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No mundo globalizado, nos deparamos com um consumismo exagerado na aquisição de bens de consumo por parte de todas as populações e, com isso, acabamos produzindo uma quantidade enorme de lixo por habitante, cujo destino final nem sempre é o adequado pelos governos e políticas de saúde dos países. Estudos revelam que 30% do lixo produzido no Brasil, são jogados nas ruas sem nenhuma preocupação por parte da população, isto acaba ocasionando problemas sérios e graves ao meio ambiente que afetam a todos nos grandes centros urbanos. Problemas como: entupimento de bueiros e galerias pluviais pode causar doenças transmitidas pela água contaminada que tem dificuldade de escoar, propiciando doenças como: cólera, hepatites, leptospirose, dengue entre outras. A contaminação do solo também é um indicativo importante para surgimento de outras doenças na população, cuja transmissão ocorre predominantemente por animais sinantrópicos como: roedores, insetos, aranhas entre outros. É importante que tenhamos uma responsabilidade ambiental no sentido de mudar paradigmas, nos cerceando de conscientização coletiva, para mudança de hábitos nas pessoas, para que possamos melhorar a nossa qualidade de vida com atitudes como:
-Realizar coleta seletiva de lixo em: indústrias, residências, serviços de saúde, restaurantes e Instituição de longa permanência para idosos entre outros; -Utilizar materiais recicláveis na construção civil; -Estimular o surgimento de cooperativas com inclusão de catadores de materiais recicláveis; -Preservar e recuperar áreas verdes; -Estimular a agricultura urbana; -Usar copos individuais nos locais de trabalho.
Com estas atitudes individuais, conseguiremos alcançar o objetivo de um meio ambiente mais saudável e agradável para futuras gerações, isentando-as de acometimento por doenças e complicações destas, que podem evoluir para mortes, decorrentes do desrespeito ao solo urbano e rural , no qual estamos vivenciando atualmente.
VAMOS SUPERAR A ERA DO DESPERDÍCIO E TRANSFORMAR O LIXO EM RECURSO?

sábado, 5 de outubro de 2024

As emoções são uma parte natural da vida das crianças, assim como dos adultos e idosos


Durante a infância, o cérebro está em desenvolvimento e as áreas responsáveis pelas emoções e pelo social estão amadurecendo. Por isso, é importante que as crianças aprendam a reconhecer e expressar as suas emoções, para que possam lidar com elas de forma saudável.




Os sentimentos são sensações corporais próprias dos seres humanos; porém, a nomeação desses sentimentos é algo aprendido e possui origem social. Ou seja, há uma distinção entre sentir e nomear sentimentos (Skinner, 1974). Quando nos tornamos capazes de identificar nossas próprias emoções, cria-se a possibilidade de inferirmos o sentimento de outra pessoa frente à determinada situação (Skinner, 1978).

O papel dos responsáveis pelo desenvolvimento das emoções é considerado de grande importância, visto que estes respondem às emoções das crianças e são modelos para elas (Zahn-Waxler, Klimes-Dougan e Kendziora, 1998). As práticas que estimulam este desenvolvimento são nomeadas Socialização Emocional Parental (SEP), sendo relacionadas aos conceitos de saúde mental, regulação emocional e competência social futura (Lukenheimer, Shields, & Cortina, 2007).

Algumas práticas importantes da SEP são mostrar abertura à expressão de emoções das crianças, sejam estas positivas ou negativas (Hastings, Rubin, & DeRose, 2005) e conversar com frequência a respeito das emoções. Desta forma, é possível gerar níveis mais altos de competência social e menos problemas de comportamento. Já alguns fatores interferem de modo negativo no desenvolvimento e regulação emocional infantil, como a invalidação ou críticas referentes à emoção expressada pela criança (Denham, Mitchell-Copeland, Strandberg, Auerbach, & Blair, 1997).

A habilidade de identificar e expressar emoções tem sido relacionada com a competência social (Del Prette & Del Prette, 1999; Eisenberg, Fabes, & Murphy, 1996), em razão de ser considerada pré-requisito para outras habilidades, como a empatia (Falcone, 1998). A experiência interpessoal também é apontada, sugerindo que esta pode maximizar a habilidade de identificar e nomear emoções (Eisenberg & cols., 1996). Muito estudada por psicólogos e educadores, a competência social é um indicador considerado bastante preciso do ajustamento psicossocial e de um desenvolvimento positivo, enquanto que um baixo repertório social pode ser um indicador ou até um sintoma de problemas psicológicos (Del Prette & Del Prette, 2013).

Para lidar com as demandas atuais, é necessário que, desde a infância, seja estimulado o desenvolvimento de um repertório cada vez mais variado de habilidades sociais, entre estas o autocontrole e a expressividade emocional, que dizem respeito principalmente ao reconhecimento e à nomeação de sentimentos, expressão de emoções e saber lidar com os próprios sentimentos (Del Prette & Del Prette, 2013).

Tendo em vista que a escola é um espaço privilegiado para promover o desenvolvimento social das crianças, um colégio particular da cidade de Porto Alegre (RS) conta com uma série de projetos que buscam desenvolver habilidades sociais relevantes nos seus alunos. A meta é que os estudantes mantenham relações sociais mais saudáveis com os demais, enfrentem as demandas do meio social de forma adaptativa e tenham um rendimento acadêmico mais positivo. As atividades são realizadas por meio do currículo socioafetivo desenvolvido pela escola, onde as relações interpessoais, as emoções, a identidade e a autoestima são contempladas nas práticas educativas, evitando o enfoque apenas na dimensão cognitiva dos alunos (Chem & cols., 2007). Assim, neste relato serão apresentadas vivências com duas turmas de primeiro ano ao longo de sete meses, com encontros semanais de 50 minutos, onde são trabalhados autocontrole e expressividade emocional.

Relato de experiência
Inicialmente, buscou-se compreender o que as turmas sabiam a respeito de sentimentos, quais conheciam ou já haviam experienciado. Neste momento, tudo o que as crianças mencionavam era escrito no quadro, pois permitia a visualização e a organização do que era trazido pelos alunos.

Objetivando que as crianças pudessem reconhecer suas próprias emoções, foi entregue a cada um uma folha com a pergunta "Como estou me sentindo?", para que desenhassem como se sentiam naquele momento. Algumas crianças optaram por desenhar apenas seu rosto e expressão facial, enquanto outras lançaram mão de outras partes do corpo para mostrar o que sentiam.

No encontro seguinte, os alunos receberam uma folha com cinco círculos, nomeados por sentimentos (raiva, medo, alegria, tristeza e surpresa), e foi proposto que desenhassem dentro do círculo como ficava o seu rosto quando sentiam cada uma daquelas emoções. Após a realização da atividade, as crianças tiveram a oportunidade de expressar um sentimento com o rosto para o restante da turma adivinhar qual era. Grande parte das crianças demonstrou interesse em participar, mostrando-se muito animadas com a atividade.

Dando início ao trabalho sobre felicidade, foi lido para as turmas o livro "Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz". Ao longo da leitura, foram feitas pausas para discutir com as crianças, percebendo-se que elas se identificaram com muitas situações mencionadas no livro. Posteriormente, foram questionados sobre o que os deixa felizes na escola.

Para trabalhar sobre medo, as crianças foram questionadas a respeito do que elas têm medo e que estratégias utilizam para lidar com este sentimento. Surgiram diversas situações, como o medo do escuro, de helicóptero, elevador, vacina, medo de que aconteça algo com a sua mãe, entre outros. À medida que as crianças falavam, os colegas pensavam em maneiras para lidar com a situação. Além disso, foi utilizado o livro ilustrado "Quando sinto medo" como recurso para exploração do tema, pois, segundo Friedberg e McClure (2004), atividades que envolvam histórias são um modo eficaz de trabalhar com as emoções. Os autores acrescentam ainda que, durante a leitura, é recomendado conversar com as crianças a respeito do que estão compreendendo, assim como os sentimentos percebidos nos personagens da história.

A fim de introduzir o sentimento tristeza, utilizou-se o livro "Estou triste". Os alunos se identificaram com situações ao longo da leitura, e contaram histórias pessoais nas quais se sentiram tristes. Além de relatar suas vivências, foi proporcionado que pensassem em maneiras de lidar com este sentimento. Pode-se usar como exemplo a fala de um menino, que ao contar sobre a falta que sentia do avô, já falecido, chorou muito. Neste momento, os colegas se mobilizaram na busca de ideias para amenizar a saudade e tristeza que ele sentia, e toda a turma elaborou um cartaz com maneiras pensadas por eles para lidar com estes sentimentos.

Considerações Finais
Sabe-se que as crianças, ao mesmo tempo em que desenvolvem a inteligência, também evoluem em fatores como a socialização e a afetividade (Piaget, 1994). Neste sentido, sendo as relações interpessoais essenciais para o desenvolvimento humano, uma educação completa deve contemplar os níveis cognitivo, emocional e moral, visando ampliar a competência social (Morales, 2009). Portanto, visto que a escola é um local onde as crianças passam grande parte do tempo, seu papel é de fundamental importância no desenvolvimento de habilidades e comportamentos adaptativos e saudáveis, contribuindo assim para a formação de indivíduos muito além do aspecto cognitivo (Pinheiro, Haase, Del Prette, Amarante, & Del Prette, 2006).

Em relação às atividades propriamente ditas, pode-se destacar a flexibilidade como uma característica extremamente necessária, visto que muitas vezes, surgem demandas diferentes do que foi proposto no momento da tarefa. Friedberg e McClure (2004) acrescentam que o adulto responsável por auxiliar as crianças na tarefa de identificar emoções aja de modo criativo, a fim de estimulá-las a pensar acerca do que sentem.

A partir das vivências relatadas, torna-se clara a importância de se trabalhar no âmbito escolar visando o desenvolvimento da expressividade emocional e autocontrole entre as crianças, visto que estão diretamente ligadas a outras habilidades de competência social, como por exemplo, a empatia. Desta forma, é possível que a escola atue prevenindo problemas e promovendo saúde, favorecendo o desenvolvimento pleno dos seus alunos.

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