Para a reabilitação da afasia motora, alguns exercícios que podem ser realizados são:
Aumento do controle da boca, língua e lábios
Falar mais lentamente
Usar frases mais curtas
Planejamento da pontuação em uma frase
Associação de letras por maiúscula/minúscula e manuscrito/imprensa
Associação imagem - palavra escrita
Associação entre imagem e palavra falada
Associação entre palavra falada e palavra escrita
Associação entre letra escrita e letra falada
Ditado de palavras e letras
Além dos exercícios, é importante ter paciência e dar mais tempo para a pessoa se expressar e compreender. Também é recomendável conversar em ambientes tranquilos e usar frases simples e curtas.
A terapia para a afasia deve ser adaptada à situação da pessoa e deve ser realizada por um fonoaudiólogo.
O atendimento fonoaudiológico de afásicos com manifestações sintomáticas na linguagem oral e/ou
escrita nos convoca a refletir sobre a natureza da relação oralidade-escrita nas afasias. A não
problematização dessa relação na literatura específica é notória e tem conseqüências: a escuta do clínico
se volta para o sintoma que se manifesta na fala. Aliás, é em função de uma queixa, via de regra relativa
à oralidade, que se instaura esse campo clínico. Só que levando em conta o que nele se testemunha, tanto no processo diagnóstico quanto terapêutico, fala e escrita se cruzam numa afetação mútua: ora a escrita é suporte para fala, ora a fala é suporte para a escrita. Pretendemos, então, problematizar como entram em jogo essas duas modalidades de linguagem quando, na terapêutica, se implementa um jogo cuja base é seu entrecruzamento. Se a fala e a escrita não se dissociam porque são governadas pela língua, há diferenças a serem enfrentadas. É por esse caminho que Fonseca (1995, 2002) propõe uma ação clínica que se fundamenta no entrecruzamento fala-escrita (do paciente e do terapeuta). Discutiremos, portanto, a sua implementação no atendimento de dois pacientes afásicos. Nos dois casos, atribui-se a ele as mudanças operadas na fala/escrita dos pacientes. No primeiro caso, as mudanças na fala e na escrita ocorrem simultaneamente. Já no segundo caso, a escrita é suporte para as mudanças na fala.
Na clínica de linguagem com afásicos, testemunha-se o cruzamento da oralidade com a escrita, tanto no que diz respeito à configuração do quadro sintomático quanto no curso do atendimento. Transformações em ambas as modalidades são operadas, na fala e na escrita, quando se toma uma modalidade como suporte da outra. Sinalizamos, então, para o fato de que oralidade e escrita comparecem na afasia e, conseqüentemente, no processo terapêutico de sua “reabilitação”, numa relação mútua de afetação. Em função disso, propõe-se uma ação clínica que se fundamenta no entrecruzamento fala-escrita: um jogo entre a fala-escrita do terapeuta com a fala-escrita do paciente.
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