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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Globo terrestre

O Globo Terrestre é o modelo icônico ou o único mapa verdadeiro da Terra, pois é a sua representação em miniatura, sendo empregado como referência dos mapas. Nesta representação da Terra como um todo, destacam-se: a exatidão das formas, das distâncias, das áreas e das direções. Exige-se menor abstração de quem utiliza o Globo Terrestre. Este tipo de categoria gráfica constitui o melhor recurso a ser usado pelo professor nas primeiras séries escolares no que se refere à percepção e formação de conceitos espaciais como: direções, localizações, distâncias, fluxos, limites e relações entre fenômenos e fatos da superfície do planeta Terra.

 O Globo Terrestre mais antigo data de 1492, ano do descobrimento da América, e tem 50 cm de diâmetro. Nele, o oceano ao Sul e Leste da Ásia está cheio de ilhas, onde deveria ser a América. 

O professor precisa ter paciência na transmissão dos conceitos espaciais e temporais, pois estes são construídos, pouco a pouco, na mente do aluno por implicarem a elaboração de um sistema de relações, podendo se afirmar que as construções tempo e espaço são correlativas. 

O ensino do Globo Terrestre, bem como para quê, por quê, quando e como o aluno consegue compreender, está cada vez mais sendo facilitado pelas imagens transmitidas via satélite, mas de qualquer forma, ainda, é uma representação abstrata e simbólica do real, exigindo leitura e decifração orientadas pelo professor. Baseada na teoria psicogenética de Piaget, Lívia Oliveira (1978) conclui que os primeiros mapas que as crianças devem aprender a manipular são os topológicos e o Globo Terrestre é o melhor exemplo. No entanto, nas relações espaciais topológicas não são considerados valores de distâncias, medidas e ângulos.

Assim como a criança gosta de brincar com miniaturas de caminhões, animais, móveis, pessoas etc., atingindo o conceito de objeto preso à ação física, embora com rápido crescimento da linguagem, assim também brincará com a miniatura da Terra. 

Quando a criança chegar ao estágio que Piaget chama de operatório-concreto já estará capaz de aplicar o pensamento lógico aos problemas relacionados com as coisas reais que ela tenha experenciado ou está experenciando. 

Portanto, nas primeiras séries do primeiro grau, o aluno já pode ter aprendido sobre a esfericidade da Terra, as direções, os movimentos de rotação e translação, o dia e a noite, as estações do ano, as zonas climáticas, a distribuição das terras e águas etc. 

Da terceira série em diante, o Globo Terrestre deve ser utilizado com os mapas para facilitar a formação de conceitos corretos sobre localização relativa de regiões e países, suas dimensões, distâncias, direções etc. 

Até os 10 e/ou 12 anos aproximadamente, o conceito de Coordenadas Geográficas fica além da capacidade de compreensão do aluno. Também a sua capacidade de interpretação é pouco desenvolvida, pois ainda não utiliza os seus conhecimentos já adquiridos. Nessa fase, é indispensável o auxílio do professor e a realização de muitos exercícios práticos. 

Três aspectos precisam ser considerados no ensino pelo Globo ou do Globo Terrestre: a escolha do tipo de Globo Terrestre mais adequado ao assunto a ser tratado e à realidade do aluno; a sua função na sala de aula; e o preparo do professor no tocante à sua capacidade de leitura e interpretação do referido recurso cartográfico. 

Alguns Globos Terrestres são verdadeiras obras de arte e valem fortunas. Há vários tipos de Globos Terrestres: 

- O Globo Terrestre Político – mostra fronteiras de países, cidades principais, rotas comerciais e outros aspectos humanos. 

- O Globo Terrestre Físico-político – somados aos aspectos políticos, sua ênfase é o relevo e a hidrografia. Alguns são iluminados por dentro e revelam tanto a parte física quanto a política, mas quando a luz é apagada fica só a política.

- O Globo Terrestre Lousa – pode ser feito com uma bola de isopor ou qualquer bola inflável para facilitar o transporte e será usado junto do globo impresso. Este tipo de globo conterá apenas as coordenadas principais (Equador, Trópicos, Círculos Polares, Meridiano de Greenwich e Linha Internacional da Data), os continentes e os oceanos. Nele, o professor vai indicar com giz ou tinta removível, ou fios, os locais, as áreas, as rotas ou qualquer assunto que envolva a noção de espaço.

O Globo Terrestre é uma esfera perfeita? 

Torna-se necessário definir alguns termos: esfera – é um corpo sólido, perfeitamente redondo em toda a sua extensão, ou seja, é uma bola. A esfera contém o círculo e a circunferência; círculo – é uma superfície plana limitada por uma circunferência; circunferência - é o anel ou aro ou linha que limita o círculo; raio – é a distância constante do centro do círculo até qualquer ponto da circunferência. Quando é traçada a linha da circunferência com um compasso, a abertura deste materializa o raio. Diâmetro, por sua vez, é o dobro do valor do raio. O círculo apresenta uma área e a circunferência é medida em seu comprimento.

É possível localizar, sem um ponto de referência e imóvel, alguma coisa em uma esfera perfeita?

Se a Terra fosse imóvel não haveria o eixo imaginário. Porém, como ela gira de Oeste para Leste, o Polo Norte e o Polo Sul são os extremos deste eixo imaginário em torno do qual a Terra faz o seu movimento de rotação. Ao conhecer o movimento de rotação da Terra, o aluno compreende que leste e oeste são direções e não pontos ou locais fixos, e que o norte e sul indicam a direção do eixo terrestre. 

O intervalo de tempo entre duas passagens sucessivas do Sol por um mesmo meridiano origina o Dia Solar que dura 24 horas.

Embora a velocidade de rotação seja grande, não a percebemos, pois é quase constante. No Equador, a velocidade é de 1.700 km/h; nos Trópicos, de 1.513 km/h; nos Círculos Polares, de 850 km/h; e nos Polos, nula.

O que é a linha do Equador? 

Nos Globos Terrestres e nos mapas antigos, o Equador recebia o nome de Linha Equinocial ou Linha dos Equinócios. A palavra equinócio, que vem dos termos em latim Aequus (igual) e nox (noite), significa “noites iguais”. Tal fato se explica porque nos dias 22 ou 23 de setembro e 20 ou 21 de março, na linha do Equador, os raios do Sol formam um ângulo de 90 graus com o eixo da Terra. Neste período, o Círculo de Iluminação passa pelos polos e coincide com os meridianos à medida que a Terra gira. Portanto, o dia e a noite têm a mesma duração de 12 horas no mundo inteiro, ou seja, tanto para o Hemisfério Norte como para o Hemisfério Sul.

Devido ao achatamento do planeta, o Equador é o maior círculo da Terra, sendo denominado de máximo. Os círculos máximos dividem sempre a esfera terrestre em duas partes iguais, pois são produzidos por planos que a cortam, passando por seu centro, independentemente da posição do plano. Pode-se traçar sobre o Globo Terrestre um número infinito de círculos máximos. 

O círculo máximo do Equador é equidistante dos dois Polos e perpendicular ao eixo. Ele divide a Terra em duas metades de esferas ou calotas, ou hemisférios: Hemisfério Norte, Boreal ou Setentrional e Hemisfério Sul, Austral ou Meridional.

O eixo do Globo Terrestre é inclinado em relação a quê? 

A Terra gira em um eixo inclinado em relação a um plano imaginário que passa ao mesmo tempo pelo seu centro e pelo centro do Sol. Esse plano imaginário é o plano da órbita ou eclíptica terrestre que forma um ângulo agudo de 23º 27’ com o plano do Equador, e recebe o nome de obliquidade da eclíptica. Essa inclinação do eixo da Terra em relação ao plano da eclíptica vai refletir no estabelecimento das linhas de referência como os trópicos e círculos polares. 

A Órbita ou Eclíptica corresponde ao caminho que a Terra faz no seu movimento de translação em volta do Sol, numa velocidade aproximada de 107.000 Km/h. Esta órbita tem a forma de uma elipse, assim, a Terra ora se aproxima do Sol, ora se afasta dele. 

Na maior parte dos Globos Terrestres, aparece traçado um círculo eclítico com dois pontos de interseção com a linha do Equador. Estes dois pontos são diametralmente opostos, pois os dois círculos máximos se cortam em dois semicírculos. 

Também a inclinação do Eixo terrestre e o movimento de translação combinados, dão como resultado a distribuição desigual da luz e do calor solar recebido por cada região do planeta no transcurso de um ano, originando as estações: verão, outono, inverno e primavera, além das diferentes durações do dia e da noite

Por que Trópicos e Círculos Polares são paralelos que servem como linhas de referência? 

Os paralelos são círculos mínimos ou menores, cujos planos de circunferência não passam pelo centro da esfera terrestre.

Os diâmetros dos Círculos vão diminuindo gradativamente, a partir da linha do Equador, até anularem-se nos Polos quando o plano tangencia o eixo Polar. 

Alguns paralelos se destacam e constituem linhas de referência devido à inclinação do Eixo terrestre. Como consequência, o ângulo de 23o 27’, formado da relação do plano do Equador com o plano da Eclíptica, determina os Trópicos. Já o ângulo também de 23o 27’, formado pelo eixo da Terra e o Círculo de Iluminação, estabelece os Círculos Polares. 

O Trópico de Câncer, no Hemisfério Norte, e o Trópico de Capricórnio, no Hemisfério Sul, assinalam os limites máximos que alcançam os raios verticais no Norte e ao Sul do Equador. O Círculo Polar Ártico e o Círculo Polar Antártico assinalam os limites que alcançam os raios oblíquos. Nos Polos, os raios solares são tangentes. 

Para melhor entendimento, o professor poderá espetar no Globo Terrestre alfinetes de cabeças coloridas como se fossem pessoas. Ele precisa prestar atenção para que as pontas dos alfinetes fiquem voltadas para o centro do Globo Terrestre.

A zona de iluminação da Terra situada entre os Trópicos chama-se Zona Intertropical; a balizada por um Trópico e o Círculo Polar é a Zona Temperada, e as áreas limitadas pelos Círculos Polares são as Calotas Polares.

*****Depois continuo*****





No ensino da Geografia é essencial o uso constante do Globo Terrestre em qualquer faixa etária do estudante. Quatro generalizações são reiteradas em uma variedade de contextos: 

– As distribuições globais dos mais variados aspectos físicos e humanos não coincidem com as fronteiras políticas.

– Os padrões espaciais semelhantes são encontrados em diferentes partes do mundo. 

– As diferenças não podem ser ordenadas objetivamente em termos de qualidade. 

– Mesmo situadas em lugares distantes, as pessoas mantém intercâmbio. 

Portanto, no estudo de distância, distribuição, associação, região, movimento, interação, escala e mudança espacial através do tempo exige-se o uso do Globo Terrestre. 

É sempre bom enfatizar que os conceitos fundamentais da Geografia são ideias explicadas e compreendidas nos vários estágios do desenvolvimento intelectual do estudante e que cada um constrói a sua própria dimensão dos significados e níveis de abstração dos conceitos. Além disto, a velocidade do desenvolvimento intelectual de cada um está relacionada tanto com a idade do estudante como com a sua maturidade, inteligência, experiências educacionais anteriores e interesses. 

O essencial é o professor ter um sólido saber geográfico, para orientar o aluno no desenvolvimento de significados e níveis de abstração de conceitos em Geografia

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Olimpíadas e Paraolimpíadas e a cobertura midiática

 


O presente estudo analisa a história das Olimpíadas e das Paraolimpíadas relacionando seus desenvolvimentos com o advento da cobertura midiática, e correlaciona essas duas modalidades de evento entre si. Por meio do estudo teórico e da observação dos dados sobre a cobertura da mídia dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos tentamos comprovar a diferença de tratamento dado a cada evento, reflexo de uma sociedade que se diz inclusiva, mas que acaba se revelando discriminatória através da mídia.





Introdução Este estudo tem como finalidade analisar a história das Olimpíadas e das Paraolimpíadas relacionando seus desenvolvimentos a partir da cobertura midiática, e correlacionar essas duas modalidades de evento entre si. Os Jogos Olímpicos são um conjunto de provas esportivas de caráter mundial, disputadas de quatro em quatro anos em cidades escolhidas; são, também “um espetáculo filmado e divulgado pelas televisões”.

Esse também pode ser considerado o conceito de Paraolimpíadas, entretanto, há diferenças. Os Jogos Olímpicos são divulgados intensamente, já a cobertura dos Jogos Paraolímpicos fica restrita a pequenas notas na mídia, e a transmissão precária das competições em alguns canais por assinatura. 

Mostrar e analisar essa diferença entre a cobertura das Olimpíadas e das Paraolimpíadas é um dos objetivos desta pesquisa. Assim como verificar a hipótese de que os Jogos Olímpicos, ao contrário dos Jogos Paraolímpicos, tornaram-se espetáculos pelo fato de que atletas transformam-se em mitos nacionais, enquanto paratletas transformam-se em símbolos de superação. 

Analisaremos de que forma a comunicação contribui para a inclusão ou a exclusão dos deficientes, e mostraremos a importância da atuação do jornalista no processo de desmistificação da deficiência, focando o trabalho na diferença de cobertura jornalística das Olimpíadas e das Paraolimpíadas. 




Olimpíadas, Paraolimpíadas e Sociedade 

Nos anos de Olimpíadas e Paraolimpíadas, o mundo inteiro se rende aos encantos e magia da abertura, dos diferentes esportes, da superação de tempo, espaço e de limites. A mídia tem grande parcela de responsabilidade nesse fato, uma vez que por trás do momento mágico olímpico estão as redes midiáticas e seus patrocinadores exigindo reformas arquitetônicas, ditando regras, impondo horários e vestimenta. “Mas o que se observa claramente é a tendência do ser humano em criar heróis, endeusar pessoas, mitificar nomes”. Qual o papel da mídia nessa tarefa? O objetivo deste trabalho é responder essa e outras questões. 

A mídia auxilia o desenvolvimento de ambos os eventos, na medida em que divulga as competições e os transforma em grandes espetáculos televisivos e radiofônicos, principalmente; segundo Bourdieu “(...) a representação televisiva, embora apareça como um simples registro, transforma a competição esportiva entre atletas originários de todo o universo em um confronto entre campeões (...) de diferentes nações”. Mas, os meios de comunicação também atuam como meios excludentes, “pelo fato de que cada televisão nacional dá tanto espaço a um atleta ou a uma prática esportiva quanto mais eles forem capazes de satisfazer o orgulho nacional ou nacionalista”.

Estamos numa sociedade dita inclusiva, mas na qual o preconceito para com o deficiente é ainda muito grande. Segundo Claudia Werneck , “o preconceito da sociedade em relação à deficiência se revela de inúmeras e discretas formas. O da mídia também”. Os jornalistas têm dificuldade em falar no assunto. 

Para Carlos Alberto Marques no deficiente está incutido o arquétipo da incapacidade, sem que “se busque conhecer o potencial desse indivíduo”, assim, de acordo com Ana Maria Morales Crespo “a mídia reflete uma imagem tão imprecisa e incompleta – das pessoas com deficiência -, que torna impossível reconhecer-se nela”.


A diferença básica, que pretendemos mostrar, entre Olimpíadas e Paraolimpíadas é a cobertura. Enquanto os Jogos Olímpicos são divulgados à exaustão, os Jogos Paraolímpicos ficam relegados a uma ínfima cobertura jornalística, não existem favoritos ao podium, nem mesmo depósito de confiança e esperança nas atividades esportivas desses atletas. Aqueles que conseguem uma imagem positiva na mídia, devido as suas vitórias, são tidos como símbolos de superação; de acordo com a Coordenadora de comunicação do CPB, Gisliene Hesse, “a mídia ainda privilegia muito a emoção nas matérias sobre atletas com deficiência e falta o jornalista entender que o esporte paraolímpico é de alto rendimento” ; e à sociedade cabe “somente a função de reconhecer e aplaudir o sucesso daqueles que teriam vencido as suas próprias limitações”. 

Isso porque há uma dificuldade de identificação e de projeção, por parte dos telespectadores, com os atletas paraolímpicos, o que não ocorre com relação aos olímpicos.

“(...) a cultura nacional, desde a escola, nos imerge nas experiências mítico-vividas do passado, ligando-nos por relações de identificação e projeção aos heróis da pátria, os quais também se identificam com o grande corpo invisível, mas vivo, que através dos séculos de provações e vitórias assume a figura materna (a Mãe-Pátria, a quem devemos amor) e paterna (o Estado, a quem devemos obediência)”. 

A mídia faz com que as pessoas tenham compaixão por esses para-atletas, uma vez que, segundo a imprensa, eles são “símbolos de superação”. Portadores de qualquer  deficiência ou doença “devem ganhar não a solidariedade, mas o respeito e a confiança da mídia”. Materiais jornalísticos sobre esse assunto não devem causar compaixão, mas levar a uma reflexão.

Embora os atletas paraolímpicos “mostrem talento e coragem para enfrentar os obstáculos da vida, a sociedade ainda acredita na sua incapacidade e os meios de comunicação refletem essa mentalidade”. A sociedade continua sem (in)formação para acreditar nas potencialidades dessas pessoas. A diferenciação que os meios de comunicação fazem entre as Olimpíadas e as Paraolimpíadas é o maior exemplo de que a mídia, como reflexo da sociedade (ou o inverso), constrói uma realidade para ser consumida pelo público, já que mostrar a deficiência só dá “ibope” se for em situações que explicitem o “exótico-humano”.


Olimpíadas x Paraolimpíadas

De quatro em quatro anos o maior evento esportivo do mundo, as Olimpíadas, movimentam bilhões de dólares; em Atenas, 2004, cerca de um bilhão de dólares foram gastos em direitos de transmissão de imagens e 16033 jornalistas cobriram o espetáculo. Já nas Paraolimpíadas, que receberam o título de segundo maior evento esportivo mundial, em Atenas apenas 3000 jornalistas fizeram a cobertura dos Jogos. 

De acordo com a coordenadora de comunicação do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Gisliene Hesse, “(...) a divulgação do esporte paraolímpico ainda não pode ser comparada com o olímpico, que se sobressai pela tradição e maior desenvolvimento”. Então, com a finalidade de que o movimento paraolímpico tivesse ampla divulgação e maior valorização, o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro) contratou a produtora de vídeo Íntegra Produções, coordenada por Marcos Malafaia, para captar, editar e transmitir gratuitamente imagens dos jogos de Atenas, para as emissoras brasileiras interessadas. Além disso, oito emissoras abertas e fechadas foram convidadas pelo Comitê para cobrirem a competição (Rede TV, Record, TVE, TV Nacional, Sport TV, Rede Gazeta, NSB e Rede Bandeirantes); outros dez veículos também foram convidados, Rádio Eldorado, Rádio CBN, Folha de São Paulo, Jornal da Tarde, Lance!, Estado de Minas, Diário de Pernambuco, Tribuna do Norte, Jornal de Brasília, O Dia, O Globo e o portal UOL.

Segundo o presidente do CBP (Comitê Paraolímpico Brasileiro), Vital Severino Neto, “o CPB passou a trabalhar com a perspectiva de uma cobertura diferenciada no momento em que entrou em contato com Marcos Malafaia”.

Os Jogos Olímpicos começaram em 776 a.C. em Olímpia, na Grécia antiga, e duraram por mais de mil anos. Entretanto, o evento religioso que deu origem aos Jogos é bem mais antigo, podendo datar do século 13 a.C. Durante todos esses anos os Jogos Olímpicos se desenvolveram; a primeira edição dos Jogos da Era Moderna aconteceu em Atenas, em 1896, e reuniu 14 países e 311 atletas, já na sua edição mais recente, realizada, também, em Atenas em 2004, 201 países e mais de 10651 atletas participaram. Se por um lado, esse crescimento representa a vitória do ideal olímpico moderno, por outro gera, no mundo dos esportes, uma série de problemas que os estudiosos atribuem ao próprio gigantismo dos jogos. Em primeiro lugar, torna-se cada vez mais difícil organizá-los, pelo altíssimo investimento financeiro que representam (os alemães ocidentais gastaram cerca de 630 milhões de dólares com os de Munique). E também pela importância que a vitória nos campos do esporte passou a ter em termos de prestígio político.

Os Jogos Paraolímpicos tiveram sua primeira versão em 1960, em Roma, e contava com a participação de 23 países e 400 atletas; em sua edição mais recente, em Atenas 2004, o evento reuniu 143 países e 4000 atletas; os investimentos atingiram patamares antes inimagináveis; patrocinadores mundiais ajudaram a custear a competição e a profissionalização do esporte foi visível. Os números mostram que entre a primeira e a última versão dos Jogos houve uma grande evolução, o esporte para pessoas com deficiência abandonou o caráter estritamente de lazer e de reabilitação, passando a buscar também o alto-rendimento. Assim, aumentou-se o interesse da mídia por esse segmento esportivo; contudo, segundo o jornalista do Correio Braziliense, José Cruz, “Ainda não há uma cobertura sistemática do esporte paraolímpico (...)”15. A Paraolimpíada de Atenas foi um marco para o paradesporto brasileiro, porque, de acordo com o presidente do CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro) o para-atleta voltou de Atenas como um ídolo, e reconhecido pelo público; o Brasil que voltou da Grécia despertou a consciência nacional para o esporte paraolímpico, atraindo, assim, as atenções da mídia e das grandes marcas empresariais.



Tabela comparativa 

Olimpíadas


Paraolimpíadas 


Fonte: Comitê Paraolímpico Brasileiro, disponível em < www.cpb.org.br

* Em Tóquio, 1964, teve o início do processo de consolidação da divulgação do esporte paraolímpico pelos meios de comunicação, porém os números ainda não foram corretamente avaliados. 

Por problemas de organização, as Paraolimpíadas de 1968 e 1972 (Tel-Aviv e Heidelberg) ocorreram em cidades diferentes da sede das Olimpíadas, constituindo exceções na história dos Jogos Paraolímpicos. Em 1988, em Seul, os jogos voltaram a ser disputados na mesma cidade que abriga as Olimpíadas.


Conclusão 

Enquanto o Comitê Paraolímpico Brasileiro se esforça para ampliar a divulgação do paradesporto, o Comitê Olímpico Brasileiro falha nesse sentido, deixando de credenciar veículos on-line (internet); o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) diz que a entidade optou por não credenciar sites e portais com o intuito de "atender aos veículos de grande imprensa que tradicionalmente vêm cobrindo os Jogos Olímpicos".

Os Jogos Olímpicos são tanto um evento esportivo quanto midiático. A primeira transmissão de TV realizada no mundo foi experimental, durante os Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936; “o registro visual daqueles jogos definiu a estética olímpica das décadas seguintes, marcada pela celebração do corpo atlético e a exploração das coreografias de massa”. Já Sydney deve passar para a história como marco do declínio da cobertura televisual e ascensão da cobertura pelas novas mídias (internet).

Apesar da cobertura das Paraolimpíadas ser ainda muito pequena com relação às Olimpíadas, notamos que está havendo uma mudança significativa na divulgação dos Jogos Paraolímpicos. Um estudo realizado, pelo Comitê Paraolímpico Internacional, com 17 países, aponta uma audiência televisiva acima de 1,8 bilhões de pessoas durante os Jogos Paraolímpicos de Atenas 2004. O Japão teve o maior índice de audiência acumulada (587 milhões), seguido pela França (335 milhões), Alemanha (310 milhões) e China (309 milhões). Em relação à audiência acumulada, a maior fatia de mercado, contudo, foi alcançada pela Nova Zelândia (26,4%), Suíça (21,6%) e Áustria (21,1%). Dos países analisados, o Brasil transmitiu o maior número de horas (168 h), seguido pela Espanha (125 h).

A diretora de Mídia e Comunicação do Comitê Paraolímpico Internacional, Miriam Wilkens afirma que, “Este desenvolvimento confirma que tem havido um significativo aumento no interesse pelos Jogos Paraolímpicos”.

Assim percebemos a importância de responder a todas as questões colocadas no início da pesquisa, porque a mídia não faz a mesma cobertura das Olimpíadas e das Paraolimpíadas? Como a mídia auxilia o desenvolvimento de ambos espetáculos esportivos? Como a sociedade se comporta diante dos Jogos Olímpicos e dos Paraolímpicos? E porquê? Analisar essas questões foi o objetivo do presente estudo




terça-feira, 9 de julho de 2024

A influência da leitura na formação da criança

Segundo Freud, as experiências ganhas na infância são a responsáveis por definir uma identidade e influenciar as atitudes de uma pessoa pelo resto da vida. Ao reconhecer a influência dos primeiros anos de vida de uma criança é que percebese a necessidade de introduzir a leitura na vida dela desde as primeiras batidas de seu coração. No anseio de conhecer os benefícios referentes a leitura infantil é que surgiu esta ideia de pesquisa. A leitura na infância proporciona diversos benefícios para a criança, como o hábito da leitura, atenção, desenvolvimento da imaginação, ampliação do vocabulário e criticidade. Na angústia de tentar desvendar porque existe uma desigualdade tão grande de estímulos à leitura é que foi aplicado um questionário na cidade de Hitchin, Inglaterra e em Santo Antônio do Sudoeste, Paraná - Brasil. Através das informações obtidas constata-se que, quanto mais cedo os livros fizerem parte da vida das crianças, mais comum irá parecer-lhes o hábito da leitura. Entende-se que, a família e a escola são os maiores responsáveis por promover o incentivo à leitura, porém, é dever do Estado garantir projetos que forneçam o suporte necessário para tal objetivo.

INTRODUÇÃO 

O mundo tão repleto de tecnologia acabou encurtando distâncias e afastando as pessoas umas das outras, infelizmente, se escuta muitas fatalidades nos noticiários porque ninguém mais respeita o limite e as diferenças do outro. As crianças nascem e crescem nesse mundo sem muita orientação e já que muitos pais perderam a habilidade do diálogo com seus filhos, a ajuda pode vir de um único objeto: dos livros. 

Através da leitura é possível enxergar e respeitar o outro, a julgar menos e ajudar mais, é a partir do íntimo contato que o leitor cria com o mundo lendo, que ele consegue significar sua existência. Quanto mais cedo a criança começa interagir com os livros, mais consciente, empática e desenvolvida ela irá se tornar. 

Em alguns países da Inglaterra, o governo estimula a leitura infantil ainda quando a criança está dentro do ventre de sua mãe, enquanto no Brasil as escolas precisam promover eventos de cunho financeiro para conseguir complementar seus acervos bibliográficos. 

No anseio de compreender os benefícios da leitura infantil é que surgiu essa ideia de pesquisa, buscou-se realizar um estudo franco, que de fato viesse interpretar e compreender a valorização da leitura infantil, ora, é conhecer os bons exemplos que se pode transformar a própria realidade.

BREVE HISTÓRICO DA LITERATURA INFANTIL 

A concepção de infância sofreu inúmeras transformações ao longo dos anos. Até o século XVll, a criança era vista como um “adulto em miniatura” pois sua vida social e comportamental não distinguia em nada da dos adultos, ou seja, as crianças, não recebiam tratamentos diferenciados. Desde cedo eram inseridas no mercado de trabalho, participavam de festas regadas a bebidas, como também, vestiam-se como adultos. Não havia literatura exclusiva para as crianças na época. 

É durante o Renascimento que essa visão começa a mudar, por influências religiosas a imagem da criança passa a ser associada com o divino, puro e celestial. Criou-se então um ensino direcionado para os pequenos que buscava preparar as crianças para a vida, de longe essa prática foi a mais adequada, pois a didática aplicada nas salas de aula era pautada com a dureza e rigor dos diferentes métodos.

A primeira literatura infantil que se têm notícia foi escrita nesse período, as histórias eram criadas exclusivamente para auxiliar as crianças a compreender o mundo. Esse cunho textual expõe a ideia de infância da época, onde acreditava-se que as crianças não possuíam experiência alguma e que precisavam de ajuda para compreender o mundo real. 

Essa primeira literatura infantil foi adaptada da literatura dos adultos, contava apenas com algumas modificações no intuito de transformar as histórias menos vulgares e promiscuas, alguns temas como incesto e canibalismo foram extintos das histórias originais para serem reproduzidas para os pequenos.

No começo, a literatura infantil se alimentava de obras destinadas a outros fins: aos leitores adultos, gerando as adaptações; aos ouvintes das narrativas transmitidas oralmente, que se convertem nos contos para crianças; ou ao público de outros países[...] (ZIBERMAN, 2005, 0. 18)

Através dessas histórias, que os pequenos eram levados intencionalmente a compreender o bem e o mal, o certo e o errado. Percebe-se que o objetivo central dessa literatura era doutrinar as crianças para os interesses paternos, religiosos e políticos. 

Surge então na França em 1967, “Histórias ou contos do tempo passado, com moralidades”, mas também chamado de “Contos da Cegonha”, escrito por Charles Perrault. Dentro dessa coletânea de contos encontra-se alguns dos mais conhecidos contos infantis, como por exemplo “A Bela Adormecida”, “Chapeuzinho Vermelho”, “Barba Azul”, “O Gato de Botas”, Cinderela” e “O Pequeno Polegar”. 

Os contos escritos por Perrault são considerados clássicos da literatura infantil e isso só ocorreu, pois suas histórias foram capazes de transcender o tempo, pois mesmo sem intenção alguma eles atendem algumas das necessidades apresentadas pelas crianças.

A partir daí, grandes escritores surgiram no cenário mundial, como Roald Dahl e Lewis Caroll, escritores infantis famosos até hoje no cenário inglês, como também, Monteiro Lobato no Brasil . Muita coisa mudou desde a primeira literatura produzida para as crianças, grandes acertos e erros foram cometidos durante o processo. Atualmente, as críticas chamam atenção pelo caráter conteudista das obras, que deixam um pouco de lado a arte literária e focam demasiadamente no pedagógico.

AS PREFERÊNCIAS LITERÁRIAS DOS PEQUENOS LEITORES 

Ao ler um livro, o adulto cria e transforma o texto em símbolos para a sua vida, não seria diferente com aqueles que utilizam a imaginação para criar possibilidades ou encarar a realidade: as crianças. Toda vez que uma criança lê ou quando alguém conta uma história para ela, um mundo repleto de possibilidades se apresenta para ela.

O primeiro contato com a leitura pode se iniciar ainda quando o bebê está dentro do ventre da sua mãe, com as cantigas e também com a leitura de histórias infantis. Essa leitura em família enrique os laços familiares, proporciona a criança o reconhecimento da voz de seus pais e faz com que ela aprenda as noções da linguagem. 

De acordo com os estímulos e idade, a preferência pelos textos vão se modificando. É durante a primeira infância que os pequenos tem uma grande admiração pelas histórias orais, cheias de movimento e com muita entonação de voz. Como o tempo de concentração das crianças nessa faixa etária é reduzido, os textos devem ser curtos. 

As histórias favoritas desse público são aquelas que registram um pouco da sua história e que geralmente é contada pelos seus familiares. Atualmente, existe uma grande produção de livros direcionada para atender essas necessidades, no Brasil, é fácil o acesso de livros interativos confeccionados através de pano e de plástico com ilustrações precisas e bem atrativas, que possibilitam ao leitor o contato com a leitura e a exploração dos sentidos. 

Na segunda infância a magia torna-se tema obrigatório nos livros infantis, as histórias preferidas da garotada são aquelas que contém personagens como bruxas, monstros, heróis e princesas, pois as crianças sentem a necessidade de distinguir o certo do errado e esses personagens com seus enredos proporcionam isso para elas. 

O lúdico para esse público torna-se essencial e indispensável, fantoches, fantasias, livros bem ilustrados e sonoros, devem fazer parte da contação de histórias. A linguagem do texto também é de suma importância, quanto mais clara e objetiva, melhor será a interpretação e absorção do texto pelo leitor.

Assim que aprende a ler sozinho e isso ocorre em média entre seis a oito anos de idade, o leitor torna-se independente, ou seja, não precisa mais da participação de terceiros no momento de leitura, leitor e livro tornam-se autossuficientes. Essa é uma ótima fase para influenciar a leitura, já que os pequenos estão maravilhados com a própria capacidade de compreender o texto através da escrita e não mais por meio dos relatos ou imagens. 

O perfil literário sofre modificações, graças ao aumento do tempo de concentração da criança as histórias precisam ser um pouco mais longas do que antes e possuir início, meio e fim, por isso a leitura de livros em capítulo é a mais aconselhada. A aventura torna-se parte dos enredos favoritos da criançada. Como as crianças conseguem ler o texto sozinhas, uma perca significativa nessa fase são os momentos de leitura em família. 

Assim que a criança torna-se capaz de criticar e questionar, os livros que ela têm acesso devem ser outros. Os livros possuem a capacidade de incentivar o préadolescente a se autoconhecer através do outro, além de incentivar a criticidade, portanto, os livros que ela lê, devem procurar atender essa demanda. Percebe-se que durante essa etapa, os livros de ficção científica e terror chamam a atenção da garotada. 

O leitor pré-adolescente na tentativa de superar e compreender seus conflitos da vida real, busca no texto personagens que passam por problemas parecidos com os seus, separação, rejeição e transformação são temas que as crianças possuem dificuldade de compreender, mas que através dos exemplos e histórias descritas nos livros pode tornar-se mais fácil a aceitação. 

A classificação literária de um livro é baseada nos estágios do desenvolvimento infantil, o que deve ser visto com bons olhos, pois isso possibilita que, indiferente de idade ou nível de desenvolvimento o leitor esteja em contato com a literatura. A idade da criança não deve ser a mais importante consideração na hora de escolher um livro, mas sim, a etapa em que a criança está do desenvolvimento infantil.

[...] a literatura infantil vem sendo criada, sempre atenta ao nível do leitor a que se destina [...] e consciente de que uma das mais fecundas fontes para a formação dos imaturos é a imaginação- espaço ideal da literatura. É pelo imaginário que o eu pode conquistar o verdadeiro conhecimento de si mesmo e do mundo em que lhe cumpre viver. (GOLDEMBERGUE, 2000, pg.141, apud CUNHA, da Vieira Adriana) 

O governo, pais e escola devem selecionar o material para leitura da criança no objetivo de não agredir moralmente o pequeno leitor e preservar sua infância, porém, deixar a criança escolher seu livro é de suma importância, quando o que se busca é a democratização da leitura. A leitura essencialmente deve causar prazer e obrigatoriamente a sensação de liberdade no leitor, quando alguém impõem a leitura de um texto, a torna impossível. 

Algumas pesquisas revelam que a leitura possui a capacidade de auxiliar os indivíduos a compreender, interpretar e interagir com o que está ao seu redor, tendo conhecimento de tais informações, percebe-se que houve uma grande demora em produzir-se uma literatura exclusiva para as crianças, e que de fato atende-se as suas particularidades. 

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL 

A literatura infantil contribui para a formação de um adulto crítico, reflexivo e consciente, que é agente transformador de sua realidade. É através dos livros que as crianças desde muito cedo aprendem a interpretar o mundo e a superar as dificuldades que se apresentam a elas. 

Essa capacidade de interpretação se desenvolve através da virtude que a criança adquire ao ler de se colocar no lugar do próximo, mesmo que o outro seja um personagem fictício, ou seja, mesmo que seja uma mentira, os pequenos tornam-se mais sensíveis e empáticos com a dor do outro.

A criança que lê consegue desmistificar os mistérios da vida e se desenvolve de forma integral. Torna-se mais observadora e independente emocionalmente pois encontra nos textos o simbolismo necessário para encarar as mudanças e problemas reais. 

É tendo exemplos do bem e do mal nas histórias infantis que a criança aprende a diferenciar o certo do errado, é entrando em contato com os livros que se aprende a lidar com os sentimentos de vitória e derrota, é a partir da leitura que se consegue construir uma moral. A criança de acordo com as DCNEI (BRASIL, 2010) é,

[...] sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, apende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2010, P.12).

Os contos de fada são capazes de afastar um pouco as crianças das dificuldades do dia a dia e fazer com que elas acreditem que a magia é possível e que tudo pode mudar, ora, palavras que definem as crianças advém das contribuições da leitura para elas: otimismo, sonhos e fantasias. 

A leitura também auxilia na compreensão do medo, pois é observando e vivenciando os conflitos dos personagens fictícios que ás crianças percebem que são sentimentos presentes na vida de todos. A partir daí, tornam-se capazes de superar as próprias angústias e até mesmo ajudar o próximo nesse quesito. 

 No dia a dia costuma-se usar as mesmas palavras, o que limita a comunicação dos pequenos. Já com os livros apresenta-se novas palavras, muitas vezes com o significado embargado em um contexto que a criança consegue perceber e quanto mais variado for vocabulário, melhor para a comunicação dela. 

Os livros colaboram de maneira surpreendente para o desenvolvimento da comunicação das crianças, é através deles que elas ampliam seu vocabulário, aprendem a construir frases e descobrem que é possível comunicar-se através do texto escrito e oral. 

Quem tem contato com os livros, possui acesso ao conhecimento, toda e qualquer informação é possível encontrar emergida dentro dos livros, ler é estudar assuntos diversos sem se dar conta e de “quebra” aprender um pouco de gramática, ler é aprender argumentar.

BONS LEITORES MELHORAM EM RITMO MAIS ACELERADO.

MAUS LEITORES MELHORAM EM RITMO MAIS LENTO.

É lendo que se é possível desenvolver o pensamento crítico, quem não lê, não consegue entender o problema como um todo e acaba ficando à mercê da ideia dos outros, segundo Monteiro Lobato “um país se faz com homens e livros”. 

Ler aproxima e ajuda construir um elo muito forte entre as pessoas, prova viva disso é perceber o olhar de uma criança quando alguém lê uma história para ela. A leitura auxilia no aumento de tempo de concentração dos pequenos, pois enquanto lê, ela precisa se manter atenta para não perder nenhum detalhe da história, pois sabe que isso poderá lhe causar a má interpretação. 

A criança que possui o hábito da leitura, adquire inúmeros benefícios, mas um dos principais é a criatividade. Como constantemente trabalha com o imaginário, ela não possui dificuldades em criar, suas brincadeiras consequentemente são mais saudáveis e possui uma forte tendência ao destaque. 

Toda vez que uma criança entra em contato com os livros ela desenvolve seu potencial empático, crítico, cognitivo, intelectual e psicomotor, além de proporcionar o estímulo a imaginação, portanto, a leitura proporciona benefícios físicos e também intelectuais para quem lê. 

A PARTICIPAÇÃO DA ESCOLA NO PROCESSO DEMOCRÁTICO DA LEITURA INFANTIL 

Com a inserção da mulher no mercado de trabalho, houve a ausência parcial do esteio da educação familiar, foi então que o governo, na ânsia de atender as demandas que se apresentavam na sociedade, adotou algumas medidas, como por exemplo, a criação de vagas nos Centros de Educação Infantil e também nas escolas, a redução da idade letiva obrigatória, além de regulamentar o ensino integral fazendo com que as crianças permanecessem por mais tempo na escola. 

Enquanto as mães trabalhavam mais tranquilas sabendo que seus filhos estavam em segurança, a escola foi tornando-se cada vez mais responsável pela educação dos seus estudantes. A ela, não cabia mais apenas a função de ensinar os conteúdos das grades curriculares, mas também colaborar para a formação integral do aluno e ser a principal fonte de incentivo à leitura que o estudante possui. 

Como a renda mensal de grande parte das famílias brasileiras é baixa e os livros, mesmo que disponíveis em muitas lojas e bibliotecas, são caros, consequentemente a compra de materiais para leitura se torna dispensável, ora, entre alimentos ou livros, é claro que a opção é pela sobrevivência. Portanto, é na escola que grande parte das crianças brasileiras tem acesso ao seu primeiro livro de leitura, pois infelizmente, não está enraizada na cultura brasileira o hábito de ler. Entretanto, de acordo com o Ministério da Educação do Brasil (2019, p.8),

Estudos mostram que as ações no seio familiar são mais importantes para o sucesso escolar do que a renda ou a escolaridade da família. Isso é válido para crianças de diferentes etapas da educação básica, quer sua família seja rica ou pobre, quer seus pais tenham ou não terminado o ensino médio. 

Dada importância da leitura e ciente de suas contribuições, as escolas tomaram frente e desenvolveram projetos que proporcionam aos estudantes o contato com a literatura infantil. Cada instituição de ensino tem a liberdade de escolher a forma de desenvolver seu projeto, porém, a proposta deve estar descrita dentro do “Projeto Político Pedagógico da Escola- PPP”, assim como os objetivos e as formas de intervenção para se implantar o projeto. 

Parte do acervo bibliográfico das escolas brasileiras é composto por livros do “Programa Nacional de Biblioteca da Escola−PNBE”, como a quantidade e diversidade do material disponibilizado pelo governo não é suficiente, as escolas acabam promovendo eventos onde o fundo financeiro arrecadado é convertido para melhoras dentro da escola, como por exemplo, a compra de livros. As instituições ainda contam com a doação de livros realizadas por terceiros para colocar em prática seus projetos de leitura. 

Mas a falta de material para leitura não é o único problema enfrentado pelas escolas, a rotina escolar e a grade de disciplinas são apertadas que é difícil encaixar momentos de leitura. Em algumas instituições os maiores limitadores dos projetos de leitura são os próprios educadores que acreditam ser desnecessário a prática da leitura dentro do ambiente escolar, isso infelizmente ocorre, pois a cultura da leitura no Brasil, não se faz presente nem entre os professores. 

Segundo Ana Maria Machado (apud, SILVA, G. R. dos Aparecida Mariza e SILVA Costa Fernandes Marileuza) “Não se contrata um instrutor de natação que não sabe nadar, no entanto, as salas de aula brasileira estão repletas de pessoas que apesar de não ler, tentam ensinar”.

Em um país com tanta desigualdade social como o Brasil, a responsabilidade do incentivo à leitura torna-se principalmente dever do governo. As escolas precisam de estrutura para exercer seus projetos, cobrar resultados sem proporcionar condições inviabiliza qualquer trabalho, existem, no Brasil muitas escolas sem a infraestrutura necessária para funcionamento, colégios de chão batido e sem paredes não conseguem proporcionar aos seus alunos um local apropriado para o incentivo à leitura, uma biblioteca com vários livros disponíveis é apenas um sonho para esses educadores.

O incentivo à leitura por parte da escola e o acompanhamento familiar fazem diferença no processo de formação do leitor, porém, na maioria das vezes a escola se vê sozinha nessa jornada. Os pais dos alunos por não receberem o estímulo à leitura na infância, não reconhecem as contribuições dela, consequentemente, não incentivam e muito menos participam dos projetos promovidos pela escola que objetivam integrar a família no ato de ler, para que assim os alunos encarem o exercício de ler como um hábito que proporciona prazer. 

Mesmo o Brasil não tendo enraizada em sua cultura o hábito da leitura, se nada for feito isso jamais irá mudar e é a educação mais uma vez que pode transformar essa realidade. As escolas cada vez mais devem promover projetos que aproximem os pais da realidade escolar, apresentar os problemas enfrentados, como a causa e a solução para eles, é importante que a escola compartilhe de sua ânsia para a mudança e coloque através do diálogo a responsabilidade e compromisso que os pais tem com a educação e formação dos filhos. 

Introduzir a leitura dentro dos lares, proporciona melhorias dentro da sala de aula, a criança precisa ver os pais divertindo-se ao ler, elas precisam ver o prazer estampado no rosto de seus exemplos para querer fazer o mesmo. As contações de história e leitura em família não devem ficar restritas a segunda infância, pois liberam a imaginação da criança, que cria a partir da fala do outro, a criança aprende a ser paciente e a escutar.

[...] a criança quando apresentada ao mundo da leitura necessita receber apoio e incentivos para que tal prática se concretize, uma vez que, a participação dos adultos durante esta fase de compreensão e conhecimento da leitura é extremamente importante, pois é a partir das expressões e hábitos cotidianos (dos que as rodeiam) que a criança realiza o entendimento desse universo desconhecido. (ARAÚJO, 2016, p.1, apud, KLEIN, 2018) 

É na escola que os alunos devem conhecer os diferentes gêneros textuais e expôr-los, não basta ler, é preciso desmistificar o texto, interpretar suas ideologias, e criar a partir dele, os educandos precisam perceber a utilização do texto informativo em jornais, o texto instrutivo nas receitas, pois reconhecer os textos nas diferentes situações do dia a dia que a criança consegue significar a leitura e compreender a sua importância. 

Os gêneros devem ser entendidos não como formas de estanques, mas como processos dinâmicos. Assim, o que interessa não é considerar como são descritos, mas como funcionam na prática, uma vez que “fazem as coisas acontecerem” ao dar forma ao modo como entendemos o mundo. (FESTINO, G. Cielo, OLIVEIRA, Marilia Fatima de, p.7, 2016) 

Cabe ainda ao grupo escolar, promover, orientar e cobrar a participação dos pais, como também dos alunos nos projetos de leitura. Não é possível iniciar um projeto obter algum resultado e após um tempo, deixá-lo morrer, a leitura é ativa e assim deve se apresentar nas escolas, o exemplo deve partir de todos os presentes na dinâmica escolar, o que significa os estudantes perceberem direção, coordenação, professores e agentes educacionais envolvidos com a leitura.

Alguns dos projetos de leitura mais presentes nas escolas brasileiras, são os ditos “horários de leitura”, onde todos os estudantes, durante um determinado tempo, em média de quinze a quarenta e cinco minutos, leem, o material para leitura é disponibilizado pela escola. Ou se o aluno preferir pode levar algum livro de casa. Outro projeto muito famoso são as chamadas “Sacolas ou Malas Viajante”, como já diz o nome, dentro de uma sacola ou mala o aluno leva para seu lar livros para ler em família. Não muito raro e bem idealizado, em algumas escolas os alunos com as melhores notas das turmas ganham um livro como incentivo.

Família, escola e governo devem representar através de suas falas e principalmente através de suas atitudes como o ato de ler é prazeroso, a ideia que se tem da leitura como punição para os maus alunos deve ser desmistificada e esquecida. É direito da criança ter acesso ao conhecimento e diversão proporcionados pelos livros, como também, explorar os diferentes gêneros textuais e receber estímulos a leitura durante toda sua trajetória escolar.

ANÁLISES DOS DADOS OBTIDOS NA PESQUISA DE CAMPO 

Esse capítulo destina-se a relatar a metodologia da pesquisa desenvolvida durante a construção do presente artigo, como também expor os resultados alcançados por ela. É válido lembrar que todo o projeto foi adaptado para ser desenvolvido em meio a pandemia do novo “Corona Vírus”. 

Com o intuito de investigar os benefícios da leitura infantil, foi desenvolvido após inúmeras considerações um questionário objetivo na plataforma do “Google Forms” e também no programa “WordPad”. Para responder esse questionário, foram convidados alguns pais da “Mary Exton Primary em Hitchin” e “Cathedral School of St Peter and St John” em Manchester, localizadas na Inglaterra, e também alguns pais que atuam na rede pública de seus países. 

Foi através de uma palestra dentro da disciplina de “Literatura Inglesa ll”, ofertada pela Faculdade de Ampére – FAMPER que nos foi apresentado o incentivo que os leitores da Inglaterra recebem. A mesma palestrante foi quem auxiliou o envio do questionário para a escola de Hitchin. Já a escola do Brasil foi escolhida pois é reconhecida por desenvolver diversos projetos que colaboram para o desenvolvimento de seus alunos, ela apresentou-se receptiva com a pesquisa, disponibilizando o contato direto com os pais através de grupo de conversa no aplicativo “WhatsApp”. 

O questionário estruturado foi escolhido por facilitar a participação dos colaboradores que devido a pandemia encontravam-se sobrecarregados com o trabalho e família. Outro fator considerado para a seleção das respostas de forma objetiva, foi a dificuldade que os participantes brasileiros tiveram ao trabalhar com o programa “WordPad”. Antes de responder o questionário os colaboradores conheceram o objetivo da pesquisa, como também lhes foi solicitado respostas de acordo com a realidade. 

Se fez necessário transcrever o questionário de Hitchin para o inglês, entretanto, as perguntas foram as mesmas enviadas para os pais do Brasil, pois o objetivo central foi identificar os ganhos e percas que as crianças tem quando estimuladas a ler desde cedo. Após a devolutiva do questionário, chegou-se as seguintes respostas:

Questão 1: Com qual idade seu filho disse as primeiras palavras? 

Conclui-se que: as crianças analisadas no Brasil aprenderam a falar mais cedo do que as crianças da Inglaterra, porém essa diferença é amenizada quando observa-se que há uma grande desigualdade com relação ao desenvolvimento da fala a partir de um ano e cinco meses, 40% das crianças brasileiras iniciam a falar com essa idade, enquanto na Inglaterra a porcentagem obtida foi zerada. 

Questão 2: Com que idade seu filho (a) foi capaz de construir frases curtas?

Obserou-se que nesse quesito, que as crianças brasileiras levaram vantagem, 60% dos entrevistados brasileiros responderam que seus filhos foram capazes de construir frases a partir de um ano, enquanto na Inglaterra a porcentagem ficou entre 10%. Ambos os países estão consideravelmente dentro da “média” esperada para o desenvolvimento da fala infantil. 

Questão 3: Com qual idade seu (a) filho(a) ganhou o primeiro livro?

A diferença apresentada através das perguntas de número (3) é alarmante, 90% das crianças inglesas ganham o seu primeiro livro ainda na gestação, enquanto no Brasil, esses números caem para 20%. Em média, as crianças brasileiras ganham seu primeiro livro de leitura entre um e três anos de idade, infelizmente, as percas são significativas, o vocabulário torna-se restrito ao do contexto familiar e o contato com o livro acabada sendo postergado e não tão bem desenvolvido, já que a fase sensorial acaba sendo enfraquecida. Os livros devem proporcionar as mais diversas experiências e quanto mais cedo a criança tiver contato com eles, mais ricas serão suas experiências. 

O acesso ao livro no Brasil precisa tronar-se acessível e democrático, se as famílias não dão a devida importância a leitura, se faz necessário dialogar com elas, se o problema for os recursos financeiros para promover a prática, é necessário investir em bibliotecas públicas com mais materiais infantis e incentivar a prática da musicalização e da contação de histórias orais. 

Questão 4: Quantos livros seu filho (a) lê por mês?

Percebe-se que ás crianças da Inglaterra leem consideravelmente mais do que as do Brasil, essa diferença possivelmente se dá pelo incentivo precoce a leitura que os pequenos recebem ainda durante a gestação, na cidade de Hitchin é durante o Pré-Natal que as crianças recebem o seu primeiro livro de leitura, esse incentivo parte da importância que o governo encara a leitura, pois a oferta dos livros é totalmente gratuita.

Questão 5: Com que frequência você participa dos momentos de leitura de seu(a) filho(a)? 

Há uma grande diferença entre os países na colaboração familiar para o incentivo à leitura. As famílias inglesas são mais participativas nos momentos de leitura de seus filhos, 67% dos entrevistados responderam que contribuem diariamente na leitura de seus filhos, enquanto no Brasil esse número cai para 40%. A diferença fica mais alarmante quando 40% dos pais brasileiros afirmam que apenas uma vez no mês costumam ler com seus filhos. 

Reconhecida a influência dos pais no incentivo à leitura dos filhos, percebese quanto é necessário o trabalho com as famílias brasileiras no intuito de que reconheçam sua responsabilidade na formação leitora dos filhos, é preciso trazer as famílias brasileiras para dentro das escolas e trabalhar com elas formas de se manterem presentes nesse processo.

Questão 6: Você acredita que seu filho (a) tenha o gosto pela leitura?

Em ambos os países quase 100% dos pais acreditam que seus filhos gostem de ler. Essa conclusão baseia-se na observação que os adultos tiveram enquanto seus filhos realizavam momentos de leitura, enquanto lê a criança, explora todo seu potencial imaginativos e passa a compreender melhor o mundo em que estão inseridas, quando a leitura chega em seu auge, a criança diverte-se e sorri, pois sente prazer no que faz. 

Entretanto, outras tantas pesquisas afirmam que as crianças brasileiras detestam ler e só fazem isso porque são obrigadas, sondando a realidade, constata-se que os alunos não gostam de ler quando essa é apresentada como forma de punição e sem nenhuma ludicidade. A leitura deve ser apresentada para os pequenos através da magia, ela deve ser diária e conter muitos significados. 

Questão 7: A escola que seu filho (a) frequenta promove algum trabalho para incentivo da leitura?

A participação escolar é muito presente na formação de leitores infantis, é nela quem vem inserido os alunos no mundo da leitura e demonstra como ela está presente no dia a dia dos estudantes. Essa função que as instituições de ensino cumprem é de suma importância, pois as crianças acabam compreendendo a influência da leitura nas suas vidas e o ato de ler torna-se essencial. 

Mesmo a produção de uma literatura exclusiva para o público infantil ser recente, muito se evoluiu no quesito graças a participação ativa das escolas que tem se desdobrado para tentar tornar a leitura mais interessante e atrativa para os pequenos. 

Questão 8: A escola que seu filho (a) frequenta cobra de alguma forma a leitura dos alunos? 

É importante ressaltar que com essa pergunta, objetivou-se descobrir se as escolas cobram a devolutiva das leituras de seus alunos. Como já mencionado, para os participantes ingleses as perguntas foram traduzidas para a sua língua, observouse através das respostas que a grande maioria não compreendeu o sentido da pergunta através da tradução realizada. 

Portanto, serão destacadas as informações brasileiras, 60% das respostas afirmaram que sim, a escola coleta a contribuição do texto na vida da criança, o que de fato deve ser realizado. Questionando a criança e a família sobre a leitura, a escola demonstra-se presente e participativa no processo. 

Questão 9: Vocês família, responsáveis pela educação da criança, como classificam o nível de dificuldade que a criança possui referente a aprendizagem escolar? 

Através das respostas obtidas é possível afirmar que a leitura influencia no rendimento escolar, e é aceitável dizer que as crianças da Inglaterra leem muito mais que as do Brasil, essa desigualdade só não foi maior devido os resultados obtidos, onde os pais tornam sólida a ideia que as crianças gostam de ler. 

Induz-se que quanto mais as crianças leem, maiores serão suas facilidades na jornada escolar, lendo a criança desenvolve a capacidade de concentração e também de interpretar, qualidades essas essenciais para todas as disciplinas. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção de um perfil leitor denota tempo e muita dedicação, o processo é facilitado quando todos em contato com a criança participam. Incentivar a leitura não requer investimentos financeiros, apenas tempo. Impossível é não interligar as palavras progresso, desenvolvimento e exemplo quando se pensa em literatura infantil. 

As preferências literárias dos pequenos leitores é fruto das necessidades que apresentam-se a ele durante seu desenvolvimento, a criança busca e identifica nos personagens fictícios os mesmos dilemas que enfrenta, na angústia de tentar encontrar respostas e soluções para os problemas da vida real. 

Portanto, é a partir da leitura que a criança compreende e interage com o mundo a sua volta, além de compreender seu papel na sociedade. A criança que lê ou escuta histórias, possui um vocabulário extenso, boa comunicação, facilidade ao se expressar e ao lidar com suas emoções, além é claro de ser mais criativa. 

A escola possuí papel fundamental para a formação de leitores, entretanto, não é a única responsável por isso. A família deve incentivar as crianças a ler e isso pode iniciar muito cedo através de diálogos e cantigas, sempre que família e escola trabalham juntas no incentivo à leitura, quem sai ganhando é a sociedade. É importante também, delegar ao governo suas atribuições, os projetos de incentivo à leitura necessitam mais respaldados financeiros e de fato atender todas as escolas brasileiras. 

Muito tem que se fazer para instaurar no Brasil a cultura leitora como observase na Inglaterra e a mudança deve iniciar já. A escola é quem tem capacidade de fazer a diferença e desenvolver projetos que envolvam a leitura de forma dinâmica e atrativa para os estudantes, a leitura precisa ser integrada no dia a dia escolar sem ser maçante e sem ser encarada como punição. 

O lúdico deve ser incrementado nos projetos de leitura, deve estar presente nas contações de história e na prática da leitura, fantasias e fantoches. Devem fazer parte do cotidiano escolar, pois só assim os níveis da educação brasileira irão conseguir se fortalecer e os primeiros passos na formação de um país leitor serão dados. 

As pesquisas afirmaram que o Brasil não é um país leitor, pois não existem políticas públicas suficientes para o incentivo da leitura, os pais das crianças como foram ensinados numa cultura não leitora, acabam não percebendo como a leitura infantil influencia na vida adulta. Entretanto, as escolas vem relutando e desenvolvendo com as crianças o hábito da leitura.

Poucos livros proporcionam respostas, a maioria deles nos trazem perguntas e reflexões. Uma incrível viagem pelo mundo da fantasia e da imaginação, esse é o mundo que as crianças precisam para criar o hábito da leitura e todos os adultos responsáveis por elas devem buscar e garantir esse direito.

Esta porta pode parecer um erro do arquiteto, mas não é

No Mosteiro de Alcobaça em Portugal, construído no ano 1178, encontra-se uma porta de 2 metros de altura e apenas 32 cm de largura, considerada a porta mais estreita do mundo. Chamada de Porta Pega-Gordo, seu curioso design tinha como objetivo como o nome indica, não deixar passar os monges que engordaram demais, pois esta porta era a única entrada para a cozinha onde os alimentos eram servidos, então para que pudessem entrar, teriam que emagrecer, Era uma ordem. 



Relógio de Sol analêmico

 RELÓGIO DE SOL ANALÊMICO: MÉTODO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR

Neste trabalho serão apresentados os resultados da utilização do relógio de sol analêmico como um importante método didático, uma ferramenta de auxílio no processo de ensino-aprendizagem de conceitos básicos de Física e Astronomia. Os relógios foram construídos em escolas públicas do Norte e Noroeste Fluminense, onde várias atividades foram desenvolvidas com as turmas envolvidas na pesquisa. O relógio de sol analêmico ou relógio de interação humana é uma forma didática lúdica de difundir a Física desde as séries iniciais do ensino fundamental. Este relógio é constituído de uma marcação em forma de elipse, onde se localizam as horas e outra que indica a posição do gnomo, cuja sombra servirá como o ponteiro do relógio. Neste caso o gnomo é um estudante que participa ativamente do processo de ensino-aprendizagem. O relógio é desenhado no pátio da escola. As atividades realizadas são divididas entre a sala de aula e o pátio. No pátio são realizadas a maior parte das atividades, o aluno tem a oportunidade de observar ao seu redor as mudanças aparentes da posição do Sol. O que dificulta a utilização deste recurso didático é o complexo processo de construção. Para auxiliar na sua construção foi desenvolvido um gabarito, ou seja, um modelo do relógio de sol analêmico. O projeto alcançou resultados satisfatórios, os quais demonstram o quanto o relógio de sol analêmico pode ajudar a aguçar a natureza investigativa do aluno.

INTRODUÇÃO 

 A escola é um espaço destinado para auxiliar na compreensão do mundo. Os alunos vão para as escolas levando uma enorme bagagem cultural conquistada através dos meios de comunicação e da sociedade, estes já possuem várias teorias pré-estabelecidas, cabe à escola aproveitar estas informações para aprofundar o conhecimento deste aluno, aguçando sua curiosidade, e eliminando determinadas dúvidas ou distorções do assunto. 

As aulas precisam ser elementos de motivação, fazendo despertar no aluno a vontade de aprender o conteúdo que está sendo abordado. Uma boa aula não pode ser centrada no modelo “quadro-giz” (KAWAMURA e HOSOUME, 2003), ela tem que fazer o estudante questionar, discutir e refletir, para assim ocorrer a aprendizagem. 

A FÍSICA NA ESCOLA 

A Física é uma disciplina que está enfrentando grandes dificuldades na sua difusão. Sua abordagem fica centrada no ensino médio, onde os alunos que praticamente nunca tiveram contato com esta, sentem muita dificuldade com o desenvolvimento do conteúdo. 

O ensino de Física não pode ocorrer apenas no Ensino Médio, ele tem que ser iniciado no Ensino Fundamental, para que nesta fase seja formada uma base para os conteúdos que serão apresentados nas séries futuras. Neste momento a Física deve abordar fatos do cotidiano motivando o aluno para assim conservar sua curiosidade e desenvolver seu raciocínio.

Mesmo que uma criança das primeiras séries ou pré-escola não estude física como o tal, essa criança está formando suas estruturas de raciocínio lógico a partir do contato com a natureza e o cotidiano. Como Piaget em sua teoria dos estágios do desenvolvimento cognitivo, quanto mais rico e bem organizado esse ambiente, melhor a criança estará apta para o desenvolvimento do pensamento abstrato quando posteriormente for induzida formalmente ao estudo das ciências. (CHAVES e SHELLARD, 2005a) 

A Astronomia está disseminada no cotidiano dos alunos, por exemplo, através de filmes e reportagens, e estes podem causar nos estudantes dúvidas e enganos conceituais. Faz-se, portanto, necessário que a escola faça esta correção conceitual nas salas de aula, para ajudar ao estudante a compreender vários aspectos astronômicos envolvidos em seu dia-a-dia (MORETT et. al., 2010).

Estas correções, em sua maior parte, têm que ser realizadas no período do ensino fundamental.

O Ensino Fundamental é muito importante para a formação do cidadão, pois além de ser onde está a maioria dos estudantes é onde a maior parte dos conteúdos é apresentado aos aluno (CARVALHO, 1998). 

Um recurso pedagógico para que a Astronomia possa ser apresentada de forma mais atraente para os alunos, é o relógio de sol. Este aproxima aluno e natureza, fazendo com que o estudante passe a observar e compreender seu ambiente (MORETT et. al., 2011). De acordo com Moreira (2000), os estudantes da educação básica têm que dar início ao ensino de Física para compreender o mundo, e não para iniciar a formação científica.

 Para que o ensino de Física ocorra de maneira satisfatória, é necessário que a escola procure alternativas que aproximem professor e aluno, e façam do processo ensino-aprendizagem um momento gratificante para as partes envolvidas, onde o aluno tem que ser o foco principal. Para isto é necessário “criar alternativas e ferramentas que auxiliem o professor, promovendo ao máximo o crescimento cognitivo do aluno” (MORETT e SOUZA, 2009).

FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS

 As ferramentas pedagógicas são recursos empregados para auxiliarem no trabalho docente, estas ajudam no processo de ensino-aprendizagem, propiciando ao aluno a visualização dos conceitos abordados nas salas de aula. Estes recursos desenvolvem discussões, aumentando o diálogo professor-aluno, abrindo as portas para questionamentos e reflexões.

A utilização destas ferramentas atrai os alunos, motivando-os e instigando-os, fazendo com que o ritmo da aula seja modificado.

 É necessária uma diversificação das estratégias de ensino e, principalmente, a criação de ambientes de aprendizagem que propiciem a argumentação dos alunos em aulas, pois essas interações professor-aluno e aluno-aluno são as condições básicas para o aprendizado de diversas linguagens científicas. (CHAVES e SHELLARD, 2005b)

Quando se trata dos conceitos de Física em qualquer que seja o nível de ensino sempre tem que ser considerada a experimentação:

Privilegiando-se o fazer, manusear, operar, agir, em diferentes formas e níveis. É dessa forma que se pode garantir a construção do conhecimento pelo próprio aluno, desenvolvendo sua curiosidade e o hábito de sempre indagar, evitando a aquisição do conhecimento científico como uma verdade estabelecida e inquestionável. (BRASIL, 2002a)

Uma ferramenta simples, de caráter interdisciplinar, lúdico e que possibilita uma participação ativa de estudantes e demais pessoas para as quais for apresentado é o relógio de sol analêmico. Este em sua versão mais simples pode ser construído utilizando-se giz em qualquer área que receba a incidência da luz solar.

 INTERDISCIPLINARIDADE

A interdisciplinaridade é a interação de conteúdos entre várias disciplinas gerando um novo saber diante de uma dada questão.

Competências em Física para a vida se constroem em um presente contextualizado, em articulação com competências de outras áreas, impregnadas de outros conhecimentos. (BRASIL, 2002b)

Através da interdisciplinaridade o aluno percebe que não existe uma disciplina ou um conteúdo superior ao outro, todos coexistem e estão relacionados ao seu cotidiano. 

A demanda pelo interdisciplinar não é meramente acadêmica ou um privilégio científico, mas, acima de tudo, é uma demanda social. Ela parte da sociedade, de um modo geral, que reclama soluções para os problemas gerados pelo desenvolvimento. Estamos diante de setores da comunidade como o dos profissionais e estudantes, que reivindicam melhor preparo e formação, e as ciências, em especial, que em determinados momentos e aspectos tiveram seu desenvolvimento perturbado pela excessiva especialização. Tais demandas exigem uma preocupação com a formação global do homem, a superação de sua visão fragmentada e o desenvolvimento de uma visão interdisciplinar do mundo (Japiassu, 1976). (PIERSON e NEVES, 2010). 

Um valioso método interdisciplinar é a utilização de relógios de Sol analêmico, seja como instrumento de divulgação científica, ou como ferramenta pedagógica, permite que sejam apresentados aos estudantes e ao público em geral noções básicas de Astronomia, Física, Matemática, Geografia, História, entre outros. Dentro deste contexto interdisciplinar é que se trabalhou, buscando a forma mais ampla deste termo, o relacionamento entre as disciplinas e o cotidiano dos alunos.

 RELÓGIOS DE SOL

Desde as mais primitivas civilizações, a sombra de objetos é usada como instrumento de indicação da passagem do tempo durante o dia. A sombra desloca-se ao longo do dia devido ao movimento de rotação da Terra, movimento em que o planeta gira em torno de seu eixo imaginário (PROGRAMA AEB ESCOLA, 2011a). Assim, o relógio de sol mede a passagem do tempo pela observação da posição do sol.

Um relógio é composto por um indicador das horas, um ponteiro e um conjunto de engrenagens que vão fazê-lo funcionar. O Relógio de sol também é composto de um indicador das horas e um ponteiro, mas o conjunto de engrenagens será substituído pelo nosso Sol (CANALLE, 2010)

Com o passar dos séculos, em torno dos gnomos passaram a ser desenhadas marcações simbolizando as unidades de tempo (minutos e horas), assim pode-se observar a passagem do tempo com relativa precisão e com o desenvolvimento da trigonometria pelos matemáticos gregos as marcações que indicavam as horas passaram a ser determinadas, não mais somente através da geometria, mas também aritmeticamente. Isto permitiu, ao longo dos séculos, o desenvolvimento dos mais sofisticados relógios de Sol (SOUZA et. al., 2003).

 Tabela 01: Alguns tipos de relógios de sol.


RELÓGIO DE SOL ANALÊMICO

 O relógio de sol analêmico ou de interação humana é um modelo de relógio solar no qual a posição do gnomo é variável ao longo do ano, desta forma a função do gnomo pode ser exercida por uma pessoa, bastando para isto, que esta se posicione no local indicado de acordo com o mês do ano.

Este relógio possui duas escalas: a das horas em formato de elipse e a que indica a posição do gnomo de acordo com os meses do ano (no centro da elipse). A figura 06 contém a representação deste. 


Figura 06: Descrição do modelo do relógio de Sol analêmico.

 O Analema

O analema é uma figura semelhante ao algarismo 8 que se obtém marcando a extremidade da sombra de um gnomo ou tirando fotografias da posição do Sol e sobrepondo-as. Estes métodos para a definição do analema têm que ocorrer sempre na mesma hora e local durante o ano, para que se evidencie o movimento aparente do Sol (OAL, 2011). 


Figura 07: Esquema do analema solar (posicionamento do sol no decorrer do ano).

 
O analema ocorre por dois motivos: pelo fato de o eixo de rotação da Terra ser inclinado em relação ao plano de sua órbita ao redor do Sol e por sua órbita ser elíptica e não circular, fazendo, de acordo com a Lei de Kepler, que a velocidade da Terra em sua órbita seja maior com a proximidade do Sol (PESSANHA et. al., 2010). 

As variações da posição aparente do Sol que formam o analema também originam modificações na formação das sombras ao longo de um ano. Uma forma de corrigir possíveis erros ocasionados por estas modificações é efetuar ajustes na posição do gnomo de acordo com o mês do ano. Por isso, o relógio de Sol analêmico prevê diferentes posicionamentos do gnomo.  

A Latitude

 A latitude é o ângulo formado pela posição de um determinado ponto e o plano equatorial, esta varia de 0 a 90° Norte e de 0 a 90° Sul, medidos a partir do equador (ATLAS ESCOLAR E DIDÁTICO, 2010). 

A latitude influencia diretamente na elaboração do relógio de sol analêmico, ela define o ângulo de incidência solar de determinado local.

 O Gnomo

Em um relógio de Sol, o gnomo, é o objeto que ao incidir sobre ele iluminação solar, ocasionam sombra sobre o solo, e esta é utilizada como o ponteiro do relógio.

Como no relógio de sol analêmico a posição do gnomo é variável ao longo do ano, a função do gnomo pode ser exercida por uma pessoa, bastando para isto que se posicione no local indicado de acordo com o mês do ano.


Figura 08: Descrição de um gnomo solar

Software para Determinação das Marcações do Relógio de Sol Analêmico

Na construção do relógio de Sol analêmico uma série de cálculos é necessária. Assim, foi utilizado o software R.S.A., em sua versão 3.0. Este software realiza os cálculos necessários para a construção de relógios de sol analêmicos gerando as medidas para as marcações. O software R.S.A. foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da UENF, Universidade Estadual do Norte Fluminense (RSA, 2010).

O aplicativo possui uma tela de fácil utilização, permite a impressão dos dados obtidos e disponibiliza conteúdos teóricos sobre os conceitos envolvidos na construção de um relógio de Sol analêmico. A figura 09 apresenta uma imagem capturada da tela principal do software.


 Figura 09: Imagem capturada da tela inicial do software.
 
Durante o uso, deve-se fornecer ao software a latitude do local onde o relógio de sol será construído. 

Outro dado que tem que ser fornecido ao aplicativo é o tamanho em metros estimado do semi-eixo maior que terá a elipse que forma o relógio. De posse destes, o software efetua todos os cálculos necessários para gerar os dados para a construção do relógio de sol analêmico. Na tabela 02, tem-se os dados para semi-eixos maior de 4, 6 e 8 metros (estes dados foram realizados com a latitude de Campos dos Goytacazes-RJ).

Tabela 02: Dados do software R.S.A. para semi-eixos de 4, 6 e 8 metros.

 O software apresenta os resultados dos cálculos em duas tabelas: os ângulos horários e a escala de posicionamento do gnomo ao longo do ano.

De acordo com os aspectos apresentados, este projeto foi realizado com o intuito de incrementar o processo de ensino-aprendizagem por meio da utilização do relógio de sol analêmico, colocando o aluno no centro do processo de ensino aprendizagem, desenvolvendo o trabalho em grupo, aumentando assim a socialização deste aluno e realizando a interação professor-aluno-aprendizado. Esta interação ocorre de forma lúdica, o que é agradável para todas as partes envolvidas.

JUSTIFICATIVA 

Este projeto de pesquisa se justifica pelo fato do crescente distanciamento entre professor-aluno-aprendizado, quadro que tem que ser modificado, desta forma faz-se necessária a utilização de projetos que venham auxiliar o trabalho do professor no desenvolvimento metodológico aproximando o cotidiano do aluno e o conteúdo abordado de maneira a aguçar a natureza exploratória destes estudantes e motivá-los.

OBJETIVOS

Neste trabalho o principal objetivo foi investigar o processo de ensinoaprendizagem por meio da utilização do relógio de sol analêmico e assim concretizar um instrumento pedagógico de ensino. Assim:

  - Identificar nos livros didáticos, conteúdos que podem ser trabalhados com o auxílio do relógio de Sol. 
- Desenvolver um gabarito do relógio de Sol analêmico para facilitar sua elaboração. 
- Desenhar o relógio de Sol em unidades escolares. 
- Desenvolver e aplicar atividades junto aos professores e às turmas envolvidas.

METODOLOGIA DA PESQUISA 

Os relógios de sol podem ser desenhados no pátio das escolas. O pátio deverá passar por uma observação para seleção da área de maior incidência solar, assim foi definido onde o relógio seria aplicado. 

DEFINIÇÃO DO PONTO CARDEAL SUL 

Para que o relógio de sol funcione ele tem que ser construído na direção norte-sul, pois esta é a direção da sombra, já que o movimento aparente do Sol ocorre na direção leste-oeste. 

Na localização da linha norte-sul utilizou-se o fio de prumo (PROGRAMA AEB ESCOLA, 2011b). 

Construção e Utilização do Fio de Prumo 

O fio de prumo é muito utilizado na construção civil para verificar a verticalidade ou aprumo do elemento que está sendo construído. Aqui o fio será utilizado para a localização do ponto cardeal sul. Um método simples para sua construção está descrito na tabela 03. 

Tabela 03: Método para construção de um fio de prumo

Figura 10: Fio de prumo construído para a localização do ponto cardeal Sul.

 Após a montagem do fio de prumo, pode ser localizado o ponto cardeal Sul, para tal coloca-se o fio de prumo em um local plano e que possui incidência solar durante o dia inteiro. Na tabela 04, constam as etapas para utilização deste.

Tabela 04: Localizando o ponto cardeal Sul pelo fio de prumo. 

UTILIZANDO O SOFTWARE R.S.A. 

O software R.S.A. forneceu os dados necessários para a construção dos relógios de sol analêmicos. 
Para a elaboração dos dados foi fornecido ao aplicativo a latitude da cidade onde o relógio seria construído. Na tabela 05, estão estes dados.  

Tabela 05: Latitudes para o desenvolvimento dos dados pelo aplicativo RSA. 
Cidade - Latitude 
Itaocara - 21°40’09” 
Campos dos Goytacazes - 21°42’02”  

Devido à semelhança entre os dados fornecidos pelo software R.S.A. para as duas latitudes utilizou-se a latitude de Campos dos Goytacazes para a elaboração dos relógios. 

Outro dado fornecido ao programa foi o tamanho escolhido para o semieixo maior do relógio (3m). Assim, o software gerou os dados apresentados nas tabelas 06, 07 e 08, onde estão: tamanho, escala de localização do gnomo e os ângulos horários. 

Tabela 06: Dados referentes ao tamanho da elipse que forma o relógio de sol analêmico. 
Tamanho do semi-eixo maior (m) = 3
Foco maior (m) = 2,79
Semi-eixo menor (m) = 1,11 

Como o sol descreve o analema, em cada época do ano, o gnomo localizase em um local diferente no relógio solar analêmico.

..............DEPOIS CONTINUO..........