POR RENATA BRAVO - DESDE 2013
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No mundo globalizado, nos deparamos com um consumismo exagerado na aquisição de bens de consumo por parte de todas as populações e, com isso, acabamos produzindo uma quantidade enorme de lixo por habitante, cujo destino final nem sempre é o adequado pelos governos e políticas de saúde dos países. Estudos revelam que 30% do lixo produzido no Brasil, são jogados nas ruas sem nenhuma preocupação por parte da população, isto acaba ocasionando problemas sérios e graves ao meio ambiente que afetam a todos nos grandes centros urbanos. Problemas como: entupimento de bueiros e galerias pluviais, podem causar doenças transmitidas pela água contaminada que tem dificuldade de escoar, propiciando doenças como: cólera, hepatites, leptospirose, dengue entre outras. A contaminação do solo também é um indicativo importante para surgimento de outras doenças na população, cuja transmissão ocorre predominantemente por animais sinantrópicos como: roedores, insetos, aranhas entre outros. É importante que tenhamos uma responsabilidade ambiental no sentido de mudar paradigmas, nos cerceando de conscientização coletiva, para mudança de hábitos nas pessoas, para que possamos melhorar a nossa qualidade de vida com atitudes como:
-Realizar coleta seletiva de lixo em: indústrias, residências, serviços de saúde, restaurantes e Instituição de longa permanência para idosos entre outros; -Utilizar materiais recicláveis na construção civil; -Estimular o surgimento de cooperativas com inclusão de catadores de materiais recicláveis; -Preservar e recuperar áreas verdes; -Estimular a agricultura urbana; -Usar copos individuais nos locais de trabalho.
Com estas atitudes individuais, conseguiremos alcançar o objetivo de um meio ambiente mais saudável e agradável para futuras gerações, isentando-as de acometimento por doenças e complicações destas, que podem evoluir para mortes, decorrentes do desrespeito ao solo urbano e rural , no qual estamos vivenciando atualmente.
VAMOS SUPERAR A ERA DO DESPERDÍCIO E TRANSFORMAR O LIXO EM RECURSO.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Nise da Silveira foi uma médica psiquiatra brasileira que revolucionou o tratamento de doenças mentais no país e é considerada uma das personalidades mais importantes da psiquiatria brasileira:

 

- Foi uma das primeiras mulheres a se formar em medicina no Brasil  

- Foi pioneira na terapia ocupacional e na introdução de tratamentos humanizados  

- Foi a primeira a pesquisar as relações emocionais entre pacientes e animais, que chamava de coterapeutas  

- Fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, que preserva os trabalhos produzidos por pacientes  

- Introduziu a psicologia junguiana no Brasil  

- Inspirou a criação de museus, centros culturais e instituições terapêuticas no Brasil e no exterior  

- Seu trabalho e princípios fortaleceram a luta antimanicomial  

Nise da Silveira foi uma médica corajosa e sensível que lutou contra as práticas violentas nos hospitais psiquiátricos. Ela demonstrou falhas na psiquiatria tradicional e propôs soluções que humanizaram o tratamento dos pacientes.


Bióloga e pioneira ativista feminista no Brasil

"Nesta casa eu me sentia livre para introduzir métodos inusuais, o tratamento fundamental fazia-se através de habilidades expressivas, não havia médicos vestindo jalecos, não havia enfermeiros, mas sim monitores que estavam ao lado para ajudar em uma ou outra dificuldade. As portas e janelas estavam sempre abertas”, referia-se Nise à Casa das das Palmeiras, clínica pioneira em regime de externato criado em 1956.


Nise da Silveira, nasceu em Alagoas no dia 15 de fevereiro de 1905, teve formação católica na infância e estudou em um colégio de freiras, em Maceió. Seu pai era professor de matemática e jornalista e sua mãe pianista. Em 1926, Nise concluiu o curso de medicina, sendo uma das primeiras mulheres a se formar médica no Brasil e a única mulher de sua turma, formada por 57 homens. Foi nessa época que aproximou-se do colega de curso Mário Magalhães da Silveira e com ele se casou. O casal de médicos não teve filhos, preferindo se dedicar ao trabalho, e quanto trabalho e dificuldades Nise enfrentou. Ao ingressar no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, ficou horrorizada com os tratamentos violentos, comuns nesse contexto e passou a travar uma luta em busca de trazer para esses pacientes, que estavam entre a loucura e a exclusão social, um pouco de dignidade. Aluna do psiquiatra suíço Carl G. Jung, Nise valorizava o tratamento humanizado e inseriu a pintura e modelagem em argila como técnicas de atendimento. Isso possibilitou que as pessoas se expressassem por meio da arte, transmitindo em cores, formas e símbolos suas angústias mais profundas, no que mais tarde foi chamado de arteterapia. Nise era contra o confinamento e isolamento dos internos. Foi inserida a convivência com animais - que a médica chamava de co-terapeutas - o que contribui para baixar os níveis de estresse e ansiedade, diminuindo crises dos pacientes.

Com o desenvolvimento do processo artístico com os internos, Nise reúne os trabalhos dos pacientes e percebe que era necessário criar um espaço para sua conservação e preservação. Assim, funda em 1952 o Museu de Imagens do Inconsciente, que abriga um importante acervo desses documentos.

Como consequência de seus ideais, na década de 30 a médica envolve-se com o PCB (Partido Comunista Brasileiro), o que lhe rende muitos problemas com o governo de Getúlio Vargas. Em 1936, uma enfermeira do hospital em que Nise trabalhava fez uma denúncia, o motivo era porque em cima da mesa de Nise, além de livros de psiquiatria, haviam os de comunismo e marxismo. Nise foi presa no mesmo dia e permaneceu encarcerada por um ano e meio “ Porque passei pela prisão eu compreendo as pessoas e os animais, que estão doentes, pobres e que sofrem, eu me identifico com eles, Sinto-me um deles”. Na prisão conhece o escritor Graciliano Ramos, que mais tarde a citará na obra autobiográfica Memórias do Cárcere.

Depois de libertada, precisou se retirar do trabalho em hospitais públicos entre 1936 e 1944 devido à perseguição política, vivendo por 8 meses na clandestinidade. Foi depois desse período que Nise iniciou o trabalho no Hospital do Engenho de Dentro. Não se cura além da conta, gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura (...) Vivam a imaginação pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente nunca convivi com pessoas muito ajuizadas”.

Dentre as inúmeras curiosidades sobre Nise está que diariamente ela saia à noite para alimentar gatos e com eles permanecia meditando. Inclusive escreveu um livro a respeito chamado “Gatos, a emoção de lidar”. Além das artes, Nise da Silveira também introduziu cães e gatos na vida de seus pacientes, para que se apegassem a eles, criando um elo com o mundo real. “Observei que os resultados terapêuticos das relações afetivas entre o animal e o doente eram excelentes". Mas era difícil que essa idéia tivesse campo para desenvolver-se. No Brasil a aproximação entre doente e animal, infelizmente, ainda não era cultivada. Ela dizia que os gatos são excelentes companheiros de estudos, amam o silêncio e cultivam a concentração. Cultivo muito a independência. Por isso gosto do gato. Muita gente não gosta pela liberdade que ele precisa para viver. O gato é altivo, e o ser humano não gosta de quem é altivo.”

Em 1999 no Rio de Janeiro, Nise, permaneceu internada por um mês devido a complicações de uma pneumonia e aos 94 anos morreu por insuficiência respiratória. Mas sua memória continua viva e seu legado para concretizar direitos aos portadores de transtornos mentais fortalece a luta antimanicomial.


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