultados alcançados

A intervenção resultou em uma recuperação integral da legibilidade formal e estética da obra, destacando novamente a harmonia entre as figuras e a expressividade devocional característica do escultor Giandomenico de Marchis.

O conjunto recuperou:

Brilho e tonalidade originais do bronze;

Leitura clara dos volumes e detalhes anatômicos;

Proteção eficiente contra agentes atmosféricos;

Eliminação completa dos focos biológicos e corrosivos.

O restauro valorizou a escultura como importante símbolo de fé e memória coletiva da cidade de Niterói, restabelecendo sua dignidade visual e integridade material.

6- Conclusão

O restauro do Monumento a Nossa Senhora de Fátima, realizado em setembro/outubro de 2025 sob responsabilidade de Renata Bravo, proporcionou a plena recuperação física e estética do conjunto escultórico, assegurando sua preservação como patrimônio artístico, histórico e religioso da cidade de Niterói.

O resultado final devolveu à obra o brilho, a delicadeza e a expressividade originais concebidas pelo mestre Giandomenico de Marchis, reafirmando sua relevância no contexto da escultura sacra em bronze no Brasil.

Niterói, outubro de 2025
Renata Bravo
Responsável Técnica pela Conservação e Restauro




LAUDO TÉCNICO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Monumento a Dom José Pereira Alves – Bispo de Niterói

Localização: Niterói – RJ
Data da intervenção: setembro/outubro de 2025
Responsável técnica: Renata Bravo
Material predominante: Bronze
Tipologia: Escultura pública em pedestal

1- Identificação e contextualização

O monumento em bronze representa Dom José Pereira Alves, bispo de Niterói, e encontra-se instalado em logradouro público da cidade. A obra integra o conjunto de bens culturais de valor histórico, artístico e religioso, compondo o patrimônio escultórico urbano da região.

2- Diagnóstico e estado de conservação anterior à intervenção

Antes da intervenção, a escultura apresentava acúmulo intenso de sujidades superficiais, escurecimento generalizado da pátina e presença de crostas e incrustações minerais decorrentes da exposição prolongada ao ambiente externo.
Foram observadas também:

Manchas esbranquiçadas e áreas de corrosão ativa (pontos esverdeados);

Depósitos orgânicos e dejetos de aves, especialmente em superfícies horizontais;

Vestígios de pichação e respingos de tinta;

Acúmulo de umidade em reentrâncias, favorecendo a degradação localizada;

Fissuras e pequenas perdas no material superficial;

Colônia de larvas sob tecido antigo encontrado na base, exigindo procedimento de desinfecção e controle biológico.

O diagnóstico indicou a necessidade de intervenção corretiva e preventiva, com o objetivo de recuperar a integridade estética e estrutural da obra e garantir sua preservação a longo prazo.

3- Procedimentos técnicos executados

A intervenção seguiu princípios de reversibilidade, mínima interferência e compatibilidade de materiais, de acordo com normas de conservação e restauro de bens metálicos. As etapas executadas incluíram:

3.1. Registro fotográfico e documentação técnica (condições iniciais e finais);

3.2. Limpeza mecânica inicial, com remoção de partículas sólidas, detritos e resíduos aderidos;

3.3. Limpeza química controlada, utilizando soluções neutras e não abrasivas específicas para ligas de bronze;

3.4. Neutralização de agentes corrosivos e estabilização de áreas com oxidação ativa;

3.5. Desinfecção completa da área afetada pela colônia de larvas sob o tecido antigo, com remoção total do material contaminado e aplicação de agente biocida apropriado;

3.6. Remoção de respingos de tinta e pichação;

3.7. Reintegração cromática e nivelamento da pátina em áreas desgastadas;

3.8. Aplicação de camada protetiva de microcristalina e cera incolor, garantindo proteção contra intempéries e umidade;

3.9. Polimento final e nivelamento visual da superfície.

4- Resultados alcançados

Após a conclusão do processo de conservação e restauro, o monumento apresentou:

Recuperação integral da leitura formal e volumétrica da escultura;

Restabelecimento da pátina original e brilho característico do bronze;

Eliminação completa de agentes biológicos e resíduos contaminantes;

Valorização estética e simbólica do conjunto escultórico;

Melhoria na proteção contra agentes atmosféricos e poluentes urbanos.

O tratamento devolveu à obra sua presença monumental e dignidade visual, compatíveis com o valor histórico e devocional que representa para o município de Niterói.

5- Recomendações para manutenção

Para a preservação contínua do monumento, recomenda-se:

Limpeza leve e regular da superfície (com pano seco e macio, sem abrasivos ou solventes);

Evitar o uso de produtos domésticos ou detergentes sobre o bronze;

Monitoramento semestral do estado de conservação, verificando pontos de oxidação e umidade;

Reaplicação da camada protetiva de cera microcristalina a cada 12 meses;

Inspeções preventivas após períodos de chuvas intensas ou eventos de vandalismo.

6- Conclusão

O laudo técnico confirma que a intervenção realizada em setembro/outubro de 2025 resultou na plena recuperação física e estética do monumento a Dom José Pereira Alves, garantindo sua estabilidade e preservação frente aos fatores ambientais e biológicos que anteriormente o comprometiam.

A escultura foi reintegrada ao espaço público com sua aparência revitalizada, mantendo-se fiel à integridade material e simbólica do bem cultural.

Niterói, outubro de 2025
Renata Bravo
Responsável Técnica pela Conservação e Restauro

Limpeza da placa em bronze concluída com remoção de particulados superficiais e sujidades aderidas, preservando a pátina original. As inscrições mantêm legibilidade integral e o metal apresenta estabilidade química. Não há indícios de corrosão ativa. Recomenda-se aplicação de fina camada de cera microcristalina incolor para proteção e manutenção do brilho moderado, garantindo a integridade e autenticidade histórica das peças.


Processo de conservação e limpeza: ação de vandalismo em patrimônio cultural revertida por meio de técnicas de conservação.
 Antes e depois da intervenção.


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