POR RENATA BRAVO - DESDE 2013
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No mundo globalizado, nos deparamos com um consumismo exagerado na aquisição de bens de consumo por parte de todas as populações e, com isso, acabamos produzindo uma quantidade enorme de lixo por habitante, cujo destino final nem sempre é o adequado pelos governos e políticas de saúde dos países. Estudos revelam que 30% do lixo produzido no Brasil, são jogados nas ruas sem nenhuma preocupação por parte da população, isto acaba ocasionando problemas sérios e graves ao meio ambiente que afetam a todos nos grandes centros urbanos. Problemas como: entupimento de bueiros e galerias pluviais, podem causar doenças transmitidas pela água contaminada que tem dificuldade de escoar, propiciando doenças como: cólera, hepatites, leptospirose, dengue entre outras. A contaminação do solo também é um indicativo importante para surgimento de outras doenças na população, cuja transmissão ocorre predominantemente por animais sinantrópicos como: roedores, insetos, aranhas entre outros. É importante que tenhamos uma responsabilidade ambiental no sentido de mudar paradigmas, nos cerceando de conscientização coletiva, para mudança de hábitos nas pessoas, para que possamos melhorar a nossa qualidade de vida com atitudes como:
-Realizar coleta seletiva de lixo em: indústrias, residências, serviços de saúde, restaurantes e Instituição de longa permanência para idosos entre outros; -Utilizar materiais recicláveis na construção civil; -Estimular o surgimento de cooperativas com inclusão de catadores de materiais recicláveis; -Preservar e recuperar áreas verdes; -Estimular a agricultura urbana; -Usar copos individuais nos locais de trabalho.
Com estas atitudes individuais, conseguiremos alcançar o objetivo de um meio ambiente mais saudável e agradável para futuras gerações, isentando-as de acometimento por doenças e complicações destas, que podem evoluir para mortes, decorrentes do desrespeito ao solo urbano e rural , no qual estamos vivenciando atualmente.
VAMOS SUPERAR A ERA DO DESPERDÍCIO E TRANSFORMAR O LIXO EM RECURSO.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

A comemoração do Natal com crianças é importante por vários motivos, como:

- Desenvolvimento social e emocional

As crianças interagem com outras crianças, fazem novas amizades e vivenciam a magia do Natal. 

- Formação de memórias afetivas

As crianças criam memórias que ficarão marcadas para toda a vida. 

- Identidade cultural e social

As tradições natalinas ajudam a formar a identidade cultural e social dos jovens. 

- Valores

O Natal é uma época para abordar temas como amor, generosidade, gratidão, empatia, respeito às diferenças e solidariedade. 

- Entendimento do significado do Natal

É fundamental para a formação de bons cidadãos e cristãos que as crianças entendam que o Natal é sobre família, união, amor e esperança. 

Algumas formas de ressignificar o Natal para as crianças são: 

- Conversar e ouvir o que as crianças entendem sobre a data

- Incentivar as crianças a doar o que têm e não usam mais

- Realizar algum trabalho voluntário em família

A lembrança de Natal por cada criança, para a família, contribui para reforçar valores de carinho e dedicação. Desta forma, poderemos reforçar que a magia dos presentes de Natal não se resume à quantidade de prendas, mas à partilha e aos laços de afeto e solidariedade entre todos.












 

O trenó e as renas são símbolos importantes do Natal, pois representam a capacidade do Papai Noel de entregar presentes às crianças em todo o mundo:

Renas

Na cultura popular, as renas são mágicas e voadoras, e puxam o trenó do Papai Noel na noite de Natal. Cada rena tem um nome e uma função, como Rudolph, que guia o caminho em noites de neblina. As renas são preparadas para o Natal desde cedo, com a ajuda dos elfos, que as alimentam e promovem brincadeiras. 

Trenó

O trenó é uma boa opção para atravessar locais com neve, pois sua estrutura permite que deslize pelo caminho, facilitando o transporte de pesos e de passageiros. Por muito tempo, os cães foram os principais responsáveis por puxar os trenós. 






 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Importância de jogos no processo de aprendizagem do aluno com deficiência intelectual

- Estimular habilidades cognitivas, como a atenção, a memória de trabalho, o raciocínio e a coordenação motora fina

- Desenvolver a imaginação, a confiança, a auto-estima, o auto-controle e a cooperação
- Contribuir para o desenvolvimento da linguagem e do senso de companheirismo
- Promover relações interpessoais
- Propiciar um ambiente favorável e atrativo para os alunos
- Motivar o processo de aquisição de novos conhecimentos
- Transformar conteúdos maçantes em atividades interessantes e prazerosas
- Estimular a construção de um novo conhecimento


Este artigo visa discutir a importância dos jogos na educação de alunos com deficiência intelectual. Apesar de a legislação atual nos falar da inclusão, ainda acontece sua exclusão nas relações estabelecidas no contexto escolar. Diante desses pressupostos, vemos na atividade lúdica um caminho possível para desenvolver a aprendizagem, pois os jogos expressam a forma de como uma criança reflete o mundo, ordena, desorganiza e reconstrói a sua maneira. É um espaço onde a criança com deficiência intelectual aprenderá brincando, facilitando seu desenvolvimento nas funções psicológicas, tanto intelectuais como nas interações com o próximo. Deste modo, o presente trabalho é o resultado de uma pesquisa bibliográfica, tendo como referencial teórico os seguintes autores que deram subsídios à pesquisa: Freire (2002), Kishimoto (2003), Piaget (1978, 1996), Vigotsky (1987, 1998), dentre outros, que teve o objetivo de conhecer o pensamento de pesquisadores e de proceder ao conhecimento relativo à importância das atividades lúdicas, referente às crianças com deficiência intelectual.

INTRODUÇÃO 

A neuropedagogia estuda o cérebro e como ocorre o processo de aprendizagem, possibilitando a intervenção na área cognitiva, orgânica, emocional e sociointerativa da pessoa, buscando uma atuação que dê significado à aprendizagem, desenvolvendo suas competências. 

Sendo a neuropedagogia uma área que trabalha com o processo de dificuldade de aprendizagem, é relevante que os profissionais da área busquem conhecimento para executarem suas funções e, dentre estes, temos os jogos, que podem ser inseridos na práxis pedagógica do professor. 

Neste contexto, torna-se necessário que o neuropedagogo desenvolva atividades que contribuam com este aluno, realizando um trabalho inter e multidisciplinar, para tentar descobrir as causas de suas dificuldades e auxiliar na aprendizagem. 

É preciso construir dentro da área educacional um sistema que promova a inclusão do aluno com deficiência intelectual, mostrar que é possível desenvolver atividades que promovam a capacidade cognitiva desses alunos.. 

É necessário proporcionar a aprendizagem que contribua para o seu desenvolvimento, em que a criança pode imaginar, criar e interagir com o próximo.

Muitos métodos estão sendo usados como recursos didáticos e, entre essas metodologias, destaca-se o uso dos jogos, instrumento através do qual o educador pode estimular o desenvolvimento de crianças com deficiência intelectual. 

Os jogos têm como objetivo promover o desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento, resgantando o prazer pelo aprender, inserindo o aluno com deficiência intelectual no contexto escolar e contribuir para sua formação. Assim, a educação pode ser compreendida como um instrumento no processo de ensino. 

Desta forma, a intenção deste artigo é mostrar o jogo como recurso pedagógico no desenvolvimento de alunos com deficiência intelectual. Sendo assim, o profissional da educação, de um modo geral, poderá rever sua práxis pedagógica ao utilizar jogos e brincadeiras no contexto escolar, sempre valorizando as habilidades e a individualidade de seus alunos. 

ENTENDENDO A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL 

A humanidade tem toda uma história para comprovar como os caminhos das pessoas com deficiência têm sido permeados de obstáculos, riscos e limitações. Como tem sido difícil a sua sobrevivência, seu desenvolvimento e sua convivência social. 

De acordo com Marcucci (2003, p. 41), “de todas as deficiências, a mental é, sem dúvida, a mais frequente e a mais grave de todas, por afetar o indivíduo naquilo que ele tem de mais precioso: sua inteligência”. De acordo com o próprio autor, as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para países em desenvolvimento apontam que 10% da população possui algum tipo de deficiência, sendo a metade desse potencial (5%) relativo à Deficiência Mental. 

Segundo Sassaki (2004), baseado no conceito publicado em 1992 pela Associação Americana de deficiência mental, a mesma passa a ser denominada “Deficiência Intelectual”, considerando-a não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como um atributo que interage com seu meio ambiente físico e humano que, por sua vez, deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa. No entanto, o termo adotado deste ponto em diante será deficiência intelectual.

Segundo o DSM-IV (1995) a deficiência intelectual é o estado de redução notável do funcionamento intelectual significativamente inferior à média, que dá lugar a deficiências no comportamento adaptativo e que tem origem no período de desenvolvimento, associado à limitação de pelo menos dois aspectos do funcionamento adaptativo ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade em comunicação, cuidados pessoais, competências domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho.

IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 

Diante de teorias fundamentadas de Piaget (1996) e Vigotsky (1987), podemos dizer que os jogos, brinquedos e brincadeiras e sua relação com o desenvolvimento e a aprendizagem, há muito tempo, vêm sendo explorados no campo científico, como um processo auxiliador no desenvolvimento cognitivo da criança. Neste sentido, ao longo desta trajetória, tem-se procurado analisar os jogos por intermédio de concepções de ordem psicológica, biológica, antropológica, sociológica e linguística. 

Segundo Piaget (1996), o desenvolvimento do jogo está ligado aos processos puramente individuais e de símbolos inerentes à estrutura mental da criança e que só por ela podem ser explicados. Assim como no desenvolvimento infantil, o autor analisa o desenvolvimento do jogo de forma espontânea, ou seja, conforme se organizam as novas formas de estrutura, surgem novas modificações nos jogos que, por sua vez, vão se integrando ao desenvolvimento do sujeito por intermédio de um processo denominado assimilação. 

Para Piaget (1978), a construção de estruturas mentais desenvolve a aquisição do conhecimento e, nesse sentido, a brincadeira, enquanto processo assimilativo, participa do conteúdo da inteligência, igual à aprendizagem e também é compreendida como conduta livre, espontânea, que a criança expressa por sua vontade e pelo prazer que lhe dá. Portanto, ao manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o nível de seus estágios cognitivos e constrói conhecimentos de acordo com seu nível de desenvolvimento.

O brincar desperta a imaginação, abrindo novas possibilidades de aprendizagem, pois, neste estágio, a criança tem liberdade de criar, imaginar e é por meio da ludicidade que a criança exterioriza seus anseios e imita o mundo dos adultos. Ao fazer de conta, ela desenvolve a imaginação, idealizando um mundo real ao criar situações. 

Os jogos e as brincadeiras são estratégias metodológicas que proporcionam uma aprendizagem concreta por meio de atividades práticas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais dizem que:

No jogo, mediante a articulação entre o conhecimento e o imaginado, desenvolvem- se o autoconhecimento – até onde se pode chegar – e o conhecimento dos outros – o que se pode esperar e em que circunstâncias. (...) Por meio dos jogos as crianças não apenas vivenciam situações que se repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a pensar por analogia (jogos simbólicos): os significados das coisas passam a ser imaginados por elas (BRASIL, 1997, p. 90).

Em consonância com Vigotsky (1987), o significado do jogo varia do ponto de vista da criança para a do adulto, pois, mesmo inserida no mundo do adulto, a criança forma seu pequeno mundo, no qual, através daquilo que cria em suas brincadeiras, estabelece suas relações. Portanto, o jogo é um fator que compõe o desenvolvimento do pensamento, pois, além de ser para a criança uma ferramenta de conhecimento do mundo, sua evolução acontece acompanhando e interagindo com o próprio desenvolvimento da inteligência.

Para Piaget (1978), o desenvolvimento da criança precisa passar pela prática lúdica e seu processo de aprendizagem deve ser harmonioso, pois tal atividade propicia a expressão do imaginário, a aquisição de regras e a apropriação do conhecimento. A brincadeira é um processo de relações entre a criança e o brinquedo e das crianças entre si e com os adultos, sendo um dos fatores determinantes para auxiliar o desenvolvimento integral da criança. O brincar no contexto educativo deve ser rico em seu universo pedagógico, se os métodos de educação formal não atingem toda a população, por que não investir nesses novos caminhos? Ao brincar, a criança conquista autoestima, autonomia e criatividade, fatores essenciais para a inclusão de alunos com deficiência intelectual.

As atividades lúdicas são essenciais é nelas que ocorrem as experiências inteligentes e reflexivas e, a partir deste processo, produz-se o conhecimento. Vygotsky (1998) salienta com muita clareza esse processo ao afirmar que a mudança de uma criança de um estágio de desenvolvimento para outro dependerá das necessidades que a criança apresenta e os incentivos que são eficazes para colocá-la em ação, sendo que a criança satisfaz certas necessidades no brinquedo.

Vygotsky (1998) desenvolve sua teoria e afirma que a aprendizagem acontece em dois níveis: nível de desenvolvimento real (o que a criança já é capaz de realizar por si própria, sem ajuda do outro) e o nível de desenvolvimento potencial (aquilo que ela realiza com o auxílio de outra pessoa).

Cremos que os jogos são instrumentos que devem ser explorados na escola como um recurso pedagógico, pois além de desenvolver regras de comportamento, o jogo atua na zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a criança consegue realizações numa situação de jogo, as quais ainda não é capaz de realizar numa situação de aprendizagem formal, pois o aluno não constrói significados a partir dos conteúdos de aprendizagem sozinhos, mas, em uma situação interativa, na qual os professores têm um papel essencial, já que qualquer coisa que façam ou deixem de fazer é determinante para que o aluno aprenda ou não de forma significativa.

 A arte de brincar auxilia a criança a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a cercam e consigo mesma. As brincadeiras por mais simples, são fontes de estímulos ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança com deficiência intelectual. Brincando, a criança tem a oportunidade de exercitar suas funções psicossociais, experimentar desafios, investigar e conhecer o mundo de maneira natural e espontânea.

Piaget (1978) acredita ser determinante a prática lúdica, para que o desenvolvimento infantil seja harmonioso, pois tal atividade propicia a expressão do imaginário, a aquisição de regras e a apropriação do conhecimento

Vygotsky (1997, p.12) afirma que: “uma criança com deficiência mental não é simplesmente menos desenvolvida que outra da sua idade, mas é uma criança que se desenvolve de outro modo”. 

Na concepção de Piaget (1978), o desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo, ligado ao desenvolvimento do corpo, do sistema nervoso e das funções mentais. Já a aprendizagem situa-se ao lado oposto do desenvolvimento, geralmente é provocada por situações criadas pelo educador, pois o mesmo deverá planejar sua práxis pedagógica, organizando suas ações, estar sempre atento às brincadeiras, interagindo e oferecendo novos elementos no contexto, pois a deficiência intelectual é um enorme desafio para a educação, pela própria complexidade que a envolve. 

O jogo pode ser considerado um recurso pedagógico indispensável, mas o professor inclusivo deve adotar uma metodologia não convencional com recursos alternativos e inovadores. Seu trabalho individual e solitário cede lugar ao trabalho em grupo, buscando coletivamente as soluções e alternativas pedagógicas. 

De acordo com Vygotsky (1998), a arte de brincar pode ajudar a criança com necessidades educativas especiais a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a cercam e consigo mesma, pois o aprendizado é uma ação humana inerente a cada indivíduo e, se aprender é uma ação individual, pelo contrário, ensinar é um ato coletivo, no qual se espera que o professor disponibilize a todos os alunos sem exceção um mesmo conhecimento.

Dentro deste referencial teórico citado até o momento, podemos dizer que o aluno deve vivenciar situações enriquecedoras por meio dos jogos, utilizando recursos pedagógicos. Desta forma, fundamentar a importância do ensino lúdico principalmente quando falamos de alunos com deficiência intelectual.

O LÚDICO COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Considerando que o aluno com deficiência intelectual apresenta dificuldades em assimilar conteúdos, faz-se necessária a utilização de material pedagógico com temas concretos e de estratégias metodológicas práticas, para que esse aluno desenvolva sua capacidade cognitiva, facilitando a construção do conhecimento. 

Para Kishimoto (2003), o trabalho pedagógico poderá utilizar os jogos educativos como recurso didático-pedagógico, promovendo a aprendizagem e desenvolvendo todas as potencialidades e habilidades nos alunos. Porém, o jogo deve ser praticado de uma forma construtiva e não como uma série de atividades sem sentido, tendo como objetivos o desenvolvimento de capacidades físicas e intelectuais, não esquecendo a importância da socialização. 

O trabalho pedagógico com a criança com deficiência intelectiva, embora tenha características próprias, o mesmo de acordo com a legislação vigente, não difere daquele apresentado às crianças comuns ou normais. Antes, deve atender aos mesmos objetivos gerais, proporcionando oportunidades para que os alunos possam integrar-se tanto no processo educacional, como nos demais setores da sociedade. Em hipótese alguma, deve a criança com deficiência intelectiva ter subestimadas as suas potencialidades de desenvolvimento. Para Almeida (1994) 

A educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. A educação lúdica é uma ação inerente na criança, adolescente, jovem, adulto e aparece sempre como uma forma tradicional em direção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração constante do pensamento individual em permutações constantes com o pensamento coletivo (p. 10).

Freire (2002) aponta-nos a importância dos jogos para o desenvolvimento do ser humano, e, na verdade, o que temos visto são educadores que têm medo de ensinar a matemática, mas se faz necessário romper paradigmas, para que os alunos possam entender e compreender os conceitos desta área.

Para Brougère (1992), ao direcionar o olhar para a atividade lúdica, o educador confronta o eu com a realidade, com a imagem do mundo e da cultura que se quer mostrar à criança. O brinquedo revela dependendo das atividades propostas pelo educador, toda a complexidade existente entre o real e o irreal, sendo a forma pela qual a criança entende a maioria dos conflitos criados pelas limitações do mundo em que vive. 

Nessa perspectiva, Tardiff (2002) compreende que a prática escolar exige adaptação constante às circunstâncias particulares das situações de trabalho, em que se lida com seres humanos individualizados, pois é necessário entender que a inclusão consiste em adequar os sistemas sociais gerais da sociedade de tal modo que sejam eliminados os fatores que excluem. 

Desta forma, o ambiente escolar é o lugar onde a ação pedagógica desencadeia o processo de ensino aprendizagem, através da mediação do professor como agente que irá auxiliar na zona de desenvolvimento proximal do aluno. 

Uma atividade lúdica no contexto escolar deve atender aos significados existentes nos brinquedos e como estes objetos podem chegar às mãos das crianças, de modo a proporcionar as mais diversas experiências. 

Embora apresente atrasos no seu desenvolvimento cognitivo e/ou motor, também necessita de atividades lúdicas no seu dia a dia. Talvez, até mais do que as outras crianças, por necessitar de muito mais estímulos para desenvolver suas habilidades cognitivas, motoras e sensoriais.

O jogo possibilita à criança deficiente mental aprender de acordo com o seu ritmo e suas capacidades. Há um aprendizado significativo associado à satisfação e ao êxito, sendo este a origem da autoestima. Quando esta aumenta, a ansiedade diminui, permitindo à criança participar das tarefas de aprendizagem com maior motivação (IDE, 2008, p. 96). 

De acordo com a realidade apresentada, podemos perceber que o aluno com deficiência intelectual tem, como qualquer outra? dificuldades e potencialidades. Seu tratamento consiste em reforçar e favorecer o nível de desenvolvimento destas potencialidades e proporcionar o apoio necessário às suas dificuldades. 

Para Kishimoto (2003), a construção do conhecimento por um aluno com deficiência intelectual é mais complexa, portanto, os profissionais da área educacional devem valorizar a prática lúdica, entendendo que o jogo pode ser um grande aliado no ato de ensinar de forma vivencial, pois desde os primeiros anos de vida, os jogos e as brincadeiras são nossos mediadores na relação com o mundo. 

O educador, ao desenvolver sua prática pedagógica empregando o lúdico com crianças deficientes intelectuais, precisa entender que todo esse processo irá contribuir para o desenvolvimento do seu potencial, mas somente se houver estimulação adequada. 

O aluno com deficiência intelectual requer um olhar diferenciado em relação as suas necessidades, pois incumbirá ao professor uma avaliação constante, elaborando e desenvolvendo as atividades educacionais, sempre respeitando a singularidade do educando. 

Dentro destes pressupostos a escola, e o professor precisam ver a inclusão não somente na teoria, mas em sua prática, porque é uma realidade, e a inclusão dos alunos com deficiência intelectual é uma realidade que tem como parâmetros a questão do direito e do respeito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A partir da revisão bibliográfica realizada, verificamos a importância dos jogos pedagógicos no atendimento aos alunos com deficiência intelectual. As atividades lúdicas revelam a seriedade deste instrumento como um suporte pedagógico de ensino e de aprendizagem, com possibilidade de aplicação em sala de aula, ficando evidente que o jogo desperta interesse, motivação e envolvimento do participante com a atividade, interações positivas nas relações interpessoais. 

Para tanto, é preciso que os gestores e educadores escolares tenham conhecimento acerca dos processos de desenvolvimento humano, principalmente quando tratamos dos alunos com deficiência intelectual, pois há uma necessidade de estudos e pesquisas na área, de modo a compreender como esses educandos estão sendo acompanhados nas escolas regulares. Nesse sentido, considera-se que, no processo de inclusão, a melhor forma de conseguir o desenvolvimento do ensino e, consequentemente, da aprendizagem, é através da relação com o outro, ou seja, da interação. 

O desenvolvimento de uma criança com deficiência intelectual, por meio de atividades lúdicas, irá contribuir para sua coordenação motora, suas habilidades visuais e auditivas e seu raciocínio criativo, pois os jogos em geral tornam-se um momento rico de relações interpessoais, pois é no brincar que elas demonstram seu entendimento do mundo real, expressam seus sentimentos, sendo uma atividade fundamental para seu desenvolvimento. 

Entendemos por meio deste artigo ser a aprendizagem uma atividade ininterrupta, que se estende por toda a vida, deve ser significativa. 

É importante observar que este trabalho não compreendeu a totalidade dos estudos referentes aos escritos sobre os jogos no contexto da deficiência intelectual. Nossa intenção não se esgota nestes preceitos, no entanto, poderá servir como reflexão para trabalhos posteriores de pesquisa de campo nesta área.

Os jogos na prática docente devem transformar os conteúdos maçantes em atividades interessantes e prazerosas, pois com os mesmos há motivação, disciplina e interesse pelo que está sendo ensinado. Porém, o professor deve estar consciente de que os jogos ou brincadeiras pedagógicas devem ser desenvolvidos como provocação a uma aprendizagem significativa e estímulo à construção de um novo conhecimento com o desenvolvimento de novas habilidades. 

É importante ressaltar que para a construção do conhecimento que irá gerar uma autonomia moral e intelectual, somente ocorrerá em ambientes nos quais os alunos tenham a oportunidade de fazer opções, vivenciando situações e tornando as atividades mais significativas. 

O sistema educacional deveria considerar o lúdico como aliado e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança com deficiência intelectual, pois para a inserção deste aluno na escola regular, numa perspectiva inclusiva, o professor necessita de novos procedimentos de ensino, novas estratégias metodológicas, capazes de atingirem o potencial de cada um dos alunos, respeitando suas diferenças. 

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1994. 

ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV). Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. 

BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997. 

BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 1995. 

FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade – perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre: Artmed, 2004 

IDE, Sahda Marta. O jogo e o fracasso escolar. In: KISHIMOTO, Tisuko M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2008. 

KISHIMOTO, Tizuco M. O Jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. 

MARCUCCI, Márcia. A criança especial: temas médicos, educativos e sociais. São Paulo: Roca, 2003. 

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. 

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 5.ed. Rio de Janeiro: WVA, 2004.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação inicial. Petrópolis: Vozes, 2002. 

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987. 

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Os leopardos africanos vivem em uma grande variedade de habitats na África sub-saariana, incluindo:

Florestas montanhosas, Pastagens, Savanas, Áreas áridas desérticas. 

Os leopardos estão mais em risco em áreas de semi-deserto, onde os recursos são escassos e podem entrar em conflito com agricultores nômades e seus rebanhos. 

Leopardo africano (Panthera Pardus Pardus)

O leopardo é um felino carnívoro, solitário e territorialista, que pode correr até 60 km/h e saltar até 6 m na horizontal e 3 m na vertical. A sua pelagem varia do amarelo ao avermelhado e é repleta de rosetas, que são pequenos aglomerados de manchas pretas. 

Tamanho: Os machos são maiores, pesando entre 80 e 96 kg, enquanto as fêmeas pesam entre 55 e 65 kg 

Habilidades: São rápidos, podem nadar e subir em árvores 

Alimentação: Comem uma grande variedade de presas, como roedores, aves, antílopes, gnus e javalis 

Habitat: Vivem em florestas tropicais, planícies de pastagem, desertos e áreas alpinas 

Reprodução: A estação reprodutiva ocorre o ano todo, mas atinge o pico na estação chuvosa 

Filhotes: Nascem com cerca de um quilo e os olhos fechados 

Pantera-negra: Alguns leopardos apresentam melanismo, uma condição rara que resulta na pantera-negra 

O leopardo é um dos quatro grandes felinos do gênero Panthera, juntamente com o leão, tigre e onça-pintada. 



Jogos e brincadeiras são importantes para pessoas com deficiência auditiva porque:

- Promovem a interação entre deficientes e não deficientes, rompendo com o comportamento excludente.

- Contribuem para a inclusão social, permitindo que a criança surda participe igualmente dos jogos e se sinta incluída.

- Tornam o aprendizado mais significativo e facilitam a interação com os pares e com o docente


- Podem ser uma ferramenta para tornar conteúdos mais acessíveis.

Atividades lúdicas podem ajudar a reduzir a ansiedade e a angústia, e a aumentar a autoconfiança e a segurança das pessoas com deficiência auditiva.

Para que os jogos sejam inclusivos, é importante que a criança surda se sinta convicta do que irá acontecer e da forma como participará.
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Este trabalho objetiva compreender o desenvolvimento da criança com deficiência auditiva e surdez em relação às crianças ouvintes, tendo em vista suas principais dificuldades e de que forma propor jogos que contribuam para a aprendizagem. Através de pesquisa bibliográfica, em livros, artigos acadêmicos, documentos oficiais e sites, o trabalho traz propostas para o mediador do conhecimento em sala regular de ensino trabalhar com essas crianças em questão, com oportunidades para todos. Há diferenças entre o desenvolvimento da criança surda em relação ao ouvinte, não pela falta de capacidade, mas pela falta da aquisição da linguagem, fator a ser trabalhado na sala regular, principalmente através dos jogos que são grandes aliados na educação infantil, favorecendo a atividade lúdica, de forma prazerosa. 

1 Introdução 

Este trabalho busca uma compreensão sobre o desenvolvimento dos alunos com deficiência auditiva e surdez, durante a realização dos jogos. A partir das dificuldades apresentadas, apontar os elementos que contribuem para uma melhor compreensão do que se pretende, quando apresentado o jogo. 

A educação especial vem passando no decorrer das décadas por transformações. Os alunos com deficiência auditiva e surdez não eram bem aceitos na sociedade, nem em instituições de ensino. Para Mazzotta (2005, p. 200): 

[...] e, nesse sentido, cabe lembrar que a Educação Especial não deve ser entendida como simples instância preparadora para o ensino comum, embora se deseje que o maior número possível dos alunos possa dele se beneficiar [...] (MAZZOTTA, 2005, p. 200). 

Atualmente esses alunos são aceitos na sociedade e é obrigatória a matrícula a partir da educação infantil, aos quatro anos de idade. Os alunos com deficiência auditiva e surdez são incluídos em sala regular de ensino e é imprescindível que o professor estabeleça comunicação com seu aluno, principalmente através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), como destaca Lacerda (2013, p. 23): 

Essa lei também tornou obrigatório o ensino da Libras aos estudantes de fonoaudiologia e pedagogia, aos estudantes de Magistério e nos cursos de especialização em Educação Especial, ampliando a abrangência de profissionais com conhecimento sobre Libras e as possibilidades de o trabalho com os alunos surdos ser desenvolvido de forma a respeitar sua condição linguística diferenciada, ainda que de forma incipiente. (LACERDA, 2013, p. 23). 

Tendo como princípio básico a comunicação entre o aluno (com deficiência auditiva ou surdez) com o professor da sala de aula, é preciso compreender que o desenvolvimento do aluno deve acontecer de maneira satisfatória, motivando o aluno para o processo ensino aprendizagem. 

A presença de um intérprete de LIBRAS na sala de aula também facilita a aprendizagem do aluno com deficiência auditiva ou surdez, mas, em determinados momentos, torna-se delicada a relação, uma vez que o aluno divide sua atenção entre os dois educadores presentes na sala. 

Em relação à prática do docente, “a responsabilidade de ensinar é do professor” (LACERDA, 2013, p. 35) e cabe a ele conhecer a língua de sinais e facilitar o processo ensino aprendizagem, promovendo atividades adaptadas à deficiência auditiva e surdez para que essas crianças tenham a mesma oportunidade de aprendizagem das demais crianças. 

Os jogos e os materiais apresentados de forma lúdica também são grandes facilitadores no processo de aprendizagem para esses alunos, despertando a curiosidade e o interesse. 

Por outro lado, não somente o lúdico deve ser trabalhado, mas a cognição desse aluno, o que contribui diretamente para uma aprendizagem escolar eficaz, promovendo associações do meio em que o aluno está inserido com o ambiente escolar. A socialização é importante, “a lembrar-se de que o conceito de Vygotsky tem um significado mais abrangente, sempre envolvendo a interação social” (KOHL, 2010, p. 59). 

2 Aspectos históricos da educação especial 

A história da educação especial atravessou períodos que foram marcados por avanços, promovendo um olhar aos alunos com necessidades especiais, incluindo-os na sociedade de forma gradual, inclusive nas instituições escolares. 

No início do século XX alguns países desenvolvidos aplicavam testes de inteligência em seus alunos com a intenção de separá-los, selecionando os aptos para a escola regular e os inaptos que não poderiam frequentá-la. 

A partir da década de 1960 a educação sofreu mudanças significativas, impulsionada por uma nova concepção educacional que favorecia as crianças com necessidades educacionais especiais. Para Marchesi (2004, p. 15): 

A educação especial viveu profundas transformações durante o século XX. Impulsionada pelos movimentos sociais que reivindicavam mais igualdade entre todos os cidadãos e a superação de qualquer tipo de discriminação, incorporou-se, aos poucos, ao sistema educacional regular e buscou fórmulas que facilitassem a integração dos alunos com alguma deficiência. (MARCHESI, 2004, p.15). 

Essas mudanças ocorreram tanto na sociedade como nas instituições escolares. A princípio na sociedade, as pessoas que nasciam com necessidades especiais eram consideradas imbecis e não poderiam conviver com outras pessoas ditas como “normais”. 

Por volta da década de 1960, os alunos com necessidades educacionais especiais eram ingressados em escolas especiais e não poderiam ser matriculados em escolas regulares de ensino, pois se buscava cura para essas deficiências, a fim de torná-los o mais semelhante possível em relação ao restante da sociedade. 

Aproximadamente duas décadas mais tarde a Espanha começou a desenvolver projetos para a integração desses alunos com necessidades educacionais especiais às escolas regulares de ensino. Dessa forma, esses alunos também estariam inseridos na sociedade. Para Marchesi (2004, p. 24):

A integração educativa deve ser valorizada não apenas em si mesma, levando em conta se possibilita o desenvolvimento pessoal e social da criança, mas também favorece a integração na sociedade durante a juventude e a idade adulta. (MARCHESI, 2004, p. 24). 

A importância de oferecer escolas de qualidade a todos os alunos passa a ser discutida entre os países na Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, resultando, em 1994, na declaração de Salamanca, realizada na Espanha, com o principal objetivo de incluir todas as crianças na escola regular de ensino. 

A declaração de Salamanca reuniu 88 países e 25 organizações internacionais relacionadas à educação, tendo como principal objetivo garantir o acesso de todos à educação, conforme o documento Salamanca (1994): 

Toda criança tem direito à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem, toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas [...] aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades [...] (SALAMANCA, 1994). 

Com o documento, a superação das diferenças entre as crianças e o ensino de qualidade era uma meta a ser alcançada, para que as limitações das crianças com necessidades educativas especiais fossem trabalhadas e elas tivessem os direitos garantidos. 

Aos países em acordo caberia incluir essas crianças com necessidades educativas especiais na escola regular e, além disso, contribuir para que tivessem uma educação com qualidade, com professores capacitados para atender e satisfazer as necessidades de cada uma. 

Para garantir os requisitos propostos, a declaração de Salamanca propõe aos países que busquem por articulação à política, implantando programas que enfatizem mudanças na educação, combatendo o preconceito e garantindo a qualidade do ensino. 

Além da política, devem-se estabelecer apoios e parcerias de instituições, como Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE’s), considerado um importante vínculo, principalmente para uma integração de todos com o objetivo da inclusão educacional.

A partir de Salamanca algumas transformações passaram a acontecer, havia integração dos alunos especiais em escolas regulares de ensino, mas ainda alguns países não tinham aderido à proposta. 

Anos mais tarde, em 2001, houve a Declaração Internacional de Montreal, realizada em Quebéc, no Canadá, que defendia em relação à educação especial o envolvimento da comunidade e da sociedade civil na identificação dos principais problemas e das possíveis soluções para garantir a todos o acesso à educação. 

Sendo assim, os principais sistemas educacionais internacionais adotaram medidas e programas favorecendo a inclusão das crianças com necessidades educativas especiais, através da qual as crianças têm o direito ao acesso e permanência na escola, preferencialmente na rede regular de ensino. A inclusão, para Mittler (2003, p. 34): 

[...] é baseada em um sistema de valores que faz com que todos se sintam bem-vindos e celebra a diversidade que tem como base o gênero, a nacionalidade, a raça, a linguagem de origem, o background social, o nível de aquisição educacional ou a deficiência [...] (MITTLER, 2003, p.34). 

Além de conquistada sua vaga, a criança com necessidade educativa especial tem o direito ao suporte necessário para auxiliar em seu aprendizado, como materiais especializados, recursos pedagógicos e outros que contribuam para um ensino de qualidade. 

Em âmbito internacional, as mudanças foram acontecendo de forma gradual, sendo que em países subdesenvolvidos essas transformações levaram mais tempo ainda para acontecer. 

3 Principais mudanças da educação especial no Brasil 

No caso do Brasil, havia apenas quarenta instituições em todo o país para atender essas crianças com necessidades educativas especiais e eram mantidas principalmente pela ajuda de governos.

De acordo com as trocas de governos e com as propostas a serem aplicadas, a educação especial ficava à mercê do novo governo, que somente colocava em prática as propostas que estivessem de acordo com os interesses do governo atual. 

Apenas na Constituição Federal de 1988 é que se garantiu a educação a todos: 

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988). 

O Brasil, assim como os demais países, passou a considerar a educação especial um fator importante, desde que efetivada com qualidade e igualdade, valorizando os profissionais da educação escolar. 

Em 1990 surgiu o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura especificamente a educação especial, preferencialmente em rede pública de ensino, e garante a qualidade para o trabalho e a igualdade no atendimento. 

Outro avanço acerca das leis federais foi a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996. Em seu Capítulo V – Da Educação Especial, além de explicar sobre o tema, ela prevê avanços em benefício dos alunos especiais: 

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 1º haverá, quando necessário, serviço de apoio especializado, na rede regular, para atender às particularidades da clientela de educação especial. 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função de condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. (BRASIL, 1996).

Diante das propostas de mudanças e das leis que garantiam a inclusão escolar, o desenvolvimento integral dessas crianças especiais passaria a contar com recursos específicos e com uma adaptação no currículo escolar que favorecesse o ensino. 

O currículo escolar da educação básica é importante e considerado flexível, modificado de acordo com a realidade das crianças e desenvolvido na educação infantil a partir do lúdico, onde se aprende de forma prazerosa, como a partir dos jogos, que auxiliam no processo de desenvolvimento das crianças de modo geral e também nas crianças com deficiências. 

4 Definição do jogo e suas características 

Não existe um único significado para a palavra jogo, pois ela sofre variações linguísticas com o passar do tempo e ainda tem outras finalidades dependendo da região. 

Os materiais utilizados para um jogo em uma determinada região podem ser considerados como não jogo para outra região, dependendo exclusivamente da função que se exerce sobre os materiais e sobre o jogo propriamente dito. Kishimoto (2007, p. 15) exemplifica: 

A dificuldade aumenta quando se percebe que um mesmo comportamento pode ser visto como jogo ou não-jogo. Se para um observador externo a ação da criança indígena que se diverte atirando com arco e flecha em pequenos animais é uma brincadeira, para a comunidade indígena nada mais é que uma forma de preparo para a arte da caça necessária à subsistência da tribo. Assim, atirar com arco e flecha para uns, é jogo, para outros, é preparo profissional. Uma mesma conduta pode ser jogo ou não-jogo em diferentes culturas, dependendo do significado a ela atribuído. Por tais razões fica difícil elaborar uma definição de jogo que englobe a multiplicidade de suas manifestações concretas. Todos os jogos possuem peculiaridades que os aproximam ou distanciam. (KISHIMOTO, 2007, p.15).

O jogo é algo abrangente, sua definição se torna complexa por se tratar de um termo que não é definitivo, levando em consideração suas particularidades e não apenas os objetos utilizados. 

Desde outros tempos ele é utilizado, pois “o jogo serviu de vínculo entre os povos, é um facilitador da comunicação entre os seres humanos” (ORTIZ, 2005, p. 9) e se faz útil no desenvolvimento das crianças, principalmente por favorecer a comunicação. 

Nem sempre o jogo foi visto como um recurso pedagógico, sendo assim, seu uso era restrito, com o passar dos anos foi percebida sua importância, principalmente através da aprendizagem de forma lúdica, que leva em consideração o ensino prazeroso, que faz sentido para a criança. 

O ser humano, de modo geral, sente prazer pelo jogo, principalmente por se tratar de algo interessante e desafiante, algo estimulante e em que se depende de regras para vencer. 

Pode ser apresentado de diversas formas, utilizando-se de inúmeros objetos, como corda, tatames, tecnologias, bolas, ou então exigindo de seus jogadores raciocínio durante as partidas. 

Sobre o conceito de jogo, Ortiz (2005, p. 17) afirma: 

O conceito de jogo é tão versátil e elástico que escapa a uma localização conceitual definitiva. Nesse sentido, qualquer tentativa, por mais erudita que seja somente será capaz de captar uma parte de verdade do jogo, não global ou total. (ORTIZ, 2005, p.17). 

O conceito de jogo e suas intencionalidades foram se transformando ao decorrer dos anos, as teorias apresentadas por conceituados autores são diferenciadas entre si, sendo que “as explicações mais conhecidas são a teoria do excedente energético, do pré-exercício, da recapitulação e a do relaxamento” (KISHIMOTO, 2007, p. 32). 

Para a referida autora, a teoria do excedente energético é aquela em que o jogo tem como sua principal utilidade o gasto de energia excessivo. Teoria desenvolvida em 1855 por Herbert Spencer. 

Ainda segundo ela, a teoria do pré-exercício é como uma preparação da criança para a vida adulta. A teoria da recapitulação diz respeito à reprodução da evolução humana, como brincar de cabana, numa reprodução aos homens de antigamente. 

Por fim, a teoria do relaxamento está relacionada literalmente ao nome dado, uma vez que o jogo era utilizado como uma recompensa ao trabalho difícil durante o dia todo, sendo aplicado como uma forma de relaxar (KISHIMOTO, 2007). 

Essas teorias atualmente não condizem com a realidade atual, uma vez que os jogos são utilizados de forma pedagógica e auxiliam no processo de desenvolvimento das crianças. 

O jogo está relacionado ao prazer, à representação da realidade, a incertezas, à liberdade do jogador, à sequência, sendo assim, sua realização favorece o campo imaginário: “todo jogo com regras contém uma situação imaginária” (KISHIMOTO, 2007, p. 28). 

Entre os principais benefícios do jogo estão a importância da construção de valores e a construção do conhecimento. A primeira volta-se ao saber esperar, saber perder, o respeito ao próximo, entre outros. A segunda construção permite ao jogador entender melhor a temática utilizada nos jogos, quando se joga com conteúdos específicos, permite-se à criança uma compreensão concreta, facilitando sua aprendizagem. 

Sendo assim, o jogo é fator indispensável para a educação infantil, deve estar presente no currículo e ser realizado de forma efetiva. Deve ser utilizado na instituição escolar o máximo que puder. Segundo Murcia (2005, p. 44): 

Para concluir, gostaria de destacar duas ideias. A primeira tem relação com o fato de que o jogo deve ser considerado um instrumento que impulsiona a aprendizagem, porque ajuda a criança a consolidar habilidades e destrezas. Nesse sentido, desempenha um papel muito positivo sobre o desenvolvimento psicológico. Por isso, devemos fazer com que nossas crianças dediquem a essa atividade o maior tempo possível, abandonando a ideia de que a brincadeira é incompatível com a aprendizagem e destacando o prazer, a diversão e entretenimento derivados da atividade lúdica também não são incompatíveis a aquisição de novos conhecimentos e habilidades. (MURCIA, 2005, p. 44).

5 O jogo para a Educação Infantil 

Tendo em vista o desenvolvimento íntegro das crianças de modo geral, no que se referem à aprendizagem, os jogos são aplicados principalmente para desenvolver aspectos intelectuais, motores, afetivos e sociais. 

Durante a realização dos jogos, o professor deve aproveitar a oportunidade e trabalhar os valores, as diferenças, o tempo e o ritmo de cada criança da sala, enfatizando o respeito a todos, principalmente se na sala houver alguma criança com deficiência. 

6 O jogo para crianças com deficiências 

As crianças com necessidades educativas especiais podem apresentar dificuldades durante a realização do jogo, ou as regras talvez não fique claro para elas, para isso, é necessário que haja uma comunicação com essa criança, explicando a finalidade do jogo como também adequar o jogo à criança com deficiência. 

Em relação às deficiências, há quesitos que favorecem o jogo para essas crianças, com propostas que auxiliam especificamente cada uma das principais deficiências, tornando o jogo prazeroso a todos e garantindo a socialização (SOMMERHALDER; ALVES, 2011). 

Ainda segundo os referidos autores, primeiramente para as crianças com deficiência física o que se deve garantir é a segurança e o conforto, além disso, “não exigir um controle motor muito apurado” (SOMMERHALDER; ALVES, 2011), tendo em vista a fragilidade de movimentos de acordo com os casos específicos. 

As crianças que apresentam deficiência visual conseguem se desenvolver melhor através do sensorial tátil e audição, sendo assim, as texturas e os sons são os que mais favorecem, igualmente para os jogos de tabuleiro.

Os jogos com experiências mais concretas e com objetos são preferencialmente para crianças com deficiência mental; é importante que o jogo seja bem explicado, apresentando as funcionalidades e o motivo e ressaltando a participação de cada jogador. 

Para as crianças com deficiência auditiva e surdez, que é o principal foco deste trabalho, prioritariamente o que se deve levar em consideração são os jogos através do campo da visão, sem objetos como apitos ou afins com princípios sonoros, mesmo que estes sejam apenas para início ou término dos jogos. 

7 O jogo para crianças com deficiência auditiva e surdez 

A comunicação é fundamental para a realização dos jogos, uma vez que a criança surda precisa estar convicta do que irá se desenrolar no jogo e a maneira que será a sua participação. 

A criança surda não deve ser entendida como alguém sem capacidade e ser vista com piedade perante os amigos, mas deve participar igualmente dos jogos, estabelecendo comunicação entre todos, para que sinta incluída. 

Sobre a participação dessas crianças especiais no jogo, é importante a atenção à manifestação delas. Segundo Santana (2007, p. 79):

Para fugir do isolamento social resultante da ausência de língua, a criança surda usa gestos, icônicos e indicativos, a fim de comunicar-se com os ouvintes. O uso de gestos não é exclusivo dos surdos, pois pequenos ouvintes também os produzem e interpretam durante seu desenvolvimento. Pelo fato de a língua de sinais possuir um canal visuomanual, os sinais são confundidos, muitas vezes, com gestos. (SANTANA, 2007, p. 79). 

Logo, durante a realização dos jogos, a criança com deficiência auditiva ou surdez pode se manifestar e muito provavelmente ela fará isso, se não compreender algo, ou fará como uma manifestação de sentimentos, que deverá ser percebida, principalmente por ser a sua forma de comunicação. ]

Dependendo do caso e da lesão no ouvido, a criança pode apresentar deficiência auditiva ou ser diagnosticada com surdez. É importante que o professor da sala regular saiba sobre as limitações de seu aluno, dessa forma, poderá melhor interferir e adaptar as atividades. 

Em relação à perda auditiva, vale lembrar que “a classificação da perda é: perda leve de 20 a 40 dB, perda média de 40 a 70 dB, perda séria de 70 a 90 dB e perda profunda superior a 90 dB” (MARCHESI, 2004, p. 174). 

Para avaliar o nível de perda auditiva da criança é necessário um exame de audiometria, realizado pelos profissionais da área de fonoaudiologia e/ou otorrinolaringologia. 

A partir dos resultados, o professor deve ser comunicado para estar mais convicto de suas práticas pedagógicas, visando contribuir para a um ensino de qualidade e que faça sentido à criança. 

Os jogos devem ser levados em consideração, pois é uma prática importante no desenvolvimento das crianças surdas. Segundo Marchesi (2004, p. 184): 

Uma das condutas mais importantes da etapa representativa e simbólica é o jogo. Esse tipo de atividade, que não exige a presença de intercâmbios comunicativos, é particularmente relevante para analisar o desenvolvimento cognitivo das crianças surdas. (MARCHESI, 2004, p.184).

Ainda segundo o referido autor, as crianças surdas entre zero a dois anos apresentam o desenvolvimento muito semelhante à criança ouvinte, em que a imitação vocal e emissão dos sons são os únicos fatores diferenciais de uma para outra – algumas crianças surdas apenas balbuciam. 

Dos dois aos quatro anos de idade o desenvolvimento ainda é muito similar, a diferença é que a criança surda requer muito do concreto, do campo tátil e da visão, sendo assim, o mundo da fantasia sofre certo atraso, por pertencer ao campo do que não se pode tocar (MARCHESI, 2004). 

Os jogos que trabalham a imaginação e o mundo da fantasia são fundamentais durante essa fase do desenvolvimento, dessa forma as crianças surdas participam de novas experiências, contribuindo para sua aprendizagem. 

O principal destaque de diferenças, durante a educação infantil, está na faixa etária de quatro a seis anos. A linguagem é pouco compreendida, desde que o nível linguístico não seja reforçado, assim, a criança surda começa a apresentar dificuldades no ambiente escolar. 

Para que a linguagem seja compreendida por essas crianças especiais, é importante que elas desde bem pequenas já adquiram a língua de sinais, para que dominem nessa idade uma forma de linguagem e de comunicação. 

Além da necessidade de uma linguagem para comunicação desde pequenas, outros fatores em dificuldade são a socialização, a memória e a sequência que ficam comprometidas pela ausência da fala e da comunicação. (MARCHESI, 2004).

8 O intérprete de LIBRAS 

Sobre a comunicação é imprescindível que ela seja estabelecida entre o professor e o aluno, como também entre todos os alunos da sala de aula. Para que isso seja garantido, há a presença do intérprete da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na sala de aula, que faz mediações e estabelece sólida comunicação. Segundo Lacerda (2013, p. 50): 

Nesse sentido, são necessários profissionais que tenham domínio da Libras, que pensem estratégias pedagógicas que contemplem as necessidades das crianças surdas, e em alguns casos a presença do intérprete se faz necessária para que alguns desses alvos sejam alcançados. (LACERDA, 2013, p. 50). 

Ao intérprete cabe estabelecer a comunicação, garantindo a inclusão da criança surda e, além disso, auxiliar o professor em práticas pedagógicas de forma a contribuir para a aprendizagem e desenvolvimento da criança. 

Para tanto, a relação entre o professor da sala regular e do intérprete deve ser amigável, devendo haver troca de experiências, com o objetivo de contribuir e mediar o conhecimento, com afetividade e responsabilidade. 

O trabalho do intérprete de Libras merece cuidado por se tratar de um ensino a partir da proposta bilíngue, primeiro na língua de sinais e depois posteriormente na Língua Portuguesa. Sobre isso, Lacerda (2013, p. 50): 

No caso da educação de surdos, acrescentam-se necessidades de que devem ser atendidas pelas instituições – a de oferecer oportunidades para que a criança se torne bilíngue, esteja em interação com pares em sua língua e tenha contato com a comunidade surda, podendo se reconhecer como pertencente a ela e reconhecer aspectos pertinentes à surdez. Esse é um desafio especialmente difícil na realidade atual, que vem buscando caminhos para a educação inclusiva. (LACERDA, 2013, p. 50). 

A criança surda não deve ser vista como um estrangeiro em seu próprio país de origem, ela deve ser inserida na sociedade e ter contato com a comunidade surda, dessa forma ela se vê pertencente a um grupo específico, sendo que o conhecimento e a cultura podem ser favorecidos nessa inserção.

De acordo com as dificuldades apresentadas e principalmente pela falta da linguagem nas crianças com deficiência auditiva e surdez, serão apresentadas algumas propostas de jogos que trabalham especificamente cada uma dessas dificuldades. 

9 Propostas de jogos para se trabalhar em sala de aula com crianças com deficiência auditiva e surdez.

É visto que os jogos auxiliam no processo de aprendizagem das crianças, sendo indispensável como recurso em sala de aula, principalmente por se desenvolver a partir do lúdico, de forma prazerosa. 

O jogo é formado por um conjunto de dimensões importantes. Segundo Marchesi (2004, p.182): 

Uma das condutas mais importantes da etapa representativa e simbólica é o jogo. Esse tipo de atividade, que não exige a presença de intercâmbios comunicativos, é particularmente relevante para analisar o desenvolvimento cognitivo das crianças surdas. (MARCHESI, 2004, p.182). 

Durante a realização dos jogos, podem-se identificar e analisar as facilidades e dificuldades das crianças surdas, sendo assim, ao professor cabe intervir e mediar de acordo com o que é apresentado. 

A memória é outra área que as crianças surdas apresentam dificuldades. Conforme Marchesi (1993, p. 89): 

Tanto en niños sordos como en oyentes, los processos de organización y control de la memoria comienzan a una edad similar. Ocurre que, en general, los niños sordos rindem menos en tareas de recuerdo que los oyentes.Esto no significa una menor capacidade en general sino una consecuencia del déficit auditivo. (MARCHESI, 1993, p. 89).

Em atividades que exigem lembranças e memória, há um menor rendimento por parte das crianças surdas, não pela falta de capacidade, mas sim por uma consequência da perda auditiva. Para desenvolver a memória e lembranças, o jogo da memória é proposto, segundo o quadro abaixo: 

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Quadro 3.1 – Aplicações do Jogo da Memória. 
JOGO DA MEMÓRIA 
Objetivos do jogo: lembrar o maior número possível de objetos e a sequência que foi tocado. No outro jogo da memória combinar as figuras idênticas ou ainda virar uma figura que corresponda ao seu sinal. 

Realização: escolhido o primeiro jogador, este sai de seu lugar e toca em qualquer objeto que esteja na sala e, ao mesmo tempo, digita ou sinaliza (dependendo da proposta do jogo) o nome do objeto. Volta para o seu lugar e toca em outro jogador. Este, por sua vez, toca no objeto que seu precedente tocou, digita-lhe/sinaliza-lhe o nome e toca outro objeto digitando/sinalizando o nome. O jogo prossegue da mesma forma. Os jogadores devem tocar e digitar/sinalizar o nome de todos os objetos tocados anteriormente e acrescentar mais um. No outro jogo da memória, cada jogador tem uma chance de virar as figuras que estão de cabeça para baixo, afim de que sejam idênticas ou correspondentes. 

Fator de desenvolvimento: o desenvolvimento é da memória, forçando a criança a lembrar-se de jogadas anteriores. Neste jogo a linguagem também está presente, uma vez que a criança precisa ter o domínio da linguagem de sinais. Se jogado em sala de aula, a socialização também é fator de desenvolvimento. 
Fonte: MEC, Saberes e Práticas da Inclusão, Educação Infantil, Surdez, 2006.
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Durante a realização dos jogos, a comunicação deve ser estabelecida, principalmente pelos sinais em LIBRAS, como também a realização ser com a correspondência entre imagem e sinal. Dessa forma, há um desenvolvimento no conhecimento da linguagem sinalizada. 

A sequência narrativa é outra dificuldade apresentada por algumas crianças surdas. Para isso, o quebra-cabeça é um jogo que reforça essa sequência e permite ao professor e ao intérprete que trabalhem com os sinais da imagem apresentada, conforme apresentado no quadro abaixo: 

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Quadro 3.2 – Aplicações do Jogo Quebra-Cabeça 
QUEBRA-CABEÇA 
Objetivos do jogo: reconstruir uma imagem, como a do corpo humano, a partir de peças que se interligam. 
Realização: entrega-se para o aluno um quebra-cabeça do corpo humano. O aluno monta o quebra-cabeça à medida que o professor digita, escreve ou sinaliza o nome das partes do corpo. Fator de desenvolvimento: a sequência lógica na construção de uma imagem. 
Fonte: MEC, Saberes e Práticas da Inclusão, Educação Infantil, Surdez, 2006. 
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Auxiliando na sequência narrativa e lógica, se os jogos apresentados são trabalhados em grupo na sala de aula regular, além da sequência permitem uma socialização entre as crianças, minimizando as diferenças. 

Outro jogo sobre sequência é o dominó, que pode ser utilizado com vários campos semânticos, preferencialmente contextualizados para que assim tenham mais sentido para as crianças surdas.

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Quadro 3.3 – Aplicações do Jogo de Dominó. 
DOMINÓ 
Objetivo do jogo: dar sequência à trilha montada pelas peças na ordem da última imagem das extremidades. 
Realização: podem-se utilizar vários campos semânticos, contendo frases/figuras de ações; de nomes/figuras de objetos; de antônimos; de quantidade (numeral/número); de grau do substantivo (aumentativo/diminutivo). Obs.: todos podem ser trabalhados com figuras/palavras da língua portuguesa ou da Língua Brasileira de Sinais. 
Fator de desenvolvimento: fica evidente a questão da comparação e da sequência que há de se estabelecer. A parte da socialização é algo fundamental neste jogo. Caso haja peças correspondentes e não idênticas, a criança deve ter o domínio da linguagem de sinais. 
Fonte: MEC, Saberes e Práticas da Inclusão, Educação Infantil, Surdez, 2006. 
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Outra dificuldade apresentada pela criança surda é a sequência, sendo que o fundamental “é prestar atenção ao rosto do adulto para perceber sua intenção comunicativa e olhar para o objeto ao qual se faz referência” (MARCHESI, 2004, p. 177). 

Logo, durante a realização do jogo o adulto deve estar atento à comunicação estabelecida, para que a criança surda não seja prejudicada, podendo jogar livremente. 

O bingo de figuras apresentado no quadro a seguir permite à criança surda a socialização e o conhecimento dos sinais das imagens apresentadas, de acordo com o campo semântico escolhido pelo professor. 

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Quadro 3.4 – Aplicações do jogo 
Bingo de Figuras
Objetivo do jogo: marcar o maior número de figuras que são ditadas pelo professor ou mostradas em sinais. 
Realização: o campo semântico pode variar com objetos ou ações. Sua representação é correspondente em língua de sinais e no português escrito (palavra ou frase). O professor apresenta as figuras e os alunos marcam sua correspondência gráfica (seja por meio de sinais ou por meio de palavras/frases). 

Fator de desenvolvimento: a parte da socialização é algo fundamental neste jogo. A criança deve ter o domínio da linguagem de sinais. É preciso atenção nos sinais, encontrando correspondência no tabuleiro da criança. 
Fonte: MEC, Saberes e Práticas da Inclusão, Educação Infantil, Surdez, 2006. 
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Assim como os demais jogos, as variações podem acontecer principalmente na troca de campo semântico, na troca de quem dita as pedras marcadas e no trabalho com frases ou mais palavras que permitem desafios maiores à criança surda.

As adequações e adaptações devem priorizar o pleno desenvolvimento da criança surda, tendo em vista a superação das dificuldades apresentadas, pois essas dificuldades estão relacionadas à perda auditiva e à linguagem oral, e não à falta de capacidade dessas crianças especiais. 

9 Considerações Finais: 

O desencadeamento para a inclusão escolar, além de levar muito tempo para sua consolidação, custou a muitas crianças o não direito de pertencer à escola, que foi conquistado apenas há décadas atrás. 

A partir dessa conquista, a criança surda depende de uma comunicação na rede de ensino para que seja garantido o seu desenvolvimento, cabendo ao professor ser o facilitador da aprendizagem, através de adaptações que superem as dificuldades dessas crianças em questão.

Os jogos contribuem para esse desenvolvimento íntegro, devendo ser trabalhados tanto na sala regular de ensino como na sala de recursos, que é uma sala com atendimento individual e com professor especialista, geralmente em turno contrário ao da sala regular. 

Antes mesmo de apresentar os jogos às crianças, faz-se importante que o professor experimente sua realização e oportunize as variações adequadas para o jogo, visando principalmente o campo abstrato, que é o mundo da fantasia, em uma proposta que permita a imaginação. 

O papel do intérprete de LIBRAS é algo fundamental, uma vez que, em parceria com o professor titular da sala de aula regular, contribui para a formação da criança surda, a partir de uma proposta bilíngue, que é o ensino em LIBRAS como primeira língua e a escrita em língua portuguesa posteriormente. 

Contudo, deve-se ressaltar o potencial das crianças com deficiência auditiva e surdez, que a partir de estímulos adequados conseguem aprender e ter o desenvolvimento similar ao da criança ouvinte, sendo assim, a inclusão acontece e as crianças surdas têm as mesmas oportunidades das ouvintes.

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. 
Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: . Acesso em: 22.09.2014. 
______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 2006. Leis de Diretrizes e Bases da Educação. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 20 de dezembro. Disponível em: . Acesso em: 29 set. 2014. 
KISHIMOTO, T. M. et.al. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 10 ed. São Paulo: Cortez Editora, 2007. 
KOHL, O. M. Vygotsky: Aprendizagem e Desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2010. 
LACERDA, F. B. C. Intérprete de Libras em atuação na educação infantil e no ensino fundamental. 5. ed. Porto Alegre: Editora Mediação, 2013 
ORTIZ, P. J. Aproximação teórica à realidade do jogo. In: MURCIA, J. A. M. Aprendizagem através do jogo. Porto Alegre: Artmed Editora, 2005. p. 9. 
MARCHESI, A. et al. Desenvolvimento psicológico da educação: transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. v.3. ______. El desarrollo cognitivo y linguístico de los niños sordos. 3. ed. Madrid: Alianza Editorial, 1993. 
MAZZOTTA, S. J. M. Educação especial no Brasil história e políticas públicas. 5. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2005. 
MEC – Ministério da Educação e do Desporto. Declaração de Salamanca. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2014. 
MITTLER, P. Educação Inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003. 
MURCIA, M. A. J. et. al. Aprendizagem através do jogo. Porto Alegre: Artmed Editora, 2005. SANTANA, P. A. Surdez e linguagem: aspectos e implicações neolinguísticas. São Paulo: Plexus Editora, 2007. 
SOMMERHALDER, A.; ALVES, D. F. Jogo e a educação da infância: muito prazer em aprender. Curitiba: Editora CRV, 2011.



Os jogos para deficientes visuais são importantes por diversos motivos, entre eles:

Jogo da memória tátil (adaptado para deficientes visuais)

Inclusão social
Os jogos adaptados podem ser uma forma de inclusão social e de interação entre crianças com e sem deficiência.

Desenvolvimento de competências

Os jogos podem ajudar a desenvolver competências sociais, autocontrolo, regulação e ligação aos outros.

Aprendizagem

Os jogos adaptados podem ser uma ferramenta importante no processo de alfabetização e de aprendizagem sobre o mundo.

Estimulação dos sentidos

Os jogos que associam diferentes formas, espessuras, cheiros, cores, tamanhos, texturas, sons e símbolos estimulam os sentidos restantes da criança.

Prazer e motivação

As atividades adaptadas devem proporcionar prazer e motivação, o que leva à intencionalidade e desenvolve a iniciativa e a autonomia.

Alguns exemplos de jogos adaptados para deficientes visuais são:

Jogo do Uno Braille

Scrabble com caracteres ampliados e Braille
Jogo de palavras Boggle ampliado
Jogo SUDOKU Braille magnético
Jogo de palavras cruzadas Braille ampliado
Jogo quatro em linha tátil
Dominó em alto relevo
Jogo de damas tátil
Jogo de xadrez adaptado