- Estimular habilidades cognitivas, como a atenção, a memória de trabalho, o raciocínio e a coordenação motora fina
- Desenvolver a imaginação, a confiança, a auto-estima, o auto-controle e a cooperação- Contribuir para o desenvolvimento da linguagem e do senso de companheirismo
- Promover relações interpessoais
- Propiciar um ambiente favorável e atrativo para os alunos
- Motivar o processo de aquisição de novos conhecimentos
- Transformar conteúdos maçantes em atividades interessantes e prazerosas
- Estimular a construção de um novo conhecimento
Link de um Trabalho adaptado
Este artigo visa discutir a importância dos jogos na educação de alunos com
deficiência intelectual. Apesar de a legislação atual nos falar da inclusão, ainda acontece
sua exclusão nas relações estabelecidas no contexto escolar. Diante desses pressupostos,
vemos na atividade lúdica um caminho possível para desenvolver a aprendizagem, pois
os jogos expressam a forma de como uma criança reflete o mundo, ordena, desorganiza e
reconstrói a sua maneira. É um espaço onde a criança com deficiência intelectual
aprenderá brincando, facilitando seu desenvolvimento nas funções psicológicas, tanto
intelectuais como nas interações com o próximo. Deste modo, o presente trabalho é o
resultado de uma pesquisa bibliográfica, tendo como referencial teórico os seguintes
autores que deram subsídios à pesquisa: Freire (2002), Kishimoto (2003), Piaget (1978,
1996), Vigotsky (1987, 1998), dentre outros, que teve o objetivo de conhecer o
pensamento de pesquisadores e de proceder ao conhecimento relativo à importância das
atividades lúdicas, referente às crianças com deficiência intelectual.
INTRODUÇÃO
A neuropedagogia estuda o cérebro e como ocorre o processo de aprendizagem,
possibilitando a intervenção na área cognitiva, orgânica, emocional e sociointerativa da
pessoa, buscando uma atuação que dê significado à aprendizagem, desenvolvendo suas
competências.
Sendo a neuropedagogia uma área que trabalha com o processo de dificuldade de
aprendizagem, é relevante que os profissionais da área busquem conhecimento para
executarem suas funções e, dentre estes, temos os jogos, que podem ser inseridos na
práxis pedagógica do professor.
Neste contexto, torna-se necessário que o neuropedagogo desenvolva atividades
que contribuam com este aluno, realizando um trabalho inter e multidisciplinar, para
tentar descobrir as causas de suas dificuldades e auxiliar na aprendizagem.
É preciso construir dentro da área educacional um sistema que promova a inclusão
do aluno com deficiência intelectual, mostrar que é possível desenvolver atividades que
promovam a capacidade cognitiva desses alunos..
É necessário proporcionar a aprendizagem que contribua para o seu
desenvolvimento, em que a criança pode imaginar, criar e interagir com o próximo.
Muitos métodos estão sendo usados como recursos didáticos e, entre essas
metodologias, destaca-se o uso dos jogos, instrumento através do qual o educador pode
estimular o desenvolvimento de crianças com deficiência intelectual.
Os jogos têm como objetivo promover o desenvolvimento em todas as áreas do
conhecimento, resgantando o prazer pelo aprender, inserindo o aluno com deficiência
intelectual no contexto escolar e contribuir para sua formação. Assim, a educação pode
ser compreendida como um instrumento no processo de ensino.
Desta forma, a intenção deste artigo é mostrar o jogo como recurso pedagógico no
desenvolvimento de alunos com deficiência intelectual. Sendo assim, o profissional da
educação, de um modo geral, poderá rever sua práxis pedagógica ao utilizar jogos e
brincadeiras no contexto escolar, sempre valorizando as habilidades e a individualidade
de seus alunos.
ENTENDENDO A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A humanidade tem toda uma história para comprovar como os caminhos das
pessoas com deficiência têm sido permeados de obstáculos, riscos e limitações. Como
tem sido difícil a sua sobrevivência, seu desenvolvimento e sua convivência social.
De acordo com Marcucci (2003, p. 41), “de todas as deficiências, a mental é, sem
dúvida, a mais frequente e a mais grave de todas, por afetar o indivíduo naquilo que ele
tem de mais precioso: sua inteligência”. De acordo com o próprio autor, as estimativas da
Organização Mundial da Saúde (OMS) para países em desenvolvimento apontam que
10% da população possui algum tipo de deficiência, sendo a metade desse potencial (5%)
relativo à Deficiência Mental.
Segundo Sassaki (2004), baseado no conceito publicado em 1992 pela Associação
Americana de deficiência mental, a mesma passa a ser denominada “Deficiência
Intelectual”, considerando-a não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim
como um atributo que interage com seu meio ambiente físico e humano que, por sua vez,
deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa. No entanto, o termo adotado deste
ponto em diante será deficiência intelectual.
Segundo o DSM-IV (1995) a deficiência intelectual é o estado de redução notável
do funcionamento intelectual significativamente inferior à média, que dá lugar a
deficiências no comportamento adaptativo e que tem origem no período de
desenvolvimento, associado à limitação de pelo menos dois aspectos do funcionamento adaptativo ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da
sociedade em comunicação, cuidados pessoais, competências domésticas, habilidades
sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões
escolares, lazer e trabalho.
IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Diante de teorias fundamentadas de Piaget (1996) e Vigotsky (1987), podemos
dizer que os jogos, brinquedos e brincadeiras e sua relação com o desenvolvimento e a
aprendizagem, há muito tempo, vêm sendo explorados no campo científico, como um
processo auxiliador no desenvolvimento cognitivo da criança. Neste sentido, ao longo
desta trajetória, tem-se procurado analisar os jogos por intermédio de concepções de
ordem psicológica, biológica, antropológica, sociológica e linguística.
Segundo Piaget (1996), o desenvolvimento do jogo está ligado aos processos
puramente individuais e de símbolos inerentes à estrutura mental da criança e que só por
ela podem ser explicados. Assim como no desenvolvimento infantil, o autor analisa o
desenvolvimento do jogo de forma espontânea, ou seja, conforme se organizam as novas
formas de estrutura, surgem novas modificações nos jogos que, por sua vez, vão se
integrando ao desenvolvimento do sujeito por intermédio de um processo denominado
assimilação.
Para Piaget (1978), a construção de estruturas mentais desenvolve a aquisição do
conhecimento e, nesse sentido, a brincadeira, enquanto processo assimilativo, participa
do conteúdo da inteligência, igual à aprendizagem e também é compreendida como
conduta livre, espontânea, que a criança expressa por sua vontade e pelo prazer que lhe
dá. Portanto, ao manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o nível de seus estágios
cognitivos e constrói conhecimentos de acordo com seu nível de desenvolvimento.
O brincar desperta a imaginação, abrindo novas possibilidades de aprendizagem,
pois, neste estágio, a criança tem liberdade de criar, imaginar e é por meio da ludicidade
que a criança exterioriza seus anseios e imita o mundo dos adultos. Ao fazer de conta, ela
desenvolve a imaginação, idealizando um mundo real ao criar situações.
Os jogos e as brincadeiras são estratégias metodológicas que proporcionam uma
aprendizagem concreta por meio de atividades práticas. Os Parâmetros Curriculares
Nacionais dizem que:
No jogo, mediante a articulação entre o conhecimento e o imaginado,
desenvolvem- se o autoconhecimento – até onde se pode chegar – e o
conhecimento dos outros – o que se pode esperar e em que
circunstâncias. (...) Por meio dos jogos as crianças não apenas
vivenciam situações que se repetem, mas aprendem a lidar com
símbolos e a pensar por analogia (jogos simbólicos): os significados das
coisas passam a ser imaginados por elas (BRASIL, 1997, p. 90).
Em consonância com Vigotsky (1987), o significado do jogo varia do ponto de
vista da criança para a do adulto, pois, mesmo inserida no mundo do adulto, a criança
forma seu pequeno mundo, no qual, através daquilo que cria em suas brincadeiras,
estabelece suas relações. Portanto, o jogo é um fator que compõe o desenvolvimento do
pensamento, pois, além de ser para a criança uma ferramenta de conhecimento do mundo,
sua evolução acontece acompanhando e interagindo com o próprio desenvolvimento da
inteligência.
Para Piaget (1978), o desenvolvimento da criança precisa passar pela prática
lúdica e seu processo de aprendizagem deve ser harmonioso, pois tal atividade propicia a
expressão do imaginário, a aquisição de regras e a apropriação do conhecimento. A
brincadeira é um processo de relações entre a criança e o brinquedo e das crianças entre
si e com os adultos, sendo um dos fatores determinantes para auxiliar o desenvolvimento
integral da criança. O brincar no contexto educativo deve ser rico em seu universo
pedagógico, se os métodos de educação formal não atingem toda a população, por que
não investir nesses novos caminhos? Ao brincar, a criança conquista autoestima,
autonomia e criatividade, fatores essenciais para a inclusão de alunos com deficiência
intelectual.
As atividades lúdicas são essenciais é nelas que ocorrem as experiências
inteligentes e reflexivas e, a partir deste processo, produz-se o conhecimento. Vygotsky
(1998) salienta com muita clareza esse processo ao afirmar que a mudança de uma criança
de um estágio de desenvolvimento para outro dependerá das necessidades que a criança
apresenta e os incentivos que são eficazes para colocá-la em ação, sendo que a criança
satisfaz certas necessidades no brinquedo.
Vygotsky (1998) desenvolve sua teoria e afirma que a aprendizagem acontece em
dois níveis: nível de desenvolvimento real (o que a criança já é capaz de realizar por si
própria, sem ajuda do outro) e o nível de desenvolvimento potencial (aquilo que ela
realiza com o auxílio de outra pessoa).
Cremos que os jogos são instrumentos que devem ser explorados na escola como um
recurso pedagógico, pois além de desenvolver regras de comportamento, o jogo atua na
zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a criança consegue realizações numa
situação de jogo, as quais ainda não é capaz de realizar numa situação de aprendizagem
formal, pois o aluno não constrói significados a partir dos conteúdos de aprendizagem
sozinhos, mas, em uma situação interativa, na qual os professores têm um papel
essencial, já que qualquer coisa que façam ou deixem de fazer é determinante para que
o aluno aprenda ou não de forma significativa.
A arte de brincar auxilia a criança a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a
cercam e consigo mesma. As brincadeiras por mais simples, são fontes de estímulos ao
desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança com deficiência intelectual.
Brincando, a criança tem a oportunidade de exercitar suas funções psicossociais,
experimentar desafios, investigar e conhecer o mundo de maneira natural e espontânea.
Piaget (1978) acredita ser determinante a prática lúdica, para que o
desenvolvimento infantil seja harmonioso, pois tal atividade propicia a expressão do
imaginário, a aquisição de regras e a apropriação do conhecimento
Vygotsky (1997, p.12) afirma que: “uma criança com deficiência mental não é
simplesmente menos desenvolvida que outra da sua idade, mas é uma criança que se
desenvolve de outro modo”.
Na concepção de Piaget (1978), o desenvolvimento do conhecimento é um
processo espontâneo, ligado ao desenvolvimento do corpo, do sistema nervoso e das
funções mentais. Já a aprendizagem situa-se ao lado oposto do desenvolvimento,
geralmente é provocada por situações criadas pelo educador, pois o mesmo deverá
planejar sua práxis pedagógica, organizando suas ações, estar sempre atento às
brincadeiras, interagindo e oferecendo novos elementos no contexto, pois a deficiência
intelectual é um enorme desafio para a educação, pela própria complexidade que a
envolve.
O jogo pode ser considerado um recurso pedagógico indispensável, mas o
professor inclusivo deve adotar uma metodologia não convencional com recursos
alternativos e inovadores. Seu trabalho individual e solitário cede lugar ao trabalho em
grupo, buscando coletivamente as soluções e alternativas pedagógicas.
De acordo com Vygotsky (1998), a arte de brincar pode ajudar a criança com
necessidades educativas especiais a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a cercam
e consigo mesma, pois o aprendizado é uma ação humana inerente a cada indivíduo e, se aprender é uma ação individual, pelo contrário, ensinar é um ato coletivo,
no qual se espera que o professor disponibilize a todos os alunos sem exceção um mesmo
conhecimento.
Dentro deste referencial teórico citado até o momento, podemos dizer que o aluno
deve vivenciar situações enriquecedoras por meio dos jogos, utilizando recursos
pedagógicos. Desta forma, fundamentar a importância do ensino lúdico principalmente
quando falamos de alunos com deficiência intelectual.
O LÚDICO COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO DESENVOLVIMENTO DA
CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Considerando que o aluno com deficiência intelectual apresenta dificuldades em
assimilar conteúdos, faz-se necessária a utilização de material pedagógico com temas
concretos e de estratégias metodológicas práticas, para que esse aluno desenvolva sua
capacidade cognitiva, facilitando a construção do conhecimento.
Para Kishimoto (2003), o trabalho pedagógico poderá utilizar os jogos educativos
como recurso didático-pedagógico, promovendo a aprendizagem e desenvolvendo todas
as potencialidades e habilidades nos alunos. Porém, o jogo deve ser praticado de uma
forma construtiva e não como uma série de atividades sem sentido, tendo como objetivos
o desenvolvimento de capacidades físicas e intelectuais, não esquecendo a importância
da socialização.
O trabalho pedagógico com a criança com deficiência intelectiva, embora tenha
características próprias, o mesmo de acordo com a legislação vigente, não difere daquele
apresentado às crianças comuns ou normais. Antes, deve atender aos mesmos objetivos
gerais, proporcionando oportunidades para que os alunos possam integrar-se tanto no
processo educacional, como nos demais setores da sociedade. Em hipótese alguma, deve
a criança com deficiência intelectiva ter subestimadas as suas potencialidades de
desenvolvimento.
Para Almeida (1994)
A educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo,
brincadeira vulgar, diversão superficial. A educação lúdica é uma ação
inerente na criança, adolescente, jovem, adulto e aparece sempre como
uma forma tradicional em direção a algum conhecimento, que se
redefine na elaboração constante do pensamento individual em
permutações constantes com o pensamento coletivo (p. 10).
Freire (2002) aponta-nos a importância dos jogos para o desenvolvimento do ser
humano, e, na verdade, o que temos visto são educadores que têm medo de ensinar a
matemática, mas se faz necessário romper paradigmas, para que os alunos possam
entender e compreender os conceitos desta área.
Para Brougère (1992), ao direcionar o olhar para a atividade lúdica, o educador
confronta o eu com a realidade, com a imagem do mundo e da cultura que se quer mostrar
à criança. O brinquedo revela dependendo das atividades propostas pelo educador, toda a
complexidade existente entre o real e o irreal, sendo a forma pela qual a criança entende
a maioria dos conflitos criados pelas limitações do mundo em que vive.
Nessa perspectiva, Tardiff (2002) compreende que a prática escolar exige
adaptação constante às circunstâncias particulares das situações de trabalho, em que se
lida com seres humanos individualizados, pois é necessário entender que a inclusão
consiste em adequar os sistemas sociais gerais da sociedade de tal modo que sejam
eliminados os fatores que excluem.
Desta forma, o ambiente escolar é o lugar onde a ação pedagógica desencadeia o
processo de ensino aprendizagem, através da mediação do professor como agente que irá
auxiliar na zona de desenvolvimento proximal do aluno.
Uma atividade lúdica no contexto escolar deve atender aos significados existentes
nos brinquedos e como estes objetos podem chegar às mãos das crianças, de modo a
proporcionar as mais diversas experiências.
Embora apresente atrasos no seu desenvolvimento cognitivo e/ou motor, também
necessita de atividades lúdicas no seu dia a dia. Talvez, até mais do que as outras crianças,
por necessitar de muito mais estímulos para desenvolver suas habilidades cognitivas,
motoras e sensoriais.
O jogo possibilita à criança deficiente mental aprender de acordo com
o seu ritmo e suas capacidades. Há um aprendizado significativo
associado à satisfação e ao êxito, sendo este a origem da autoestima.
Quando esta aumenta, a ansiedade diminui, permitindo à criança
participar das tarefas de aprendizagem com maior motivação (IDE,
2008, p. 96).
De acordo com a realidade apresentada, podemos perceber que o aluno com
deficiência intelectual tem, como qualquer outra? dificuldades e potencialidades. Seu tratamento consiste em reforçar e favorecer o nível de desenvolvimento destas
potencialidades e proporcionar o apoio necessário às suas dificuldades.
Para Kishimoto (2003), a construção do conhecimento por um aluno com
deficiência intelectual é mais complexa, portanto, os profissionais da área educacional
devem valorizar a prática lúdica, entendendo que o jogo pode ser um grande aliado no ato
de ensinar de forma vivencial, pois desde os primeiros anos de vida, os jogos e as
brincadeiras são nossos mediadores na relação com o mundo.
O educador, ao desenvolver sua prática pedagógica empregando o lúdico com
crianças deficientes intelectuais, precisa entender que todo esse processo irá contribuir
para o desenvolvimento do seu potencial, mas somente se houver estimulação adequada.
O aluno com deficiência intelectual requer um olhar diferenciado em relação as
suas necessidades, pois incumbirá ao professor uma avaliação constante, elaborando e
desenvolvendo as atividades educacionais, sempre respeitando a singularidade do
educando.
Dentro destes pressupostos a escola, e o professor precisam ver a inclusão não
somente na teoria, mas em sua prática, porque é uma realidade, e a inclusão dos alunos
com deficiência intelectual é uma realidade que tem como parâmetros a questão do direito
e do respeito.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da revisão bibliográfica realizada, verificamos a importância dos jogos
pedagógicos no atendimento aos alunos com deficiência intelectual. As atividades lúdicas
revelam a seriedade deste instrumento como um suporte pedagógico de ensino e de
aprendizagem, com possibilidade de aplicação em sala de aula, ficando evidente que o
jogo desperta interesse, motivação e envolvimento do participante com a atividade,
interações positivas nas relações interpessoais.
Para tanto, é preciso que os gestores e educadores escolares tenham conhecimento
acerca dos processos de desenvolvimento humano, principalmente quando tratamos dos
alunos com deficiência intelectual, pois há uma necessidade de estudos e pesquisas na
área, de modo a compreender como esses educandos estão sendo acompanhados nas
escolas regulares. Nesse sentido, considera-se que, no processo de inclusão, a melhor
forma de conseguir o desenvolvimento do ensino e, consequentemente, da aprendizagem, é através da relação com o outro, ou seja, da
interação.
O desenvolvimento de uma criança com deficiência intelectual, por meio de
atividades lúdicas, irá contribuir para sua coordenação motora, suas habilidades visuais e
auditivas e seu raciocínio criativo, pois os jogos em geral tornam-se um momento rico
de relações interpessoais, pois é no brincar que elas demonstram seu entendimento do
mundo real, expressam seus sentimentos, sendo uma atividade fundamental para seu
desenvolvimento.
Entendemos por meio deste artigo ser a aprendizagem uma atividade ininterrupta,
que se estende por toda a vida, deve ser significativa.
É importante observar que este trabalho não compreendeu a totalidade dos estudos
referentes aos escritos sobre os jogos no contexto da deficiência intelectual. Nossa
intenção não se esgota nestes preceitos, no entanto, poderá servir como reflexão para
trabalhos posteriores de pesquisa de campo nesta área.
Os jogos na prática docente devem transformar os conteúdos maçantes em
atividades interessantes e prazerosas, pois com os mesmos há motivação, disciplina e
interesse pelo que está sendo ensinado. Porém, o professor deve estar consciente de que
os jogos ou brincadeiras pedagógicas devem ser desenvolvidos como provocação a uma
aprendizagem significativa e estímulo à construção de um novo conhecimento com o
desenvolvimento de novas habilidades.
É importante ressaltar que para a construção do conhecimento que irá gerar uma
autonomia moral e intelectual, somente ocorrerá em ambientes nos quais os alunos
tenham a oportunidade de fazer opções, vivenciando situações e tornando as atividades
mais significativas.
O sistema educacional deveria considerar o lúdico como aliado e utilizá-lo
amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança com deficiência
intelectual, pois para a inserção deste aluno na escola regular, numa perspectiva inclusiva,
o professor necessita de novos procedimentos de ensino, novas estratégias metodológicas,
capazes de atingirem o potencial de cada um dos alunos, respeitando suas diferenças.
REFERÊNCIAS
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Artmed, 2004
IDE, Sahda Marta. O jogo e o fracasso escolar. In: KISHIMOTO, Tisuko M. Jogo,
brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2008.
KISHIMOTO, Tizuco M. O Jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira Thomson
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SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 5.ed. Rio
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TARDIF, M. Saberes docentes e formação inicial. Petrópolis: Vozes, 2002.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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