POR RENATA BRAVO - PESQUISAS, TECNOLOGIA ASSISTIVA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESDE 2013
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Dilemas da Sustentabilidade frente ao consumismo

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Para uma horta caseira, pode-se usar adubos minerais ou orgânicos:

 


Adubos minerais - O NPK 15-15-20 é um adubo mineral rico em potássio, que é essencial para o desenvolvimento da horta.  

Adubos orgânicos - Pode-se usar esterco curtido, como 15 a 20 litros de esterco de curral ou 5 litros de esterco de galinha por metro quadrado de canteiro.  

Adubos caseiros - Pode-se usar alimentos que podem virar adubo, como: 

Borra de café, rica em nitrogênio  

Casca de ovo, rica em cálcio  

Cascas de batata, ricas em nutrientes diversos  

Feijão, que fornece nitrogênio  

Canela, que pode controlar pragas, eliminar doenças causadas por fungos e acelerar o processo de "cicatrização" das plantas  

Cinzas, ricas em nutrientes como cálcio, fósforo, magnésio, nitrogênio, entre outros 

Minhocas, que deixam a terra rica em nutrientes 

O melhor adubo depende do tipo de planta, do objetivo e do momento da aplicação:

A jardinagem é uma atividade gratificante, e nada se compara à sensação de cultivar suas próprias ervas frescas em casa. Se você é um entusiasta da jardinagem e está procurando maneiras de garantir o crescimento saudável de suas plantas. Descubra como o adubo natural pode enriquecer o solo, fornecer nutrientes essenciais e impulsionar o crescimento exuberante da sua cebolinha.

Esterco bovino - É um adubo orgânico rico em macro e micronutrientes, além de fibras que ajudam a reter água e melhorar o crescimento das raízes.  

Húmus de minhoca - Também conhecido como vermicomposto, é um adubo natural produzido pelas minhocas, que decompõem resíduos orgânicos e deixam os nutrientes para as plantas.  

Adubo mineral - É o mais utilizado pelos agricultores, por ser barato e conter minerais como ureia, nitrogênio, potássio e fosfatados.  

NPK - É uma fórmula química composta por nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), que é comum em lavouras, hortas e jardins. O NPK 4-14-8 é recomendado para preparar o solo para o plantio. Já o NPK 20x05x20, com maior concentração de nitrogênio e potássio, é usado para preparar o solo antes do plantio e no início do ciclo de vida das frutíferas.  

Adubação pneumática É feita em culturas com grande espaçamento entre as plantas e entre as linhas, por meio de semeadoras pneumáticas.  

Para o momento do plantio, os fertilizantes químicos ou granulados são os mais recomendados.



quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

A panela mais adequada para fazer comida depende do que pretende preparar e do material da panela:

 Panela de cerâmica: É uma opção segura e saudável, pois é atóxica e não transfere resíduos para os alimentos. É ideal para saltear e grelhar.

Panela de ferro fundido: Libera pequenas quantidades de ferro nos alimentos, o que pode ser benéfico para quem precisa aumentar os níveis do mineral. Além disso, o ferro fundido pode enriquecer os alimentos com ferro, ajudando a prevenir anemia.

Panela de aço cirúrgico: É atóxica e não possui substâncias como níquel, chumbo ou alumínio.

Panela de vidro: É atóxica e não transfere resíduos para os alimentos.

Panela de inox: É resistente e distribui o calor de forma igual por sua superfície. No entanto, contém níquel, que é tóxico e pode se desprender da panela ao longo do uso.

Panela antiaderente: É ótima para grelhar, fritar e selar alimentos.

Caldeirão e caçarola: São muito parecidos e servem para fazer ensopados, cozidos e alguns preparos com carne. A diferença é que o caldeirão é mais profundo e cabe mais água.


A melhor opção de utensílio de cozinha depende do que você pretende fazer com ele e das características que você considera mais importantes:

Vidro

É considerado um dos materiais mais saudáveis para utensílios de cozinha, pois não libera resíduos nos alimentos e é inerte a alimentos ácidos. É também muito higiênico e permite acompanhar o preparo dos alimentos sem abrir a tampa. No entanto, é frágil, pesado e aquece com facilidade, podendo queimar o alimento.

Alumínio
É popular, fácil de encontrar e de manusear, e aquece rapidamente. É indicado para serviços que exigem resultados leves.

Inox
É resistente, durável e não libera resíduos nos alimentos. No entanto, não é antiaderente, por isso exige mais cuidado no cozimento. Para limpar, pode-se usar vinagre, limão e bicarbonato.

Cerâmica
Preserva o sabor dos alimentos e mantém-nos aquecidos por mais tempo. É fácil de lavar e tem grande poder antiaderente. Para limpar, pode-se usar esponja macia, detergente e água morna.

Panelas de aço cirúrgico, porcelana e cerâmica também são atóxicas, ou seja, não possuem substâncias na sua composição que podem causar intoxicação no organismo.

Não se deve arear a parte interna de panelas de alumínio ou aço inox. A areação, que consiste em esfregar a panela com palha de aço ou areia, pode fazer com que substâncias do metal migrem para o alimento. Essas substâncias podem estar relacionadas com problemas neurológicos.

Para limpar a parte interna da panela, pode-se usar:
- Bicarbonato de sódio e água quente, deixando de molho por uma noite
- Vinagre e água quente, deixando de molho por uma noite

A parte externa da panela pode ser areada, mas é importante evitar o contato da palha de aço com a superfície de metal.
Panelas com revestimento a
ntiaderente não precisam ser areadas, pois o revestimento evita manchas e sujeira

Aproximar a ciência do cotidiano desperta a vontade do conhecimento e facilita o aprendizado. E contribui também para os processos de educação alimentar e nutricional


A ciência na cozinha é o estudo dos fenômenos físicos, químicos e biológicos que ocorrem durante o preparo dos alimentos, e que transformam ingredientes simples em pratos incríveis.

A cozinha pode ser considerada um laboratório, pois nela se encontram vários reagentes, como temperos, óleos, ácidos, e reagentes biológicos, como o fermento.  

A ciência culinária é a capacidade de saber que a comida é mais do que apenas comida, e de ter as ferramentas para fazer perguntas e encontrar as respostas para elas.  

A ciência está presente na cozinha de várias formas, como: 

- A química, pois quase tudo que cozinhamos e comemos é feito de carbono, oxigênio e hidrogênio  

- A física, pois na cozinha se aplicam conceitos como atrito, pressão, elasticidade, cinemática, dinâmica, eletricidade, e estudo do meio

- os riscos de uso de determicadas panelas, como as de alumínio 

- os benefícios do azeite para a saúde

- os riscos do consumo de gorduras saturadas

- a ação dos conservantes e realçadores de sabor colocados nos alimentos ultraprocessados

A cozinha e a ciência estão relacionadas de diversas formas, como:

- A cozinha pode ser considerada um laboratório, pois nela se encontram vários reagentes, como temperos, óleos, ácidos e fermento.

- A culinária é uma atividade que está ligada à natureza, à ciência e à biologia.

- O conhecimento da ciência na cozinha é importante para o reaproveitamento de alimentos, diminuindo o desperdício e o lixo orgânico.

- O conhecimento da química é fundamental para saber como aplicar os compostos presentes em temperos em alimentos industrializados ou em preparações.

- A gastronomia é uma ciência estudada há muitos séculos, e vários equipamentos, utensílios e processos culinários surgiram da curiosidade dos pesquisadores.

- A ciência culinária e a ciência alimentar são abordagens diferentes, mas ambas podem ser utilizadas para desenvolver novos produtos alimentícios.

- A comida é um elemento característico de identidades distintas, que se realizam por meio de tradições, regionalismos, modelos de cozinha e saber-fazer específicos


“Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade”. Charles Chaplin


Os objetivos desse trabalho são:

- Analisar o herói moderno e suas relações com a cidade.

- Identificar a solidão e a melancolia do homem na cidade moderna.

- Citar a influência e o impacto do maquinismo e das utopias técnico-científicas na contemporaneidade, especialmente no filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin.

Chaplin foi uma figura bastante crítica em relação à história da sua época e do cinema. Estudar Carlitos como herói moderno em seus filmes é um grande desafio. Ele constrói, através de seus filmes, representações da realidade e através disso acrescenta o riso e a dor, mexendo assim com o sentimento das pessoas. Na maioria de seus filmes, são sugeridos estímulos que provocam o riso e o choro, aliviando e gerando novas tensões, uma vez que o sentido trágico da vida domina toda a sua obra. Porém, Carlitos consegue esconder, habilmente a tragédia sob seu delicado humor.

As características mais marcantes nos filmes de Chaplin seriam basicamente, esses objetivos a serem analisados neste artigo. No primeiro objetivo, que seria analisar o herói moderno e suas relações com a cidade, irei analisar principalmente no filme “O Garoto”, onde Chaplin mostra que ainda é possível ser uma pessoa boa em meio a tantas diferenças sociais na cidade moderna. O herói é visto como uma pessoa que entra em confronto com a modernidade, mantendo um relativo afastamento da multidão e de tudo que a cerca. Além disso, é aquele que tem um confronto com o mundo, que o pressiona com todas as suas tecnologias modernas. O herói não consegue, assim, viver desse modo tão intenso, como toda essa multidão, sugada pela modernidade. Mas sem abandonar a multidão e a modernidade, consegue diferenciar-se da primeira e manter sua individualidade. E é isso que Chaplin irá mostrar em seu personagem Carlitos.

Já no filme “Luzes da Cidade”, irei discutir o segundo objetivo: a solidão e a melancolia do homem na cidade moderna. Pois nesse filme ele demonstra muito a solidão frente às pessoas que já não se interessa mais em viver, conversar, ou até mesmo cumprimentar umas as outras, pois se tornaram frias e sem sentimentos. Foram essas pessoas que a modernidade criou e domesticou. Carlitos irá buscar a pureza e a sinceridade numa mulher cega e sem maldade, pois essa não vê o mundo ao seu redor e por isso confunde Carlitos com um homem rico. Mas a partir do momento que volta a enxergar, com a ajuda de Carlitos, essa o despreza porque vê que ele não é um homem rico. Suas esperanças se foram junto com a cegueira da mulher. E por ele não conseguir inserir-se nesse mundo, acaba se tornando uma pessoa triste e melancólica. Essa é uma característica da cidade moderna, as pessoas necessitam ouvir os barulhos produzidos pela era moderna, mas não costumam mais usar o olhar e a fala, a ponto dessas ficarem se olhando por minutos a fio sem dizer uma só palavra, só escutando os barulhos das fábricas, dos carros, enfim, os barulhos da modernidade.

Vale frisar que essas características estão em todos os seus longas-metragens. Mas analisando cada um detalhadamente, veremos que cada característica está mais num filme que em outro, pois Chaplin queria mostrar, talvez mesmo sem saber, passo a passo de uma pessoa que não conseguia se inserir nesse mundo moderno.

Nesse momento irei frisar um aspecto na filmografia de Chaplin, que seria a representação da máquina e da técnica no filme “Tempos Modernos” – 1936.

Chaplin no seu filme “Tempos Modernos”, mostra o seu personagem Carlitos como sendo uma cobaia desses tempos e da modernidade em que se insere. A máquina vai ser o principal objeto de Chaplin que mostra em Carlitos a pessoa que não se acostuma a ela.

Vemos, a partir do filme, a submissão do corpo à máquina. A cena em que Carlitos repete vários gestos iguais e depois sai à rua repetindo os mesmos gestos, mostra bem essa submissão. O corpo do personagem não consegue se controlar em meio às máquinas que estão cada vez mais velozes, ou seja, o corpo torna-se escravo dessas máquinas. Carlitos, por ser uma pessoa que não consegue se acostumar com essa rapidez da industrialização, sofre um pouco mais e acaba entrando em uma neurose, ou seja, ele se transforma numa máquina que sempre repete seus movimentos sem parar um segundo sequer. Chaplin quer mostrar a partir disso, que os trabalhadores da era industrial irão virar uma máquina, não conseguindo controlar seus próprios movimentos, perdendo assim a sensibilidade dos gestos. Além disso, esse trabalhador saberá fazer uma só coisa, que será o seu objeto de trabalho, como por exemplo o único movimento de Carlitos na fábrica.

Claro que Chaplin põe isso de um modo cômico, fazendo com que as pessoas riem de coisas que estão acontecendo com elas próprias, pois Chaplin expressa a modernidade através dos filmes de modo que o expectador tenha um olhar mais crítico de uma situação já vivenciada por ele, mas ainda não pensada mais a fundo. O que o expectador não percebia, na sua dura rotina, consegue agora perceber através de um filme. A partir daí, esse imaginário será usado pela coletividade para formar uma certa identidade. A função do símbolo, o filme, é de introduzir valores, modelando os comportamentos individuais e coletivos. Além disso, o símbolo é construído a partir de experiências dos expectadores, seus desejos e motivações. O cinema, nessa era de modernidade, se preocupa em fazer com que as realidades do nosso mundo fiquem mais próximas do público, e a partir disso, é criado um desejo, do público, sobre o cinema. Cada dia fica mais irresistível a necessidade de possuir o objeto, de ter tão perto quanto possível, na imagem, na sua cópia e na sua reprodução.

Por isso supomos que esse riso do público é um riso não de alegria, mas de preocupação, pois a partir daí a imaginação do público será desperta para algo real, que até então esses não haviam percebido.

O cinema faz com que nós, o público, nos percebamos diante de coisas que fazem parte de nossa vida, e que passam sobre uma simples tela de cinema. Ficávamos presos a um mundo que era só aquilo e pronto, mas com a sua chegada, o cinema permitiu-nos que empreendêssemos viagens a longas distâncias. Essa natureza que se dirige à câmara não é a mesma do nosso olhar. A diferença está no fato de que o espaço em que o homem age conscientemente é substituído por outro, em que sua ação é inconsciente.

Na fábrica que Carlitos trabalha vemos uma alta tecnologia, o que aliás é uma das principais características da modernidade vinda com a Revolução Industrial. Essa, por sua vez, é vista no filme como algo ruim para as pessoas e os operários, pois nada nessa época tem limites e acaba fazendo com que o operário se transforme em uma espécie de “máquina humana”. Além das máquinas, vemos câmeras que controlam o trabalho dos funcionários, ou seja, controlam o tempo e como trabalham. Podemos notar até mesmo o exagero dessas tecnologias sobre os funcionários da fábrica, na cena em que Carlitos é cobaia de um experimento que faz com que o operário faça sua refeição e ao mesmo tempo trabalhe. A partir do humor, Chaplin mostra o trágico dessa modernidade: as máquinas irão controlar completamente a vida das pessoas, tanto a dos operários como das pessoas comuns. Entra a questão, aqui, do conceito de tempo dessa modernidade, pois até na hora de almoçar não se deve parar para não atrasar a produção.

Voltando à cena em que Carlitos faz movimentos únicos sobre os parafusos, vemos, de novo, a alienação da máquina sobre o corpo. A partir do momento que o dono da fábrica acha necessário aumentar o ritmo de trabalho, o corpo do personagem é obrigado a aumentar o ritmo e os gestos, se sujeitando à velocidade da máquina. Pois a preocupação nessa era da industrialização não é o ser humano, mas o tempo imposto sobre a produção. Se essa atrasa, a velocidade terá que aumentar, pois o tempo a partir dessa época, é dinheiro.

Outro exemplo é a cena em Carlitos é “engolido” pela máquina de parafusos, onde se mostra todo o mecanismo interior da máquina e Carlitos dentro dessa passa um ar de tranqüilidade, pois esse está tão abalado que para ele parece totalmente normal fazer parte do mecanismo dessa máquina. Este é um ótimo exemplo da apropriação do corpo pela máquina, pois essa suga, literalmente, o corpo do personagem Carlitos.

Charles Chaplin nesse filme mostra, através das grandes tecnologias, uma crítica a essa modernidade avançada, e usa Carlitos para mostrar o descompasso desse com o mundo moderno. Carlitos é incapaz de viver nesse mundo, pois ele é ainda aquele ser humano puro de alma, aquele que não consegue acompanhar o avançado desenvolvimento das máquinas e da sociedade. Mas, ele não é mais um homem perdido no mundo, inconsciente de seu drama. Agora ele conhece o sentido da existência, sabe que a liberdade é inútil se não há meios para fluí-la.

No filme vemos muitas cenas que mostram esse Carlitos, que parece não saber que existe tanta maldade, pobreza e tantos avanços. Numa cena em que ele pega a bandeira vermelha e acena para o caminhão, de onde esta caiu, ele nunca iria imaginar que podia ser preso como sendo um líder sindical, pois logo atrás de Carlitos estavam os grevistas fazendo sua manifestação. A ingenuidade desse personagem transpassa por todo o filme.

Mas apesar disso, ele acaba fazendo seus planos de ter uma casa, de constituir uma família e arranjar empregos, a partir do momento em que se apaixona por uma plebéia. Mas seus planos acabam não dando certo, e Chaplin novamente mostra sua crítica à modernidade, pois Carlitos, por ser essa pessoa ingênua e humana, não está preparado para esse mundo, pois não é aceito, e, não consegue sucesso em meio a tanta maldade, pobreza e confusão.

No final do filme, Carlitos se despede de seu mundo rumo a um lugar que dê espaço para ele, ou seja, o mundo anterior a essa modernidade. Esse seria o último filme de Carlitos, pois no mundo moderno não havia mais espaço para ele. E seria o último filme mudo de Chaplin, pois também não existia mais espaço para seus filmes mudos em meio aos avanços dos filmes sonoros, e que acima do valor do progresso se coloca o valor do homem.

O que se passa, no filme é a questão da melancolia, talvez até mesmo a tristeza pelo que esta acontecendo no mundo, por ser seu último filme como Carlitos, pois a partir daí esse já não irá mais existir. “Tempos Modernos” é uma história sobre a indústria, a iniciativa privada e a humanidade em busca de felicidade.

O filme adquiriu uma importância para a compreensão dos comportamentos, das visões e das ideologias de uma sociedade ou de um momento histórico, no caso, a emergência e consolidação da modernidade. Esse pode tornar-se um documento para a pesquisa. Tanto quanto a própria história, a idéia de cinema expressa um conjunto infinito de realidades e de informações, pois todo o filme é um documento histórico. O cinema na história designa o cinema como documentação para a investigação historiográfica. Com isso vemos que o cinema já faz parte do estudo historiográfico.



Nise da Silveira foi uma médica psiquiatra brasileira que revolucionou o tratamento de doenças mentais no país e é considerada uma das personalidades mais importantes da psiquiatria brasileira:

 

- Foi uma das primeiras mulheres a se formar em medicina no Brasil  

- Foi pioneira na terapia ocupacional e na introdução de tratamentos humanizados  

- Foi a primeira a pesquisar as relações emocionais entre pacientes e animais, que chamava de coterapeutas  

- Fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, que preserva os trabalhos produzidos por pacientes  

- Introduziu a psicologia junguiana no Brasil  

- Inspirou a criação de museus, centros culturais e instituições terapêuticas no Brasil e no exterior  

- Seu trabalho e princípios fortaleceram a luta antimanicomial  

Nise da Silveira foi uma médica corajosa e sensível que lutou contra as práticas violentas nos hospitais psiquiátricos. Ela demonstrou falhas na psiquiatria tradicional e propôs soluções que humanizaram o tratamento dos pacientes.


Bióloga e pioneira ativista feminista no Brasil

"Nesta casa eu me sentia livre para introduzir métodos inusuais, o tratamento fundamental fazia-se através de habilidades expressivas, não havia médicos vestindo jalecos, não havia enfermeiros, mas sim monitores que estavam ao lado para ajudar em uma ou outra dificuldade. As portas e janelas estavam sempre abertas”, referia-se Nise à Casa das das Palmeiras, clínica pioneira em regime de externato criado em 1956.


Nise da Silveira, nasceu em Alagoas no dia 15 de fevereiro de 1905, teve formação católica na infância e estudou em um colégio de freiras, em Maceió. Seu pai era professor de matemática e jornalista e sua mãe pianista. Em 1926, Nise concluiu o curso de medicina, sendo uma das primeiras mulheres a se formar médica no Brasil e a única mulher de sua turma, formada por 57 homens. Foi nessa época que aproximou-se do colega de curso Mário Magalhães da Silveira e com ele se casou. O casal de médicos não teve filhos, preferindo se dedicar ao trabalho, e quanto trabalho e dificuldades Nise enfrentou. Ao ingressar no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, ficou horrorizada com os tratamentos violentos, comuns nesse contexto e passou a travar uma luta em busca de trazer para esses pacientes, que estavam entre a loucura e a exclusão social, um pouco de dignidade. Aluna do psiquiatra suíço Carl G. Jung, Nise valorizava o tratamento humanizado e inseriu a pintura e modelagem em argila como técnicas de atendimento. Isso possibilitou que as pessoas se expressassem por meio da arte, transmitindo em cores, formas e símbolos suas angústias mais profundas, no que mais tarde foi chamado de arteterapia. Nise era contra o confinamento e isolamento dos internos. Foi inserida a convivência com animais - que a médica chamava de co-terapeutas - o que contribui para baixar os níveis de estresse e ansiedade, diminuindo crises dos pacientes.

Com o desenvolvimento do processo artístico com os internos, Nise reúne os trabalhos dos pacientes e percebe que era necessário criar um espaço para sua conservação e preservação. Assim, funda em 1952 o Museu de Imagens do Inconsciente, que abriga um importante acervo desses documentos.

Como consequência de seus ideais, na década de 30 a médica envolve-se com o PCB (Partido Comunista Brasileiro), o que lhe rende muitos problemas com o governo de Getúlio Vargas. Em 1936, uma enfermeira do hospital em que Nise trabalhava fez uma denúncia, o motivo era porque em cima da mesa de Nise, além de livros de psiquiatria, haviam os de comunismo e marxismo. Nise foi presa no mesmo dia e permaneceu encarcerada por um ano e meio “ Porque passei pela prisão eu compreendo as pessoas e os animais, que estão doentes, pobres e que sofrem, eu me identifico com eles, Sinto-me um deles”. Na prisão conhece o escritor Graciliano Ramos, que mais tarde a citará na obra autobiográfica Memórias do Cárcere.

Depois de libertada, precisou se retirar do trabalho em hospitais públicos entre 1936 e 1944 devido à perseguição política, vivendo por 8 meses na clandestinidade. Foi depois desse período que Nise iniciou o trabalho no Hospital do Engenho de Dentro. Não se cura além da conta, gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura (...) Vivam a imaginação pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente nunca convivi com pessoas muito ajuizadas”.

Dentre as inúmeras curiosidades sobre Nise está que diariamente ela saia à noite para alimentar gatos e com eles permanecia meditando. Inclusive escreveu um livro a respeito chamado “Gatos, a emoção de lidar”. Além das artes, Nise da Silveira também introduziu cães e gatos na vida de seus pacientes, para que se apegassem a eles, criando um elo com o mundo real. “Observei que os resultados terapêuticos das relações afetivas entre o animal e o doente eram excelentes". Mas era difícil que essa idéia tivesse campo para desenvolver-se. No Brasil a aproximação entre doente e animal, infelizmente, ainda não era cultivada. Ela dizia que os gatos são excelentes companheiros de estudos, amam o silêncio e cultivam a concentração. Cultivo muito a independência. Por isso gosto do gato. Muita gente não gosta pela liberdade que ele precisa para viver. O gato é altivo, e o ser humano não gosta de quem é altivo.”

Em 1999 no Rio de Janeiro, Nise, permaneceu internada por um mês devido a complicações de uma pneumonia e aos 94 anos morreu por insuficiência respiratória. Mas sua memória continua viva e seu legado para concretizar direitos aos portadores de transtornos mentais fortalece a luta antimanicomial.


terça-feira, 31 de dezembro de 2024

A virada de ano tem origem em diversas tradições e culturas, incluindo:


Comemoração do Ano-Novo no mundo ocidental - A comemoração ocidental do Ano-Novo teve origem no decreto do líder romano Júlio César, que em 46 a.C. fixou o 1º de janeiro como o "dia do ano-novo". Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões.  

Réveillon - A palavra "Réveillon" vem do francês "Réveiller", que significa despertar, acordar, reanimar. A tradição teve início na França no século 17, quando designava festas da nobreza que duravam a noite inteira. 

Tradições de Ano-Novo no Brasil - A comemoração de Ano-Novo no Brasil tem origem nas religiões de matriz africana e afro-brasileira, como o candomblé e a umbanda. Algumas tradições brasileiras de Ano-Novo são:  

- Usar roupa branca  

- Pular sete ondas  

- Fazer oferendas ao mar  

- Soltar fogos 

Acredita-se que a tradição de soltar fogos tenha origem na China há mais de 2 mil anos. Os fogos eram utilizados para espantar espíritos malignos.


O Réveillon é comemorado de diferentes formas. Aqui no Brasil, muitas pessoas pulam 7 ondas à meia noite. Cada país vai adaptar a celebração a sua cultura, clima, entre outros fatores.  

- Hogmanay em Edimburgo - A véspera de Ano Novo é na verdade uma celebração de três dias na capital da Escócia - e em todo o país. Em 30 de dezembro, 8.000 foliões segurando tochas criam um "rio de fogo" que serpenteia pelas ruas da Cidade Velha, de Parliament Square a Calton Hill. Para encerrar a procissão, flautistas e tambores caminham no mesmo ritmo.  

- Comer uvas na Espanha  

Comece bem as suas resoluções de ano novo para a saúde, graças à tradição espanhola de comer 12 uvas, uma para cada badalada da meia-noite. É mais difícil do que parece (as pessoas até praticam), mas se você for bem-sucedido, a tradição diz que terá um ano de prosperidade. O lugar para fazer isso é na Puerta del Sol em Madrid para Nochevieja (ou Réveillon).  

- Atirar pratos na Dinamarca - Atirar coisas contra a casa de alguém pode ser considerado azar - mas na Dinamarca, as pessoas guardam pratos e copos lascados o ano todo só para a véspera de Ano Novo. Naquela noite, eles vão à casa de amigos e familiares e os jogam contra a porta da frente. Quanto mais fragmentos você tiver à sua porta na manhã seguinte, mais popular você será.  

- Festejando sete, nove ou 12 vezes na Estônia - Quem gosta de comida deve ir para a Estônia para a véspera de Ano Novo - não só a capital Tallinn é excepcionalmente linda, mas a tradição da véspera de Ano Novo de comer um número sortudo de refeições é uma boa desculpa para se deliciar. E não pense que você pode se safar com uma ou duas refeições extras - os números sete, nove e 12 são considerados os mais sortudos. E como diz a tradição, comer sete, nove ou 12 vezes significa que você terá a força de tantos homens (gostaríamos de pensar que as mulheres também) no ano novo. Mas você não precisa terminar tudo em seu prato; deixar um pouco de comida deixará os espíritos ancestrais felizes.  

- Tocar sinos 108 vezes no Japão - No Japão, a véspera de Ano Novo (ou Omisoka) é celebrada com o toque de sinos em templos budistas. No entanto, em vez de apenas uma dúzia de vezes, acredita-se que tocar um sino 108 vezes - o número de desejos humanos e, portanto, causas de sofrimento, de acordo com a tradição budista - dissipará emoções e mentalidades negativas. Se você estiver em Tóquio, testemunhe o ritual no icônico Templo Zojoji da cidade.


A virada do ano antes de Cristo (a.C.) era comemorada em março, de acordo com a tradição de algumas civilizações antigas. Isso porque era a época do fim do inverno e da chegada da primavera.  

No Império Romano, o ano começava em março e terminava em dezembro, com base nos ciclos da lua e das estações do ano. O calendário tinha 10 meses e desconsiderava o inverno, que era de 61 dias. No século VIII a.C., os meses de janeiro e fevereiro foram adicionados ao início do calendário.  

Em 46 a.C., o imperador Júlio César decretou que o ano-novo seria comemorado no dia 1º de janeiro, baseado no calendário juliano. A data foi oficializada no final do século XVI, com a adoção do calendário gregoriano pela igreja católica.  

A Era Cristã, também conhecida como Era da Graça ou Anno Domini (A.D.), é marcada por anos antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.). A cronologia não considera o ano zero, de modo que o ano 1 a.C. é seguido imediatamente pelo 1 d.C.